PSD: Delegados dizem que partido está unido e acreditam na vitória eleitoral
Delegados do PSD deixam nas mãos de Rui Rio a decisão quanto a um acordo com o PS para garantir a governabilidade.
Delegados ao 39.º Congresso do PSD acreditam que o partido está unido e vai ganhar as próximas legislativas, deixando nas mãos de Rui Rio a decisão quanto a um acordo com o PS para garantir a governabilidade.
“Julgo que há todas as condições para o PSD sair daqui mais forte e mais unido para ganhar as próximas eleições legislativas”, disse à Lusa Augusto Lima, de Famalicão, à entrada para o Europarque de Santa Maria da Feira (Aveiro), onde decorre até domingo a reunião magna social-democrata. No caso de não haver uma maioria absoluta, este militante entende que o PSD “deve criar condições para que haja governabilidade”.
“Também esperamos que, se o PS não ganhar com maioria absoluta, conte com o PSD para poder governar”, acrescentou. A mesma opinião foi manifestada por Carlos Portela ao afirmar que, para haver “governabilidade no país”, o PSD “deve apoiar o Governo do PS”. “Nós temos que ter governabilidade no país e acho que seria importante a eleição de um Governo seja ele qual for”, afirmou este militante, que veio de Amares, distrito de Braga.
A deputada Fernanda Velez, eleita pelo círculo de Setúbal, também manifestou à Lusa a convicção de que o PSD está unido e vai ganhar as eleições sem precisar de qualquer outro partido. “Nós somos um grande partido, somos um partido da oposição, temos que ser responsáveis e temos que ganhar as eleições. Portanto, só temos que estar unidos”, declarou.
Adélia Oliveira, de 77 anos, admitiu a existência de divergências internas, mas considerou que o PSD está unido e vai ganhar as legislativas, deixando nas mãos de Rui Rio, de quem afirmou ser uma “grande fã”, a decisão de apoiar ou não um Governo do PS para assegurar a estabilidade governativa. “Isso está na mão do líder e não queria falar sobre isso. Eu não gosto muito do PS, mas se for para bem de Portugal…”, disse esta congressista, que veio da Póvoa do Varzim.
Cristina Miguel, de Vimioso, do distrito de Bragança, também defendeu que a decisão de apoiar ou não um Governo socialista cabe ao presidente do PSD. “Penso que o presidente do partido irá decidir pelo melhor, pelo partido, como sempre fez até aqui. Penso que vai correr bem. Não há de haver necessidade de uma segunda opção, porque acho que a primeira opção vai ser ganhar obviamente”, afirmou.
Marco Soares, de 42 anos, que veio de Amares, disse que o partido está “galvanizado” e que o congresso “vai unir ainda mais o partido em relação às eleições que se aproximam”. Já quanto à possibilidade de não haver uma maioria absoluta, entende que é um cenário que só deve ser colocado depois das eleições.
“Penso que estamos aqui para ganhar e é neste caminho que temos que trabalhar e avançar para a frente tendo em conta a vitória. É este cenário que temos que colocar. Depois, os cenários a seguir, logo vemos”, afirmou.
O Congresso do PSD, que começou na sexta-feira e decorre até domingo, reúne cerca de 1.000 delegados e participantes no Europarque em Santa Maria da Feira.
PS tem obrigação de viabilizar governo minoritário do PSD, diz Cristóvão Norte
O líder da distrital do PSD/Faro, Cristóvão Norte, defendeu este sábado que o PS tem a obrigação de viabilizar um governo minoritário social-democrata, o que nunca fez na história, defendendo que o PSD tem que ter “uma alternativa clara”.
Na intervenção mais entusiástica na manhã do segundo dia do 39.º Congresso Nacional do PSD, o ainda deputado – que apoiou Paulo Rangel nas diretas e está fora da lista às próximas legislativas – apelou a que o PSD convença “os portugueses da importância de uma maioria político-social” para que não esteja dependente do PS.
“O que é que nos vamos fazer para transformar este país? Nós temos que ter a nossa alternativa clara. O PS nunca viabilizou na história um governo do PSD e teve várias ocasiões de o fazer”, referiu. O social-democrata recordou que o “PSD viabilizou governos do PS porque era irreconciliável o PS com o PCP e depois com o BE”.
“Hoje temos o Chega e o Chega é irreconciliável com o PSD, portanto se o Chega é irreconciliável com o PSD, o PS tem a obrigação de fazer ao PSD aquilo que o PSD fez ao PS no passado”, defendeu. Em suma, para Cristóvão Norte, é “obrigação do PS viabilizar um governo do PSD caso esse governo do PSD seja minoritário”.
“Convençamos os portugueses da importância dessa maioria político-social para que não estejamos dependentes do PS porque dependentes do PS seremos sempre seus reféns, não iremos avante. Viu-se, em 2019, o doutor Rui Rio quis estabelecer reformas estruturais com o PS e que resposta obteve”, lembrou.
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