Empresas de segurança privada apostam nos drones para reduzir vigilantes no terreno
A COPS está a investir em drones para preparar o regresso dos grandes eventos em 2022, mas recusa que a aposta tenológica venha a ter “expressão significativa” no número de vigilantes a recrutar.
Em preparação para a retoma dos eventos físicos no próximo ano, em que se prevê que resistam ainda algumas restrições ou se imponham os novos hábitos impostos pela pandemia, há empresas de segurança privada que estão a apostar em drones para conseguir “controlar as movimentações em grandes espaços, sem ter de colocar tantos vigilantes no terreno”.
É o caso da COPS – Companhia Operacional de Segurança, com o presidente executivo, Miguel Ferreira, a explicar ao ECO que vai avançar com um “serviço híbrido de vigilância humana e remota”. Tendo em conta as condicionantes impostas pela Covid-19, “pareceu a solução adequada para [efetuar] um excelente serviço de vigilância, cumprindo todas as restrições”.
“Tivemos de repensar a forma como fazemos a vigilância em eventos. Pensámos em apostar em novas tecnologias, neste caso os drones, pois permite que não tenhamos muitos vigilantes a circular num grande aglomerado de pessoas, respeitando as normas de segurança, além de nos possibilitar um controlo bastante mais apurado das movimentações e ocorrências que possam acontecer num evento”, detalhou o gestor.
No entanto, Miguel Ferreira garante que esta aposta tecnológica “apenas melhora a forma como os vigilantes fazem o controlo do espaço”, recusando que venha a ter “expressão significativa” no número de operacionais a recrutar para eventos, como a tradicional concentração anual de motards em Góis, um daqueles de “grande envergadura” que já tem no calendário para 2022. É que, enumera, “é sempre necessário o controlo de acessos, a tomada de decisão, o controlo do drone e as equipas para atuar em caso de ocorrência”.
O drone é operado por um vigilante e existe sempre a necessidade de uma equipa operacional nesse espaço para que possa atuar quando é detetada uma ocorrência.
Com sede em Loulé, uma delegação em Lisboa e uma filial no Porto, aberta em maio deste ano, a COPS faturou 24 milhões de euros no ano passado e é uma das 83 empresas de segurança privada a operar em Portugal. Segundo dados oficiais, o setor tem 60.233 profissionais habilitados para exercer (12% são mulheres), mas apenas 37.670 estão vinculados a empresas.
A COPS diz ter atualmente cerca de 1.750 funcionários com carteira profissional atribuída pelo Ministério da Administração Interna (MAI), que prestam serviços de proteção e vigilância em clientes de diversos setores, como tribunais, hospitais, escolas e universidades, câmaras municipais, portos, teatros, espaços de entretenimento, hotéis ou condomínios.
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