Tribunal de Contas diz que compra de computadores na pandemia foi “tardia”

Em janeiro de 2021, só 27% dos 99 mil meios digitais adquiridos pelo ME e entregues às escolas tinham sido distribuídos aos alunos, diz o TdC. Mais de 60% só chegará no próximo ano letivo.

A pandemia fechou escolas, empurrou os alunos para o ensino remoto, uma transição “brusca”, “sem tempo de preparação” e “sem experiência”, revelou os problemas e desigualdades ao nível da literacia digital e acesso a meios digitais. E, da parte do Governo, a autorização para a aquisição de computadores foi “tardia”, conclui o Tribunal de Contas no Relatório de Auditoria ao Ensino a distância e digitalização nas escolas durante a pandemia.

À semelhança do que aconteceu no mercado de trabalho, onde a generalidades das empresas recorreram ao teletrabalho para mitigar os efeitos da pandemia e manter a produtividade, na educação, o ensino à distância, em substituição das atividades educativas e letivas em sala de aula, foi o recurso para fazer frente às restrições impostas pela Covid-19.

Essa transição foi, no entanto “brusca”, “sem tempo de preparação” e “sem experiência”. No espaço de apenas um fim de semana, todas as escolas, e em todos os anos de escolaridade, implementaram o ensino à distância, o que mostrou ser uma oportunidade, mas revelou também os problemas e desigualdades ao nível da literacia digital e acesso a meios digitais. E, da parte do Governo, a autorização para a aquisição de computadores foi “tardia”.

Esta é uma das principais conclusões do relatório de auditoria divulgado esta quinta-feira pelo Tribunal de Contas (TdC), que teve como objetivo examinar se o Ministério da Educação assegurou que todos os alunos dos ensinos básico e secundário — à volta de 1,2 milhões — tiveram acesso ao ensino à distância, se procedeu ao respetivo acompanhamento e controlo e, por último, se corrigiu as deficiências e insuficiências detetadas.

“A suspensão do regime de ensino presencial foi decretada numa sexta-feira (13 de março de 2020) e as atividades educativas e letivas reiniciaram, logo na segunda-feira seguinte (16 de março), em regime de E@D [ensino à distância] também designado por E@D de emergência. Tratou-se de uma ação reativa a um contexto único, nunca antes perspetivado”, lê-se no relatório do Tribunal de Contas.

Não estavam reunidas todas as condições para a eficácia do E@D, havendo alunos e professores com carências em competências digitais, sem computadores (4 em 5 alunos) e dificuldades no acesso à internet e as escolas tinham meios digitais obsoletos.

Tribunal de Contas

Esta transição exigiu um esforço significativo de todos os envolvidos, em especial por parte de alunos e docentes, que tiveram que, rapidamente, adaptar-se a novos meios e métodos de ensino. Mas o grande problema era mais profundo: “não estavam reunidas todas as condições para a eficácia do E@D, havendo alunos e professores com carências em competências digitais, sem computadores (4 em 5 alunos) e dificuldades no acesso à internet e as escolas tinham meios digitais obsoletos”.

Compras feitas tarde demais. E é preciso continuar a investir

Em 10 anos, Portugal, não só não melhorou, como conseguiu retroceder em matéria de acesso a equipamentos tecnológicos. Em 2008, havia um computador ligado à internet para cada dois alunos e, no ano letivo de 2017/2018 essa proporção passou para um computador com ligação à internet para cada cinco estudantes. “Acresce que, em 2019, Portugal não constava entre os países europeus com estratégias de educação digital ou políticas relacionadas que comportassem o compromisso de investimento nas escolas em infraestruturas de tecnologia digital (hardware, software, conectividade da escola, ambiente de aprendizagem digital, ferramentas e dispositivos digitais).”

Computadores obsoletos (alguns com mais de 15 anos), dificuldades de cariz administrativo e financeiro que atrapalharam a aquisição de acessórios, como microfones e câmaras, para os computadores cedidos aos alunos e o facto de algumas escolas não disporem de largura de banda suficiente para garantir o ensino à distância e o funcionamento em regime de teletrabalho dos serviços administrativos e dos órgãos de gestão foram as principais dificuldades que as instituições de ensino encontraram. E a isto junta-se ainda outro elemento: cerca de metade das escolas não utilizava plataformas digitais.

“Porém, apenas em 16 de julho de 2020, e, portanto, sem impacto no ano letivo 2019/20, é que o Governo autorizou a realização da despesa para a aquisição de computadores, conectividade e serviços conexos a disponibilizar às escolas.”

Posto isto, o TdC deixa claro que a autorização para a comprar de meios digitais chegou demasiado tarde. “As despesas orçamentais da educação com a pandemia respeitaram, essencialmente, a equipamentos de proteção individual (2019/20: 3,5 milhões de euros; 2020/21: 11,5 milhões de euros até 20/01/2021) e que a autorização para a aquisição de 386 milhões de euros em meios digitais para as escolas foi tardia, já só no final do ano letivo 2019/20, e condicionada à aprovação de fundos comunitários.”

Esses meios só começaram a chegar aos alunos no ano letivo 2020/21. No final de janeiro de 2021, apenas 27% dos 99 mil meios digitais adquiridos pelo ME e entregues às escolas tinham sido distribuídos aos alunos, revela o TdC, salientando que mais de 60% só chegará no ano letivo seguinte. Para o futuro, o Plano de Recuperação e Resiliência para Portugal (2021-2026) prevê investimentos de 559 milhões de euros na componente Escola Digital.

Não existe um plano para a sua substituição [meios digitais] nem controlos preventivos da duplicação de apoios que acautelem uma gestão pública eficiente.

Tribunal de Contas

Adicionalmente, o Tribunal recorda que os meios digitais adquiridos têm uma vida útil de três anos, mas “não existe um plano para a sua substituição nem controlos preventivos da duplicação de apoios que acautelem uma gestão pública eficiente”. “Prevenindo um desinvestimento semelhante ao da última década, é crítico um plano estratégico para a necessária substituição.”

Além disso, o Tdc concluiu também que não foram implementados “procedimentos centralizados de controlo preventivo da duplicação de apoios em meios digitais, o que retira eficácia à sua distribuição prioritária aos alunos mais carenciados e aumenta o risco de desperdício de dinheiros públicos”.

Carência de skills digitais e perda de aprendizagens

“As competências digitais, para além de incontornáveis no desenvolvimento dos países, apresentam-se como essenciais para a eficácia do E@D [ensino à distância], e, de facto, na última década têm sido empreendidas algumas iniciativas/medidas com esse propósito”, lê-se no relatório do Tribunal de Contas.

No relatório de progresso de 2018 da Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030 (Portugal InCode.2030) referiu-se, nomeadamente, que a disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) foi integrada nas matrizes curriculares de 223 escolas e que os professores do ensino básico e secundário participaram em ações de formação de curta duração, 500 em eventos de programação e robótica no ensino básico, 1.000 em formações sobre trabalho colaborativo e cidadania digital e 1.796 em laboratórios de aprendizagem, por exemplo.

No entanto, apesar dos esforços e dos vários programas e medidas que têm vindo a surgir, em linha com as prioridades estabelecidas o nível europeu, o desenvolvimento de recursos educativos digitais está, ainda, numa fase inicial. Em 2019, as competências digitais dos portugueses (54%) encontravam-se abaixo da média europeia (60%), na vigésima posição da União Europeia. E a evolução destas skills, considerando o período de 2015 a 2019, não é suficientemente significante, nem em Portugal (47%, em 2015) nem na generalidade dos países, o que “condiciona a rápida adaptação ao E@D de alunos, professores e encarregados de educação”.

“Embora, na sequência da Agenda Digital para a Europa (2010), todos os países europeus tenham apresentado estratégias para encorajar a utilização de TIC na educação, a digitalização contínua e crescente e as mudanças na própria tecnologia provocaram a rápida desatualização dessas estratégias que necessitavam da permanente revisão e renovação em resposta às novas exigências de uma educação digital de elevada qualidade na escola.”

O que o relatório da Eurydice de 2019/21 observou, no entanto, foi que, quase uma década depois, praticamente todos os sistemas educativos ainda tinham em vigor as suas estratégias de então para a educação digital. “Tendo como referência o ano letivo de 2018/19, a Eurydice coloca Portugal no grupo de países com práticas menos favoráveis ao desenvolvimento das competências digitais nas escolas, nomeadamente por não incluírem o quadro das competências dos professores nem testes nacionais para aferição de competências digitais dos alunos.”

900 milhões para programas de promoção do “sucesso escolar”

A par da escassez de competências digitais, o Tribunal de Contas aponta a perda de aprendizagens como o risco sinalizado mais significativo do ensino à distância. A OCDE conclui mesmo que o encerramento das escolas levou a perdas nas aprendizagens que não serão facilmente compensadas, mesmo que as escolas voltem rapidamente aos níveis de desempenho anteriores.

Precisamente para evitar estas situações, o primeiro-ministro António Costa anunciou, esta quarta-feira, mais 900 milhões de euros para programas de promoção do sucesso escolar nos dois próximos anos letivos e adiantou que o Governo propôs à concertação social uma “agenda para o trabalho digno”. Estas duas linhas de ação foram transmitidas por António Costa na primeira parte do seu discurso que abriu o debate sobre o Estado da Nação, num capítulo que dedicou à recuperação do país após a pandemia da Covid-19.

“A suspensão das atividades letivas presenciais afetou o processo de aprendizagem de muitos alunos e acentuou as desigualdades. É por isso essencial executar, ao longo dos próximos dois anos letivos, um ambicioso Plano de Recuperação das Aprendizagens”, considerou o líder do Executivo.

Este plano prevê, por um lado, “uma maior autonomia pedagógica das escolas, na organização do calendário escolar, na adaptação do currículo e na gestão flexível das turmas” e, por outro lado, “um aumento do número de professores e técnicos especializados nas escolas, designadamente através do reforço de créditos horários e do alargamento dos programas de tutoria para apoiar os alunos com maiores dificuldades”.

“No total, entre o reforço de recursos humanos, a sua formação contínua, a aposta em novos recursos digitais e o apetrechamento das escolas, iremos investir nos próximos dois anos cerca de 900 milhões de euros para promover o sucesso escolar e garantir que esta geração não fique prejudicada nem irremediavelmente marcada pela Covid-19″, afirmou.

O anúncio do primeiro ministro segue-se ao do ministro da Educação, em meados de julho no Parlamento. “Num ano, vamos comprar mais de um milhão de computadores portáteis. É um gigantesco salto de escala e é um enorme desafio logístico que temos vindo, progressivamente, a superar”, disse Tiago Brandão Rodrigues, referindo que estão reservados 180 milhões de euros do PRR para o novo reforço de equipamento no âmbito da Escola Digital.

“Foi lançado o concurso público internacional, repartido em vários lotes para poder ser mais fácil a sua entrega, para a aquisição de mais de cerca de 600 mil computadores, que poderá permitir a tão ambicionada universalização desta medida”, anunciou o ministro em audição regimental pela comissão parlamentar da Educação.

No âmbito do programa Escola Digital serão ainda criados 1.300 laboratórios de educação digital nos próximos anos, a formação de mais de 100 mil docentes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Media Capital reduz prejuízos para 8,5 milhões no primeiro semestre

O Grupo Media Capital atingiu os 72,8 milhões de rendimentos operacionais nos primeiros seis meses de 2021, o que representa um crescimento de 32%.

O grupo Media Capital registou um prejuízo de 8,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa uma redução de 41% dos resultados negativos, de acordo com a informação enviada esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O resultado líquido melhorou assim 5,9 milhões, situando-se nos -8,5 milhões nos primeiros seis meses de 2021, enquanto a dívida líquida do Grupo reduziu 7,8 milhões, em comparação com a posição no período homólogo do ano anterior.

“O Grupo Media Capital atingiu os 72,8 milhões de rendimentos operacionais nos primeiros seis meses de 2021, o que representa um crescimento de 32% no semestre comparativamente a igual período de 2020″, indica a empresa.

“Esta forte evolução positiva dos rendimentos operacionais foi alavancada não só na recuperação do mercado publicitário, mas também na melhoria dos indicadores de audiência, que permitiram ao Grupo o reforço das suas quotas no mercado publicitário”, explica a empresa em comunicado à CMVM.

O EBITDA do grupo, ajustado de gastos com provisões e reestruturações, melhorou 7,9 milhões, atingindo os -2,0 milhões no primeiro semestre de 2021, anuncia a dona da TVI.

Leia o comunicado na íntegra

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente promulga diploma sobre gestão de resíduos “que poderia ter sido mais ambicioso”

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

Marcelo promulgou ainda o diploma que proíbe a colocação no mercado de determinados produtos cosméticos e detergentes que contenham microesferas de plástico.

O Presidente da República promulgou esta quarta-feira um decreto da Assembleia da República que altera a lei sobre gestão de resíduos, mas considera que é “apenas um passo num caminho que poderia ter sido mais ambicioso”.

Em causa está uma alteração da Assembleia da República, por apreciação parlamentar, do decreto-lei de 10 de dezembro do ano passado sobre gestão de resíduos.

De acordo com a página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou também o diploma do Governo que proíbe a colocação no mercado de determinados produtos cosméticos e detergentes que contenham microesferas de plástico.

No passado dia 15 o Governo aprovou um decreto-lei que proíbe a colocação no mercado de produtos cosméticos e detergentes aos quais tenham sido intencionalmente adicionadas microesferas de plástico numa concentração igual ou superior a 0,01 % em peso.

O Presidente da República promulgou ainda, de acordo com a página na internet da Presidência, o decreto da Assembleia da República que determina a realização de um inquérito nacional sobre o desperdício alimentar em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo “satisfeito com o encaminhar-se de uma solução para a Groundforce”

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

O Presidente da República congratulou-se com "o encaminhar-se de uma solução para a Groundforce", qualificando como "uma dor de alma" os efeitos da greve para a economia.

O Presidente da República congratulou-se esta quarta-feira com “o encaminhar-se de uma solução para a Groundforce”, qualificando como “uma dor de alma” os efeitos da greve nesta empresa de assistência em terra à aviação.

O Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciou esta quarta-feira em comunicado, que a TAP vai pagar diretamente aos trabalhadores da Groundforce o valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso.

À saída de uma conferência no Centro de Congressos de Lisboa, questionado pela comunicação social sobre a solução encontrada para se evitar nova greve, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Fiquei satisfeito sobretudo com o encaminhar-se de uma solução para a Groundforce”.

“Porque o que estava a acontecer era um bloqueamento numa empresa que bloqueava outra empresa que está numa situação particularmente sensível, que bloqueava a economia portuguesa, que bloqueava o turismo – para além daquilo que a pandemia e o contexto nomeadamente externo já bloqueia”, enquadrou.

Segundo o Presidente da República, “era uma situação de dor de alma saber-se das centenas de aviões cancelados, adiados, que não descolavam, e que eram milhões e milhões e milhões perdidos para a economia portuguesa”.

No comunicado divulgado esta quarta-feira pelo ministério tutelado por Pedro Nuno Santos refere-se que o pagamento direto dos subsídios de férias e anuidades em atraso aos trabalhadores da Groundforce “foi a solução encontrada para ultrapassar a recusa na semana passada da administração” desta empresa em aceitar a transferência da TAP que permitiria esse pagamento.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou na terça-feira em comissão parlamentar que a TAP estava a trabalhar numa solução para pagar subsídios de férias na Groundforce e assegurar os salários de julho, referindo que a transportadora aérea portuguesa já tinha declarado essa disponibilidade.

Na segunda-feira, na Madeira, Marcelo Rebelo de Sousa criticou a Groundforce, considerando que tem havido “obstinação” por parte da empresa em geral e de alguns responsáveis em particular, e declarou-se confiante de que o Governo encontraria uma solução em breve.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que em 2020 passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Resultados trimestrais animam Wall Street

A bolsa de Nova Iorque permanece em terreno positivo há dois dias consecutivos e fechou esta quarta-feira em alta impulsionada pela retoma económica dos EUA.

A bolsa de Nova Iorque encerrou esta quarta-feira em terreno positivo pelo segundo dia consecutivo à custa dos lucros trimestrais das empresas e do otimismo sobre a recuperação económica dos EUA, com os investidores a desvalorizar o potencial impacto da variante Delta.

Os principais índices de Wall Street acabaram o dia em terreno positivo. O Dow Jones subiu 0,83% para 34.798 pontos, enquanto o S&P 500 está agora a negociar a 4.358 pontos, mais 0,82%. O Nasdaq ganhou 0,78% para 14.842 pontos.

Entre as maiores valorizações, está a Chipotle Mexican Grill que subiu 11,54% para 1,756 dólares e a Coca-Cola ao somar 1,24% para 56,55 dólares. Contrariamente à Netflix que, depois de apresentar resultados, viu as suas ações cair mais de 3%.

Wall Street mantém a tendência positiva registada no início da sessão desta quarta-feira, com os bancos e as empresas tecnológicas a registarem os maiores ganhos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DST e Sing entregam proposta vinculativa para reprivatização da Efacec

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

A Parpública anunciou que recebeu duas propostas no âmbito do processo de reprivatização da Efacec, da DST SGPS e da Sing (Sodécia).

A Parpública anunciou esta quarta-feira que recebeu duas propostas no âmbito do processo de reprivatização da Efacec, da DST SGPS e da Sing – Investimentos Globais, de acordo com um comunicado publicado no site do grupo. É a confirmação da notícia avançada em primeira mão pelo ECO.

“No seguimento do Processo de Reprivatização de 71,73% do capital social da Efacec Power Solutions, SGPS, S. A., a Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A. informa que recebeu, no prazo estabelecido, ou seja, até às 13:00 do passado dia 19 de julho, duas propostas vinculativas por parte das entidades DST – SGPS, S. A. e Sing – Investimentos Globais, SGPS, S. A., as quais serão analisadas nos termos e para os efeitos do disposto na Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2020, de 21 de dezembro”, lê-se na mesma nota.

No dia 29 de junho, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse ser necessário esperar por 19 de julho para saber quantas propostas são feitas à compra da Efacec Power Solutions, escusando-se comentar a eventual desistência dos investidores estrangeiros. Como o ECO revelou, os investidores egípcios, chineses e espanhóis desistiram do processo, restando apenas os portugueses Dst e Sing – Investimentos Globais, o que agora se confirma.

Com sede em Braga e cerca de 1.600 trabalhadores, o DST Group está presente em diversos países, desde África à Europa, passando pelos continentes americano e asiático, com projetos internacionais nas áreas de negócio da engenharia e construção, energias renováveis e ambiente.

Desenvolvendo a sua principal atividade na área da engenharia e construção, setor que lhe deu origem – nos anos 40 – e no qual é um dos grupos nacionais de referência, a DST tem vindo a alargar a sua atividade para áreas de negócio sinérgicas como o ambiente, energias renováveis, telecomunicações, imobiliário e ‘ventures’.

O objetivo assumido com esta diversificação é “atuar de forma complementar” e “abrir novas portas de entrada de negócio para a sua atividade core [principal]”.

A outra candidata portuguesa à reprivatização da Efacec é a Sing – Investimentos Globais, SGPS, S.A., a holding da empresa industrial portuguesa Sodecia, ligada a componentes do setor automóvel.

Fundada em 1980 e com sede na Maia, a Sodecia emprega cerca de 7.000 colaboradores e oferece soluções completas para automóveis, desde a carroçaria à motorização e sistemas de segurança.

A multinacional portuguesa está presente em 16 países, dispondo de um portefólio de meia centena de empresas em 44 localizações, três centros de competências de produto e uma faturação anual na ordem dos 760 milhões de euros.

Em Portugal dispõe de um centro tecnológico na Maia e de uma unidade industrial na Guarda.

A Sodecia tem assumido desde há alguns anos uma estratégia muito ativa de aquisições, tendo adquirido em julho do ano passado mais duas empresas de estruturas metálicas de automóveis: a Scorpios Manaus, no Brasil, e a Braun CarTec, na Alemanha.

Em 14 de maio foi publicada em Diário da República uma resolução que selecionava cinco potenciais proponentes, já anunciados pelo Governo, para apresentarem propostas não vinculativas: Chint Group Corporation, DST, Elsewedy Electric Corporation, Iberdrola e Sing – Investimentos Globais.

Em meados de 2020, antes de ser nacionalizada, a Efacec anunciou ter recebido “cerca de uma dezena” de propostas não vinculativas de grupos industriais e fundos de investimento, nacionais e internacionais, para comprar o capital de Isabel dos Santos na empresa.

A aprovação em Conselho de Ministros do decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

A Efacec é uma empresa dos setores da energia, engenharia e mobilidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ENB lança curso sobre as novas tendências na venda de seguros

  • ECO Seguros
  • 21 Julho 2021

Reconhecer e potenciar as oportunidades das novas tendências na venda de seguros é um dos objetivos desta formação executiva dirigida a profissionais de distribuição e a seguradoras.

Vai começar em 20 de outubro o curso executivo online Novas Tendências da Venda de Seguros, promovido pela ENB – Escola de Negócios / Douro Business School, entidade reconhecida para formação e aperfeiçoamento profissional contínuo pela ASF, entidade supervisora do setor segurador.

A formação é dirigida a profissionais que necessitam conhecer e aplicar novos conhecimentos dentro das áreas comercial, marketing, vendas e digital, especificamente agentes, mediadores, corretores, gestores Comerciais e líderes de Equipas. O curso é ministrado online via Zoom e em direto, em horário pós laboral de cinco quartas feiras entre 20 de outubro e 17 de novembro das 19:30 às 22:30, custa uma taxa de inscrição de 50 euros e três mensalidades de 65 euros.

António Jorge Menezes, profissional com 30 anos de experiência em seguros, será coordenador do curso, cuja avaliação final de cada um dos cinco módulos assenta na análise de casos, sendo privilegiada a discussão e apreciação de casos reais ou com interesse prático. A ENB- Escola de Negócios emite um Certificado de Formação de acordo com a Portaria 474/2010 (DGERT). Há possibilidade de atribuição de créditos por entidades de ensino superior, após apreciação por uma comissão interna.

Mais informação do curso aqui .

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

GNB Seguros e Zurich Vida multadas em 45 mil euros cada

  • ECO Seguros
  • 21 Julho 2021

Um auditor (ROC) e a GNB Seguros no primeiro trimestre, e a Zurich Vida, no segundo, foram alvo de coimas em diferentes processos sancionatórios concluídos pela Supervisão até final de junho.

A GNB – Companhia de Seguros foi multada em janeiro com uma coima única de 45 mil euros (em cúmulo jurídico) por duas contraordenações graves na prática de factos ocorridos em 2018, de infração/incumprimento “do dever de proceder ao registo inicial e alterações subsequentes, dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, do revisor oficial de contas a quem compete emitir a certificação legal de contas, do mandatário geral, dos diretores de topo e das demais pessoas que dirijam efetivamente a empresa ou sejam responsáveis por função-chave,” enquadra a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) num extrato sobre a decisão proferida no processo.

As infrações, praticadas pela GNB Seguros “na forma dolosa,” são punidas como contraordenação grave “passível de aplicação de uma coima entre 15.000 euros e 1.500.000 euros, se aplicada a pessoas coletivas.”

Ainda, no primeiro trimestre, a ASF condenou Fernando Gustavo Duarte Antunes (ROC – revisor oficial de contas, com registo – auditor – na ASF cancelado em agosto 2019), a uma multa de 45 mil euros, por fatos praticados em abril e setembro 2018. Por “informações falsas” prestadas à entidade de Supervisão, Fernando Antunes violou por duas vezes disposições do Regime Jurídico de Acesso e Exercício da Atividade Seguradora e Resseguradora (RJASR). O arguido impugnou a decisão da ASF junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, dando origem a processo que, à data da sanção (19 janeiro 2021), corria os seus termos.

No segundo trimestre de 2021, segundo síntese sancionatória da autoridade presidida por Margarida Corrêa de Aguiar, a ASF instaurou dois novos processos de contraordenação, tendo concluído um total de cinco. Destes, três respeitam a infrações ao Regime de Reparação de Acidentes de Trabalho e de Doenças Profissionais e dois à violação de regras previstas no Regime Jurídico de Acesso e Exercício da Atividade Seguradora e Resseguradora.

Segundo apurou ECOseguros, uma das condenações decididas no período de abril a junho visa a Zurich – Companhia de Seguros Vida que, dois anos depois de processo comum de contraordenação aberto em 2019, foi condenada a pagar 45 mil euros de multa.

A sanção à Zurich Vida decorre de “fatos” praticados em abril e maio de 2019. Transitada em julgado, sem impugnação judicial nem recurso da seguradora, a decisão do conselho de administração da ASF, em abril deste ano, impôs a multa – em cúmulo jurídico – por duas infrações: uma contraordenação simples por “violação, a título doloso, do dever de avaliar os requisitos de adequação necessários para o exercício das funções do atuário responsável,” conforme manda articulado do RJASR e, a outra infração, por “violação, a título negligente, do dever de registo prévio na ASF do Atuário Responsável,” conforme estipula também o RJASR, “constitui a prática de uma contraordenação grave.”

Segundo indica nota informativa da ASF sobre a atividade sancionatória no trimestre passado, os referidos processos resultaram na condenação de 4 pessoas coletivas (todas empresas de seguros). No período de abril a junho, as coimas aplicadas no âmbito dos processos de contraordenação totalizaram 49,59 mil euros.

No primeiro trimestre, 13 seguradoras e um mediador foram multados pelo organismo de supervisão, segundo informou a ASF em abril passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alemanha: Inundações vão custar até 5.000 milhões de euros às seguradoras

  • Lusa e ECO Seguros
  • 21 Julho 2021

As fortes inundações da semana passada no oeste da Alemanha vão custar às seguradoras até cinco mil milhões de euros, segundo a federação setorial (GDV).

“Neste momento, estimamos perdas, para os seguros, de quatro a cinco mil milhões de euros”, disse Jörg Asmussen, diretor-geral da GDV, federação de seguradoras alemãs, num comunicado. Estes números confirmam este desastre natural, que afetou sobretudo as regiões da Renânia, como “um dos mais devastadores do passado recente“, acrescentou Asmussen.

Quase todos os moradores de residências unifamiliares e coletivas no país estão protegidos contra os riscos de tempestades e granizo, mas “apenas 46% estão protegidos contra outros riscos naturais como chuvas fortes e inundações”, explicou o diretor-geral da federação de seguros.

Também há fortes disparidades entre as regiões: na Renânia-Palatinado, apenas 37% dos segurados estão cobertos pelos perigos de desastres naturais, e 47% na Renânia do Norte-Vestfália, contra 94% em Baden-Württemberg, onde a cobertura era obrigatória até 1993.

O mais recente recorde em termos de indemnizações por sinistros de segurados datava de agosto de 2002, com 4,65 mil milhões de euros, após a enchente do Elba no leste do país, quando severas condições climáticas afetaram toda a Europa Central.

Entretanto, o Governo alemão já anunciou que pretende fortalecer o sistema de alerta à população, após as deficiências dos sistemas de proteção civil detetadas durante estas inundações, que mataram pelo menos 170 pessoas.

O ministro do Interior, Horst Seehofer, disse que será feita uma tentativa de introduzir um sistema de alerta por meio de mensagens de texto em dispositivos móveis, que complementem as mensagens digitais e acústicas. Seehofer disse estar confiante de que o sistema de alerta por mensagem de texto (SMS) pode entrar em vigor antes das eleições gerais de 26 de setembro, se puder ser demonstrado que é tecnicamente viável.

Embora o Serviço Meteorológico Alemão tenha emitido mais de 150 alertas entre segunda e quarta-feira da semana passada, as enchentes causadas por chuvas fortes e constantes surpreenderam muitas pessoas nas suas casas, sem que tenham sido avisados da situação.

O ministro do Interior admitiu que o sistema de sirenes com que o território ainda se encontra equipado foi parcialmente desmantelado nos últimos anos e que, prova disso, foram as falhas detetadas em 2020, no primeiro exercício de emergência nacional desde a reunificação do país, há 30 anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguro espanhol cresce 5,5% nos primeiros 6 meses de 2021

  • ECO Seguros
  • 21 Julho 2021

No negócio não Vida, o ramo automóvel mostra-se praticamente estável face ao volume de prémios em junho do ano passado, mas ainda com decréscimo superior a 3% na comparação com junho de 2019.

O volume de prémios de seguro em Espanha alcançou 31,55 mil milhões de euros até junho, 5,48% acima do registado em igual mês de 2020, mas 6,35% inferior ao montante do mesmo período em 2019, indicam números da ICEA – Investigación Cooperativa entre Entidades Aseguradoras y Fondos de Pensiones, associação fundada em 1963 e referência em Espanha em estudos e estatística no setor.

Por segmentos de negócio, o valor total de prémios em não Vida (19,68 mil milhões de euros) representa incremento estimado de 3,6%, comparando 2019 com 2021 e progressão de 3,35% entre junho de 2020 e o mesmo mês em 2021. Nos seguros de Vida, a variação de 9,2% no crescimento 2020-2021, com referência ao fecho do primeiro semestre, compara com quebra de 19,2% de junho 2019 para junho 2021.

A poupança gerida através de soluções de seguro, medida com base em provisões técnicas, atingiu 194,76 mil milhões de euros no final do semestre, montante que supõe crescimento homólogo de 0,76%, face a 2020, e subida de 0,47% em comparação com igual período em 2019.

Estimativas divulgadas pela Unespa, associação local criada em 1977 e que representa perto de 200 entidades com operação em seguro e resseguro, confirmam que as vendas de seguro direto seguem mais de 6% abaixo do período anterior à pandemia (pré-Covid).

Os seguros Saúde e Multirrisco mostram a evolução mais positiva, crescendo já 10% face a junho de 2019 em proteção Saúde e 9% nos seguros multirriscos. Já o ramo automóvel, praticamente estável nos últimos 12 meses e embora mantendo-se como o principal na estrutura de receitas do mercado não Vida (5,66 mil milhões de euros de prémios gerados entre janeiro e junho), aponta ainda um decréscimo de 3,4% face à faturação do primeiro semestre de 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP Renováveis vende portefólio eólico por 530 milhões à Onex

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

A transação "engloba cinco parques eólicos, com uma idade média de 1,4 anos a final de 2021, dos quais três se encontram em operação e dois em construção".

A EDP Renováveis (EDPR) anunciou esta quarta-feira ao mercado a venda de um portefólio eólico de 221 megawatts (MW), localizado em Portugal, à Onex Renewables, uma operação estimada em 530 milhões de euros, ainda sujeita a ajustes.

A “EDP Renováveis, S.A. (“EDPR”) assinou um Acordo de Compra e Venda com a Onex Renewables S.a.r.l. (“Onex”) para a venda de uma participação de 100% num portfólio eólico com 221 MW situado em Portugal por um Enterprise Value estimado de 530 milhões de euros (sujeito a ajustes até ao fecho da transação)”, pode ler-se num comunicado enviado pela EDPR à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A subsidiária da EDP para as energias renováveis indica que a transação “engloba cinco parques eólicos, com uma idade média de 1,4 anos a final de 2021, dos quais três se encontram em operação e dois em construção com inícios de operações esperado até final de 2021″.

“Os cinco parques eólicos, depois da conclusão da transação, irão ser geridos pela Exus Management Partners que possui uma forte presença na Península Ibérica”, indica ainda a empresa sediada em Madrid.

Segundo a companhia, a operação “irá contribuir com aproximadamente 530 milhões de euros de rendimentos de Rotação de ativos e está inserida no contexto do programa de rotação de ativos de 8 mil milhões de euros anunciado no Capital Markets Day da EDPR”.

A empresa pode assim “acelerar a criação de valor e reciclar capital para reinvestir em crescimento rentável”, de acordo com o comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal da Concorrência reduz coima da CMVM à KPMG para 450 mil euros

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

Para esta decisão, tribunal teve em conta o facto de a KPMG ter contribuído, em 2014, para a deteção de factos que levaram a que o BES constituísse provisões no valor de 700 milhões de euros.

O Tribunal da Concorrência reduziu para 450 mil euros a coima de um milhão de euros a que a KPMG havia sido condenada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no âmbito das auditorias às contas consolidadas do BES.

Na sentença lida esta quarta-feira, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, condenou a revisora oficial de contas do BES a um total de 11 coimas, que resultaram na coima única de 450.000 euros.

A redução da coima resultou da alteração jurídica que passou a considerar, não as 63 contraordenações a que a auditora havia sido condenada na fase administrativa, mas uma “violação em permanência de normas de auditoria”, tendo a juíza Mariana Machado pesado a favor da KPMG o facto de esta ter contribuído, em 2014, para a deteção de factos que levaram a que o BES constituísse provisões no valor de 700 milhões de euros.

Na sentença, com mais de mil páginas, a juíza Mariana Gomes Machado condena a KPMG e Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas a duas coimas pela violação dos deveres de documentar adequadamente, nos seus papéis de trabalho, de forma a suportar a sua opinião, o planeamento, procedimentos e prova de auditoria, bem como factos importantes que fossem do seu conhecimento relativamente ao trabalho de auditoria às contas individuais e consolidadas do BES relativas aos exercícios de 2012 e 2013.

A KPMG foi ainda condenada a duas coimas pela violação do dever de obter prova apropriada e suficiente para suportar opinião a emitir na certificação legal das contas/relatórios de auditoria e a outras duas por violação do dever de emitir opinião com reservas (por limitação de âmbito ou por desacordo) nos casos em que não foi possível obter prova de auditoria apropriada e suficiente ou por distorção na informação financeira auditada.

Outras duas coimas respeitam à violação do dever de manter um nível apropriado de ceticismo profissional, uma à violação do dever de elaborar e conservar documentação suficiente para o Conselho Nacional de Supervisão da Auditoria (CNSA) examinar o trabalho do Revisor Oficial de Contas e ainda duas por prestação, por duas vezes, de informação falsa ao CNSA.

Das 11 coimas, cada uma no valor de 45.000 euros, resultou, em cúmulo jurídico, a coima única de 450.000 euros.

Apesar de solicitado pela KPMG, Mariana Machado não retirou a natureza urgente aos autos, considerando que a alteração da qualificação jurídica constante da decisão, que passou a considerar a prática de uma “violação em permanência de normas de auditoria”, não é definitiva, já que, em sede de recurso, o Tribunal da Relação poderá ter entendimento divergente.

A alteração afasta o risco de prescrição parcial, que ocorre no próximo dia 11 de agosto, já que o prazo passa a contar a partir do último ato de certificação de contas, ocorrido em 09 de abril de 2014, ou seja, 09 de setembro de 2022.

A sentença recorda o contexto em que decorreram os trabalhos de auditoria, nos anos que precederam a resolução do BES (em agosto de 2014), após sofrer perdas relevantes, sublinhando o “elevado grau de ilicitude” e de culpa, numa auditora que integra o grupo das ‘big 4’ e que o TCRS considera ter agido com “dolo direto”.

Em causa no processo estão os trabalhos de auditoria relativos às contas individuais e consolidadas do Banco Espírito Santo (BES), dos exercícios de 2012 e 2013.

Na sua decisão, a CMVM condenou a auditora por práticas como falta de documentação adequada dos procedimentos de auditoria realizados no BES Angola, em particular quanto à prova obtida sobre o crédito a clientes numa unidade que relevava para as contas consolidadas do BES.

Por outro lado, a KPMG foi acusada de não incluir uma reserva por limitação de âmbito na opinião por si emitida na certificação legal de contas e relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras consolidadas do BES referentes aos exercícios de 2012 e 2013, relacionada com a impossibilidade de obter prova sobre a “adequada valorização (imparidade) do crédito a clientes” do BESA, nem ter elaborado e conservado documentos para que esta situação pudesse ser examinada pelo CNSA.

A KPMG foi ainda acusada pelo regulador, entre outras infrações, de ter prestado informações falsas ao CNSA sobre factos de que teve conhecimento, no âmbito da auditoria sobre as demonstrações financeiras consolidadas referentes aos exercícios de 2011 e 2012.

O TCRS concedeu um prazo de 14 dias para recurso da KPMG para o Tribunal da Relação de Lisboa e igual período para respostas do Ministério Público e da CMVM.

(Notícia em atualização)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.