Fisco alerta para ‘emails’ falsos sobre reembolsos do IRS

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

“Se recebeu um ‘email’ supostamente em nome da AT a solicitar dados dos seus cartões bancários para posterior reembolso, ignore”, avisa a Autoridade Tributária, através da sua página no Facebook.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) alertou esta segunda-feira para a existências de ‘emails’ fraudulentos que estão a ser enviados, solicitando dados bancários para posterior reembolso do IRS.

“Se recebeu um ‘email’ supostamente em nome da AT a solicitar dados dos seus cartões bancários para posterior reembolso, ignore”, avisa a Autoridade Tributária e Aduaneira numa mensagem publicada na sua página no Facebook.

A AT sublinha que se “trata de um ‘email’ fraudulento”, pelo que o contribuinte “deve eliminá-lo de imediato”.

O email falso que está a ser enviado reproduz a imagem da AT, menciona um valor de reembolso e pede ao destinatário para clicar num ‘link’ de forma a aceder ao “reembolso de impostos”.

No seu folheto sobre segurança informática, a AT precisa que, perante este tipo de situações, as mensagens devem ser ignoradas, não devendo o contribuinte “em caso algum” seguir o ‘link’ indicado ou fornecer qualquer tipo de informação.

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Janet Yellen quer taxa mínima global de imposto sobre empresas

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos adiantou esta segunda-feira estar em conversações com os países do G-20 para aplicar uma taxa de imposto mínima a ser aplicada em todo o mundo.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse esta segunda-feira estar a trabalhar com os países mais influentes do mundo de forma a impor uma taxa de imposto mínima a ser aplicada às empresas a nível global, avança a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Esta é uma medida que tem como objetivo colocar um fim a uma “corrida de 30 anos” de estratégias, empreendidas pelas empresas, com vista a terem reduções nas “taxas de imposto” de que são alvo. “Estamos a trabalhar com as nações do G-20 para fechar uma taxa mínima global de imposto sobre as sociedades”, com o intuito de colocar um fim a esta corrida, disse Yellen, citada pelo MarketWatch.

Certos analistas adiantaram já, no entanto, que vários países, como a Irlanda, podem não concordar com a aplicação de uma taxa de IRC mais alta. Ainda que alguns países possam não aceitar um imposto mínimo global, um funcionário do Tesouro dos Estados Unidos argumentou que os referidos artifícios fiscais já seriam minimizados se os Estados Unidos e outras grandes economias concordassem com estas reformas.

A propósito deste assunto, Janet Yellen destacou ainda, através de uma publicação na sua conta na rede social Twitter, que esta é uma medida que pretende “garantir que os governos tenham sistemas fiscais estáveis, que aumentem receitas suficientes para investir em bens públicos essenciais e responder a crises, e que todos os cidadãos partilhem equitativamente o fardo do financiamento dos governos”.

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Variante do Reino Unido responsável pela “grande maioria” dos casos em Portugal

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

Quase 83% das amostras recolhidas pelo INSA, em março, apontam para a variante britânica do coronavírus. Também foram detetados 49 casos da variante da África do Sul.

A variante do SARS-CoV-2 associada ao Reino Unido prossegue numa “trajetória de frequência ascendente” em Portugal e é responsável pela “grande maioria dos casos”, tendo sido detetada em 82,9% das amostras recolhidas em março, anunciou esta segunda-feira o INSA.

O “Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal”, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), aponta também “um aumento considerável” da variante ligada à África do Sul, apesar de a sua circulação ainda ser “pouco frequente na comunidade”.

Relativamente à variante originalmente identificada no Reino Unido, o INSA refere que foi “detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 82,9% na amostragem nacional de março, continuando numa trajetória de frequência ascendente, sendo a variante responsável pela grande maioria dos casos de covid-19 atualmente”.

A variante do novo coronavírus associada à África do Sul foi detetada em 49 casos de covid-19 até à data, 27 dos quais foram detetados na amostragem nacional de março, “o que representa uma frequência relativa de 2,5% e evidencia um aumento considerável em relação à amostragem de fevereiro (0,1%)”.

“A análise filogeográfica indica que esta variante foi introduzida várias vezes de forma independente em Portugal. Não obstante, entre as 49 sequências, identificam-se alguns ‘clusters’ bem definidos (por exemplo, cadeias de transmissão limitadas a agregados familiares ou instituições), sugerindo que a circulação é ainda pouco frequente na comunidade”, refere o INSA.

Também foram observados, até ao momento, 22 casos da variante P.1 (associada ao Brasil, Manaus), sendo que apenas quatro casos desta variante foram detetados na amostragem de março, mantendo a mesma frequência relativa (0,4%) observada em fevereiro, o que se sugere que a circulação desta variante “é muito limitada em Portugal”.

“A variante P.2, também detetada inicialmente no Brasil, revelou um decréscimo na sua frequência relativa na amostragem de março, tendo sido detetado apenas um caso entre as 1.094 sequências analisadas”, refere o relatório.

Segundo o INSA, “a amostragem nacional de março de 2021 por sequenciação cobriu 10,4% das amostras positivas reportadas durante o período em análise em Portugal, pelo que os dados apresentados refletem de forma robusta o peso das variantes em circulação no atual curso da epidemia no país”.

O INSA refere que nesta última atualização do site foram introduzidas novas funcionalidades, incluindo um novo painel interativo que permite analisar a evolução da proporção das diferentes variáveis (p. ex., clade, linhagem, mutação, etc.) ao longo do tempo.

Até à data, o INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, analisou 5.758 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em 89 laboratórios, hospitais e instituições, representando 252 concelhos de Portugal.

Desde o relatório de 03 de março foram analisadas mais 1.345 sequências, incluindo 1.094 sequências obtidas no âmbito da vigilância de periodicidade mensal com amostragem nacional que o INSA está a coordenar, provenientes de laboratórios distribuídos por todo o país, abrangendo um total de 166 concelhos, e 89 sequências obtidas em amostras suspeitas da presença das variantes associadas à África do Sul e Brasil ou de outros estudos específicos.

 

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Deutsche Post DHL investe 7 mil milhões até 2030 para reduzir emissões de CO2

Investimento até 2030 será em combustíveis alternativos para a aviação, na expansão da frota de veículos elétricos com emissões zero e em edifícios neutros em emissões de carbono.

O Grupo Deutsche Post DHL anunciou que vai investir um total de sete mil milhões de euros nos próximos dez anos, em medidas para reduzir as suas emissões de CO2, apostando em combustíveis alternativos para a aviação, na expansão da frota de veículos elétricos com emissões zero e em edifícios neutros em emissões de carbono.

Em 2017 a empresa comprometeu-se com o objetivo de ter emissões zero até 2050, mas entretanto já traçou também metas intermédias até 2030 com base na iniciativa ‘Science Based Target’ (SBTi): introduzir soluções logísticas neutras para o clima, com vista a reduzir as emissões anuais de CO2 do Grupo para menos de 29 milhões de toneladas métricas até ao final da década, apesar do “forte crescimento contínuo previsto nas atividades logísticas globais”.

Em 2020, as emissões rondaram as 33 milhões de toneladas métricas e a empresa estimava que chegassem às 46 milhões de toneladas em 2030 sem as medidas do novo plano de sustentabilidade.

“Enquanto a maior empresa de logística do mundo, é nossa responsabilidade liderar o caminho e
orientar a indústria logística para um futuro sustentável”, disse Frank Appel, CEO do Grupo Deutsche Post DHL, acrescentando: “A COVID-19 reforçou as principais tendências do nosso tempo: globalização, digitalização, comércio eletrónico e sustentabilidade – os quatro motores da nossa ‘Estratégia 2025′. Entre estes temas, a sustentabilidade é o desafio mais urgente”.

Para distâncias curtas e entregas ao consumidor, o Grupo continua a impulsionar a eletrificação de sua frota de veículos. Até 2030, 60% dos veículos de entrega ao consumidor serão movidos a eletricidade, pelo que haverá mais de 80.000 veículos elétricos na estrada. Em 2020, esse número era de apenas 18%.

Em rotas mais longas, especialmente no transporte aéreo, a Deutsche Post DHL está a impulsionar o desenvolvimento e a utilização de combustíveis produzidos a partir de energias renováveis: até 2030, pelo menos 30% das necessidades de combustível para a aviação serão cobertas por combustíveis sustentáveis.

Além disso, o Grupo está a investir em imóveis amigos do ambiente (escritórios, centros de correio e encomendas e armazéns logísticos): todos os novos edifícios em construção serão neutros do ponto de vista carbónico.

“As alternativas limpas e sustentáveis de combustível são essenciais para uma logística neutra, do ponto de vista climático, num mundo globalizado. No transporte aéreo, em particular, poderiam ajudar a reduzir as emissões de CO2. É por isso que vamos participar ainda mais intensamente em iniciativas, reforçar o intercâmbio entre indústrias e desenvolver uma estratégia e normas globais”, salientou Frank Appel.

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Ikea contrata diretor criativo global pela primeira vez

Linus Karlsson ficará encarregue de fazer a ponte entre a liderança criativa e o desenvolvimento de produtos, o marketing e a comunicação. 

A criatividade não tem faltado à empresa sueca, mas só agora é que a Ikea decidiu criar o cargo de diretor criativo global, “chief creative officer for range and marketing and communication”, em inglês. Linus Karlsson fará a ponte entre a liderança criativa e o desenvolvimento de produtos, o marketing e a comunicação.

De acordo com a Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês), o objetivo da empresa ao criar esta nova função é conectar áreas do negócio que, até agora, têm estado desconectadas. O grande desafio, agora, é acompanhar outras empresas concorrentes como é o caso da Amazon, Walmart e Target na forma como utilizam a tecnologia e, em especial, o comércio eletrónico.

Para assumir o cargo, a Ikea contratou Linus Karlsson, que desempenhou funções de diretor criativo nas agências de publicidade Crispin Porter Bogusky e McCann Worldgroup. Além disso, o sueco cofundou a agência independente Mother New York, bem como a loja de tecnologia Ming Utility and Entertainment Group.

Recorde-se que, apesar de a pandemia ter trocado as voltas à generalidade das empresas, a Ikea Portugal viu as vendas online triplicarem no ano fiscal que terminou em agosto. Ainda que as vendas totais tenham caído 8,2% face ao ano fiscal anterior, a empresa considera que 2020 foi um “ano atípico”, mas que permitiu gerar resultados satisfatórios.

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Hotelaria do Algarve com o pior março dos últimos 25 anos

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

A taxa de ocupação global média por quarto caiu 86% face ao mesmo período de 2020 e 92,2% em comparação com 2019, segundo a AHETA.

A taxa de ocupação média nas unidades hoteleiras no Algarve em março foi de 4%, pelo que este foi o pior março dos últimos 25 anos, revelou esta segunda-feira a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

De acordo com os dados provisórios avançados pela maior associação empresarial do setor, a taxa de ocupação global média por quarto na região registou uma quebra de 86% em relação ao mesmo período de 2020 e de 92,2% em comparação com 2019.

Segundo a AHETA, o mês de março foi o pior em nível de ocupação de quartos desde 1996, ano do início dos registos e da fundação da associação que integra a maioria dos hotéis e empreendimentos turísticos do Algarve.

O volume de vendas registou uma descida de 91,6% em relação a 2020 e de 94,8% relativamente ao mesmo mês de 2019.

No resumo da evolução mensal, a AHETA precisa que o mercado externo desceu 94,4% e o nacional acompanhou a tendência com uma redução de 21,6% nas unidades de alojamento do Algarve.

“Em valores acumulados dos últimos 12 meses a ocupação/cama regista uma descida média de 68,3% e o volume de vendas uma descida de 64,9%”, conclui a associação.

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Rodrigo Simões de Almeida é o novo CEO da Mercer Portugal

"Ao assumir a responsabilidade das duas operações em Portugal, queremos dar um sinal claro de reforçar o crescimento e as sinergias do grupo Marsh McLennan em Portugal", afirma o novo CEO.

Rodrigo Simões de Almeida acaba de assumir as funções de CEO da Mercer Portugal, sucedendo a Diogo Alarcão, que estava à frente da consultora nas áreas de benefícios e compensação, pensões, investimentos e recursos humanos desde 2006. “Rodrigo Simões de Almeida, que assume atualmente a função de CEO da Marsh Portugal, passa, assim, a assumir a direção executiva das duas subsidiárias da Marsh McLennan, empresa líder global em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas”, lê-se em comunicado.

“Ao assumir a responsabilidade das duas operações em Portugal, queremos dar um sinal claro de reforçar o crescimento e as sinergias do grupo Marsh McLennan em Portugal. Acreditamos que é a altura certa para dar este passo e fortalecer ainda mais o nosso posicionamento nas áreas de risco, estratégia e pessoas. É um orgulho para mim assumir estas funções, mas é, sobretudo, uma enorme responsabilidade”, afirma o novo CEO da Mercer Portugal.

Rodrigo Simões de Almeida é o novo CEO da Mercer Portugal.

Com mais de 20 anos de experiência no setor financeiro, Rodrigo Simões de Almeida desenvolveu grande parte da sua carreira profissional no antigo Banco Espírito Santo, onde ocupou diversos cargos de responsabilidade em Portugal, na Suíça e, desde 2006, em Espanha, onde foi membro do Comité Executivo e assumiu o cargo de diretor geral de corporate banking.

Rodrigo Simões de Almeida é licenciado em gestão de empresas pela Universidade Católica Portuguesa e conta com diversos programas de desenvolvimento diretivo realizados tanto em Espanha, na IESE Business School, como em França, na Insead Business School – Fontaineblau.

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Câmara de Lisboa prolonga apoios a fundo perdido até 30 de junho

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

A autarquia de Fernando Medina já apoiou a fundo perdido cerca de 4.000 empresas, sobretudo das áreas da restauração e comércio, no valor total de 23 milhões de euros.

A Câmara de Lisboa (CML) já apoiou a fundo perdido cerca de 4.000 entidades, sobretudo das áreas da restauração e comércio, no valor total de 23 milhões de euros, e prolongou os apoios até 30 de junho, foi esta segunda-feira anunciado.

“Neste momento já foram apoiadas mais de quatro mil entidades só na cidade de Lisboa, num valor total de apoio de 23 milhões de euros. Um apoio que chegou a tempo e horas, no momento em que era preciso e que nós prolongámos agora até 30 de junho, para caso venha a ser preciso ele estar ao dispor da restauração e do comércio”, afirmou o presidente da autarquia.

Fernando Medina falava aos jornalistas no Parque das Nações, numa visita a alguns restaurantes, no dia em que as esplanadas puderam reabrir no âmbito da segunda fase de desconfinamento. Questionado sobre se espera que o processo de desconfinamento prossiga em 19 de abril, o autarca anuiu. “É essa a nossa esperança, é a nossa expectativa, que tudo corra bem, que tudo corra em segurança. Que consigamos manter os números baixos para que esta não seja uma abertura que dê um fecho a seguir”, salientou.

Referindo que fez questão de visitar alguns restaurantes para dar uma “palavra de força, de incentivo”, num momento que “é importante para milhares e milhares” de negócios, Medina assegurou também que continuará “próximo” dos comerciantes e empresários da restauração da cidade. “Esta é uma palavra muito importante neste momento, num momento obviamente de dúvida se conseguiremos aguentar este processo de desconfinamento até ao verão. Tenho confiança que sim, mas estaremos cá em qualquer circunstância para apoiar este setor tão importante”, reforçou.

Além das quatro mil entidades a quem a Câmara já apoiou a fundo perdido, o presidente da autarquia adiantou que o município recebeu um total de “cinco mil candidaturas”, que orçam “cerca de 26 milhões” de euros.

Fernando Medina anunciou no final do ano passado apoios a fundo perdido para as empresas, com uma verba disponível de 20 milhões de euros, tendo depois, em janeiro, anunciado mais 20 milhões, destinados a entidades que antes não eram abrangidas. Há, assim, verba disponível para continuar a apoiar estes empresários e foi por isso que a Câmara de Lisboa decidiu prorrogar o prazo de candidaturas.

De acordo com Medina, o setor mais apoiado é o da restauração, seguindo-se o do comércio. Os beneficiários têm de registar uma quebra de faturação superior a 25% nos três primeiros trimestres do ano passado ou na totalidade dos trimestres, em relação ao período homólogo de 2019.

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Câmara do Porto enviou ao Governo recomendação sobre Corte Inglés em dezembro de 2019

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

A Câmara do Porto enviou ao Governo, em dezembro de 2019, uma recomendação em defesa da reversão do negócio do Corte Inglés na Boavista.

A Câmara do Porto esclareceu esta segunda-feira que enviou ao Governo, em dezembro de 2019, a recomendação em defesa da reversão do negócio do Corte Inglés na Boavista, depois de a Infraestruturas de Portugal ter afirmado desconhecer aquele documento.

“Esta recomendação foi aprovada por unanimidade no dia 25 de novembro e foi remetida no dia 10 de dezembro de 2019 ao senhor primeiro-ministro, que no mesmo dia acusou a receção desta recomendação”, indicou o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, na reunião do executivo municipal desta manhã, durante o período antes ordem do dia.

Apresentada pela CDU, a recomendação em causa defende a rescisão do contrato celebrado entre a Infraestruturas de Portugal (IP), proprietária do terreno, e o El Corte Inglés, tendo naquela data o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, referido que ficaria “contente” se o Governo quisesse reverter a situação.

Insistindo que a recomendação foi dirigida ao Governo, o autarca esclareceu que a proposta foi “escrupulosamente” cumprida, ainda que o Governo, através do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ouvido pela comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, já tenha informado que não “quer voltar atrás no negócio dada a complexidade dos pagamentos que teriam de ser feitos a privados”, rematou Moreira.

O autarca referia-se às declarações do presidente da IP, António Laranjo, na mesma comissão, onde terá referido que teve conhecimento da recomendação pelos jornais.

“Havia a dúvida se nós tínhamos cumprido a recomendação. Cumprimos. Nós não fazemos recomendações à IP, foi enviada ao Governo e era assim que devíamos fazer, e, portanto, se o Governo depois não articulou ou não informou disso a IP nós isso já não sabemos“, disse, salientando que o envio foi feito num prazo muito curto.

Para aqueles terrenos está prevista a construção de um grande armazém comercial, um hotel e um edifício de habitação, comércio e serviços.

Esta manhã, o vereador Pedro Baganha, que apresentou aos vereadores da oposição uma síntese do Pedido de Informação Previa (PIP) submetido pela cadeia espanhola, e aprovado pelo executivo municipal em setembro de 2020, explicou, em resposta ao PS, as razões que levaram o executivo municipal a abdicar de 31 mil metros de área verde.

Estamos a falar de 31 mil metros quadrados, não é fácil ceder 31 metros quadrados num prédio de 22 mil metros quadrados. Há aqui uma impossibilidade e é para isso que existem taxas de compensação”, disse.

Por outro lado, os serviços municipais aceitaram esta não cedência de área para espaços públicos e equipamentos porque esta zona é particularmente dotada de ambos, indicou o vereador do pelouro, acrescentando que foi ainda cedida área para dois novos arruamentos e para uma praça.

Sobre esta matéria, o vereador socialista Manuel Pizarro sugeriu que a autarquia deveria aproveitar esta intervenção para resolver o problema da fruição do jardim da Rotunda da Boavista.

Moreira sublinhou que foram já feitas várias intervenções, contudo, aquele tipo de espaço não é muito procurado pelos cidadãos.

Recordando a recomendação em defesa da reversão do negócio com o Corte Inglés, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, referiu que o futuro dos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista há muito que preocupa a coligação, nomeadamente quanto à excessiva concentração de construção no local e ao seu impacto na mobilidade, questão também levantada pelo PS.

De acordo com a IP, o grupo espanhol pagou, até ao momento, 19,97 milhões de euros, num total de 20,82 milhões previsto no contrato assinado em 2000, valor este que vai ser revalidado a pedido da IP.

Em 31 de março, o Movimento por um jardim na Boavista defendeu a inviabilização do despacho que defere o PIP submetido pelo Corte Inglés para os terrenos da antiga estação no Porto, por resultar “inconveniente” para o interesse público, criticando o pagamento de uma compensação pela não cedência “de 24.835 metros quadrados para área verde e equipamento público”.

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Consumo mundial de calçado deve aumentar 2,8% este ano

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

“Só em 2023 o setor deverá regressar à normalidade”, indica o último ‘Business Conditions Survey’, realizado em março junto de 141 profissionais do setor, de mais de 42 países.

O consumo mundial de calçado deverá aumentar 2,8% este ano, após a queda de mais de 20% em 2020, com maior dinamismo no continente americano e uma evolução mais lenta na Europa, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira.

De acordo com a última edição do ‘Business Conditions Survey’, realizado em março junto de 141 profissionais do setor, de mais de 42 países, “só em 2023 o setor deverá regressar à normalidade”, após a quebra resultante da crise pandémica.

A evolução do consumo de calçado esperada para este ano será “insuficiente para atenuar o forte impacto do setor” no último ano, sendo que, por área geográfica, previsivelmente aumentará 5,8% na América do Sul, 3,8% na América do Norte a apenas 2% em África e na Europa. Na Ásia, o crescimento do consumo estará na média global (2,8%).

As conclusões do inquérito evidenciam que “a maioria dos entrevistados acredita que, nos próximos seis meses, o volume do calçado comercializado aumentará”, numa evolução otimista comparativamente às perspetivas anteriores.

Entre os especialistas inquiridos, mais da metade espera que os preços do calçado estabilizem e quase um terço antevê que possam aumentar já este ano.

A “grande preocupação do setor” é, atualmente, a “procura insuficiente”, tanto no mercado doméstico (50% das respostas), como nos mercados internacionais (mencionado por 48% dos inquiridos).

Também apontado é o aumento do custo das matérias-primas (41%), sendo que 44% dos inquiridos antevê ainda dificuldades financeiras nos próximos meses.

Por segmentos de produto, o calçado desportivo deverá continuar a suscitar mais procura (77% dos especialistas antevê que possa crescer), em oposição aos modelos mais clássicos, seja no segmento feminino (apenas 16% prevê que possa crescer), como masculino (59% aponta mesmo para recuo).

Do ponto de vista do negócio, serão os canais ‘online’ que continuarão a liderar o processo de comercialização: Cerca de 80% dos especialistas mundiais acredita que as vendas ‘online’ aumentarão nos próximos três anos.

Pelo contrário, as lojas próprias e as lojas multimarca deverão perder peso relativo, com 45% e 19% dos inquiridos, respetivamente, a acreditarem que vão reduzir a relevância nos próximos três anos.

Num comentário a estes novos dados, o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) considera que “dão algum alento”, mas são também “um indicador claro que a recuperação será mais lenta” do que o desejado.

Citado num comunicado, Luís Onofre considera ainda que “as conclusões deste estudo reforçam o acerto estratégico de várias opções do setor do calçado: a procura de novos mercados, a aposta em produtos sustentáveis e a valorização dos produtos portugueses, nomeadamente nos canais ‘online’”.

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Zero diz que hidrogénio é boa opção mas nem sempre eficiente

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

Para os ambientalistas “é uma boa opção no combate às alterações climáticas” desde que se esteja a falar de hidrogénio produzido a partir de fontes renováveis, tão sustentáveis quanto possível".

O hidrogénio verde é “sem dúvida” uma boa opção no combate às alterações climáticas, mas nem sempre é eficiente, diz o ambientalista Francisco Ferreira, que pede cuidado nas escolhas de energias renováveis.

Em entrevista à Lusa, a propósito da aposta por parte do Governo, que organiza dia 7 uma conferência sobre hidrogénio no âmbito da presidência do Conselho da União Europeia (UE), Francisco Ferreira alerta que nos próximos anos é preciso “ir selecionando o que é que faz mais sentido para, do ponto de vista da eficiência, fazer o maior uso do hidrogénio”.

“Esse é que é o nosso apelo. A Estratégia Nacional do Hidrogénio nem sempre é coerente, nalguns casos faz apostas que são más apostas pelas perdas de eficiência que envolvem no processo”, diz.

Licenciado em Engenharia do Ambiente, professor associado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova (FCT-Nova), Francisco Ferreira é também presidente da associação ambientalista Zero – Sistema Terrestre Sustentável.

E é nessa condição que afirma convictamente que o hidrogénio (um gás inflamável produzido pela separação da água em oxigénio e hidrogénio através de uma corrente elétrica) “é sem dúvida uma boa opção no combate às alterações climáticas” desde que se esteja a falar de hidrogénio produzido a partir de fontes renováveis, tão sustentáveis quanto possível.

A produção de hidrogénio verde (assim chamado se for produzido por essas energias renováveis) está em curso em Portugal e é, nas palavras de Francisco Ferreira, uma ferramenta para combater as alterações climáticas.

Mas acrescenta: “Há um aspeto absolutamente crucial: eu devo olhar sempre para todas as ferramentas que tenho disponíveis e escolher aquela que é mais eficiente e mais sustentável. O hidrogénio é adequado para muitas situações, mas não é comparativamente, por exemplo, com o uso da eletricidade renovável diretamente”.

Porque não é fácil armazenar energias renováveis, em setores associados ao transporte marítimo, aviação e transportes pesados, “o hidrogénio pode ser um vetor dessa energia a partir de fontes renováveis para ser aproveitada nestas situações”.

Ou seja, no futuro podem multiplicar-se os autocarros movidos a hidrogénio, e os barcos ou os aviões moverem-se assim. E Francisco Ferreira acrescenta ainda o setor da indústria.

Mas nos próximos anos, considera, os veículos ligeiros a bateria vão “vencer” o hidrogénio, tanto mais que hoje é fácil encontrar um posto de carregamento, ou mesmo carregar o carro em casa, e o hidrogénio “obriga a uma infraestrutura mais complexa e dispendiosa”.

“Onde tenho margem de manobra para o hidrogénio é nos veículos pesados e desejavelmente na navegação, na aviação. Não diretamente como hidrogénio, apesar de ele também poder ser utilizado, mas inclusivo como amónia, feita a partir de hidrogénio renovável”, salienta o professor e ambientalista.

Francisco Ferreira não concorda, no entanto, com outra aplicação que está planeada para o hidrogénio, a de adicionar uma pequena percentagem na rede de gás natural.

E explica porquê: “Ter um fogão e um esquentador em casa alimentado a gás natural com um bocadinho de hidrogénio é muito menos eficiente e mais poluente em termos de emissões de dióxido de carbono do que ter eletricidade a ser utilizada num fogão elétrico ou numa bomba de calor. Em muitos casos o uso da eletricidade é efetivamente mais eficiente”.

E é de eficiência que fala quando volta a lembrar os automóveis elétricos ligeiros. Há eficiência quando se capta energia solar ou eólica, se transforma em eletricidade e se carrega a bateria. Há muito menos eficiência quando se produz hidrogénio a partir da energia solar ou eólica para usar numa célula elétrica de combustível e assim gerar eletricidade no motor do carro elétrico (os motores de um carro elétrico ou a hidrogénio são idênticos).

Depois, acrescenta, há ainda o problema dos custos de produção de hidrogénio, que numa primeira fase terá de ser suportada economicamente para ganhar escala, além da grande quantidade de energia solar e eólica que vai ser precisa para a eletrólise. Vão ser precisos por exemplo grandes parques solares, e “não se pense que o solar e o eólico não têm impactos ambientais, porque têm”.

“Devo ter sempre princípios de eficiência para que não precise de ´alcatifar´ zonas do país sensíveis do ponto de vista natural e paisagístico, para depois perder o rendimento daquela produção à custa da produção de hidrogénio para usos onde a eletricidade era muito preferível”, avisa.

Francisco Ferreira é cauteloso mas não cético. Fala da “grande vantagem” de Portugal em termos de diferentes formas de produzir eletricidade, fala da possibilidade de o hidrogénio armazenar essa eletricidade, de ele poder ser transportado por exemplo em barcos movidos a hidrogénio, fala de postos de produção descentralizada e postos de abastecimento de hidrogénio.

E há perigo de explosões? O hidrogénio é perigoso? É, diz Francisco Ferreira. Mas acrescenta de imediato que haverá regulamentação e segurança para lidar com esse perigo.

Para Francisco Ferreira o processo que agora se inicia é “como os veículos elétricos”.

“Neste momento já ninguém põe em causa que vou deixar de vender veículos com motor de combustão, já foi assumido por todas as marcas. Pode ser em 2030, 2035, mas conseguiu-se chegar a esse ponto porque houve estímulos para a venda dos veículos”, houve imposições da UE para que os veículos emitissem cada vez menos gases com efeito de estufa.

Francisco Ferreira, professor, dirigente da Zero, não tem dúvidas. “E no caso do hidrogénio é exatamente a mesma coisa”.

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Câmara de Sines pronta para receber grandes projetos de hidrogénio

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

“Acreditamos que Sines pode continuar a ter um papel muito importante na energia que é produzida em Portugal mas sobretudo naquela que também é exportada”, diz o autarca Nuno Mascarenhas.

A Câmara Municipal de Sines está pronta para receber os grandes projetos anunciados para o hidrogénio verde, que vão envolver os municípios vizinhos nomeadamente na produção de energia solar e promete “novidades” para breve.

A promessa é do presidente da Câmara, Nuno Mascarenhas, em entrevista à Lusa a propósito da aposta do Governo na produção em larga escala de hidrogénio verde (assim chamado porque produzido a partir de fontes renováveis), um tema que será objeto de uma conferência no dia 7, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

O responsável começa por dizer que não tem muita informação além da que vem na comunicação social (projetos de produção de hidrogénio verde para exportação que envolvem pelo menos sete mil milhões de euros) mas admite que tem tido “algumas reuniões”.

A questão do hidrogénio verde faz parte de uma estratégia que o Governo português tem de atingir a neutralidade carbónica em 2050, e obviamente é imprescindível diminuir os gases com efeito de estufa, afirma.

“Naturalmente que o hidrogénio tem aqui um papel importantíssimo e nós temos acompanhado, desde que o Governo aprovou a Estratégia Nacional para o Hidrogénio, de perto esta temática. Temos tido contacto por parte de alguns investidores, que pretendem instalar em Sines algumas unidades, mas neste momento não passam de intenções, não temos dados em concreto”.

O hidrogénio verde produz-se fazendo passar energia pela água através de um catalisador e porque essa energia tem de ser de fontes renováveis são precisos muitos painéis solares, estando o presidente ciente de que são necessárias “áreas enormes”.

“Isso é um trabalho que está a ser desenvolvido por vários departamentos do Governo português, em conjunto com as autarquias”, estando envolvida a autarquia de Sines mas também a de Santiago do Cacém, “uma vez que são necessárias grandes áreas”.

Sines, admite Nuno Mascarenhas, não é um município muito grande, pelo que “obviamente” precisa que os municípios “em redor” tenham também muitas dessas centrais fotovoltaicas.

“Existe de facto um trabalho que está a ser feito, coordenado pela secretaria de Estado da Energia, e estamos em crer que dentro de relativamente pouco tempo deve existir novidades relativamente a esta matéria”, diz.

Sines aliás, contou o responsável, tomou medidas para evitar que o concelho fosse submerso por painéis solares, ainda que mesmo assim existam muitas áreas disponíveis, num total de dois mil hectares, que podem ser usados para instalar centrais fotovoltaicas.

Nas energias renováveis o presidente da Câmara diz existirem “em carteira” quase uma dezena de projetos, alguns praticamente aprovados, outros em vias de licenciamento. Mas porque quer mais desenvolvimento para o concelho, ao autarca não lhe bastam centrais fotovoltaicas, diz que os painéis solares devem ser mesmo produzidos em Sines.

“Estamos a falar com várias empresas nesse sentido, e os projetos neste momento que estão em causa são projetos muito interessantes. Alguns de produção de hidrogénio, outros que também produzem amoníaco, e todos eles são importantes para substituir aquilo que foi o encerramento da central termoelétrica”.

Nuno Mascarenhas refere-se ao encerramento, em janeiro passado, da central termoelétrica de Sines. A central que durante anos produziu energia elétrica a partir do carvão e aqueceu a praia de S. Torpes ainda lá está, mas agora parada, em vias de começar a ser desmantelada.

O presidente da Câmara recorda que ficaram no desemprego 400 trabalhadores, 150 diretamente da EDP e 250 da parte dos consórcios que trabalhavam na central. Mas diz acreditar que grande parte dessa mão de obra será absorvida pelo ‘cluster’ do hidrogénio, mas também por outras áreas que vão ser desenvolvidas, seja no incremento do próprio porto de Sines, seja noutros setores.

Sem dar garantias, Nuno Mascarenhas deixa convicções. Sines “atravessa um momento de viragem”, há investimentos a decorrer na área do turismo, na área do digital o cabo submarino que ligará em breve Portugal ao Brasil (entre Fortaleza e Sines) vai permitir instalar por exemplo “alguns ‘data center’”, sem falar do próprio hidrogénio e de indústrias que podem ser agregadas.

Com tudo isto quantos empregos podem ser criados em Sines? ´”É difícil dizer”, afirma Nuno Mascarenhas. E acrescenta logo de seguida: “Mas um projeto único pode criar cerca de 800 a 900 postos de trabalho, não estou a falar de um projeto relacionado com o hidrogénio, falo de outro, mas diz bem da dimensão daquilo que está neste momento em causa e que seguramente nos próximos tempos iremos ter novidades a esse respeito”.

Questionado pela Lusa recusa dizer de que projeto se trata, como também não diz onde se vão localizar os grandes projetos do hidrogénio. No espaço da central termoelétrica? É uma “decisão da EDP”, um dos anunciados grandes investidores, mas Nuno Mascarenhas acredita que pode ser esse o local, até pela proximidade do mar, ainda que na zona industrial haja também “uma capacidade de instalação enorme”.

Mas uma coisa o presidente da Câmara diz saber. É que Sines tem condições “excelentes” para receber todo esse investimento, seja a localização junto ao mar, o porto de águas profundas, a ligação às redes de gás natural ou as unidades industriais que vão também elas consumir hidrogénio.

Da sua parte ele, o investimento, que venha “já amanhã”, que se comece a produzir hidrogénio e que se comece a exportar pelo porto de Sines, que “tem todas as condições para exportar o que quer que seja” para a Europa e para o mundo.

E não o assusta os eventuais riscos associados à produção e armazenamento de hidrogénio, lembra os grandes tanques de gás natural liquefeito, salienta o grande investimento na área da segurança.

Por duas vezes diz acreditar sinceramente que o hidrogénio verde será a tecnologia do futuro e que Sines será o grande polo dessa tecnologia. E depois usa o plural: “Acreditamos que Sines pode continuar a ter um papel muito importante na energia que é produzida em Portugal mas sobretudo naquela que também é exportada”.

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