Portugal quer mais cooperação com China e lembra que abre porta a grandes mercados

  • Lusa
  • 10 Abril 2022

Costa defendeu que a recuperação das economias atingidas pelo impacto da pandemia de covid-19 e pela invasão russa da Ucrânia exige agora outros estímulos e resultados.

O primeiro-ministro defendeu o reforço da cooperação com a China e lembrou que Portugal abre a porta a grandes mercados como a União Europeia (UE), América Latina e África, sobretudo pela relação com países lusófonos.

As declarações do primeiro-ministro português, António Costa, foram feitas num vídeo divulgado hoje na cPrimeiro-ministro chinês faz três propostas para reforçar cooperação sino-lusófonaerimónia de abertura da reunião extraordinária ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

O governante salientou as relações diplomáticas e de “amizade” entre Lisboa e Pequim, sobretudo no âmbito do Fórum de Macau e com os países lusófonos, mas defendeu que a recuperação das economias atingidas pelo impacto da pandemia de covid-19 e pela invasão russa da Ucrânia exige agora outros estímulos e resultados.

António Costa sustentou que “a superação dos impactos socioeconómicos depende das medidas de estímulo” e da exploração de novas oportunidades, recordando que Portugal é “uma porta de entrada para a União Europeia” e para outros mercados, como a América Latina e África, até pela “proximidade com os países de língua portuguesa”.

Para isso, pediu uma melhor gestão de um fundo milionário chinês destinado a financiar a cooperação sino-lusófona, “mais consequente”, nas regras e funcionamento.

Um apelo reforçado pelo embaixador em Pequim, José Augusto Duarte, que solicitou alterações ao nível dos “requisitos de elegibilidade” e expressou o desejo de que o fundo seja marcado por um “maior dinamismo”, de forma a assegurar o financiamento de projetos produtivos das economias locais”.

Em causa está um fundo de cooperação de quase mil milhões de euros criado pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau.

Segundo o Fórum de Macau, o fundo, com quase dez anos de vida, alavancou um investimento total de mais de quatro mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) de empresas chinesas para países de língua portuguesa.

O embaixador em Pequim, por videoconferência, frisou ainda que, apesar de Macau ser uma “porta de entrada para o mercado chinês”, no futuro “tem de se fazer mais” do que eventos de divulgação dos produtos.

Em 2003, a China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa e criou o Fórum de Macau. O secretariado permanente do Fórum integra, além de um secretário-geral e de três secretários-gerais adjuntos, os delegados dos países.

Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial. Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para junho de 2020, devido às eleições para o parlamento de Macau, mas não se realizou devido à pandemia de covid-19.

Primeiro-ministro chinês faz três propostas para reforçar cooperação sino-lusófona

O primeiro-ministro chinês fez hoje três propostas para que seja reforçada a cooperação sino-lusófona face “à incerteza e instabilidade mundial”.

Por um lado, Li Keqiang disse que “defender a paz e a estabilidade” num momento de “conflitos e caos nas vidas dos povos” é uma das ‘receitas’ para o desenvolvimento, num discurso feito a partir de Pequim, por videochamada, na cerimónia de abertura da reunião extraordinária ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

O governante propôs ainda a manutenção de esforços conjuntos para “vencer a pandemia” de covid-19, que há mais de dois anos tem impactado as economias internacionais.

Por fim, Li sustentou também que se deve “persistir na abertura e cooperação”, em especial no âmbito do Fórum de Macau, que inaugurou hoje o Centro de Intercâmbio da Prevenção Epidémica China – Países de Língua Portuguesa.

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Auditoria externa ao Russiagate em Lisboa só avança agora

  • ECO
  • 10 Abril 2022

O objetivo da auditoria externa é "aferir o cumprimento da legislação europeia e nacional relativa à proteção de dados pessoais" em todos os serviços do executivo municipal agora liderado por Moedas.

Só oito meses depois de a proposta ter sido aprovada é que vai avançar a auditoria externa ao caso Russiagate na Câmara de Lisboa, relata o Público este domingo. O ex-presidente Fernando Medina tinha promovido uma auditoria interna, cujo relatório final nunca foi publicado, mas a auditoria externa aprovada por unanimidade pelos partidos ainda não tinha avançado.

Em causa esteve o envio de dados de manifestantes para embaixadas estrangeiras, nomeadamente a da Rússia. Foi no verão do ano passado que se soube que Lisboa enviou, por alegado erro, os dados pessoais de manifestantes russos à embaixada russa, tendo a auditoria interna depois revelado que tinham sido enviado mais dados a outras embaixadas na sequência de protestos na capital portuguesa.

O objetivo da auditoria externa é “aferir o cumprimento da legislação europeia e nacional relativa à proteção de dados pessoais” em todos os serviços do executivo municipal agora liderado por Carlos Moedas. Além disso, esta auditoria deve identificar os procedimentos administrativos em que essa legislação não é cumprida e orientar os serviços que os aplicam no sentido da sua correção e conformação legal”, “avaliar o trabalho desenvolvido pela Equipa de Projeto para a Implementação do Regulamento Geral de Proteção de Dados” e “apurar responsabilidades relativamente a todas as situações de incumprimento identificadas”.

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Associação de seguradoras admite subida nos preços dos seguros

  • Lusa
  • 10 Abril 2022

Em 2021, os lucros provisórios das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF ultrapassaram os 649 milhões de euros (mais de 40% face a 2020).

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) admite, em entrevista à Lusa, um aumento dos seguros devido a vários fatores, desde logo pelo aumento da inflação que impacta nos custos dos sinistros.

“Infelizmente estão muitas coisas a condicionar para isso, desde logo a inflação, e, portanto, pensamos que provavelmente o setor não vai estar imune”, afirma José Galamba de Oliveira, em entrevista à Lusa, que em março tomou posse para o terceiro mandato de três anos frente à associação que representa as empresas seguradoras.

Segundo o responsável, a taxa de inflação tem efeitos positivos no lado dos investimentos das seguradoras (por via da taxa de juro), mas também está a colocar “uma pressão brutal” na componente de custos das seguradoras.

No caso dos acidentes automóvel, exemplifica, hoje em dia regularizar um sinistro automóvel tem, em alguns casos, aumentos de custo de 20% e 30%, acrescentando que esse encargo extra não está ainda refletido nos prémios que os clientes de seguros pagam.

Há aqui, de facto, uma pressão muito grande na rentabilidade das seguradoras em que para acomodar esta inflação temos que o fazer [subir prémios]. Temos que gerir com muita atenção”, afirma Galamba de Oliveira.

Também nos seguros de saúde, disse, estão a aumentar os custos, desde logo pelo aumento nos tratamentos porque as pessoas chegam mais tarde ao hospital (em 2020, com a crise da pandemia da covid-19 adiaram-se muitas consultas, exames e tratamentos) e muitas doenças agravam-se e os tratamentos ficam mais caros. Também a inovação técnica encarece os tratamentos.

Há ainda outros fatores a influir nos custos dos seguros de saúde como o aumento dos salários. “Uma boa parte das pessoas que estão a trabalhar nos hospitais têm salários indexados ao salário mínimo (pessoal operacional, limpezas) – infelizmente é a realidade – e os aumentos do salário mínimo, que eu percebo que são também precisos, colocam um custo adicional para os hospitais privados que obviamente se fazem refletir nas seguradoras”, explica.

O presidente da APS diz que as seguradoras tentam contornar esses custos para “minimizar o impacto” nos clientes, através de “mais eficácia, mais eficiência e produtividade”, mas admitiu que também os seguros de saúde deverão ficar mais caros.

Já em dezembro do ano passado, o supervisor dos seguros (ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) alertou para o impacto do contexto económico e social nos ramos de seguros de doença e automóvel, indicando que poderia existir “um agravamento futuro”.

Assim, admite que este terceiro mandato “também já se apresenta no início muito desafiante”. Primeiro, “porque a pandemia não está, de facto, ainda debelada”, por toda a “situação geopolítica no Leste Europeu”, ao qual acresce “o tema da inflação” que se agravou. “Isto é, de facto, um ambiente muito desafiante para a atividade económica em geral e o setor segurador, obviamente, também terá aqui os seus impactos“, resumiu.

Em 2021, os lucros provisórios das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF ultrapassaram os 649 milhões de euros (mais de 40% face a 2020) e, das 38 empresas de seguros, 37 apresentam resultados positivos (apenas uma deu prejuízos).

Segundo o presidente da APS, 2021 foi um ano de recuperação, sobretudo no ‘ramo vida’, tendo a produção de seguro direto crescido para 13.350 milhões de euros, mais 34% face a 2020 (ano muito impactado pela crise pandémica).

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Seguradoras pedem benefícios fiscais para incentivar PPR Europeu

  • Lusa
  • 10 Abril 2022

A proposta do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros para a regulamentação do PEPP já foi entregue ao Governo, defendendo a APS que a regulamentação deva acontecer nos próximos meses.

O presidente da APS defende, em entrevista à Lusa, que o Governo atribua benefícios fiscais atrativos ao Produto Individual de Reforma Pan-Europeu, o chamado PPR europeu, para que haja incentivos efetivos à poupança privada de longo prazo.

Criada na União Europeia, a comercialização do produto de poupança europeu para a reforma (PEEP na sigla em inglês) iniciou-se em 22 de março no espaço da União Europeia, mas em Portugal não há regulamentação para a venda deste produto voluntário de pensão individual, pelo que ainda não está disponível.

Em entrevista à Lusa, José Galamba de Oliveira diz que a proposta do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros para a regulamentação do PEEP já foi entregue ao Governo, defendendo a APS que a regulamentação deva acontecer nos próximos meses para que no verão já possa ser comercializado.

Para a associação que representa as empresas seguradoras, esta é uma oportunidade “de voltar a criar um produto que incentive a poupança de longo prazo”, depois de os Planos de Poupança Reforma (PPR) terem sido “desvirtuados” enquanto produto de poupança de longo prazo para a reforma – atualmente o tempo de permanência médio dos PPR é abaixo dos 10 anos – e terem perdido alguns incentivos fiscais.

Contudo, a associação de empresas seguradoras não quer adiantar como devem ser definidos os benefícios fiscais do PEPP. “A proposta que temos junto do Governo é dizer que devia haver um incentivo, podemos agora discutir o detalhe. Neste momento é preciso que o Governo aceite a ideia de que faz sentido criar um incentivo para a subscrição de um produto de longo prazo para a poupança de reforma, que pode ter benefício fiscal à entrada ou outro”, disse Galamba de Oliveira em entrevista à Lusa.

O presidente da APS defende que este produto também pode ser uma oportunidade para introduzir um mecanismo de poupança salarial (em que, por exemplo, o trabalhador poupa 1% do ordenado para o PEPP e a empresa põe outro 1%), um tema que, diz, pode ser discutido em Concertação Social.

Para Galamba de Oliveira, um produto que incentive a poupança de longo prazo, a pensar na reforma, é fundamental face ao nível de pensões que se estima no futuro, para que os cidadãos tenham uma pensão privada que sirva de complemento à pensão pública. “Se queremos que as pessoas mobilizem dinheiro numa perspetiva de muito longo prazo é preciso dar-lhes uma cenoura e a cenoura pode voltar a criar um incentivo como teve o PPR”, diz na entrevista à Lusa.

Sobre as características do PEPP, Galamba destaca a sua normalização no espaço europeu (as mesmas características), a portabilidade em caso de mobilidade laboral, comissões limitadas a 1% no pacote base ou as várias opções de investimento. O cliente também pode escolher se no momento da desmobilização quer receber o capital todo de uma vez ou receber uma pensão regular.

Nos últimos anos, tanto a associação que representa as empresas seguradoras, como o supervisor dos seguros têm defendido incentivos fiscais à poupança privada dos portugueses.

Em novembro passado, o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Gabriel Bernardino (que pediu em final de março para sair por motivos de saúde mantendo-se para já em funções), considerou “imprescindível atribuir um regime fiscal favorável” ao PEPP, para fomentar a poupança de longo prazo.

Em 2021, foram aplicados em Planos de Poupança Reforma 1.908 milhões de euros, mais 64% face a 2020, mas ainda assim abaixo dos montantes aplicados em 2019, 2018 e 2017. No final de 2021, o valor do ‘stock’ dos PPR comercializados por empresas de seguros ascendia a 15,9 mil milhões de euros.

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Liga dos Bombeiros dá 15 dias para Governo apresentar medidas mitigadoras

  • Lusa
  • 10 Abril 2022

A Liga dos Bombeiros Portugueses exigiu hoje que o Governo apresente, num prazo máximo de 15 dias, medidas que mitiguem o impacto do aumento do preço dos combustíveis no orçamento das corporações.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) exigiu este sábado que o Governo apresente, num prazo máximo de 15 dias, medidas que mitiguem o impacto do aumento do preço dos combustíveis no orçamento das corporações.

O prazo foi fixado numa proposta aprovada por unanimidade pelo Conselho Nacional da LBP, que hoje se reuniu na Figueira da Foz.

A LBP promete convocar um Conselho Nacional extraordinário, “para análise, discussão e tomadas de medidas excecionais e com impacto público”, caso não haja resposta do Governo no tempo exigido, refere um comunicado da Liga.

Na quinta-feira, a LBP lamentou que o Governo “ainda não tenha encontrado uma solução” para minimizar “o impacto brutal” do aumento do preço dos combustíveis nas corporações de bombeiros.

Em declarações à Lusa, o presidente da LBP, António Nunes, disse que os ministérios da Administração Interna e da Saúde sabem quais são as dificuldades das corporações de bombeiros e conhecem as propostas da LBP para que consigam resistir ao aumento do preço dos combustíveis.

As propostas da LBP incluem medidas equivalentes aos transportes públicos, acesso ao gasóleo verde e a assinatura do despacho acordado entre a Liga e o Ministério da Saúde em novembro de 2021 para o transporte não urgente de doentes, que revia a tabela de 2012.

Segundo António Nunes, “está quase a chegar” o momento em que as corporações de bombeiros “vão deixar de ter capacidade para pagar os combustíveis aos fornecedores”.

Questionado sobre a transferência feita em março pelo Ministério da Administração Interna de 1.500 euros para cada corporação a título de compensação transitória da comparticipação com encargos com combustíveis, o presidente da LBP afirmou que se tratou de “uma dívida que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tinha com os bombeiros”.

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Rússia reforça fundo anti sanções com 3,4 mil milhões de receitas adicionais do petróleo

  • ECO
  • 10 Abril 2022

Josep Borrell anunciou a intenção de lançar a discussão sobre um embargo de petróleo na segunda-feira.

Estamos na sexta semana da invasão russa na Ucrânia: a guerra dura há 46 dias. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discutem, na segunda-feira, um sexto pacote de sanções contra a Rússia, mas a suspensão das compras de petróleo e gás divide os 27.

“Acabamos de impor pesadas sanções à Rússia e estamos a preparar-nos para uma sexta onda”, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sexta-feira, durante uma visita a Kiev, na Ucrânia, acompanhada do chefe da diplomacia Josep Borrell.

Siga os desenvolvimentos da situação na Ucrânia neste liveblog:

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Nestlé aposta no café e em produtos vegan em Portugal

Desde opções de origem vegetal no café, alimentação infantil, e mesmo no peixe e marisco, a Nestlé olha para um milhão de portugueses veggies como um mercado com necessidade de oferta.

Depois de um ano marcado por uma recuperação pós-pandemia com o lançamento de 446 novos produtos, sendo que só os produtos lançados nos últimos 36 meses pesou 11% no total do negócio, a Nestlé confessa que estes novos produtos incidiram maioritariamente numa área específica. Cerca de 76% dos novos produtos destinaram-se aos segmentos Healthy, All Natural & Sustainable, Organic/Bio e Premium.

Este investimento particular revela a mais recente aposta da gigante alimentar naquilo que é uma nova entrada no portfolio da empresa: as opções plant-based (produtos de origem vegetal). No entanto, esta jogada manifesta-se de forma mais acentuada em dois negócios distintos, o do café, e na própria linha de produtos plant-based, Garden Gourmet.

Porquê entrar sequer na área das alternativas de origem vegetal? Para a Nestlé, a resposta assenta em números, nomeadamente na quantidade de veggies (vegetarianos, flexitarianos e vegans) em Portugal. Segundo avança a marca, Portugal tem cerca de um milhão de pessoas veggies, e destaca ainda a evolução dos flexitarianos (regime alimentar flexível onde é dada prioridade aos alimentos vegetais).

Andreia Vaz garante que os flexitarianos continuam a crescer consistentemente, ano após ano, representando neste momento 9,3% da população portuguesa, e sublinha que este ramo cresceu 27% nos últimos dois anos. Estes números refletem a necessidade de “ter oferta no mercado que permita às pessoas escolher opções diferentes, mais saudáveis e sustentáveis”, garante a diretora ibérica.

"Começamos a ver um equilíbrio nas preferências alimentares. Os vegans começam a decrescer, e começamos a ver os flexitarianos e os vegetarianos a aumentar. Isto significa que há uma democratização.”

Andreia Vaz

Diretora Ibérica de Innovation Beyond the Core

Visto o potencial de um mercado inexplorado, a Nestlé lançou opções plant-based em todas as categorias, desde “café, baby food, chocolates, preparados para sobremesas”, diz Vaz. A responsável confessa ainda que Portugal é um de quatro mercados a testar, neste momento, a Wunda, uma alternativa ao leite de origem vegetal. Neste campo, Portugal situa-se ao lado da Holanda, França e do Reino Unido.

Inovação no Café

O diretor-geral da Nestlé Portugal, Paolo Fagnoni, esclarece que Portugal tem “um negócio enorme, principalmente do café”, no que toca ao consumo fora do lar. A gigante alimentar tem ainda um departamento de inovação além do seu negócio principal, assente na inovação em áreas do mercado onde a marca ainda não opera, esclarece Andreia Vaz, diretora ibérica de Innovation Beyond the Core. Por estes motivos, o passo lógico seguinte foi aliar a inovação ao conceito das alternativas vegetais, o que se tem traduzido num sucesso para a Nestlé.

O segmento Premium, relacionado com a inovação no negócio do café, cresceu 12% em 2021 face ao ano anterior, avança Vaz. O crescimento do café em porção, ou cápsula, deveu-se à consolidação da oferta através da gama de cafés Nespresso, da portuguesa Buondi e das variedades Starbucks. A Nestlé destaca mesmo o lançamento dos Breakfast Blends Blond/Lugo, para o sistema Nespresso, mas as alternativas vegetais também tiveram destaque através dos lattes.

O sistema Nescafé Dolce Gusto beneficiou de novidades em 2021, nomeadamente três variedades de latte vegetais em cápsula: amêndoa, aveia e coco. Contudo, estas opções também estão disponíveis em saquetas solúveis, sendo o objetivo tornar estas opções acessíveis a todo o mercado. Em suma, a inovação contribui para um crescimento de 32,7% no segmento do café em cápsulas, um crescimento acima do mercado, garante Vaz.

Garden Gourmet

A linha Garden Gourmet representa uma categoria na qual a Nestlé só entrou em 2019. Em 2018, esta categoria era inexistente e valia pouco mais de um milhão de euros, adianta Andreia Vaz. No entanto, a categoria cresceu ano após ano, cerca de 66,8% desde 2019 até agora, mais precisamente. Se em 2019, com a entrada da Nestlé, esta categoria já valia 1,7 milhões de euros, em 2021 este valor quase atingiu os 5 milhões, assegura a diretora ibérica.

"O nosso portfólio plant-based continua a crescer ano após ano. Este ano temos um crescimento de 160% daquilo que são as nossas vendas internas para o mercado, e lançámos mais de 21 novos produtos dentro da inovação plant-based”

Andreia Vaz

Diretora Ibérica de Innovation Beyond the Core

Só em 2021 esta área cresceu 76% e Andreia Vaz diz mesmo que a Nestlé já é líder de categoria, tendo fechado o ano passado com uma quota de mercado de 33,8%. Contudo, em fevereiro de 2022 esta figura já subiu para os 34,4%. O constante lançamento de novas referências também contribui para o crescimento deste mercado, pelo que a “inovação pesa quase um terço daquilo que são as vendas Garden Gourmet”, admite Vaz.

Para 2022, a gigante alimentar também já tem um leque de alternativas ao peixe e ao marisco prontas a serem lançadas. Algumas destas novidades já chegaram às prateleiras, como é o caso da Vuna, uma alternativa vegetal ao atum lançada em março, mas existem ainda outras por vir, como é o caso do Vrimp, uma versão vegan de camarão e um substituto de ovos.

Na vanguarda das novas referências a inundarem o mercado está um programa de inovação e codesenvolvimento, resultante da parceria entre a Nestlé e a Nova SBE.

"Lançamos programas de open innovation (inovação aberta) e pedimos às start-ups para cocriarem connosco novas soluções que permitam entregar naquilo que são as necessidades dos consumidores, e cocriamos essas soluções em conjunto.”

Andreia Vaz

Diretora Ibérica de Innovation Beyond the Core

O programa de cocriação em destaque é o Start&Co, um programa de onde já saíram novidades como a Freeness, um snack sem 14 dos principais alergénios, o que dum ponto de vista de engenharia alimentar, Vaz garante ser bastante complexo. O objetivo deste programa dedicado à exploração de novas áreas e territórios, é o de democratizar o acesso à inovação, garante a responsável.

O Start&Co não é exclusivo a Portugal e está aberto a candidaturas do mundo inteiro. Desde 2017 até ao momento, o programa de inovação já obteve 240 candidaturas, e ao fim de três programas já conta com mais de 19 cocriações em parceria com 19 startups diferentes. Sob exploração ficam ainda mais 45 projetos, visto que o Beyond The Core “olha sempre 3 a 5 anos para o futuro”, acrescenta a Vaz. A edição de 2022 do Start&Co encontra-se com candidaturas abertas até ao final de abril.

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Misericórdias ameaçam abandonar rede de cuidados continuados se comparticipação não aumentar

  • Lusa
  • 9 Abril 2022

As misericórdias de Portugal admitem abandonar a rede de cuidados continuados pública se o Governo não aumentar o valor pago por cada utente, disse hoje o presidente da União das Misericórdias.

As misericórdias de Portugal admitem abandonar a rede de cuidados continuados pública se o Governo não aumentar o valor pago por cada utente, disse este sábado à Lusa o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos.

As misericórdias que têm unidades de cuidados continuados, nomeadamente a tipologia de longa duração, vão levar às respetivas mesas uma decisão de denunciar os acordos. Queremos participar na rede, estar na rede de coração aberto, reconhecemos a importância para as pessoas e para o Estado, mas não podemos ser só nós a aguentar o prejuízo. É adiar a morte das misericórdias”, adiantou Manuel Lemos, após uma reunião realizada hoje em Fátima.

Manuel Lemos adiantou que já enviou uma carta dirigida às ministras da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social “chamando a atenção para o problema”.

As misericórdias estão muito decididas a sair da rede no caso de não haver um aumento. O Governo tem dito que está à espera da constituição de um grupo de trabalho, mas já não há tempo. Tem primeiro de haver um aumento e depois sim, haver um grupo de trabalho, porque há coisas, mesmo no funcionamento da rede, que podemos contribuir”, disse ainda.

O presidente da UMP garantiu que não estão “contra ninguém”, mas que não podem continuar a “prestar um serviço se não pagarem o valor justo”.

Há 15 dias, num conselho nacional, as misericórdias tinham alertado que não aguentavam se não houvesse aumentos do preço da rede nacional de cuidados continuados e que “se o Estado não fizesse negociações o caminho seria denunciar os acordos em vigor”, revelou.

No dia 30, acrescentou Manuel Lemos, “saiu uma portaria do Ministério da Saúde que regulamenta os termos em que se pode concorrer ao PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para novas unidades de cuidados continuados e essa portaria irritou sobremaneira as misericórdias”. Segundo o dirigente, os valores apresentados estão desfasados com o mercado da construção civil.

Os valores do PRR (permitem) pagar 25% do valor de uma obra, o que é inaceitável até porque estamos perante uma rede pública. Quem coloca os doentes é o Estado, quem estabelece as condições de recurso é o Estado, quem dá as altas é o Estado”, afirmou. Sendo uma rede na qual “o setor social colabora bom grato”, a responsabilidade é do Estado”, sublinhou.

“Uma coisa é o Estado pagar 75% do valor da obra outra coisa é 25%. Por outro lado, há outra condição que é completamente inaceitável. Quem fosse buscar esses 25% comprometia-se a, durante 20 anos, ter aquele equipamento afeto à rede, mesmo que o Estado não mexesse nos valores. É uma condição absolutamente leonina”, considerou Manuel Lemos, ao referir que os contratos são atualmente renováveis de três em três anos.

Segundo o presidente da UMP, “as misericórdias ficaram muito zangadas com isso”, por ser “uma deslealdade muito grande”. Por isso, “decidiram que ninguém concorre ao PRR nessas condições”.

Na reunião de hoje, foi também aprovada uma moção de apoio ao povo ucraniano. “A União criou uma plataforma e as misericórdias inscrevem o número de pessoas que podem acolher”, explicou.

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Já foram entregues mais de 1,5 milhões de declarações de IRS

O número de declarações de IRS submetidas em pouco mais de uma semana já ultrapassou a marca de 1,5 milhões. Os primeiros portugueses já estão a receber os reembolsos, segundo as Finanças.

A campanha de IRS 2022, que se refere aos rendimentos auferidos em 2021, atingiu um novo marco este sábado: já foram entregues mais de 1,5 milhões de declarações de IRS por parte dos portugueses, de acordo com as estatísticas disponíveis no Portal das Finanças, numa altura em que o fisco já está a processar reembolsos. Na terça-feira tinha chegado a um milhão de declarações.

Segundo os dados da Autoridade Tributária, foram entregues até ao momento 1.548.207 declarações de IRS. Esta terça-feira o balanço apontava para as 1.033.047 declarações e na sexta-feira, o primeiro dia em que era possível submeter a declaração, estava ligeiramente acima das 450 mil até às 18h, de acordo o comunicado do Ministério das Finanças.

Esta sexta-feira a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) já tinha processado os primeiros reembolsos de IRS e o Ministério das Finanças garantia que começavam a chegar ontem à conta dos contribuintes, cinco dias úteis após o início da entrega das declarações de IRS referentes aos rendimentos de 2021.

Assim, o processamento de reembolsos entra agora “em velocidade de cruzeiro, demorando cerca de três dias úteis entre o processamento da ordem de reembolso (após liquidação da declaração) e a entrada na conta bancária do contribuinte”. Este ano a expectativa é que o ritmo dos reembolsos volte ao pré-pandemia, com um prazo médio de 17 dias: 12 dias para o IRS automático e 19 dias para o IRS manual.

No total, é expectável que sejam entregues mais de seis milhões de declarações de IRS, tendo em conta o número fixado em 2021. Os contribuintes têm até ao final de junho para o fazer, mas muitos procuram acelerar este processo, obtendo mais rapidamente o reembolso, caso exista lugar a tal. No máximo, o reembolso tem de ser feito até ao final de julho.

A entrega da declaração de IRS em 2022, referente aos rendimentos auferidos em 2021, é feita exclusivamente através do Portal das Finanças, sendo que os contribuintes podem recorrer à linha de apoio da AT através do 217 206 707. Muitos contribuintes beneficiam do IRS Automático, se preferirem, o que facilita o preenchimento da declaração, mas devem verificar os dados uma vez que pode ser mais vantajoso preencher manualmente.

Este ano a nota de liquidação passa a ter a referência à taxa efetiva de imposto paga pelo contribuinte, já tendo em conta as deduções à coleta e o próprio reembolso (se for caso disso). Tendo em conta que houve um ajuste nas taxas de IRS de retenção na fonte, os fiscalistas antecipam que o reembolso este ano seja menor, em comparação com o do ano passado.

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João Torres eleito com 93% dos votos secretário-geral adjunto do PS

  • Lusa
  • 9 Abril 2022

O deputado e antigo líder da JS João Torres foi hoje eleito secretário-geral adjunto do PS em reunião da Comissão Nacional deste partido, tendo obtido 93% dos votos favoráveis.

O deputado e antigo líder da JS João Torres foi eleito este sábado secretário-geral adjunto do PS em reunião da Comissão Nacional deste partido, tendo obtido 93% dos votos favoráveis.

João Torres, deputado eleito pelo Porto e ex-secretário de Estado do Comércio e Serviços, sucede como “número dois” da direção do PS a José Luís Carneiro, que passou a exercer as funções de ministro da Administração Interna no XXIII Governo Constitucional.

No final da reunião da Comissão Nacional do PS, João Torres afirmou que inicia as suas funções de secretário-geral adjunto com o seu partido “unido e mobilizado” para os quatro anos da nova legislatura”, em que os socialistas têm uma maioria absoluta de deputados na Assembleia da República.

Também nesta reunião, o secretário-geral do PS, António Costa apresentou uma proposta de remodelação do Secretariado Nacional, o órgão de direção deste partido. A proposta de António Costa foi aprovada com 88% dos votos.

Do Secretariado Nacional do PS saem as ex-ministras Alexandra Leitão e Graça Fonseca, bem como Maria da Luz Rosinha, Bernardo Trindade, João Tiago Silveira e Marcos Perestrello.

José Luís Carneiro e Ana Catarina Mendes, atual ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, que antes tinham lugar por inerência neste órgão de direção, passam a ser agora membros efetivos.

Entram ainda para o Secretariado Nacional do PS a presidente da Câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, a constitucionalista Isabel Moreira, o secretário de Estado Francisco André e Vera Braz.

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“Temos de dar ainda mais força às nossas Forças Armadas”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 9 Abril 2022

O Presidente da República defendeu a necessidade de “se dar ainda mais força" às Forças Armadas, de forma “a prevenir e construir a paz” naquelas que são “as novas fronteiras de Portugal".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu este sábado a necessidade de “se dar ainda mais força” às Forças Armadas, de forma “a prevenir e construir a paz” naquelas que são “as novas fronteiras de Portugal”.

“As nossas fronteiras já não são o que eram e hoje passam por África, pelo Golfo da Guiné, pelo Atlântico, pela fronteira de vários países da União Europeia, da NATO com a Ucrânia, passam pela solidariedade para com o povo martirizado ucraniano: estas são as novas fronteiras de Portugal. Mas, se queremos prevenir e construir a paz, temos de dar às nossas Forças Armadas ainda mais força”, sustentou.

Na sua intervenção na cerimónia evocativa do 104.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, que decorreu ao longo da manhã no Mosteiro da Batalha, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que apesar de a sociedade atual se ter habituado à ideia de que não haveria mais conflitos, “ninguém está longe da guerra”.

“Todos devem trabalhar pela paz. Trabalhar pela paz é criar mais justiça, mais crescimento económico, menos pobreza e menos desigualdades, mas é também prevenir a paz fortalecendo e prestigiando as Forças Armadas”, destacou.

Para tal, o chefe do Estado defende que se criem melhores condições para os combatentes de hoje. “Se queremos ter combatentes pela paz hoje, então criamos condições para eles. Essa é uma escolha do país, não é a escolha de um governante”, salientou.

No dia em que se prestou homenagem aos antigos combatentes, o Presidente da República disse ainda que este era o momento de se agradecer também os combatentes das Forças Nacionais Destacadas.

“Na Bósnia, no Kosovo, no Afeganistão, na Somália, no Golfo da Guiné, no Mali e na República Centro-Africana. Nós continuamos a ter combatentes e, às vezes, nós como pátria esquecemo-nos deles”, referiu, acrescentando ainda que são também combatentes todos aqueles que combateram os incêndios florestais ou a pandemia de covid-19.

Governo vai adequar defesa nacional à nova realidade de segurança internacional

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, avançou este sábado que é prioritário adequar a defesa nacional à nova realidade de segurança europeia e internacional, que decorre da invasão da Ucrânia pela Federação Russa.

“Teremos que aprovar, a breve trecho, um novo conceito estratégico de defesa nacional, a par com a atualização estratégica em curso, também na União Europeia e na NATO, e reforçar progressivamente o investimento em defesa”, referiu.

Na sua intervenção na cerimónia evocativa do 104.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, que decorreu no Mosteiro da Batalha, Helena Carreiras apontou a intenção de reforçar a operacionalidade das Forças Armadas, assegurando a manutenção e modernização das capacidades e equipamentos, e “apostando em programas de efeito multiplicador, passíveis de duplo uso e que criem a riqueza para a economia nacional”.

Este reforço passa também “pelo investimento nas pessoas” e pela “dignificação da condição militar, atraindo mais jovens para as Forças Armadas e proporcionando a todos os militares melhores condições de serviço”.

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Tendência minoritária no PS adverte que Portugal pode cair 11 posições no “ranking” do PIB

  • Lusa
  • 9 Abril 2022

"A manter-se o atual ritmo de criação de riqueza estamos condenados a ficar comparativamente cada vez mais pobres", avisou Daniel Adrião, líder da tendência minoritária do PS.

O dirigente socialista Daniel Adrião advertiu este sábado, perante a Comissão Nacional do PS, que se Portugal mantiver o atual ritmo de crescimento, cairá 11 posições no “ranking” do Produto Interno Bruto (PIB).

Falando perante o órgão máximo partidário entre congressos, Daniel Adrião, que lidera a tendência minoritária dos socialistas, avisou que o PS, apesar de possuir maioria absoluta no parlamento, tem desafios estruturais pela frente ao longo dos próximos quatro anos e meio.

“Segundo as previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional), até 2026, isto é, até ao final do mandato do atual governo, Portugal pode cair 11 posições no ranking mundial do PIB per capita, isto é, ser ultrapassado por 11 países. Portanto, a manter-se o atual ritmo de criação de riqueza estamos condenados a ficar comparativamente cada vez mais pobres”, declarou.

Para Daniel Adrião, “o grande desafio deste Governo está, assim, no desenvolvimento económico, que permita tirar o país de um caminho que, cada vez mais, tem atirado [o país] para a cauda da Europa”.

“Isto, apesar de insistentemente se afirmar que estamos a crescer mais que a média europeia. Sucede, que para recuperarmos o nosso atraso endémico, e conseguirmos efetivamente convergir, não podemos limitar-nos a crescer um pouco acima da média, temos de ter a ambição de crescer o dobro ou triplo da média europeia, porque é isso que está a acontecer com os países que mais diretamente competem connosco”, apontou.

Numa crítica indireta aos governos liderados por António Costa, Daniel Adrião referiu que 2015 Portugal ocupava o 17.º lugar no ranking europeu de PIB per capita”.

Em 2021 ocupava o 21.º lugar, caindo quatro lugares, o que significa que foi ultrapassado nos últimos seis anos por quatro países do alargamento: Estónia, Lituânia, Hungria e Polónia. São agora sete os países do leste da Europa que nos ultrapassaram em termos de PIB per capita desde que aderiram à União Europeia”, acrescentou.

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