Subida do preço do pão “inevitável” e algumas empresas podem sucumbir
“A subida do preço do pão é inevitável e evoluirá em linha com a flutuação dos preços dos cereais”, avisa a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o consequente aumento do valor dos cereais torna “inevitável” a subida do preço final do pão e, face ao aumento dos custos, algumas empresas podem sucumbir, alertou a ACIP.
“A subida do preço do pão é inevitável e evoluirá em linha com a flutuação dos preços dos cereais”, indicou, em resposta à Lusa, o presidente do Conselho Fiscal da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), Helder Pires.
De acordo com a associação, já estão a verificar-se consequências ao nível da procura e alguns sinais de escassez de cereais, sendo que, no limite, “poderá questionar-se se se conseguirá garantir o abastecimento de cereais e, por extensão, de pão”.
Perante a subida dos custos, como o preço das farinhas, combustíveis e energia, agravada com a guerra da Ucrânia, “acentuando-se este cenário, haverá empresas que sucumbirão”, avisou a ACIP.
Na quinta-feira, os preços do trigo e do milho subiram mais de 20 euros nos mercados europeus, com a invasão da Ucrânia pela Rússia a impedir Kiev de exportar os grãos de cereais. A moagem de trigo e milho registou uma nova alta de preços no mercado europeu, encerrando nos 381,75 euros e 379 euros por tonelada nos prazos de março, respetivamente.
O índice mundial de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 24,1% em fevereiro, face ao ano anterior, e atingiu um recorde de 140,7 pontos, foi anunciado. Já em comparação com janeiro, o índice progrediu 3,9%. Por sua vez, o índice de preços de cereais cresceu 3% em comparação com janeiro, devido o aumento nas cotações dos grãos.
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