China: prémios de seguro vão crescer 56% e atingir 295 mil milhões de euros em 2025
Com o ramo automóvel travado pela crise na cadeia de abastecimento do setor automotive, o crescimento dos seguros dependerá, em 2022 e 2023, da procura para proteção de bens, agricultura e renováveis.
O volume agregado de prémios de seguro direto da China deverá rondar 295,2 mil milhões de euros (2,13 biliões de yuan) em 2025, mais de 50% face ao total de 2020, projeta a GlobalData, empresa britânica de análise de dados, estimando uma CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 9,5% no período 2020-25, significando taxa média anual próxima de 9%.
A CAGR da GlobalData alinha com previsão recente do Swiss Re Institute, que antecipa crescimento em torno de 9% para o setor não Vida na China em 2021 e 2022. Segundo maior mercado de seguros do mundo com uma quota global estimada em torno de 10% em 2020, bastante atrás dos cerca de 40% atribuídos aos EUA (por volume de prémios), a China deverá liderar o crescimento do setor em 2021 e 2020. Na projeção do Swiss Re Institute, estimando-se que a produção mundial de seguros avance 3,4% em 2021 e 3,3% no ano seguinte, o mercado chinês deverá expandir 10% nos prémios de seguro não-Vida e 8,5% no ramo Vida, ambas as previsões para 2022, que justifica a aproximação aos 9%.
Em relatório mais recente, economistas da Swiss Re apontam abrandamento, estimando que o ritmo de crescimento do mercado global de seguros desacelere em 2022 e 2023.
O GlobalData Insurance Intelligence Center assume que previsões são vulneráveis a variações do ciclo económico, alterações regulatórias em curso e ressurgimento da pandemia da COVID-19. “Embora seja a segunda maior indústria de seguros gerais a nível mundial, a penetração de seguros na China (1,3%) está muito abaixo da média de 4% dos mercados desenvolvidos,” uma situação devida sobretudo ao facto de “o crescimento do setor estar desproporcionadamente dependente do seguro automóvel, o qual tem sido negativamente afetado pelas restrições regulatórias, tanto económicas como as relacionadas com os efeitos da pandemia nos últimos anos,” explicou Deblina Mitra, analista sénior de seguros na GlobalData.
Na China, o seguro automóvel representou 60,7% (quota) de produção de seguro direto em 2020, mantendo-se praticamente estabilizado ao crescer apenas 0,7% num contexto regulatório que reduziu os preços dos prémios de responsabilidade civil automóvel obrigatórios em até 50%. Atrás do ramo automóvel, o seguro de acidentes pessoais e de saúde e o seguro de bens foram o segundo e terceiro mais representados no negócio não Vida, com quotas de 12,2% e 11,3%, respetivamente, em 2020.
As coberturas de acidente e saúde lideraram o crescimento percentual no setor de seguros gerais, com variação de 21,2% em 2020 e a beneficiar do aumento das despesas médicas e das isenções fiscais. Este ramo de seguros deverá manter um crescimento de dois dígitos em 2021 e 2022, projeta o gabinete londrino.
Face aos constrangimentos que afetam a cadeia de abastecimentos da indústria automóvel, e por conseguinte o ramo de seguros auto, o crescimento do setor de seguros gerais no próximo ano irá depender do desempenho das restantes linhas de seguro, acrescentou Deblina Mitra no documento em que a GlobalData antecipa, para 2021 e 2022, progressão de 11% nos seguros de propriedade (bens), complementado por incremento de procura em seguros agrícolas e coberturas para grandes infraestruturas de transportes e comunicações, e energias renováveis.
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