Trabalhadores dos Silos de Leixões fazem greve na sexta-feira
A paralisação pode afetar todas as cargas e descargas de cereais, nomeadamente o abastecimento à indústria alimentar, de moagens e panificação.
Os trabalhadores dos Silos de Leixões, em Matosinhos, vão fazer uma greve de 24 horas na sexta-feira, constituindo um piquete, anunciou esta quarta-feira o Sindicato dos Trabalhadores da agricultura e das indústrias de alimentação, bebidas e tabacos de Portugal (SINTAB).
“Os trabalhadores dos Silos de Leixões vão constituir um piquete de greve à porta da empresa, em Leça da Palmeira, a partir das 08:00 de sexta feira, dia 17 de junho, período em que decorre greve total de 24 horas”, pode ler-se num comunicado emitido hoje pelo sindicato e enviado à agência Lusa.
Segundo a estrutura representativa dos trabalhadores, “prevê-se que a paralisação afete todas as cargas e descargas de cereais, nomeadamente o abastecimento à indústria alimentar, de moagens e panificação, e a descarga de navios”. A direção nacional do SINTAB refere ainda que o piquete de greve estará à porta das instalações da empresa “para dar nota dos motivos e decorrência desta ação de luta”.
Segundo o sindicato, os trabalhadores dos Silos de Leixões “estão há mais de 12 anos sem aumentos salariais e sem contratação coletiva”, apesar de este ano a empresa ter processado “aumentos salariais, fora do âmbito da negociação com o SINTAB, que os trabalhadores consideram insuficientes”.
“A empresa deu ainda nota de não ter qualquer intenção de aplicar a contratação coletiva que o SINTAB refere como aplicável à atividade, nem qualquer outra, mantendo os direitos circunscritos ao Código do Trabalho”, refere ainda o sindicato.
Os trabalhadores consideram a atitude “depreciativa em relação ao seu trabalho e provocatória”, de acordo com o comunicado, em que também referem que em 2012 a empresa “procedeu ao afastamento do AE [acordo de empresa] da Silopor, a cuja aplicação esteve obrigada por apenas cinco anos após o início da concessão, deixando, a partir dessa data, os Trabalhadores sem a maioria dos direitos que tinham até aí e sem atualizações salariais”.
A Silos de Leixões pertence ao grupo Manuel Champalimaud e dedica-se à logística agro-alimentar na área dos granéis, estando a sua infraestrutura integrada no perímetro do porto de Leixões. A Lusa questionou a Silos de Leixões acerca da greve e das afirmações do sindicato mas não obteve resposta até ao momento.
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