Guerra pressiona banca, mas retoma económica garante estabilidade, diz Moody’s
Moody's manteve o "outlook" estável para os bancos portugueses. Crescimento económico ajudará as finanças das famílias e as receitas da banca, apesar do impacto da guerra russa na Ucrânia.
A Moody’s considera que o setor bancário enfrenta “condições operacionais mais fracas” por causa da guerra na Ucrânia. Ainda assim, atribui “perspetivas estáveis” à banca portuguesa, devido ao crescimento económico do país, que irá ajudar as finanças das famílias e as receitas dos bancos.
A agência de rating assinala que o crescimento da economia portuguesa será “mais forte do que na maioria dos grandes países europeus”, projetando que o PIB cresça 4,5% em 2022 e 2% em 2023, numa retoma após choque da pandemia que tem sido acompanhada por um “bom desempenho no mercado de trabalho”.
“Isto, em conjunto com a libertação gradual das poupanças acumuladas durante a pandemia, irá apoiar as finanças das famílias, à medida que o governo retira gradualmente os estímulos relacionados com o coronavírus”, explica a Moody’s.
A rentabilidade da banca nacional – um dos calcanhares de Aquiles – permanecerá “modesta”. A agência de notação de risco vê as receitas dos bancos portugueses a crescer à boleia do crescimento da economia e também da subida das taxas de juro, mas a turbulência no mercado causada pela invasão militar da Rússia na Ucrânia deverá pressionar as receitas com comissões no negócio de gestão de ativos.
A Moody’s considera ainda que os bancos beneficiarão de “algum alívio” por causa dos esforços de redução dos custos que realizaram nos últimos anos após “reestruturações pesadas”, embora a margem de manobra para continuar a baixar os custos operacionais seja agora “bastante mais limitada”. Além disso, a inflação e os “custosos investimentos na área do IT” vão aumentar as despesas dos bancos.
Os empréstimos problemáticos deverão aumentar de forma moderada, antecipa a agência, mas as “provisões consideráveis” constituídas durante a pandemia irão absorver as perdas que os bancos venham a incorrer.
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