Portugal é o segundo país do mundo com maior escassez de talento
67% dos empregadores portugueses têm alguma dificuldade em encontrar os candidatos certos e 18% sente muita dificuldade na contratação, alerta estudo do ManpowerGroup.
Com a escassez de talento a atingir máximos históricos, os empregadores nacionais têm cada vez mais dificuldade em preencher as vagas que lançam para o mercado por falta de trabalhadores qualificados. Atualmente, 67% dos empregadores portugueses têm alguma dificuldade em encontrar os candidatos certos e 18% sente muita dificuldade na contratação, o que revela um valor para a escassez de talento de 85% e que vem reforçar da tendência face a 2021, com um aumento de 15 pontos percentuais. Este valor posiciona Portugal acima da média global, que se encontra nos 75%, mas também como o segundo país do mundo onde os empregadores têm mais dificuldade na contratação, estando apenas abaixo de Taiwan (88%), revela o “Talent Shortage Survey 2022″, realizado pelo ManpowerGroup.
“Estamos hoje a viver um período de grande dinamismo do mercado de trabalho, com os empregadores a mostrarem um maior otimismo nas contratações para os próximos meses. Segundo o último ‘ManpowerGroup Employment Outlook Survey’, para o período de julho a setembro, os empregadores têm uma projeção para a criação líquida de emprego de 37%. No entanto, estas intenções de contratação poderão ver-se moderadas pelos níveis mais elevados de escassez de talento em seis anos”, começa por dizer Rui Teixeira, country manager do ManpowerGroup Portugal.
“Assistimos assim a duas tendências opostas, com a procura de competências pelos empregadores a não ser acompanhada pela oferta de talento com as qualificações desejadas. Este contexto tem impacto em todos os setores de atividade, criando uma maior competitividade na busca por talento, mas também a necessidade de os empregadores criarem propostas de valor alinhadas com as preferências dos profissionais, que passam hoje por modelos de trabalho flexíveis, possibilidades de desenvolvimento ou mesmo um maior sentido de propósito organizacional, mais além da remuneração”, acrescenta, citado em comunicado.
Escassez de talento atinge (quase) todos os setores
A escassez de talento é sentida nos onze setores analisados no estudo, sendo na banca, finanças, seguros e imobiliário que o valor é mais acentuado, com 88% dos empregadores a relatarem dificuldade em contratar as competências de que precisam.
Segue-se o setor do comércio grossista e retalhista, que engloba também as atividades logísticas, com 87%, bem como a indústria e a restauração e hotelaria, ambos com um valor de 86%. A fechar o grupo de atividades com maiores desafios na aquisição de talento estão o setor das tecnologias da informação, telecomunicações, comunicação e media e o setor da construção, com 84% dos seus empregadores a relatarem a mesma dificuldade.
Já no que toca à dimensão, ainda que a escassez de talento seja um problema presente em praticamente todas as organizações, é nas grandes e médias empresas que os empregadores têm mais dificuldade em contratar (89% e 86%, respetivamente). Apesar de ligeiramente inferiores, as pequenas e microempresas seguem este movimento, ambas com 81% dos recrutadores a afirmarem o mesmo.
Também em todas as regiões de Portugal os empregadores têm dificuldade em preencherem as funções que têm em aberto. Contudo, é na grande Lisboa e região centro que esta realidade é mais acentuada, com 89% das empresas a relatar dificuldades em contratar, um pouco acima da região sul (86%) e mais distanciadas do grande Porto e da região norte, ambas com 79%.
Funções de IT e Data são as mais procuradas pelas empresas portuguesas
Questionados sobre as funções mais requisitadas, 26% dos empregadores portugueses colocaram os cargos tecnológicos e relacionados com data em primeiro lugar. Na lista dos profissionais mais procurados pelas empresas para integrarem as suas equipas seguem-se as funções de indústria e produção, referidas por 21% dos participantes no estudo, bem como operações e logística, a escolha de 20%. Também as funções de vendas e marketing, assim como de recursos humanos, foram ambas referidas por 19% das entidades nacionais inquiridas.
O estudo do ManpowerGroup destaca ainda as cinco principais competências humanas que os empregadores nacionais mais valorizam, mas que são difíceis de encontrar. É o caso da resiliência e adaptabilidade (skills referidas por 30% dos empregadores) e da fiabilidade e autodisciplina, com a mesma percentagem. Trabalho em equipa e colaboração, capacidade de iniciativa e resolução de problemas são também aptidões bastante procuradas e valorizadas.
O estudo do ManpowerGroup inquiriu mais de 40.000 empregadores em 40 países e territórios. Os resultados completos do Talent Shortage Survey podem ser consultados aqui.
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