Défice comercial da Zona Euro aumenta com subida dos preços da energia
Os dados do Eurostat mostram também como a Rússia é um dos parceiros comerciais da Zona Euro que mais beneficia do aumento dos preços da energia.
O défice comercial da Zona Euro engordou em janeiro deste ano, acumulando três meses consecutivos de défice, por causa da subida significativa dos preços da energia. Como uma grande fatia da energia consumida na Europa é importada, o agravamento do custo levou a um salto nas importações, o qual não foi acompanhado pelas exportações, mostram os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira.
De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, a Zona Euro exportou 199,5 mil milhões de euros em bens, o que representa um aumento de 18,9% face a janeiro de 2021. Porém, as importações cresceram 44,3% para um total de 226,7 mil milhões de euros, “impulsionadas por mais aumentos das importações de energia”.
As importações de energia passaram de 21,2 mil milhões de euros para 49,4 mil milhões de euros, mais do dobro ou um aumento de 133%. O défice comercial dos bens energéticos subiu de 15 mil milhões de euros para 37,9 mil milhões de euros.
O resultado é um défice comercial de 27,2 mil milhões de euros, o que compara com um excedente comercial de 10,7 mil milhões de euros de há um ano. A Zona Euro regista um défice comercial há três meses consecutivos por causa do aumento dos preços da energia, sendo que o défice de janeiro foi o maior entre os três.
Estes números referem-se à subida dos preços anteriores à guerra provocada pela invasão russa na Ucrânia, um conflito que agravou ainda mais essa tendência, o que deverá refletir-se nos dados do comércio internacional de bens de fevereiro e março.
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Os dados do Eurostat mostram também como a Rússia é um dos parceiros comerciais da Zona Euro que beneficia deste fenómeno, tal como se tem escrito desde que começou a invasão russa à Ucrânia. Entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, a Zona Euro comprou quase o dobro de bens à Rússia (principalmente energia), passando de 10 mil milhões de euros num só mês para 19 mil milhões de euros, um aumento de 90%.
O défice comercial da Zona Euro com a Rússia passou de 4,4 mil milhões de euros para 11,9 mil milhões de euros. A Rússia comprou em janeiro de 2022 apenas 7,1 mil milhões de euros de bens europeus, mais 24,6% do que em janeiro de 2021.
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