Duas em cada três mulheres planeiam regressar ao mercado de trabalho
Depois de a Covid-19 ter forçado várias profissionais a abandonarem o seu emprego, voltar ao mercado de trabalho é agora o desejo de mais de 65% das mulheres norte-americanas.
Vários estudos e estatísticas mostram que as mulheres, a par dos jovens, foram as mais sacrificadas, a nível profissional, durante a pandemia da Covid-19. Não viram progressão de carreira e, em alguns casos, foram mesmo forçadas a deixar os seus postos de trabalho. No entanto, surgem finalmente sinais mais animadores: duas em cada três mulheres que abandonaram o seu emprego dizem que estão a planear regressar ao mercado, pelo menos nos Estados Unidos.
Estes dados podem “assinalar uma maior recuperação económica”, escreve a CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês), com base nos resultados do inquérito da MetLife, realizado a 2.000 profissionais norte-americanas, e que revela também que quase uma em cada cinco mulheres foram para o desemprego durante a pandemia.
Agora, no regresso, as mulheres procuram, sobretudo, flexibilidade (78%) e oportunidades de progressão de carreira (73%). Além disso, a maioria das profissionais considera que é importante que o seu atual ou futuro empregador proporcione incentivos económicos, benefícios personalizados e adaptados, oportunidades de requalificação e programas de diversidade, equidade e inclusão. Os últimos fundamentais, defendem, para que se sintam apoiadas no local de trabalho.
Ao mesmo tempo que as mulheres planeiam o seu regresso ao mercado de trabalho, vários estudos nos EUA demonstram que o país está a enfrentar um “boom” de demissões, com a taxa de demissão a aumentar a um nível que não era tão elevado desde 2000. Os profissionais procuram novas oportunidades que se adequem mais às suas (novas) necessidades e desejos.
“As empresas devem voltar a sua atenção para o tipo de ambiente de trabalho e soluções que podem fornecer, a fim de contratar e reter mais mulheres trabalhadoras”, dizem os especialistas de emprego consultados pela publicação norte-americana.
Reconversão de carreira pode ser uma pista
Durante a pandemia, mais de metade das mulheres (56%) pensaram numa mudança de carreira. Um dado que não pode agora ser ignorado: “os líderes devem concentrar-se em quem tem maior probabilidade de deixar uma organização, a fim de identificar áreas onde possam fornecer melhores sistemas de apoio para reter esses empregados”, alertam os especialistas.
“Atingimos um ponto crítico de inflexão no local de trabalho onde as mulheres estão a avaliar as suas carreiras sob uma nova perspetiva”, comenta Bill Pappas, vice-presidente executivo da MetLife e chefe de tecnologia e operações globais.
Investir numa carreira nas tech é uma das opções, mas tem de ser apoiada pelos empregadores. “Com tantas mulheres a considerarem uma carreira STEM [science, technology, engineering e mathematics] e uma em cada três a dizer que não sabe por onde começar, os empregadores têm uma enorme oportunidade e responsabilidade para as ajudar a traçar um caminho a seguir”, afirma Susana Podlogar, vice-presidente executiva da MetLife e diretora de recursos humanos.
“Precisamos de assegurar-nos de que as mulheres se sentem inspiradas e estão habilitadas a crescer na sua carreira”, acrescenta.
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