Portugal obtém mil milhões a 12 meses com juro mais negativo. Taxa foi de -0,594%

IGCP lançou uma nova linha de referência para o prazo a 12 meses. Obteve mil milhões de euros com uma taxa mais negativa que no último leilão comparável.

Portugal foi aos mercados realizar a primeira operação de financiamento de dívida de curto prazo deste trimestre. Lançou uma nova linha de referência para o prazo a 12 meses, com a qual obteve mil milhões de euros a uma taxa de juro ainda mais baixa do que no leilão comparável.

De acordo com dados da Reuters, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) conseguiu, neste leilão de dívida com maturidade em julho de 2022, mil milhões de euros, sendo que a procura foi bem superior: os investidores deram ordens equivalentes a 2,17 vezes a oferta.

Perante esta procura, Portugal conseguiu captar este montante com um juro de -0,594%, o mais baixo de sempre. Na última operação de financiamento com bilhetes do Tesouro que tinham uma maturidade de 12 meses, a agência liderada por Cristina Casalinho tinha colocado os títulos com uma taxa de -0,550%.

É uma descida ligeira nos custos de financiamento do Estado, que este ano tem assistido a um agravamento das taxas obtidas nas operações realizadas em mercado.

O alívio na taxa, para níveis ainda mais negativos, reflete, essencialmente, alguma correção nos juros no mercado. Desde que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma suavização da meta da inflação, as taxas têm vindo a baixar, atingindo novos mínimos de vários meses.

A queda das taxas no mercado, que traduz a leitura dos investidores de que Christine Lagarde ganha algum tempo até subir taxas de juro num futuro próximo, permitiu que, por exemplo, a taxa das obrigações do Tesouro a 10 anos esteja nos 0,25%.

(Notícia atualizada às 10h52 com mais informação)

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Auto-agendamento para maiores de 20 anos adiado por falta de vacinas

  • ECO
  • 21 Julho 2021

Os jovens com idade igual ou superior a 20 anos vão ter que esperar mais uns dias para agendar a vacina contra a Covid-19. Calendário foi alterado por falta de disponibilidade de vacinas.

O calendário do auto-agendamento para os maiores de 20 anos teve que ser alterado devido à quantidade de vacinas que estão disponíveis em Portugal e dada a necessidade de administrar segundas doses, pelo que estes jovens só vão conseguir agendar a vacina para a semana, revela o Público (acesso condicionado).

“A ideia, agora, é abrir o auto-agendamento logo a partir dos 18 anos, em vez de ser apenas a partir de 20 anos, todos ao mesmo tempo, e na próxima semana”, explicou fonte da task force, ao mesmo jornal. A estimativa era que esta faixa etária pudesse agendar a vacina contra a Covid-19 a partir de dia 14 de julho, mas a falta de stock de vacinas trocou as voltas ao plano.

Recorde que o auto-agendamento está disponível, desde a semana passada, para os utentes com idade igual ou superior a 23 anos, contudo, a grande adesão está a provocar filas de espera, sendo que na segunda-feira estavam 90 mil pessoas em lista de espera, apontou o vice-almirante Gouveia e Melo, ao Público. Desde que a plataforma foi lançada, a 23 de abril, já o, já foram efetuados mais de 2,5 milhões de pedidos no portal de auto agendamento, assinala o mesmo jornal e revelou também a task force, ao ECO.

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Azora comprou dois hotéis de cinco estrelas no Algarve da tailandesa Minor por 148 milhões

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

O Tivoli Marina Vilamoura e o Tivoli Carvoeiro foram vendidos por um total de 148 milhões de euros, valor acordado na operação de compra e contrato de gestão entre a Azora e a Minor International.

A Azora adquiriu por 148 milhões de euros dois hotéis de cinco estrelas no Algarve, através de uma operação de compra e contrato de gestão com a Minor International (MINT), que comprou o NH Hotel Group em 2018.

De acordo com a agência Efe, que cita um documento da imobiliária, o Tivoli Marina Vilamoura e o Tivoli Carvoeiro vão continuar a ser operados pelo NH Hotel Group em nome da MINT e mantêm a “marca” Tivoli por um período inicial de 20 anos, com opção de prolongamento de um período de outros dez anos.

O complexo Tivoli Vilamoura conta com 383 quartos, sete restaurantes e bares, um spa e instalações desportivas. O Tivoli Carvoeiro Algarve Resort tem 248 quartos, cinco restaurantes, um spa e um espaço para eventos.

A Azora realizou a operação através do fundo Azora European Hotel & Lodging lançado em julho de 2020. Trata-se da terceira operação desde que o fundo foi constituído e depois da aquisição de um conjunto de 10 hotéis (resort) e quatro hotéis urbanos em toda a Europa.

A PLMJ assessorou o grupo tailandês Minor International. A equipa da PLMJ foi liderada por Francisco Lino Dias, sócio co-coordenador da área de Imobiliário e integrou Abel Mendonça (Imobiliário), Guilherme Galante e Ânia Cruz (Corporate M&A).

A Uría Menéndez assessorou o fundo de investimento espanhol Azora European Hotel & Lodging (“Azora”). A transação exigiu uma estreita coordenação entre as equipas de imobiliário da Uría Menéndez em Portugal e Espanha, tendo sido liderada pelos sócios Fernando Azofra (Imobiliário, Madrid) e Francisco da Cunha Ferreira (Imobiliário, Lisboa). A equipa incluiu também Marta Pontes (Fiscal, Lisboa), Rafael Castillo Echevarría (Imobiliário, Madrid) e Domingos Braga (Imobiliário, Lisboa).

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Lucros da Iberdrola diminuem 18,4% com aumento de impostos no Reino Unido

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

Os lucros da empresa espanhola caíram 18,4% no primeiro semestre de 2021, consequência do aumento de impostos sobre as empresas para 25% no Reino Unido. Mudança é só em 2023.

A Iberdrola teve um lucro de 1.531,3 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma queda de 18,4% em relação a um ano antes, principalmente devido ao aumento do imposto sobre as empresas no Reino Unido.

O grupo espanhol de produção de eletricidade explica em comunicado que, devido à aprovação deste aumento de impostos para 2023, que sobe de 19% para 25% e afeta os impostos diferidos no ano em curso, foi feita uma reafetação de 463 milhões de euros que não é recorrente nem significa uma saída de caixa.

O benefício líquido ajustado em junho cresceu 8,4% para 1.844 milhões de euros, de acordo com as contas enviadas esta quarta-feira pela empresa à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola.

Apesar dos impactos negativos, o grupo Iberdrola reafirma as suas perspetivas para este ano e mantém as suas previsões de um lucro entre 3,7 e 3,8 mil milhões de euros e de um dividendo cobrado por ano de cerca de 0,44 euros brutos por ação, a ser pago em 2022.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) alcançou os 5,444 milhões de euros no primeiro semestre do ano (um aumento de 10,2%), dos quais 85% vêm de redes e energias renováveis e 80% é gerado em países com uma classificação “A”.

O EBITDA do primeiro semestre foi afetado pelo impacto negativo da Covid-19 na procura (108 milhões) e pelo impacto positivo da taxa hidroelétrica em Espanha (265 milhões).

As receitas do grupo foram de 18.752,2 milhões, um aumento de 13,9%, e a carteira de projetos atingiu 81.500 MW, dos quais 25.200 MW (megawatts) são eólicas offshore.

Os investimentos aumentaram 37% para 4,909 milhões, com mais de 90% atribuídos ao desenvolvimento de novas capacidades renováveis e de redes inteligentes. Metade foi feita nos Estados Unidos da América e Espanha.

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Nas notícias lá fora: Iberdrola, Netflix e certificados Covid

Lucros da Iberdrola encolheram 18,4% no primeiro semestre, já a Netflix perdeu 430 mil assinantes nos EUA e no Canadá. Certificados Covid para o acesso a discotecas no Reino Unido geram polémica.

No plano empresarial, a Fundação Nobel vendeu as participações ligadas ao setor do petróleo. Numa altura em que as empresas apresentam contas ao mercado, os lucros da Iberdrola encolheram 18,4% no primeiro semestre para 1.531,3 milhões de euros, enquanto a Netflix perdeu 430 mil assinantes nos Estados Unidos e no Canadá. No plano pandémico, mais de 40 deputados conservadores estão contra a imposição de certificados Covid para o acesso a discotecas no Reino Unido.

Cinco Días

Lucros da Iberdrola diminuem 18,4% com aumento de impostos no Reino Unido

A Iberdrola teve um lucro de 1.531,3 milhões de euros no primeiro semestre que representa uma queda homóloga de 18,4%, sobretudo devido ao aumento do imposto sobre as empresas no Reino Unido. O grupo espanhol de produção de eletricidade explica em comunicado que a aprovação do aumento do IRC para 2023 – vais subir de 19% para 25% — afeta os impostos diferidos no ano em curso, e por isso foi feita uma reafetação de 463 milhões de euros que não é recorrente nem significa uma saída de caixa. Apesar dos impactos negativos, o grupo Iberdrola reafirma as suas perspetivas para este ano e mantém as suas previsões de um lucro entre 3,7 e 3,8 mil milhões de euros e de um dividendo cobrado por ano de cerca de 0,44 euros brutos por ação, a ser pago em 2022. O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 5,444 milhões de euros no primeiro semestre (um aumento de 10,2%).

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre conteúdo em espanhol).

Les Echos

Preços do imobiliário a nível mundial disparam

Os preços do imobiliário nas 14 maiores economias do mundo estão em pleno boom. Com as taxas de juro em níveis historicamente baixos, um aumento muito significativo das taxas de poupança das famílias e uma procura crescente com a pandemia, os preços estão em níveis sem precedentes desde a crise financeira mundial de 2008. De acordo com o estudo do tink tank Oxford Economics, que analisa os preços do imobiliário em 14 países entre 1990 e 2021, houve um aumento de 10% face às tendências de longo prazo.

Leia a notícia completa no Les Echos (acesso pago, conteúdo em francês)

Financial Times

Netflix perde subscritores nos Estados Unidos e no Canadá

A Netflix perdeu 430 mil assinantes nos Estados Unidos e no Canadá no segundo trimestre deste ano e emitiu previsões desanimadoras para o segundo semestre, reacendendo as dúvidas sobre como estará o negócio após a recuperação económica. O grupo de streaming, com sede na Califórnia, prevê ter mais 3,5 milhões de subscritores no terceiro trimestre, estimativas abaixo das apontadas pelos analistas que apontavam para um crescimento de 5,9 milhões de novos assinantes.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

The Guardian

Boris Johnson pode enfrentar rebelião contra imposição de certificados Covid

O primeiro-ministro inglês anunciou na segunda-feira que os certificados digitais da Covid-19 vão passar a ser obrigatórios para entrar em discotecas e outros locais bastante lotados no Reino Unido. Contudo, a medida está a gerar discórdia e 42 deputados da ala conservadora assinaram uma declaração intitulada “Big Brother Watch” contra a aplicação desta medida, alegando que põe em causa as liberdades dos cidadãos.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

News24

Fundação Nobel desfaz-se dos investimentos em petróleo

A fundação que financia e organiza os Prémios Nobel vendeu as participações ligadas ao setor do petróleo, depois de se ter igualmente retirado da indústria do carvão. “Vendemos este ano as nossas ações no petróleo”, declarou Vidar Helgesen, o novo dirigente da fundação baseada em Estocolmo, à rádio sueca SR. O antigo ministro do Clima e Ambiente norueguês adiantou que este investimento, de cerca de 350 milhões de coroas norueguesas (perto de 35 milhões de euros), estava realizado num fundo que não dispunha de “restrições suficientemente fortes sobre o petróleo”. Para Helgesen, é importante que os laureados com o Prémio Nobel saibam de onde vem o dinheiro do seu prémio.

Leia a notícia completa News24 (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Trabalhadores em greve contra despedimento na dona do Meo

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

Sindicatos querem que o primeiro-ministro, António Costa, se pronuncie sobre o despedimento coletivo, de cerca de 300 colaboradores na dona do Meo.

Os trabalhadores da Altice vão estar hoje em greve contra o despedimento coletivo de mais de 200 pessoas, com o sindicato dos trabalhadores do grupo a esperar “uma boa presença” no protesto que decorrerá em Lisboa.

Apesar “da pandemia e das questões de segurança, que criam limitações, estimamos uma boa presença de pessoas que contestam” o despedimento, não só as pessoas que estão na lista, “que são mais 200”, mas também “da solidariedade dos outros trabalhadores”, afirmou, em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal, Jorge Félix.

Para hoje, está prevista uma concentração de trabalhadores em Picoas, em frente às instalações da Altice, em Lisboa, pelas 14:30, seguindo depois para os ministérios das Infraestruturas e do Trabalho.

Os sindicatos querem que o primeiro-ministro, António Costa, se pronuncie sobre o despedimento, “dado que a própria Altice se tem pronunciado no sentido de que a responsabilidade destes despedimentos é essencialmente do regulador e da cumplicidade do Governo, nomeadamente do Ministério das Infraestruturas”, prosseguiu o sindicalista.

“Como mete o Governo, os sindicatos da Frente Sindical consideram que estamos perante um despedimento político forçado” resultado de uma “contenda entre as decisões economicistas da empresa e o regulador e o Governo”, salientou.

Por isso, “entendemos que o Governo tem de ter uma palavra, nomeadamente o primeiro-ministro“, reforçou, recordando que foi pedida uma reunião com António Costa, mas que até agora “não foi conseguida”.

O primeiro-ministro “endereçou-nos a ministra do Trabalho e o das Infraestruturas e, por isso, dirigimo-nos para estes dois ministérios” hoje, argumentou Jorge Félix.

A paralisação foi convocada pelos sindicatos da Frente Sindical.

Jorge Félix não espera que a greve tenha “um grande impacto”, já que a Altice Portugal é uma empresa muito automatizada, admitindo alguns impactos no atendimento. A greve é mais “uma questão simbólica de protesto, não tem efeitos nocivos para a população”, referiu.

Em 22 de junho, a dona da Meo anunciou que iria avançar com um despedimento coletivo, uma decisão que classificou de “difícil”, mas “indispensável, essencialmente devido ao contexto muito adverso” que se vive no setor das telecomunicações.

A empresa liderada por Alexandre Fonseca elencou “o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G [quinta geração], bem como a má gestão deste dossiê, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor”.

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Governo vai apertar regras para contratos temporários

  • ECO e Lusa
  • 21 Julho 2021

Na reunião desta quarta-feira, em concertação social, o Executivo vai apresentar propostas para limitar os contratos temporários e regular os contratos nas plataformas eletrónicas.

O Governo vai reunir-se, esta quarta-feira, em concertação social, para apresentar propostas para alterar o Código do Trabalho. Em cima da mesa está o aperto das regras para os contratos não permanentes, com especial enfoque no trabalho temporário, e facilitar o reconhecimento de um contrato dependente a quem trabalha para as plataformas eletrónicas, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

O combate à precariedade, especialmente entre os mais jovens, tem vindo a ser referenciado pelo primeiro-ministro e pela ministra do Trabalho. Além isso, a decisão do Tribunal Constitucional (TC) sobre o período experimental é outro pretexto para alterar a lei, segundo apurou o mesmo jornal junto de várias fontes.

Em discussão está a regulação das plataformas digitais, com o intuito de facilitar o reconhecimento de um contrato dependente a quem trabalha para as plataformas eletrónicas. Ao mesmo tempo, deverão também ser debatidas propostas sobre o reforço da partilha nas licenças parentais e do papel da ACT, bem como de incentivos a empresas que promovam a negociação coletiva.

Na última reunião da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), no dia 7, o Governo apresentou aos parceiros sociais uma proposta de acordo de formação e qualificação que visa sistematizar o seu regime jurídico, melhorar o sistema e reforçar as suas condições pedagógicas.

Na proposta de acordo, o Governo salientou “a centralidade crescente das competências, da formação profissional e da qualificação, para as pessoas, trabalhadores e empresas nas sociedades e economias contemporâneas e a necessidade de reforçar e modernizar o sistema de formação profissional e o acesso das empresas, dos trabalhadores e dos cidadãos à formação ao longo da vida”.

O objetivo do Governo é conseguir um acordo tripartido que enquadre a regulação e governação do sistema de formação profissional, de modo a “sistematizar um regime jurídico de enquadramento da formação profissional, e em particular da formação contínua e das suas especificidades, sem prejuízo da necessária integração desta reflexão numa visão global do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ), das diferentes modalidades e percursos formativos e da relação com as vias profissionais de ensino e formação, assegurando maior clareza e segurança jurídicas”.

Para assegurar o modelo de governação e condições de financiamento vai ser criada a Comissão Interministerial de Coordenação do sistema de educação e formação profissional no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações, de modo a agilizar a coordenação político-estratégica do sistema de forma transversal a todos os níveis de qualificação do Quadro Nacional de Qualificações.

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EDP Renováveis valoriza 2,5% com entrada no Reino Unido e puxa por Lisboa

Lisboa acompanha o sentimento positivo das congéries europeias, com o PSI-20 a somar 0,69% para 4.933,420 pontos, à boleia das valorizações do grupo EDP.

A bolsa de Lisboa recuperou fôlego e prolonga os ganhos ligeiros da sessão anterior. O grupo EDP puxa pelo PSI-20, com especial destaque para a EDP Renováveis que valoriza mais de 2,5%. Papeleiras também dão ânimo à praça lisboeta.

Em Lisboa, o PSI-20 ganha 0,69%, para 4.933,420 pontos, caminhando para a segunda sessão consecutiva de ganhos e com a generalidade das cotadas em terreno positivo.

A puxar pelo desempenho positivo do índice de referência nacional, está o grupo EDP, em especial a subsidiária EDP Renováveis, que soma 2,54% para os 20,20 euros, depois de a empresa ter comunicado ao mercado que vai entrar no mercado onshore do Reino Unido, através da aquisição de um portefólio eólico e solar de 544 MW. Ao mesmo tempo, a “casa mãe” valoriza 1,33% para 4,419 euros.

Ainda pelo setor energético, a REN sobe 0,43% para 2,33 euros. Já a Galp Energia soma 0,48% para 8,3640 euros. O Brent, de referência europeia, recua 0,29% para os 69,18 dólares, ao passo que o WTI cede 0,19% para os 69,24 dólares, em Nova Iorque.

Nota positiva também para as cotadas ligadas ao setor da pasta e do papel, especialmente influenciadas pelo contexto internacional, e para o BCP. A Altri ganha 1,30% para 4,9980 euros, a Navigator valoriza 0,36% para 2,804 euros, ao passo que a Semapa soma 0,19% para 10,34 euros. Já as ações do banco liderado por Miguel Maya somam 0,92% para 12,02 cêntimos por ação, depois de terem arrancado a sessão a recuar.

Em contraciclo, e a evitar ganhos mais expressivos do PSI-20 estão os títulos da Nos. As ações da operadora cedem 0,81% para 2,93 euros, no dia em que apresenta as contas referentes ao segundo trimestre deste ano.

Lisboa acompanha, assim, o desempenho positivo das restantes praças europeias. Pela Europa, o Stoxx 600 valoriza 0,6% a par com o britânico FTSE 100, enquanto o francês CAC-40 soma 0,8%, o espanhol IBEX-35 avança 0,5% e o alemão DAX ganha 0,1%.

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EDP entra no mercado onshore no Reino Unido com portfólio eólico e solar

  • Lusa
  • 21 Julho 2021

Transação foi alcançada “através de dois acordos separados, com Vento Ludens e Wind22, por um valor total de até 82 milhões de euros, condicionados à concretização de objetivos pré-determinados.

A EDP – Energias de Portugal, S.A., através da EDP Renováveis, chegou a acordo para a compra de um portfólio eólico e solar de 544 megawatts (MW) no Reino Unido, anunciou a empresa à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a informação, a transação foi alcançada “através de dois acordos separados, com Vento Ludens e Wind2, por um valor total de até GBP 71 milhões [82 milhões de euros], condicional à concretização de objetivos pré-determinados para cada projeto”.

A nota indica ainda que o portfólio integra 5 MW de um projeto eólico em operação, comissionado em 2012 com um Feed in Tariff de 20 anos, 192 MW de projetos eólicos em fase avançada de desenvolvimento, “que irão participar nos próximos leilões de CfD e no mercado de CAEs privados no Reino Unido, estimando-se que entrem em operação até 2025”.

Contempla ainda 347 MW de projetos em desenvolvimento, incluindo 229 MW de energia eólica e 118 MW de energia solar.

Segundo a empresa, o Reino Unido tem um perfil de baixo risco e é um dos maiores mercados energéticos na Europa.

“Recentemente, o Governo do Reino Unido anunciou uma meta para atingir zero emissões líquidas de gases de efeito de estufa até 2050 e sinalizou que, de 2021 em diante, os projetos eólicos onshore e solares estarão habilitados a participar em leilões de CfD, que se estimam realizar a cada dois anos até 2030”, refere a EDP.

Na informação enviada à CMVM, a empresa acrescenta ainda que “o Reino Unido é um mercado com elevada liquidez e tem um dos mercados de CAEs mais desenvolvidos na Europa, providenciando múltiplas opções de entrada no mercado para este portfólio”.

Esta transação permite à EDP Renováveis “estabelecer a sua presença no mercado onshore do Reino Unido com um portfólio de dimensão, tecnologicamente diversificado e em diferentes fases de desenvolvimento, assim como uma equipa de desenvolvimento experiente que se irá focar em oportunidades adicionais no país”, sublinha.

A EDP frisa ainda que este portfólio reforça igualmente a presença da EDP Renováveis no Reino Unido, “diversificando e complementando a sua já longa presença em offshore, onde ao dia de hoje detém 1 GW de capacidade offshore bruta em construção e 0,9 GW em desenvolvimento, através da Ocean Winds”.

“A entrada no mercado do Reino Unido enquadra-se no contexto do Plano de Negócios 2021-25 da EDPR, oferecendo diversificação e opcionalidade de crescimento, reforçando a posição da EDPR como líder global em renováveis”, acrescenta a empresa.

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PSD sobe mais do que o PS, mas está a 11,4 pontos de distância

A Intercampus revela novo empate entre o Bloco de Esquerda e o Chega, ambos com 9% das intenções de voto.

O PS continua a liderar as intenções de voto dos eleitores, mas é o PSD que regista a maior subida, de acordo com a sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios (acesso pago) e Correio da Manhã (acesso pago). Ainda assim com uma diferença de 11,4 pontos percentuais.

A sondagem dá 34,8% de intenções de voto no PS e de 23,4% no PSD, que subiu um ponto percentual face ao mês anterior. Estes valores confirmam a tendência já identificada pela sondagem da Aximage de liderança do PS, mas em ligeira queda, e de subida do PSD, mas ainda a grande distância (12 pontos, de acordo com o inquérito para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF).

A Intercampus revela novo empate entre o Bloco de Esquerda e o Chega, ambos com 9% das intenções de voto. As sondagens têm demonstrado a grande proximidade entre as duas forças políticas, estando as diferenças sempre contidas entre as margens de erro. Esse é, aliás, um problema identificado por António Costa Pinto relativamente às conclusões a retirar das sondagens. “Não há diferenças nas intenções de voto porque tudo na margem de erro”, disse em declarações ao ECO. Mas ainda assim aponta para uma “previsível consolidação dos novos partidos à direita”.

Mas se a sondagem da Aximage revelava que Iniciativa Liberal e Chega já tinham em conjunto mais intenções de voto do que o Bloco de Esquerda e CDU, a da Intercampus não o mostra. Aliás, a maior queda é do Iniciativa Liberal que passa de quinta maior força política para sétima com 3,3%. As forças da direita no seu conjunto somam 38% das intenções de voto.

Adelino Maltez assinala também que, “pela primeira vez, há sinais de subida do PSD”, uma tendência que se deverá manter “se Rio não fizer asneira”. O politólogo considera que os social democratas estão a capitalizar o desgaste do Governo e a sucessão de episódios que têm afetado vários ministros, nomeadamente Eduardo Cabrita. Mas para Adelino Maltez a subida do PSD também revela que Rio está a “surfar melhor a onda dos acontecimentos”, seja apresentando um maior distanciamento entre a política e o futebol, na sequência do Operação Cartão Vermelho, que levou à demissão de Luís Filipe Vieira da liderança do Benfica, mas também porque André Ventura está “a perder a pedalada enquanto antissistema, o contra tudo e contra todos”. Além disso, o episódio com os deputados dos Açores do Chega pode permitir a Rio “galgar terreno sem virar à direita”, defende o investigador de ciência política.

Outra das grandes diferenças entre as das sondagens é o desempenho do CDS: a Aximage aponta para 0,9% das intenções de voto no partido de Francisco Rodrigues dos Santos, enquanto a Intercampus lhe 2,8%, ainda assim em queda face aos 3,% da sondagem anterior.

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Hoje nas notícias: contratos, auto-agendamento e sondagem

  • ECO
  • 21 Julho 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Executivo vai reunir-se esta quarta-feira em concertação social para apresentar propostas para limitar os contratos temporários e regular os contratos nas plataformas eletrónicas. Nova sondagem da Intercampus continua a dar ao PS a maior percentagem de intenções de voto, mas o mas é o PSD que regista a maior subida. A marcar o dia, do debate do Estado da Nação, está ainda a notícia de que a CP está a suprimir comboios e que o auto-agendamento dos maiores de 20 anos foi adiado.

Governo propõe limitar contratos temporários

Governo e parceiros sociais vão reunir-se, esta quarta-feira, em concertação social. Neste encontro, o Executivo vai apresentar propostas para alterar o Código do Trabalho. Em cima da mesa está o aperto das regras para os contratos não permanentes, com especial enfoque no trabalho temporário, e facilitar o reconhecimento de um contrato dependente a quem trabalha para as plataformas eletrónicas.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Auto-agendamento para maiores de 20 anos adiado por falta de vacinas

Os jovens com idade igual ou superior a 20 anos vão ter que esperar mais uns dias para agendar a vacina contra a Covid-19. O calendário do auto-agendamento para esta faixa etária teve que ser alterado devido à quantidade de vacinas que estão disponíveis em Portugal e dada a necessidade de administrar segundas doses. “A ideia, agora, é abrir o auto-agendamento logo a partir dos 18 anos, em vez de ser apenas a partir de 20 anos, todos ao mesmo tempo, e na próxima semana”, explicou fonte da task force, ao Público.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

CP suprime comboios por falta de maquinistas

A CP – Comboios de Portugal está a suprimir comboios por falta de maquinistas. Desde o início deste mês, já foram canceladas 130 ligações, ao passo que em junho foram suprimidas 25 ligações por falta de funcionários que conduzam os comboios. A situação começou por verificar-se nos suburbanos do Grande Porto, mas está agora a alastrar-se ao Algarve, onde a empresa já foi obrigada a alugar autocarros para transportar os passageiros da ferrovia.

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PSD sobe mais do que o PS, mas está a 11,4 pontos de distância

O PS continua a liderar as intenções de voto dos eleitores (34,8%), mas é o PSD que regista a maior subida (um ponto para os 23,4%), de acordo com a sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios e Correio da Manhã. Ainda assim com uma diferença de 11,4 pontos percentuais. A sondagem revela novo empate entre o Bloco de Esquerda e o Chega, ambos com 9% das intenções de voto. A maior queda é do Iniciativa Liberal que passa de quinta maior força política para sétima com 3,3%.

Leia a sondagem completa no Correio da Manhã (link indisponível)

“Casos como o da Fundação Berardo penalizam o setor. Mas não é por causa de uma que se estraga a reputação de todas”, assegura Maria do Céu Ramos

A presidente do Centro Português de Fundações assinala que “é possível e desejável, que haja escrutínio sobre as fundações”, nomeadamente quando se aplica o estatuto de utilidade pública. Em entrevista ao DN, Maria do Céu Ramos admite que as polémicas que envolveram a Fundação Bernardo “penalizam o setor”, mas assinala que não é “por causa de uma fundação se estraga a reputação de todas”.

Leia a entrevista completa no Diário de Notícias (acesso livre)

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Famílias usam menos energia, mas pagam mais. Culpa é dos impostos e renováveis, diz Deco

Deco Proteste garante que foram sobretudo os impostos, as energias renováveis, o défice tarifário e a penalização do CO2 que contribuíram para aumentar preços da energia desde 2010.

Como se explica que os portugueses gastem hoje 30% menos energia do que há 10 anos, mas paguem mais 4,4% por ela? O Governo não quer avançar ainda explicações para este fenómeno demonstrado pelos números mais recentes do INE, mas a Deco Proteste garante que foram sobretudo os impostos, as energias renováveis, o défice tarifário e a penalização do CO2 que contribuíram para aumentar preços da energia desde 2010.

“Ao longo da última década existiu uma maior incidência fiscal, a introdução e promoção para a massificação de fontes de origem renovável (nomeadamente energia eólica), um défice tarifário na eletricidade que tem sido necessário controlar, uma política bastante vincada na penalização das emissões de CO2. Tudo fatores que numa primeira análise podem sustentar este aumento do lado dos custos”, explicou em declarações ao ECO/Capital Verde Pedro Silva, especialista em energia da Deco Proteste.

Do lado do Governo, fonte do ministério do Ambiente e da Ação Climática diz “não ser este o momento oportuno para extrair conclusões” — tendo em conta que são preliminares os dados são do Inquérito ao Consumo de Energia no Setor Doméstico 2020, divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística.

O inquérito do INE revela que em 2020 despesa global com energia por alojamento em Portugal foi em média de 1.925 euros, já incluindo a despesa com combustíveis dos transportes. Da última vez que este inquérito foi feito, em 2010, os portugueses gastavam por ano 1.843 euros em energia, ou seja, menos 82 euros. Mas consumiam 30% mais energia. Numa década, o gasto energético por alojamento caiu 355 toneladas equivalentes de petróleo, diz o INE.

Já fora da média, e somando parcela a parcela, para uma família que tenha um carro a diesel (1.253 euros por ano em combustível), que pague conta de eletricidade (751 euros/ano) e de gás natural (296 euros/ano), a fatura de energia ascendeu em 2020 a 2.300 euros.

Mas se a casa onde moram tiver gás canalizado (386 euros/ano) ou de botija (242 euros/ano), lareira a lenha (248 euros/ano) ou salamandra a pellets (281 euros/anos) para o aquecimento no inverno, a fatura com energia dispara ainda mais.

A defesa do consumidor não hesita em dizer que “o peso da componente energia na despesa das famílias é francamente superior ao desejável”.

“O impacto dos custos energéticos nas famílias é substancial. O resultado é, em demasiados casos a privação de conforto, em particular aquecimento e arrefecimento das casas, por falta de meios. A pegada ecológica de cada tipo de energia é diferente, importaria promover economicamente a opção pela eficiência e sustentabilidade, sinalizando positivamente as melhores opções”, alerta Pedro Silva,

E deixa bem claro: Os consumidores suportaram o impulso às energias renováveis na última década, estará na hora de colher frutos e desonerar este sobrecusto. A transição energética deve ser feita com os consumidores e não à custa dos mesmos”.

Sobre os dados do inquérito do INE, diz que “é só mais um estudo em que se torna visível que a eletricidade, combustíveis ou gás natural em Portugal estão entre os mais caros na União Europeia, com valores de pobreza energética que nos preocupam”.

Quanto ao facto de os gastos com combustíveis ainda pesarem quase metade da fatura energética dos portugueses, a Deco Proteste defende que este “é o desafio para a próxima década, através da eletrificação do parque automóvel, mobilidade sustentável ou de uma melhor rede de transportes coletivos energeticamente eficientes”.

“Sem ilusões, é um caminho que terá de compaginar o atual parque automóvel de cerca de 5 milhões de veículos “fósseis”, o ainda necessário progresso nas redes rodoviárias (ciclovias ou corredores que favoreçam a mobilidade individual) ou um aumento na oferta e qualidade de alternativas de transporte coletivo, com a capacidade financeira e necessária adaptação cultural na forma como os consumidores encaram a mobilidade. Transição não pode ser exclusão e este será o desafio”, disse o especialista.

Em relação à redução de 30% no consumo de energia das famílias em 10 anos, garante que este “ciclo” se iniciou logo durante a crise económica de 2011, com uma “substancial redução de rendimentos, acompanhada por diversas medidas penalizadores que tiveram o seu efeito nos consumidores, como a subida do IVA para a taxa máxima na eletricidade e no gás natural, por exemplo”.

Depois disso, a retoma económica aconteceu em Portugal mas “não estará recuperado na totalidade o poder de compra” e os dados do INE mostram uma mesmo uma “maior eficiência nos consumos energéticos – seja comportamental seja pela opção por equipamentos mais capazes energeticamente e veículos menos gastadores na última década”, explica Pedro Silva.

Diz o especialista em energia da Deco Proteste que “o aumento da eficiência energética é um dos fatores que mais condiciona estes resultados”, com o crescimento da componente de eletricidade utilizada na cozinha: decréscimo do GPL, aumento do gás natural, placas de indução e outro tipo de equipamentos elétricos de eficiência elevada.

“A importância da rotulagem energética dos equipamentos, a sua sucessiva revisão e padrões cada vez mais exigentes para os que podem ser comercializados traduzem bem a alteração nas opções que hoje se colocam aos consumidores, bem distintas das que existiam há 10 anos”, refere Pedro Silva.

Sobre a primazia da eletricidade diz que “é inegável” mas que “não podemos caminhar para um vetor energético único ou uma sobre dependência do mesmo”.

“A biomassa, a expectável introdução de gases com maior incorporação renovável (hidrogénio), o desenvolvimento dos biocombustíveis, são todos eles vetores energéticos a considerar de acordo com a adequação a cada necessidade. O objetivo de descarbonizar não se deve esgotar numa opção energética única, tal pode ser prejudicial e pouco concorrencial a prazo, pelo que se deve balancear as diversas opções mantendo o foco nas metas estabelecidas”, rematou.

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