Macron relança construção de reatores nucleares
O Presidente francês justifica a construção de novos reatores nucleares com a necessidade de energia livre de carbono e preços "razoáveis" para a população do país.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta terça-feira que a França vai impulsionar a construção de novas centrais de energia nuclear, por forma a melhor responder aos crescentes desafios energéticos e ambientais.
“Para garantir a independência energética da França e alcançar os nossos objetivos, em particular a neutralidade carbónica em 2050, vamos, pela primeira vez em décadas, relançar a construção de reatores nucleares no nosso país”, justificou Macron num discurso à nação, citado pelo The Local. Para o Presidente francês, o país necessita de energia sem carbono para que os preços da mesma sejam “razoáveis”.
Os novos reatores serão de água pressurizada de terceira geração, conhecidos como reatores EPR (Evolutionary Power Reactor), que prometem avanços em termos de segurança e eficiência em comparação com os reatores convencionais, ao mesmo tempo que produzem menos resíduos. “Estes investimentos permitir-nos-ão acelerar e cumprir os nossos compromissos à medida que a COP26 [26.ª cimeira do clima das Nações Unidas] em Glasgow chega ao fim”, acrescentou.
No mês passado, Macron já tinha anunciado que a França iria gastar mil milhões de euros até 2030 em “inovação disruptiva” para produzir energia atómica, nomeadamente através da construção de reatores nucleares compactos conhecidos como “pequenos reatores modulares” (SMR, na sigla em inglês) com uma melhor gestão dos resíduos nucleares.
Porém, a empresa que tem construído os reatores no país – a EDF Energy, detida na totalidade pelo Estado francês – tem enfrentado problemas na implementação da tecnologia e conseguiu vender apenas alguns dos reatores enquanto os problemas na construção continuam a acumular-se.
Atualmente, a EDF Energy tem em construção um reator EPR em Flamanville, ao longo da costa atlântica do noroeste francês. Inicialmente, a sua conclusão estava prevista para 2012, mas o projeto tem enfrentado problemas técnicos e orçamentos excedidos.
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