Inflação e incerteza preocupam os portugueses. Metade admite tentar poupar mais
Estudo revela que cerca de quatro em cada dez portugueses consideram que o aumento dos preços e serviços está a limitar o seu poder de compra, enquanto metade admite que irá poupar mais.
A inflação e a incerteza estão a preocupar os portugueses. De acordo com o Future Consumer Index da consultora EY, 47% dos consumidores mostram-se preocupados com a respetiva situação financeira e metade (49%) admite vir a fazer um esforço adicional de poupança, mesmo com o aumento dos preços.
A invasão russa à Ucrânia veio acelerar a subida de preços da energia, o que, aliada à seca e a outros fatores, tem vindo a agravar a inflação na maior parte do mundo ocidental. A atual conjuntura económica também castiga as famílias portuguesas e reflete-se na taxa de inflação em Portugal, que acelerou para 8% em maio, um máximo desde 1993.
O aumento do custo de vida está a ter consequências nos hábitos de consumo, com 47% dos consumidores a referirem que estão preocupados com a situação financeira e 41% a afirmarem já estão a tentar poupar mais dinheiro, de acordo com a terceira edição do inquérito EY Future Consumer Index, divulgado esta quarta-feira, realizado junto de 488 consumidores.
Ao mesmo tempo, cerca de quatro em cada dez portugueses (43%) consideram que o aumento dos preços e serviços está a limitar o seu poder de compra e metade (49%) admitem que vão tentar poupar mais nos próximos tempos.
Metade dos portugueses (51%) elenca o aumento dos preços de bens essenciais como uma das maiores preocupações este ano, enquanto 42% destacam a subida dos preços da água, luz e gás. 40% também referem o aumento dos preços dos combustíveis.
Perante a atual conjuntura económica, os consumidores mostram-se, deste modo, mais sensíveis ao aumento dos preços, pelo que estão a mudar os hábitos de consumo.
Entre os inquiridos, mais de um quarto (27%) dizem estar a comprar outras marcas mais baratas para reduzir as despesas, 26% admitem que tiveram uma quebra de rendimentos e 28% dizem estar a comprar apenas o essencial. Neste contexto, mais de metade (55%) consideram o preço como o critério de compra mais importante, enquanto quase seis em cada dez (58%) admitem ser mais cautelosos com os seus gastos no futuro.
Neste contexto, as marcas próprias são cada vez mais consideradas alternativas mais atrativas. Esta é aliás, a escolha de seis em cada dez dos inquiridos na hora de comprar produtos para cuidar da casa, enquanto 54% dizem optar por marcas próprias nos alimentos frescos e 47% nos produtos de cuidados pessoais, revela ainda o estudo.
E se alguns hábitos trazidos pela pandemia se mantêm, como comprar na internet, cozinhar e consumir em casa, há outros que nem por isso.
Se no primeiro estudo 55% dos inquiridos admitiam estar a fazer compras com menos frequência, atualmente, a percentagem é de 45%. Do mesmo modo, nessa altura, 69% afirmavam que estavam a visitar lojas físicas com menos frequência — atualmente essa percentagem baixou para 51%. Por fim, se há cerca de ano e meio 58% afirmavam estar a passar mais tempo na internet, agora são apenas 39% os que reconhecem passar mais online.
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