Confiança dos consumidores aumenta em maio, mas clima económico diminui
Enquanto os consumidores se mostram otimistas quanto à evolução futura da economia, as perspetivas na indústria transformadora, comércio e serviços são menos animadoras.
O indicador de confiança dos consumidores aumentou tanto em abril como em maio, depois de uma queda abrupta em março, mas o indicador de clima económico recuou, segundo revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta segunda-feira.
A evolução observada em maio da confiança dos consumidores “resultou dos contributos positivos das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país e, em menor grau, das opiniões e das perspetivas sobre a situação financeira do agregado familiar”, segundo explica o INE. Ainda assim, as expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias contribuíram negativamente para o indicador.
Já o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços, numa altura em que se vive num contexto de inflação a acelerar, “aumentou nos últimos oito meses, prolongando a trajetória acentuadamente ascendente iniciada em março de 2021 e aproximando-se do máximo da série observado em maio de 2008”, nota o INE. Olhando para o futuro, o saldo das perspetivas relativas à evolução dos preços diminuiu em abril e maio.
Quanto ao indicador que mede o clima económico, este diminuiu em maio, depois de um aumento ligeiro em abril. “Os indicadores de confiança diminuíram em maio na indústria transformadora, no comércio e, de forma ligeira, nos serviços, tendo aumentado na construção e obras públicas”, indica o gabinete de estatísticas.
Na indústria transformadora pesaram as opiniões sobre a evolução da procura global e das perspetivas de produção, enquanto no comércio o contributo negativo surgiu das opiniões sobre o volume de vendas e das perspetivas de atividade da empresa. Nos serviços, foram as opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas que penalizaram o desempenho.
No sentido inverso, o contributo das apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego levou a uma subida no indicador de confiança da construção e obras públicas.
Os saldos das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda diminuíram em todos os setores. É de salientar que a informação dos Inquéritos Qualitativos de Conjuntura às Empresas passou a ser baseada em novas amostras, mas o INE diz não se terem registado alterações relevantes.
Sentimento económico sobe 0,1 pontos na zona euro em maio
O indicador do sentimento económico subiu, em maio, 0,1 pontos na zona euro e recuou 0,5 na União Europeia (UE), face a abril, segundo dados divulgados esta segunda-feira pela Comissão Europeia.
De acordo com dados da Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros do executivo comunitário, na zona euro o indicador do sentimento económico fixou-se, em maio, nos 105 pontos e na UE recuou para os 104,1 pontos. Por outro lado, o indicador das expectativas de emprego avançou 0,3 pontos (para os 112,9) na zona euro e 0,5 (para os 112,3) na UE.
Considerando as maiores economias da UE, o sentimento económico acelerou marcadamente em Espanha (4,1 pontos) e, em menor medida, em França (1,5), Itália (0,8) e Alemanha (0,2). Os Países Baixos (-1,2 pontos) e a Polónia (-0,8), por seu lado, viram o indicador recuar de abril para maio.
O recuo do sentimento económico na UE deve-se, segundo a Comissão Europeia, à menor confiança dos empresários do setor da indústria e, com menor peso, à quebra da confiança dos consumidores. No setor dos serviços, comércio de retalho e construção, a confiança dos empresários manteve-se estável.
(Notícia atualizada às 10h10 com dados europeus)
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