Governo disponibiliza até 400 mil euros para promoção dos direitos dos consumidores

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

As candidaturas estão abertas até 18 de outubro e podem ser apresentadas junto da Direção-Geral do Consumidor.

O Governo vai disponibilizar até 400.000 euros para projetos de promoção de direitos dos consumidores, no âmbito da nova fase de candidaturas ao Fundo de Promoção dos Direitos dos Consumidores, aberta até 18 de outubro, foi anunciado esta sexta-feira.

“O Governo, através do Ministério da Economia e Transição Digital, vai disponibilizar um montante global de até 400.000 euros para projetos de promoção dos direitos dos consumidores, no âmbito da 11.ª fase de candidaturas ao Fundo de Promoção dos Direitos dos Consumidores”, anunciou, em comunicado.

Segundo o mesmo documento, o apoio relativo ao Eixo C – Informação, educação e apoio dos consumidores é destinado ao financiamento de projetos relacionados com “o financiamento das atividades de apoio, aconselhamento e acompanhamento dos consumidores endividados prosseguidas pelas entidades que integram a Rede de Apoio ao Consumidor Endividado (RACE)”.

As candidaturas estão abertas até 18 de outubro e podem ser apresentadas junto da Direção-Geral do Consumidor.

“Este instrumento surge num momento em que é necessário prestar apoio aos consumidores mais vulneráveis e, especialmente, aos mais afetados pela pandemia de Covid-19”, defendeu, citado no mesmo documento, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, acrescentando que uma das prioridades da ação governativa passa por garantir que os consumidores podem aceder a uma rede de aconselhamento e suporte para prevenir “situações de incumprimento e esclarecer as suas dúvidas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sindicato têxtil pede intervenção do Governo para salvar a Dielmar

“Tem de existir vontade política. O Governo tem uma responsabilidade nisto tudo”, diz o sindicato têxtil da Beira Baixa. Não há dinheiro para salários e as propostas não agradam ao gestor judicial.

O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa ainda “acredita na viabilização da Dielmar”, apesar de o administrador de insolvência considerar que as duas propostas apresentadas “apresentam insuficiências ou condicionantes eventualmente inultrapassáveis, no que se refere ao preço, ao objeto ou aos meios financeiros”.

Em declarações ao ECO, Marisa Tavares sublinha que “tem de existir vontade política” e considera que “o Governo tem uma responsabilidade nisto tudo”. No Executivo socialista, a dirigente sindical espera “que se encontrem as soluções para que seja dado o tempo necessário para ser encontrada uma solução”.

Como o ECO adiantou esta sexta-feira, há dois interessados na empresa de vestuário, mas as condições não agradam ao gestor judicial. No relatório enviado ao Tribunal do Fundão, João Maurício Gonçalves sugere o fecho definitivo e imediato da empresa ou, em alternativa, o adiamento da decisão até ao final deste mês para tentar melhorar as propostas que estão em cima da mesa.

“Sempre alertamos que as manifestações de interesse não são o mesmo que a apresentação concreta de propostas. Mas se existe caminho para andar, que seja dado o tempo necessário. Isto não fica por aqui”, refere a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa.

"Sempre alertámos que as manifestações de interesse não são o mesmo que a apresentação concreta de propostas. Mas se existe caminho para andar, que seja dado o tempo necessário.”

Marisa Tavares

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa

Depois de terem sido pagos os ordenados de agosto e de setembro com o Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva (AERP) e com um empréstimo do Banco de Fomento, o administrador de insolvência da Dielmar avisa que a massa insolvente não tem dinheiro para suportar os salários de outubro aos 244 trabalhadores que mantêm vínculo contratual com a Dielmar.

Questionada sobre este risco específico para o rendimento dos trabalhadores, identificado pelo gestor judicial nomeado no início de agosto após a empresa de Castelo Branco se ter apresentado à insolvência, a sindicalista Marisa Tavares insiste na intervenção do Estado: “O Governo tem de ter um papel fulcral e têm de ser tomadas medidas”.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, já assegurou que “o dinheiro público não serve para salvar empresários” e reconheceu que “se calhar” não vai recuperar os montantes que tinham sido injetados na empresa nos últimos anos. A Dielmar, que era uma das maiores empregadoras da região, tem uma dívida de oito milhões de euros a várias entidades do Estado, de cerca de seis milhões à banca e deve ainda 2,5 milhões a fornecedores e 1,7 milhões à Segurança Social.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Altice espera que Governo rejeite a proposta da Anacom sobre tarifa social de Internet

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

A Altice aponta que a proposta da Anacom sobre tarifa social de Internet não contempla as considerações partilhadas pelos operadores e contém alterações substanciais face à versão sujeita a consulta.

A Altice Portugal criticou esta sexta-feira a proposta da Anacom sobre a tarifa social de Internet, que diz “desrespeitar a posição do Governo” e espera que o executivo “se pronuncie rapidamente, recusando” o relatório do regulador.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) propõe ao Governo a aplicação de uma mensalidade de cinco euros (6,15 euros com IVA à taxa de 23%) para o serviço de acesso à Internet em banda larga. Na decisão final aprovada esta semana, o regulador aumentou o valor mínimo de tráfego mensal da oferta da tarifa social de acesso à Internet de banda larga, de 12 GB para 30 GB.

“Lamentavelmente, já não é com surpresa que a Altice Portugal toma conhecimento das múltiplas decisões da Anacom”, afirmou fonte oficial da empresa, acrescentando que “a atuação deste regulador nos últimos três anos tem sido caracterizada pela tomada de decisões contrárias ao que é levado a consulta pública e ao que é definido pelo Governo e por alterações de regras a meio do jogo“.

A proposta que a Anacom apresentou ao Governo sobre a tarifa social de Internet “não contempla, mais uma vez, as considerações partilhadas pelos operadores e contém alterações substanciais face à versão sujeita a consulta, dado que na consulta o regulador pediu pronúncia sobre uma oferta com 10Mbps de velocidade e ‘plafond’ de tráfego de 12GB, e não com velocidade de 30Mbps e ‘plafond’ de 30GB”, ou seja, “o triplo do que colocou em consulta”, salientou a mesma fonte.

No que respeita ao preço, “o valor agora proposto pela Anacom representa um desconto de mais de 65% face à prática do mercado, o que contrasta expressivamente com o que é aplicado noutros setores de atividade e, internacionalmente, no setor das comunicações eletrónicas, o que mais uma vez é demonstrativo da atuação do regulador no sentido de destruir o setor em Portugal”, critica a empresa liderada por Alexandre Fonseca.

“Adicionalmente, o que a Altice Portugal retira desta proposta apresentada agora pela Anacom, é que esta entidade volta a desrespeitar a posição do Governo (que tinha referido anteriormente um ‘plafond’ de tráfego de 10GB), pelo que esperamos que o Governo se pronuncie rapidamente, recusando este relatório”, rematou fonte oficial.

Também esta sexta-feira, a associação dos operadores de comunicações Apritel afirmou que a decisão da Anacom sobre a tarifa social de Internet “triplica os requisitos apresentados na consulta pública”, afastando “Portugal da média europeia”, mas espera que “Governo corrija esta atuação”.

Na quarta-feira, a Vodafone tinha afirmado que fora “com grande surpresa” que tinha tomado conhecimento da proposta da Anacom, “onde não só não foram refletidas as considerações e preocupações partilhadas pelos operadores de comunicações, como foram introduzidas alterações face à versão sujeita a consulta, que agravam essas mesmas”.

Na quinta-feira, o Ministério da Economia confirmou à Lusa que já tinha recebido a proposta da Anacom sobre a tarifa social de Internet, estando “em fase de apreciação para decisão final” pelo Governo, “que poderá, ou não, seguir os termos” da mesma.

A tarifa social de Internet “será disponibilizada por todas as empresas que oferecem este tipo de serviço a consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais e visa mitigar uma das barreiras à utilização do serviço de acesso à Internet em banda larga, os elevados preços a pagar pelo acesso ao mesmo, promovendo a sua utilização”, referiu o regulador na quarta-feira, em comunicado.

O universo potencial “de beneficiários da tarifa social de acesso à Internet em banda larga é na ordem das 800 mil pessoas e estará disperso por todo o território nacional, podendo o número de beneficiários efetivos ser inferior ao referido”, segundo a Anacom.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ocupação Covid em cuidados intensivos cai 12% numa semana

Na semana passada havia 69 doentes internados em UCI, o equivalente a 27% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, revela o relatório das linhas vermelhas.

O número de camas ocupadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) com casos de Covid nos hospitais nacional tem registado uma “tendência decrescente”. Segundo o relatório de linhas vermelhas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a 29 de setembro havia 69 camas ocupadas, apenas 27% do limiar definido como crítico. Destaque ainda para o valor médio do R(t), que aumentou em todas as regiões do continente.

Na semana passada havia 69 doentes internados em UCI, o equivalente a 27% (na semana passada foi 29%) do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, diz o documento. Nas últimas semanas, “este indicador tem vindo a assumir uma tendência decrescente”, tendo diminuído 12% face à semana anterior. O grupo etário com maior número de casos internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos (38 casos neste grupo etário a 29/09/2021).

O relatório refere ainda que o número de reprodução efetivo, R(t), calculado por data de início de sintomas foi de 0,89, tanto a nível nacional, como no continente. “Observou-se um valor de R(t) inferior a 1 em todas as regiões, indicando uma tendência decrescente da incidência de infeção“.

Comparando com o último relatório, o valor médio do R(t) aumentou em todas as regiões do continente: o Norte registou um ligeiro aumento de 0,82 para 0,90, o Centro passou de 0,81 para 0,84, Lisboa e Vale do Tejo aumentou de 0,84 para 0,88, Alentejo passou de 0,82 para 0,99 e o Algarve passou de 0,77 para 0,87. “Estes resultados sugerem uma estabilização da velocidade da transmissão nestas regiões“.

No que toca à incidência cumulativa a 14 dias por 100.000 habitantes, esta estava em 98 na semana passada, também “representando uma tendência decrescente”. A incidência cumulativa a 14 dias por região de saúde do continente “salienta a diminuição da incidência em todas as regiões de saúde”, com destaque para a região do Algarve, que “mantém o valor de incidência mais elevado, mas já abaixo do limiar de 240 casos por 100.000 habitantes”.

. Incidência cumulativa a 14 dias (por 100 000 habitantes) e variação relativa (%) aos sete dias anteriores, por região de saúde do continente, a 29/09/2021. | Fonte: INSA

O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 0 aos 9 anos (157 casos por 100.000 habitantes) que, no entanto, apresenta uma “tendência estável a decrescente”. Já o grupo etário dos indivíduos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 89 casos, o “que reflete um risco de infeção inferior ao risco da população em geral, com tendência decrescente”.

De acordo com o relatório, a fração de casos notificados entre os testes realizados observada nos últimos sete dias foi de 1,2% (1,6% no último relatório), valor inferior ao limiar definido de 4%, “o que sugere uma tendência decrescente”. Observa-se um aumento no número total de testes realizados nos últimos sete dias, que foi de 387.647 (3416.85 testes no último relatório).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bundestag vai ter 735 deputados, um número recorde

  • ECO
  • 1 Outubro 2021

As eleições na Alemanha trouxeram não só uma maior diversidade de deputados no Bundestag, mas também um número recorde de parlamentares: 735. É mais do triplo do que em Portugal.

A Alemanha foi a votos no passado domingo, pondo fim a um ciclo de 16 anos de governação de Angela Merkel. E estas eleições não deixaram apenas o país num cenário político marcado pela incerteza, mas também um parlamento a “rebentar” pelas costuras.

Ao contrário do que acontece noutros países, o parlamento alemão não tem um número fixo de cadeiras. No mínimo há 598 representantes no Bundestag que podem, em teoria, ser esticados para 900. A título de exemplo, nas eleições de 2013 havia 630 deputados, número que subiu para 709 em 2017, um máximo de sempre.

Assim, o número de deputados com assento parlamentar varia consoante a contagem dos votos. Problema: com dois votos no boletim — um direto num representante do distrito, outro na lista de um partido –, cada alemão pode escolher votar em dois partidos. No final, são os votos no partido que refletem a representação no Parlamento, mas quanto maior for a dispersão partidária entre os 299 eleitos diretamente e os votos num partido, mais cresce o número de deputados.

E foi precisamente isso que aconteceu nestas eleições. O parlamento alemão conta agora com 735 deputados, ou seja, mais 26 face à anterior legislatura (709). Trata-se do valor mais elevado de sempre.

Este valor é inclusivamente superior ao número de deputados que estão no Parlamento Europeu: 705. E se compararmos com a realidade portuguesa a diferença é ainda mais significativa. Na Assembleia da República estão 230 deputados. Isto significa que no Bundestag estarão mais do triplo dos deputados com assento no parlamento português.

Além de bater o recorde no número de deputados, o parlamento alemão vai também ser mais diversificado. Dos 735 novos parlamentares, pelo menos 83 são imigrantes ou filhos de pais que migraram para o país, segundo o Deutsche Welle.

Este número recorde de deputados acarreta custos acrescidos, dado que cada parlamentar tem uma remuneração base de 10.012,89 euros por mês. Além disso, cada deputado recebe ainda um subsídio para gastar em despesas associadas ao cumprimento do mandato no valor de 4.560,59 euros por mês, sendo que este subsídio serve, por exemplo, para despesas de arrendamento de escritório, bem como para contratar pessoal. Há ainda outras benesses de que podem usufruir, nomeadamente uma verba de 12 mil euros por ano para gastar em material de escritório, segundo o Deutsche Welle.

Os resultados oficiais deram ao SPD a vitória nas eleições parlamentares alemãs, com 25,7% dos votos e 206 deputados eleitos. O partido liderado por Olaf Scholz consegue assim interromper o ciclo de quatro escrutínios seguidos em que a união entre a CDU e a CSU foi sempre a mais votada. Com 18,9%, os democratas-cristãos registam o pior resultado de sempre e ficam-se pelos 151 deputados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo de Sousa questiona sinais dados pelo PS com rejeição de aumento do SMN

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

“Ainda hoje o PCP levou à AR o aumento do Salário Mínimo Nacional, rejeitado com apoio do PS. São estes os sinais que o PS quer dar"?, perguntou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP questionou esta sexta-feira os sinais dados pelo PS ao rejeitar propostas do partido como o aumento do Salário Mínimo Nacional, defendendo que o Orçamento do Estado “só tem sentido” na sinalização de um caminho diferente.

Num comício realizado ao final da tarde, Jerónimo de Sousa assegurou que “o PCP está, como sempre esteve, disponível para soluções e respostas claras”.

“Não faltaremos com a nossa intervenção e propostas para encontrar as soluções que sirvam os trabalhadores e o povo. O que falta é a vontade do Governo e do PS para levar a sério as respostas que o país precisa”, acusou.

Perante centenas de militantes, o líder comunista apontou vários exemplos de propostas do partido rejeitadas pelo PS “com o apoio da direita”, como a revogação das normas da legislação laboral, a redução do preço da energia ou a proteção do direito à habitação.

“Ainda hoje o PCP levou à AR o aumento do Salário Mínimo Nacional, rejeitado com apoio do PS. São estes os sinais que o PS quer dar em matéria de resposta à vida de milhões de portugueses?”, questionou.

Jerónimo de Sousa perguntou ainda “que significado quer” o PS que se atribua a estas opções “quando se discute um Orçamento do Estado que só tem sentido (…) se for integrado nessa perspetiva de uma resposta clara aos problemas e uma sinalização de um caminho diferente”.

Antes do comício, realizou-se desde o Largo de Camões e até à Rua 1.º de Dezembro um desfile de centenas de militantes comunistas, ao qual se juntou Jerónimo de Sousa já no final, acompanhado do candidato da CDU em Lisboa, o antigo eurodeputado João Ferreira.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP exigiu “respostas e soluções abrangentes”, também no conteúdo do próximo Orçamento, mas não só, deixando claro que essa “clarificação” pesará no posicionamento dos comunistas.

Não se pode adiar mais assumir a questão dos salários como uma emergência nacional (…) Não se pode adiar mais a recuperação do poder de compra perdido pelos reformados com pensões superiores a 658 euros, assumindo um aumento de todas as pensões”, defendeu.

A eliminação da caducidade da contratação coletiva, o investimento nos serviços públicos, a garantia de creche gratuita para todas as crianças ou a resposta aos problemas de habitação foram outras das reivindicações do líder do PCP.

Não se pode adiar mais uma política fiscal que desagrave de facto os rendimentos mais baixos e intermédios e tribute decisivamente os dividendos, lucros e património elevados”, apelou ainda.

No comício, ao ar livre e que provocou a curiosidade de alguns turistas, Jerónimo de Sousa voltou à análise dos resultados autárquicos do passado domingo, dizendo não iludir perdas (a CDU passou de 24 para 19 câmaras), mas também não poder “menorizar os resultados” de 9,1% dos votos do total nacional e 451 mil votos.

“Não foi uma batalha fácil esta que acabámos de travar. Tudo o que se conseguiu exigiu um duplo esforço”, considerou.

Para o PSD e para o CDS-PP, mas também para “os sucedâneos” Chega e Iniciativa Liberal, Jerónimo de Sousa deixou um recado: “Há por aí quem se ande a pôr em bicos de pés, empolando resultados que não tiveram, para com eles dar credibilidade e um suposto e imparável apoio popular ao relançamento dos seus projetos retrógrados e antidemocráticos”, criticou.

“Sem subestimar as maiorias obtidas em algumas autarquias mais emblemáticas, a verdade é que a votação de PSD e CDS é inferior à de 2017”, apontou.

O secretário-geral do PCP terminou o comício com uma mensagem de confiança: “Cá estamos, cá estaremos. A luta continua, a luta vale a pena!”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Glovo prepara IPO para 2022 a valer mais de 2.000 milhões

  • ECO
  • 1 Outubro 2021

Empresa de tecnologia está a trabalhar com o Morgan Stanley e a Uría Menéndez para acelerar a sua estreia no mercado.

A Glovo deu mais um passo para abrir o capital a investidores. A start-up espanhola de entrega ao domicílio já conta com o apoio do Morgan Stanley e da Uría Menéndez para avançar no processo de Oferta Pública Inicial de Ações (IPO, na sigla em inglês). De acordo com o Cinco Días (conteúdo em espanhol), isso vai acontecer em 2022.

Esta operação vai dar origem à primeira grande estreia de uma empresa de tecnologia nascida no ecossistema empresarial espanhol. A start-up, que fechou a última ronda de financiamento de 450 milhões de euros em abril deste ano, disparou o seu valor de mercado para mais de 2.000 milhões, segundo fontes próximas da empresa, citadas pelo jornal espanhol.

A Glovo parece ter acelerado o plano de abrir o capital (a empresa referiu que o faria em dois ou três anos), depois de aumentar as receitas devido à pandemia e de cortar suas perdas em 80%. A empresa fechou o exercício de 2020 com um volume de negócios global de 360 ​​milhões de euros (contra 128 milhões em 2019) e perdas de 51,4 milhões, muito longe dos 238,5 milhões do ano anterior.

A empresa tem como primeiro acionista um dos seus principais concorrentes, a alemã Delivery Hero, que controla 47% do capital após a última ronda de financiamento, a maior feita por uma start-up espanhola, na qual também entraram os fundos norte-americanos Luxor Capital (um acionista significativo da Delivery Hero) e Lugard Road Capital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Matosinhos, Abrantes e Sines querem rapidez na aplicação do fundo de transição energética

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

Matosinhos, Abrantes e Sines defendem um “modelo de gestão eficiente”, que tenha “em consideração as realidades territoriais" e que "atenda às necessidades locais”.

Matosinhos, Abrantes e Sines assinaram um memorando onde se comprometem a encetar todos os esforços para que o envelope financeiro disponibilizado por Bruxelas para os trabalhadores e empresas afetados pela transição energética seja aplicado sem atrasos.

Em comunicado, as três autarquias revelaram a assinatura de um memorando de entendimento onde defendem que o Fundo para uma Transição Justa (FTJ) deve ser aplicado atempadamente sob um “modelo de gestão eficiente”, que tenha “em consideração as realidades territoriais” e que “atenda às necessidades locais”.

Para os municípios, o FTJ deve concentrar-se “essencialmente nestes três territórios” porque “os concelhos de Abrantes, Matosinhos e Sines são os primeiros chamados a contribuir diretamente para que Portugal atinja os objetivos de descarbonização, assistindo ao encerramento de instalações industriais de grande dimensão: a refinaria de Leça da Palmeira [Matosinhos], a central do Pego [Abrantes] e a central de Sines”.

O comunicado de imprensa, divulgado pela Câmara de Matosinhos, no distrito do Porto, referiu também que as conversações entre a autarca matosinhense, Luísa Salgueiro, de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos e de Sines, Nuno Mascarenhas, todos socialistas, começaram há cerca de um mês e resultou na elaboração do memorando.

“No documento, os autarcas (…) defendem ‘a criação de mecanismos que garantam a segregação entre os fundos da política de coesão e o Fundo para a Transição Justa, assegurando que este último se deve aplicar em adicionalidade aos restantes fundos, nas economias locais e no sentido de alavancar uma transição económica e digital, mitigando os impactos negativos destas nas comunidades’”, pode ler-se.

Os autarcas pretendem ainda “assegurar que os programas operacionais regionais e o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] contribuam para o reforço dos financiamentos disponíveis, em particular para os projetos municipais relacionados com a reconversão ambiental, social, energética e económica, considerando majorações para os incentivos a atribuir, quer a entidades públicas, quer do setor privado, sejam empresas ou entidades da economia social”.

Abrantes, Matosinhos e Sines comprometeram-se também a “garantir uma estreita cooperação entre as CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional], os municípios, as comunidades intermunicipais e as comunidades onde estão inseridos e a “estabelecer mecanismos de cooperação que permitam a partilha de experiências e o desenvolvimento conjunto de projetos, sobretudo nas áreas da inovação, energia e produção de conhecimento”.

“Sempre que possível, os três municípios apresentarão candidaturas conjuntas a linhas de financiamento diretas da Comissão Europeia, associando-se a outros municípios europeus igualmente atingidos pelo encerramento de instalações industriais no setor energético”, sublinharam ainda.

A Galp desligou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.

O encerramento da refinaria de Matosinhos, em abril, representa perdas de 5% do PIB em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto, segundo um estudo socioeconómico a que a Lusa teve acesso.

Os trabalhos de descomissionamento de Sines tiveram início em 15 de janeiro de 2021, mas o processo pode demorar cinco anos.

Em atividade desde 1985, a central a carvão da EDP, no distrito de Setúbal, contava com 107 trabalhadores diretos, aos quais foi proposto “um conjunto de diferentes opções“, desde, por exemplo, “a passagem a reforma ou pré-reforma ou o acesso a oportunidades de mobilidade dentro do grupo EDP”, adiantou fonte oficial da empresa, em janeiro.

A central do Pego, no distrito de Santarém, é a única central a carvão atualmente em atividade em Portugal cujo Contrato de Aquisição de Energia (CAE) cessa em 30 de novembro deste ano.

A reconversão da central motivou um desentendimento entre os acionistas. A TrustEnergy, acionista maioritária, queria reconverter a central num Centro Renovável de Produção de Energia Verde, projeto que, de forma faseada, implicará um investimento de 900 milhões de euros, considerando que “a melhor opção não será o desmantelamento da estrutura”.

A Endesa, segunda maior acionista da central a carvão do Pego, discorda da decisão de uma reconversão baseada na biomassa (queima de resíduos florestais) e quer que o Governo lance novo concurso e propõe um projeto de 600 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investigação aponta erro humano no acidente com alfa, mas também responsabiliza IP

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

O descarrilamento do comboio Alfa Pendular em Soure, em julho de 2020, deveu-se a erro humano, segundo o relatório da investigação. Mas esta também responsabiliza a IP.

O descarrilamento do comboio Alfa Pendular, na vila de Soure, distrito de Coimbra, em julho de 2020, que provocou dois mortos e 44 feridos, deveu-se a erro humano, mas a investigação também responsabiliza a Infraestruturas de Portugal (IP).

As conclusões constam do relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso esta sexta-feira, o qual revela que “os custos materiais diretos do acidente rondaram os 11 milhões de euros e o impacto económico dos atrasos decorrentes do acidente cifra-se em cerca de 575 mil euros“.

O comboio, com 212 passageiros e que seguia no sentido sul-norte, com destino a Braga, descarrilou na tarde de 31 de julho de 2020, após abalroar um veículo de conservação de catenária (VCC), que entrara na via, segundos antes, junto à localidade de Matas, provocando a morte aos dois trabalhadores da IP, que estavam no VCC, e 44 feridos, três dos quais graves.

O acidente não se deveu a qualquer anomalia técnica, tendo estabelecido como explicação mais provável para a ultrapassagem indevida do sinal S5 [vermelho] pelo VCC, um erro da tripulação na identificação do sinal que dizia respeito à linha em que o comboio se encontrava, tendo entendido que se lhes aplicava o sinal S3 com aspeto verde para a passagem do comboio rápido n.º 133 [Alfa Pendular]”, concluiu o GPIAAF.

Além do “provável erro” na interpretação do sinal pelo VCC, a investigação aponta ainda como fator contributivo para o acidente, entre outros, o facto de este veículo de manutenção não estar equipado com o sistema de controlo automático de velocidade (CONVEL).

Em julho de 2018, a IP comprometeu-se com a instalação do CONVEL nos VCC, mas a medida, “sujeita a cabimentação financeira”, até à data do acidente, nunca avançou.

O compromisso da IP consta da resposta enviada ao GPIAAF, após este organismo alertar para o risco de estes veículos circularem sem CONVEL, após um deles ultrapassar “indevidamente” um sinal vermelho na estação Roma-Areeiro, em Lisboa, em janeiro de 2016.

O relatório final enumera também vários fatores contributivos para o acidente, nomeadamente “o reduzido conhecimento do local pela tripulação do VCC, tendo passado na estação de Soure, no sentido norte-sul, em média, uma vez por ano”, assim como “a reduzida proficiência da tripulação proporcionada pela organização do seu trabalho e funções”.

“A monitorização da função da condução de veículos motorizados especiais [VME – como o que provocou o acidente] não era assegurada pelo gestor da infraestrutura [IP], conforme prevista nas suas obrigações”, sublinha a investigação, denunciando que “não foi implementada” pela IP “a recomendação interna de melhorar a identificação” dos sinais instalados no local do acidente (S3 e S5).

“O histórico de SPAD [sigla em inglês de passagem não autorizada de um sinal vermelho] ocorridos com VME não foi integrado no processo de aprendizagem e monitorização dos riscos do gestor da infraestrutura [IP]; não foi feita pelo gestor da infraestrutura a reavaliação do risco da circulação de VME em via aberta à exploração, recomendada pelo GPIAAF em 2018 à autoridade nacional de segurança [IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes]”, salienta a investigação.

O GPIAAF revela também a “insuficiente supervisão pela autoridade nacional de segurança no que respeita aos SPAD do gestor da infraestrutura”.

“Constata-se que muitos dos fatores causais e contributivos determinados na investigação são fatores sistémicos, ou seja, de natureza organizativa, de gestão, societal ou regulamentar suscetível de afetar futuras ocorrências semelhantes ou relacionadas no futuro, sobre os quais é essencial uma ação decidida por parte das organizações envolvidas, uma vez que só assim é possível prevenir futuros acidentes”, alertam os investigadores.

O GPIAAF faz neste relatório dez recomendações de segurança ao IMT, para que esteja atento à atuação da IP, dos maquinistas e ao controlo do risco de circulação de comboios sem supervisão de CONVEL nas linhas equipadas.

Este organismo lembra que “a maioria dos fatores sistémicos estavam identificados em 2018” e constam do relatório ao acidente que envolveu um VCC na estação de Roma-Areeiro, em Lisboa, no qual “aborda ultrapassagens indevidas de sinais fechados por veículos do gestor da infraestrutura”.

“O historial de eventos deste tipo ilustra bem a denominada pirâmide de Heinrich, a qual postula que um grande acidente é precedido de diversos eventos menores e de gravidade crescente, com pré-condições comuns”, salienta o GPIAAF.

IP “não se conforma” com conclusões da investigação

A Infraestruturas de Portugal (IP) “não se conforma” com as conclusões da investigação ao acidente do Alfa Pendular, em Soure, distrito de Coimbra, assegurando que cumpre todas as regras, refutando responsabilidades no acidente.

O descarrilamento do comboio, ocorrido em 31 de julho de 2020 e que provocou dois mortos e 44 feridos, deveu-se a erro humano, mas o relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso esta sexta-feira, assinala a inação da IP na implementação de medidas concretas e recomendações de segurança.

A IP, na qualidade de GI [gestor da infraestrutura], sempre adotou uma postura de total e rigorosa ‘compliance’ [que visa cumprir e fazer cumprir as normas legais e regulamentares] com todas as normas aplicáveis e uma vigilante e pró-ativa política de prevenção e segurança, no sentido da maximização e melhoria contínua, de acordo com as melhores práticas vigentes em cada momento, das condições de segurança dos seus trabalhadores, dos utilizadores da infraestrutura e da sociedade em geral”, sublinha a empresa, na resposta enviada ao GPIAAF.

A IP entende que o relatório “contém uma análise enviesada e não objetiva do acidente, inservível mesmo para os efeitos que se propõe, não de apuramento de responsabilidades, mas de uma fundamentada formulação de recomendações a seguir para o futuro”.

A investigação concluiu que as ações de prevenção que a IP “entendeu realizar para controlar o risco de SPAD [sigla em inglês de passagem não autorizada de um sinal vermelho] pelos seus veículos, dirigiram-se exclusivamente para uma solução definitiva e inegavelmente eficaz, mas cuja implementação foi sendo sucessivamente atrasada”, referindo-se à falta de instalação do sistema de controlo automático de velocidade (CONVEL), assumido pela IP, em 2018.

Além do “provável erro” na interpretação do sinal pela tripulação do veículo de conservação de catenária (VCC), a investigação aponta como fator contributivo para o acidente, o facto de este veículo de manutenção não estar equipado com este sistema.

“Enquanto esse processo se desenrolava, as condições que propiciavam os SPAD por VME [veículos motorizados especiais – como o que provocou o acidente] permaneciam latentes e, principalmente, o risco de acidente mantinha-se presente e era conhecido e previsível, permitindo até o histórico de ocorrências estimar com bastante grau de confiança a frequência anual desses eventos”, sublinha o GPIAAF.

Apesar disso, acrescenta este organismo, “nenhuma medida foi tomada pelo gestor da infraestrutura, continuando o controlo do risco a assentar exclusivamente sobre a confiança numa atuação infalível das tripulações dos VME, medida esta cujo historial, quer no GI, quer em geral no transporte ferroviário, estava demonstrado ser ineficaz para o efeito”.

A IP contrapõe dizendo que “todas as ocorrências em circulação, em particular os SPAD, que ocorreram com maquinistas da IP, são analisados e produzida informação que é partilhada com a respetiva estrutura hierárquica, que, no seguimento, desenvolvem ações em contexto de trabalho, no sentido de eliminar futuros erros”.

O GPIAAF contrapõe e sublinha “que não foram facultadas pela IP evidências que suportem tal afirmação”.

A investigação refere ainda que o gestor da infraestrutura “não tinha implementado um regime de manutenção de competências e supervisão adequado das funções de condução desempenhadas pelos trabalhadores, não aferindo assim o seu desempenho, em incumprimento com os requisitos previstos na legislação aplicável.

A IP também refuta esta acusação, salientando que “nas suas ações de monitorização no âmbito da segurança ferroviária, realiza verificações também ao nível da condução dos veículos, atuando de imediato, sensibilizando a tripulação e partilhando com a respetiva estrutura hierárquica os resultados dessas ações, que, no seguimento, desenvolvem ações em contexto de trabalho no sentido de eliminar futuros incumprimentos”.

Contudo, o GPIAAF discorda e diz que posição da IP “é contrariada pelos factos patenteados no relatório”, salientando “que a empresa não apresentou, durante a investigação, evidências de ações de supervisão realizadas no domínio da condução”.

“Pelo contrário, a IP declarou para a investigação que a prática dos acompanhamentos realizados ‘não tem como foco a verificação da proficiência da condução dos veículos, nem para a produção dos correspondentes registos’”, contrapõe a investigação, que também indica que aquela empresa nem tem pessoal acapacitado para tal função.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal deixa de exigir isolamento profilático à entrada no país

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

“Deixou de haver países cuja origem determina a sujeição a isolamento profilático”, anunciou o Ministério da Administração Interna.

Quem viajar para Portugal a partir desta sexta-feira deixa de estar obrigado a isolamento profilático independentemente da origem, de acordo com as novas regras da última fase de desconfinamento, refere uma nota do Ministério da Administração Interna (MAI).

Em comunicado sobre um conjunto de regras que vigoram até esta sexta-feira, a menos que a evolução epidemiológica obrigue a alterações, o MAI refere que “deixou de haver países cuja origem determina a sujeição a isolamento profilático”.

Nas regras aplicáveis às viagens de avião, mantém-se o reconhecimento dos certificados de vacinação e recuperação da covid-19 de países, desde que as vacinas administradas sejam as aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (Janssen, AstraZeneca, Moderna e Pfizer) e desde que se verifiquem “condições de reciprocidade”.

“A não reciprocidade no reconhecimento da validade do certificado digital europeu por países terceiros impede o reconhecimento da validade dos certificados emitidos por esses países terceiros”, refere o MAI.

Sobre viagens essenciais e não essenciais, todas são permitidas, “independentemente da origem”, desde que os passageiros apresentem certificado de vacinação ou recuperação da doença reconhecido em Portugal e em condições de reciprocidade.

Ainda relativamente a viagens essenciais e não essenciais, o MAI diz que todas são permitidas a passageiros provenientes do espaço Schengen, Brasil, EUA, Reino Unido e países enquadrados numa recomendação europeia de 2020, onde se incluem Chile, Koweit e o Ruanda e de onde foram excluídos a Bósnia-Herzegovina e a República Popular da Moldova.

Com origem nos restantes países terceiros apenas se admitem viagens essenciais, ou seja, “as que permitem o trânsito ou a entrada em Portugal de cidadãos por motivos profissionais, de estudo, de reunião familiar, por razões de saúde ou por razões humanitárias”.

Entrar em Portugal por via aérea implica a apresentação do certificado digital europeu ou certificado de vacinação ou recuperação reconhecido por parte de todos os cidadãos maiores de 12 anos.

“Em alternativa, têm de apresentar comprovativo de realização de teste laboratorial molecular por RT-PCR ou teste rápido de antigénio com resultado negativo, realizado nas 72 ou 48 horas anteriores à hora do embarque, respetivamente”, adianta o MAI, acrescentando que têm que ser testes aprovados pela União Europeia, que devem identificar o cidadão, o fabricante, indicar a data do teste e o resultado.

Não cumprir estes requisitos vai obrigar os passageiros a realizar um teste à entrada em Portugal, suportando os custos e aguardando o resultado no aeroporto.

Apenas deve ser permitido o embarque de passageiros com destino ou escala em Portugal se for apresentado o certificado digital de vacinação ou teste negativo, podendo as companhias aéreas incorrer em multas entre 500 a 2.000 euros por passageiro em caso de incumprimento.

O MAI recorda ainda que as medidas se aplicam ao embarque e desembarque de passageiros e tripulações de navios de cruzeiro em Portugal continental.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Concelhos com maior risco de Covid descem para 19. Veja como está o seu

Em 19 municípios do país, a incidência da Covid-19 ultrapassa os 240 casos por 100 mil habitantes. Destes, apenas três registam incidências acima de 480.

Há apenas 19 concelhos do país com uma incidência cumulativa da Covid-19 acima dos 240 casos por 100 mil habitantes. São menos oito do que na semana passada, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

À semelhança da semana passada, há apenas um concelho em risco extremamente elevado: Alcoutim ocupa agora este patamar, com uma incidência cumulativa de 1.252 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias.

No segundo nível mais alto de risco, mais precisamente em risco “muito elevado” estão atualmente dois concelhos: Barrancos (801 por 100 mil habitantes a 14 dias), que desce uma posição, e Vidigueira (566), que mantém o nível que ocupava na semana passada. Há portanto, menos cinco municípios neste nível.

Já em risco “elevado”, entre 240 a 480 casos, estão 16 municípios, ou seja, menos três face ao anterior balanço. Já em risco “moderado”, ou seja, entre 120 e 240 casos por 100 mil habitantes, estão 53, ou seja, menos 61 face ao balanço anterior. Neste patamar está o Porto com uma incidência de 129 casos por cada 100 mil habitantes.

Por fim, em risco “baixo a moderado”, entre zero a 120 casos, estão 236 concelhos, isto é, mais 33 face ao último balanço e representa já 76,6% de todo o território nacional, o que reflete a melhoria da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal. De referir que Lisboa desceu agora para este patamar, uma vez que tem uma incidência de 117 casos por cada 100 mil habitantes.

Veja em que escalão está o seu concelho:

Risco Extremo (> 960 casos):

Alcoutim

Risco muito elevado (entre 480 e 960 casos):

Barrancos
Vidigueira

Risco elevado (entre 240 e 480 casos):

Albufeira
Arganil
Beja
Cabeceiras de Basto
Cuba
Ferreira do Alentejo
Grândola
Montalegre
Nazaré
Portimão
Póvoa de Lanhoso
Serpa
Sertã
Silves
Valpaços
Vila Nova de Foz Côa

Risco moderado (entre 120 e 240 casos):

Aguiar da Beira
Alcácer do Sal
Alcobaça
Alijó
Aljustrel
Almeirim
Amares
Arouca
Boticas
Braga
Bragança
Caminha
Campo Maior
Castelo Branco
Castro Daire
Cinfães
Covilhã
Entroncamento
Esposende
Fafe
Faro
Guimarães
Horta
Lagoa
Lagoa [R.A. Açores]
Lagos
Lamego
Loulé
Lourinhã
Mangualde
Marvão
Mértola
Mesão Frio
Mirandela
Moita
Monchique
Monforte
Montemor-o-Velho
Óbidos
Oliveira de Azeméis
Penalva do Castelo
Peso da Régua
Pinhel
Portel
Porto
Porto Moniz
Ribeira Grande
Rio Maior
São João da Madeira
São Pedro do Sul
Sobral de Monte Agraço
Vila do Bispo
Vila Pouca de Aguiar

Risco baixo a moderado (entre 0 e 120 casos):

Abrantes
Águeda
Alandroal
Albergaria-a-Velha
Alcanena
Alcochete
Alenquer
Alfândega da Fé
Aljezur
Almada
Almeida
Almodôvar
Alpiarça
Alter do Chão
Alvaiázere
Alvito
Amadora
Amarante
Anadia
Angra do Heroísmo
Ansião
Arcos de Valdevez
Armamar
Arraiolos
Arronches
Arruda dos Vinhos
Aveiro
Avis
Azambuja
Baião
Barcelos
Barreiro
Batalha
Belmonte
Benavente
Bombarral
Borba
Cadaval
Caldas da Rainha
Calheta [R.A. Açores]
Calheta [R.A. Madeira]
Câmara de Lobos
Cantanhede
Carrazeda de Ansiães
Carregal do Sal
Cartaxo
Cascais
Castanheira de Pêra
Castelo de Paiva
Castelo de Vide
Castro Marim
Castro Verde
Celorico da Beira
Celorico de Basto
Chamusca
Chaves
Coimbra
Condeixa-a-Nova
Constância
Coruche
Corvo
Crato
Elvas
Espinho
Estarreja
Estremoz
Évora
Felgueiras
Ferreira do Zêzere
Figueira da Foz
Figueira de Castelo Rodrigo
Figueiró dos Vinhos
Fornos de Algodres
Freixo de Espada à Cinta
Fronteira
Funchal
Fundão
Gavião
Góis
Golegã
Gondomar
Gouveia
Guarda
Idanha-a-Nova
Ílhavo
Lajes das Flores
Lajes do Pico
Leiria
Lisboa
Loures
Lousã
Lousada
Mação
Macedo de Cavaleiros
Machico
Madalena
Mafra
Maia
Manteigas
Marco de Canaveses
Marinha Grande
Matosinhos
Mealhada
Mêda
Melgaço
Mira
Miranda do Corvo
Miranda do Douro
Mogadouro
Moimenta da Beira
Monção
Mondim de Basto
Montemor-o-Novo
Montijo
Mora
Mortágua
Moura
Mourão
Murça
Murtosa
Nelas
Nisa
Nordeste
Odemira
Odivelas
Oeiras
Oleiros
Olhão
Oliveira de Frades
Oliveira do Bairro
Oliveira do Hospital
Ourém
Ourique
Ovar
Paços de Ferreira
Palmela
Pampilhosa da Serra
Paredes
Paredes de Coura
Pedrógão Grande
Penacova
Penafiel
Penamacor
Penedono
Penela
Peniche
Pombal
Ponta Delgada
Ponta do Sol
Ponte da Barca
Ponte de Lima
Ponte de Sor
Portalegre
Porto de Mós
Porto Santo
Póvoa de Varzim
Povoação
Proença-a-Nova
Redondo
Reguengos de Monsaraz
Resende
Ribeira Brava
Ribeira de Pena
Sabrosa
Sabugal
Salvaterra de Magos
Santa Comba Dão
Santa Cruz
Santa Cruz da Graciosa
Santa Cruz das Flores
Santa Maria da Feira
Santa Marta de Penaguião
Santana
Santarém
Santiago do Cacém
Santo Tirso
São Brás de Alportel
São João da Pesqueira
São Roque do Pico
São Vicente
Sardoal
Sátão
Seia
Seixal
Sernancelhe
Sesimbra
Setúbal
Sever do Vouga
Sines
Sintra
Soure
Sousel
Tábua
Tabuaço
Tarouca
Tavira
Terras de Bouro
Tomar
Tondela
Torre de Moncorvo
Torres Novas
Torres Vedras
Trancoso
Trofa
Vagos
Vale de Cambra
Valença
Valongo
Velas
Vendas Novas
Viana do Alentejo
Viana do Castelo
Vieira do Minho
Vila da Praia da Vitória
Vila de Rei
Vila do Conde
Vila do Porto
Vila Flor
Vila Franca de Xira
Vila Franca do Campo
Vila Nova da Barquinha
Vila Nova de Cerveira
Vila Nova de Famalicão
Vila Nova de Gaia
Vila Nova de Paiva
Vila Nova de Poiares
Vila Real
Vila Real de Santo António
Vila Velha de Ródão
Vila Verde
Vila Viçosa
Vimioso
Vinhais
Viseu
Vizela
Vouzela

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Luxemburgo defende que UE deve limitar especuladores no mercado de gás

Governo luxemburguês defende que Bruxelas deve limitar a participação de especuladores nos mercados de gás europeu, impondo requisitos mínimos.

O Governo de Luxemburgo defende que a União Europeia (UE) deve limitar a participação de especuladores nos mercados de gás europeu, por considerar que isso pode ajudar a evitar disparos nos preços, como os que têm acontecido.

“Temos de eliminar — através de regulamentação, e o mercado de gás é o setor certo para começar a fazer isso — o comportamento especulativo extremo de alguns traders que basicamente pressionam os preços no mercado“, disse o ministro de Energia de Luxemburgo, Claude Turmes, citado pela Reuters (conteúdo em inglês) esta sexta-feira.

De acordo com o governante, isso poderia ser feito através da imposição de requisitos mínimos aos participantes do mercado de gás e essa proposta vai mesmo ser discutida com o chefe de energia da UE, Kadri Simson, ainda esta sexta-feira.

“Uma ideia poderia ser alguém que tem permissão para negociar no mercado europeu de gás precisasse de ter uma certa percentagem de hedging“, disse. Neste caso, hedging refere-se a uma espécie de preço garantido, ou seja, permite a uma empresa proteger-se de subidas rápidas de preço mas, ao mesmo tempo, acaba por não beneficiar de quedas abruptas.

Os preços do gás e da energia na UE têm disparado para níveis recordes este ano, levando os Governos a distribuir subsídios de emergência e a cortar impostos para proteger os consumidores de faturas mais altas. Alguns países defendem mesmo reformas mais profundas para proteger os mercados de energia de choques de preços.

A Comissão Europeia vai propor uma reformulação da regulamentação do mercado de gás da UE em dezembro, com o objetivo de alinhá-la com as metas de mudança climática de Bruxelas. Com os preços da energia a dispararem, a Comissão está a elaborar diretrizes sobre como os países podem responder a isso. Os ministros de energia da UE vão discutir estes aumentos a 4 de outubro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.