Rentabilidade das empresas ainda está abaixo do nível pré-pandemia
Banco de Portugal mostra inversão na tendência de quebra, puxada pelas fábricas, mas as empresas nacionais ainda estão menos rentáveis do que antes da pandemia. Energia foi o único setor a cair.
A rentabilidade das empresas aumentou para 6,5% no segundo trimestre deste ano, o que marca o início da recuperação neste indicador, interrompendo um ciclo de cinco trimestres consecutivos de quebra.
Segundo os dados publicados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, as empresas portuguesas continuam, ainda assim, em níveis inferiores aos do período pré-pandemia. No último trimestre de 2019, a rentabilidade do ativo era de 7,6%.
A análise por setor de atividade mostra que, face aos primeiros três meses do ano, este indicador – um rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos das empresas (EBITDA) e o total de ativo – apenas diminuiu nas empresas do setor da eletricidade e da água, de 7,8% para 7,5%.
Prosseguindo a tendência, as indústrias (10,7%) continuam a superar a maioria dos setores de atividade ao nível da rentabilidade, com os transportes e armazenagem (8%) ou o comércio a darem também bons contributos. Pelo contrário, a construção (5%) e as sedes sociais (4,8%) mantiveram-se como as mais baixas dos setores analisados.
Segundo a catalogação do INE para “sedes sociais” (CAE 70100), abrange “a supervisão e gestão de outras unidades do grupo ou empresa, nomeadamente, nos domínios do planeamento estratégico e organizativo, bem como na tomada de decisões”. Inclui, por exemplo, a prestação de serviços de caráter administrativo às empresas do grupo, excluindo as atividades das sociedades gestoras de participações sociais (SGPS) não envolvidas na gestão.
A rentabilidade das empresas públicas foi de -5% no segundo trimestre. No setor privado, excluindo da análise as sedes sociais, o Banco de Portugal destaca que o aumento foi maior nas grandes empresas do que nas PME, passando de 7,9% e 5,5% para 9,3% e 6,1%, respetivamente.
Transportes com pouca autonomia financeira
Por outro lado, a autonomia financeira das empresas, medida pelo peso do capital próprio no balanço, manteve-se em 40% no segundo trimestre de 2021. Já a proporção dos ativos que são financiados por capitais alheios — uma medida complementar à autonomia financeira — desceu ligeiramente de 33,2% para 33%.
Nas empresas públicas, a autonomia financeira aumentou para 27,1% (20,7% no período anterior), enquanto nas privadas, o destaque vai para a diminuição deste indicador nas empresas de eletricidade e dos outros serviços e para o facto de o setor dos transportes e da armazenagem (23,4%) ser aquele que apresenta os valores mais baixos de autonomia financeira.
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