Sete empresas do setor da cerâmica paradas na região Centro
“Preocupam-nos muito essas sete empresas, mas preocupa-nos muito mais a perspetiva de que, no mês de abril, esse número possa ser bastante superior”, disse o presidente da APICER.
Sete empresas do setor da cerâmica estão paradas devido à escalada dos preços da energia, abrangendo cerca de mil trabalhadores, mas o número deverá aumentar em abril, disse hoje à agência Lusa o presidente da associação que as representa.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria (APICER), José Sequeira, as sete empresas que já têm a laboração suspensa situam-se na região Centro. “Preocupam-nos muito essas sete empresas, mas preocupa-nos muito mais a perspetiva de que, no mês de abril, esse número possa ser bastante superior”, frisou o dirigente, alertando para que, “nas atuais circunstâncias, é impossível manter a laboração”.
O problema vai surgindo “à medida que as empresas têm que fazer a renovação dos seus contratos de fornecimento de energia” e são confrontadas com os novos preços, explicou. José Sequeira disse à Lusa que as empresas que se mantêm em laboração o fazem porque “é importante não quebrar as cadeias comerciais” e “ir alimentando essa procura, ainda que com medidas que provocam o desgaste das empresas”.
“As empresas não estão, naturalmente, concebidas para estarem paradas. A paralisação já é um prejuízo em si mesmo, mas o facto de quando trabalham estarem a produzir e a perder dinheiro é ainda mais agravante do que propriamente estarem paradas”, lamentou o responsável da APICER.
Neste âmbito, ainda que o Governo possa tomar “medidas paliativas”, que “são muito bem vindas”, José Sequeira defendeu que a única forma de as empresas enfrentarem a atual situação é com “auxílios de Estado”. “Não há outra hipótese”, frisou o dirigente associativo, considerando que, se é certo que os “auxílios de Estado” são “um mecanismo que funciona um bocadinho ao arrepio das leis da concorrência”, também o é que se vive uma fase “de enormes dificuldades e de emergência energética”.
“Nestas circunstâncias, há que recorrer a soluções de emergência também e, de facto, o auxílio de Estado é a única que se afigura como aquela que permite a laboração das empresas, que permite que as cadeias comerciais continuem ativas. Portanto, é aquela que, na verdade, pode solucionar mais o problema”, acrescentou.
José Sequeira sublinhou que “o que se pretende é que as empresas trabalhem”, até porque “há encomendas” e o setor da cerâmica “vem de um ano de 2021 em que aumentou o seu volume de negócios em cerca de 20%”. “Portanto, o que as empresas precisam e querem é trabalhar”, garantiu.
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