Pedro Nuno Santos pressiona Montenegro para “bom consenso” sobre aeroporto de Lisboa
Depois de Costa, ministro das Infraestruturas desafia novo líder do PSD a acertar agulhas sobre a localização do aeroporto de Lisboa. Na habitação, Pedro Nuno Santos admite não ter “bala de prata”.
Pedro Nuno Santos insistiu esta terça-feira que o país “precisa rapidamente de um novo aeroporto” em Lisboa e que é “necessário um consenso alargado para a sua concretização, de forma a assegurar que, de cada vez que muda um Governo ou muda um ministro, [o dossiê] não anda para trás”.
Questionado pelos jornalistas sobre se já conversou sobre este tema com o próximo líder do PSD, o ministro das Infraestruturas deixou a entender que estava apenas a aguardar pela tomada de posse para acertar agulhas com o sucessor de Rui Rio. “É importante trabalharmos num bom consenso e numa boa solução que permita alargar rapidamente a capacidade [aeroportuária] do país”, notou.
Num espaço de poucos dias, esta é a segunda vez que um membro do Governo pressiona Luís Montenegro para um alinhamento de posições nesta matéria. No início de junho, o primeiro-ministro sinalizou que aguarda pelo novo líder da oposição para saber qual é o acordo, salientando o “princípio que grandes infraestruturas têm de ser objeto de acordo entre maiores partidos e ter acordo de dois terços do Parlamento”.
“Há estudos para todos os gostos, há ótimos argumentos para todos. Só falta decidir e fazer”, referiu António Costa num almoço-debate na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em que defendeu que esta é uma decisão que “para ser estável deve ser feita envolvendo os dois maiores partidos e enquanto lideranças são estáveis”, já que “basta uma mudança na liderança e já não é suficiente”.
"Os problemas de circulação, de fluidez e de espera no aeroporto [de Lisboa] já estão a ser sentidos desde maio – e ainda não chegou ao verão.”
Já sobre o problema da recusa de voos no aeroporto Humberto Delgado, Pedro Nuno Santos disse esta tarde que este ano “ainda” não se colocará, mas antevê que isso possa acontecer em 2023, com a previsível retoma da atividade para níveis anteriores à pandemia de Covid-19. No entanto, advertiu o governante, “problemas de circulação, de fluidez e de espera no aeroporto já estão a ser sentidos desde maio – e ainda não chegou ao verão”.
Sem “bala de prata” na habitação
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, acompanhado da secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, participou esta terça-feira na cerimónia de lançamento da primeira pedra da construção de 70 fogos no Bairro Padre Cruz, em Lisboa. Confrontado com os elevados preços das casas também para a classe média, reconheceu que “há um trabalho que vai demorar muito tempo e que tem a ver com este aumento do parque público, que [continua] a achar que é a resposta estrutural para o problema”.
“No curto prazo, não ignoramos que é difícil resolver um problema que se veio acumulando ao longo de anos. Temos, de facto, preços proibitivos em várias partes do país, desde logo em Lisboa. Não há uma bala de prata. Vamos recorrendo a todos os mecanismos que temos ao dispor para um problema que é gigante. (…) O problema é difícil, de resolução complexa e demorada. A forma concreta de o resolver é esta que estamos aqui a fazer. É construir, dar realismos aos nossos planos. É o trabalho que está a ser feito, mas que demora”, completou.
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