Nova lei das moratórias obriga banco polaco do BCP a assumir custos de 370 milhões. Banco entra em processo de recuperação
Banco polaco do BCP é obrigado a assumir custos com o novo regime de moratórias no crédito à habitação. A instituição polaca antecipa resultados negativos no terceiro trimestre.
O banco polaco do BCP vai acionar um plano de recuperação e já notificou o supervisor polaco e o Fundo de Garantia Bancária do país. A culpa é dos custos que o Bank Millennium (detido em 50,1% pelo BCP) terá de assumir para lidar com o novo regime de moratórias no crédito à habitação anunciado esta semana pelo governo polaco, segundo um comunicado ao mercado conhecido esta sexta-feira. É a segunda vez em uma semana que esta instituição anuncia que tem de colocar dinheiro de parte.
O Governo polaco anunciou moratórias de crédito à habitação com a validade de até oito meses, quatro em 2022 e outros quatro em 2023. O Bank Millennium estima que a medida poderá custar, no máximo, 1,779 mil milhões de zlotys (cerca de 371,6 milhões de euros, no câmbio atual). “O Grupo/Banco espera reconhecer antecipadamente os custos nos resultados do 3º trimestre de 2022, considerando um intervalo entre 75-90% dos montantes acima referidos”, indica a nota, que aponta para um impacto de cerca de 37 milhões ao nível do grupo “por cada 10% dos mutuários elegíveis, caso utilizem as moratórias de crédito”.
Com base nesta provisão, o banco presume que “apresentará um resultado líquido negativo no 3.º trimestre de 2022 e, consequentemente, os seus rácios de capital poderão ficar abaixo dos atuais requisitos mínimos, estabelecidos pela Autoridade de Supervisão Financeira polaca”, assim refere o comunicado divulgado junto da Comissão do Mercado de Valores Financeiros (CMVM).
Para aumentar os rácios de capital “para níveis confortavelmente acima dos mínimos exigidos”, o banco vai ativar o plano de recuperação. Nele estão incluídas medidas para a “melhoria da rendibilidade operacional” e “iniciativas de otimização do capital, tais como a gestão dos ativos ponderados pelo risco (incluindo securitizações)”.
As medidas deverão ser detalhadas em 26 de julho, data da apresentação dos resultados do primeiro semestre do Bank Millennium.
Na passada sexta-feira, o Bank Millennium anunciou que decidiu pôr de lado mais 107 milhões de euros para enfrentar os riscos legais relacionados com os empréstimos hipotecários em moeda estrangeira originados na década de 2000.
Por causa das contingências relacionadas com este caso conhecido como “Francowicze”, o banco já tinha colocado de lado 660 milhões de euros. Por conta disso, o banco admitiu que vai apresentar prejuízos no segundo trimestre deste ano.
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