Testes vão continuar gratuitos em janeiro, avança Associação Nacional de Farmácias
Os seis testes comparticipados, anunciados pelo primeiro-ministro, são só para dezembro. Em 2022 voltam os quatro testes por pessoa, por mês, esclarece a Associação Nacional de Farmácias.
O Governo vai prorrogar para janeiro o regime excecional e temporário que permite a comparticipação de testes de despiste da covid-19 nas farmácias e laboratórios, adiantou esta quarta-feira a presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF).
“Já temos esta indicação para janeiro”, altura em que a portaria do Ministério da Saúde voltará a prever quatro testes rápidos de antigénio (TRAg) por mês gratuitos por pessoa, referiu Ema Paulino à Lusa.
Na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o número de testes gratuitos à covid-19 feitos em farmácias e em laboratórios vai aumentar de quatro para seis por pessoa, no âmbito do regime excecional e temporário que prevê a sua comparticipação até 31 de dezembro, com possibilidade de ser prorrogado.
“A questão dos seis testes é só para dezembro e vamos voltar ao limite dos quatro testes” em 2022, adiantou a responsável da ANF.
Segundo Ema Paulino, esta medida de aumento do número de testes é “justificada tendo em conta a época natalícia”, altura em que, por exemplo, se realizam “mais visitas a pessoas institucionalizadas” em lares, com a obrigatoriedade de um teste negativo.
“Compreendemos esta medida de querer proporcionar mais oportunidades de as pessoas estarem com os seus familiares nestes contextos”, salientou a presidente da associação.
De acordo com Ema Paulino, muitas farmácias com sistemas de agendamento “estão praticamente cheias” nesta altura para a realização de testes gratuitos, mas existem farmácias que operam em regime de casa aberta, onde ainda é possível fazer testes nesta modalidade.
Além disso, há farmácias que estão a alargar os horários para poderem dar resposta à crescente procura nos próximos dias, adiantou a presidente da ANF.
Relativamente aos autotestes, Ema Paulino adiantou que é possível adquiri-los nas farmácias, mas, com a maior procura que se verifica, pode haver ruturas de stock momentâneas que aguardam reposição.
“É necessário sensibilizar as pessoas para a utilização correta das duas modalidades” de testes, salientou a farmacêutica, ao considerar que se deve “ter em atenção as exigências do Governo para deixarem as vagas para os testes profissionais para aquelas pessoas que realmente precisam”.
De acordo com a ANF, cerca de 1.250 farmácias estão a fazer TRAg de uso profissional gratuitos, 1.071 das quais no âmbito da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde e as restantes ao abrigo de protocolos com diversas autarquias.
A estas farmácias juntam-se 633 laboratórios de análises clínicas que também aderiram ao regime temporário e excecional de comparticipação de testes.
Este regime tinha cessado em outubro, tendo em conta que Portugal estava próximo de atingir os 85% da população totalmente vacinada contra a covid-19, mas o Ministério da Saúde decidiu reativá-lo devido à atual situação epidemiológica, com o aumento de casos de covid-19.
Portugal ultrapassou na segunda-feira os 24 milhões de testes à covid-19 desde o início da pandemia, informou o Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA). Em comunicado, o INSA adianta que, destes cerca de 24 milhões, aproximadamente 16 milhões são testes TAAN/PCR e cerca de 8,1 milhões TRAg de uso profissional.
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