EDP Brasil prepara venda de ativos hídricos e vai recomprar ações
Empresa detida em mais de 52% pela EDP anunciou que se prepara para alienar três ativos hídricos no Brasil. Também cancela ações representativas de 4,3% do capital social e recompra ações próprias.
A EDP Brasil, detida em 52,64%1 pela EDP, aprovou o cancelamento de ações próprias representativas de 4,3% do seu capital social e que prepara a alienação de três ativos hídricos no país sul-americano.
Em comunicado ao mercado de capitais, a EDP Brasil comunica que os três ativos hídricos envolvidos num processo estruturado de alienação são a Companhia Energética do Jari – CEJA, a Empresa de Energia Cachoeira Caldeirão S.A. e Energest S.A.
“Até o presente momento, não foram celebrados contratos definitivos para alienação de participações acionistas no âmbito do referido processo”, refere a empresa.
“Em linha com o plano estratégico de 2021-2025, os desinvestimentos nos ativos hídricos refletem a gestão do portfólio da companhia com objetivo de redução de exposição ao risco hidrológico no Brasil”, adianta.
No mesmo comunicado, a EDP Brasil informa que aprovou o cancelamento de 25.685.126 ações próprias, representando 4,3% do capital social da companhia e o lançamento de um novo programa de recompra de até 23.558.500 ações ordinárias, a ser executado num prazo máximo de 18 meses.
“Este programa faz parte do processo contínuo de maximização de valor para os accionistas da EDP Brasil”, refere a empresa.
As aquisições serão efetuadas na Bolsa de Valores da B3 S.A., a preços de mercado, adianta.
Na semana passada, a EDP anunciou a venda à Actis Assessoria Investimentos de três lotes de transmissão de energia no Brasil, uma transação a que corresponde um enterprise value estimado de 1.329 milhões de reais (210 milhões de euros).
Os ativos em causa são a EDP Transmissão S.A. (Lote 24), a EDP Maranhão I S.A. (Lote 7) e a EDP Maranhão II S.A. (Lote 11)”, sendo que cada lote possui uma subestação, que também foi vendida nesta operação, junto com as redes.
Ainda “pendente de aprovações regulatórias”, a transação enquadra-se na “estratégia de rotação de ativos na atividade de transporte de energia no Brasil, definida no plano de negócios 2021-2025, da qual faz parte também o recente acordo para a aquisição da CELG-T”, afirma a EDP.
Em 14 de outubro, a EDP adquiriu por 1.977 milhões de reais (cerca de 309 milhões de euros) 100% das ações da Celg Transmissão S.A (CELG-T), num leilão organizado pela ANEEL.
Com esta operação, a EDP estima uma receita anual permitida (RAP) adicional de 223 milhões de reais no ciclo 2021/2022, através da aquisição dos 756 quilómetros de redes de transmissão e das 14 subestações da estatal goiana de transmissão.
Com a venda dos lotes 7, 11 e 24 e a aquisição da CELG-T, a EDP passa a contar com lotes de transmissão no seu portfólio que, quando operacionais, totalizarão 2.241 quilómetros de linhas em extensão e aproximadamente 702 milhões de reais de RAP.
Desde 2017, a EDP diz já ter investido 4.100 milhões de reais em obras e projetos de transmissão adquiridos em leilões da ANEEL ou no mercado secundário, o que “representa 80% de execução de seu CAPEX [investimento em bens de capital] total nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo, Acre e Rondónia”.
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