Trabalhadores do município de Lisboa reivindicam aumentos salariais
Os trabalhadores concentraram-se esta quarta na Praça do Município a reivindicar aumentos salariais nas empresas municipais Gebalis, EGEAC e SRU.
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) voltou esta quarta-feira a reivindicar aumentos salariais nas empresas municipais Gebalis, EGEAC e SRU, ao que o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), disse que falará com os conselhos de administração.
Os trabalhadores destas empresas municipais de Lisboa concentraram-se esta quarta na Praça do Município, à frente do edifício onde decorre a reunião pública da câmara, onde o sindicalista Víctor Reis, dirigente do STML, aproveitou a intervenção do público, aceite “à terceira tentativa” de inscrição, para se dirigir, diretamente, ao executivo camarário.
“Tendo em conta as reivindicações dos cerca de mil trabalhadores destas empresas, o impasse em que se encontram as negociações no âmbito dos acordos de empresa, fruto de políticas salariais inamovíveis e de adiamentos sucessivos das decisões por parte dos gestores públicos, resolveu-se chamar à responsabilidade o único acionista: a Câmara de Lisboa”, apontou o STML, num comunicado conjunto com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Dirigindo-se ao executivo municipal, Víctor Reis começou por referir a situação dos trabalhadores da Gebalis – Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, que tinham acordado com o anterior conselho de administração da empresa, em 2021, um aumento salarial de 10 euros por mês, equivalente a 140 euros por ano, mas que a nova administração disse que “não tinha condições, nem conhecimento” para assumir.
O dirigente do STML disse que o novo conselho de administração da Gebalis avançou com “um aumento salarial de 1% para 2022, sem qualquer negociação”, apesar de o diálogo com os sindicatos dos trabalhadores estar previsto no acordo de empresa.
Víctor Reis referiu que os trabalhadores se sentem “defraudados de não serem respeitados”, nomeadamente no cumprimento “daquele acordo, apesar de minimalista, de aumento salarial de 2021”, pedindo à câmara, que tutela a empresa municipal, “que haja algum bom senso por parte do novo conselho de administração para respeitar aquilo que vinha do conselho de administração anterior”.
Relativamente à Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), que está em processo de mudança de administração, o sindicalista indicou que ainda não foi possível reunir para negociar os aumentos salariais para 2022, “apesar de, por mais de uma vez, ter sido solicitada essa negociação”.
Quanto à empresa Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, os sindicatos tentam “negociar o acordo de empresa desde 2020”, apontou Víctor Reis, acrescentando que já foram enviadas propostas e o novo conselho de administração respondeu que “estava a estudar”.
Outra das preocupações dos trabalhadores do município de Lisboa tem que ver com “um colapso do sistema de refrigeração e circulação do ar” no edifício do Campo Grande, que foi registado há cerca de três semanas, mas para o qual ainda “não existe nenhuma resposta quanto à resolução do problema”, que causa “o maior dos incómodos e impossibilidade de trabalho”, indicou o dirigente do STML, alertando ainda para a falta de papel para impressão e de papel para limpar as mãos.
Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), assumiu que estará “sempre do lado dos trabalhadores”, referindo que, “no caso das empresas municipais, a verdade é que as tabelas salariais são, realmente, negociadas diretamente com os conselhos de administração”.
“Ouvi aquilo que me disse e vou transmitir aos conselhos de administração, mas nós seguimos esse princípio da independência daquilo que são esses conselhos de administração, mas obviamente não somos isentos do que nos diz e temos a nossa responsabilidade como acionistas da empresa”, declarou o social-democrata, assegurando que irá saber o que se está a passar neste âmbito.
Carlos Moedas ressalvou que é preciso responder ao problema a nível nacional, inclusive devido à questão dos efeitos da inflação, que tem de ser tratada “não apenas a nível local”, reforçando o “maior apoio e maior abertura à luta dos trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa”.
O problema da avaria no ar condicionado e a falta de papel no edifício da câmara no Campo Grande já tinha sido levantado pelas vereadoras Ana Jara (PCP) e Cátia Rosas (PS), ao qual a vereadora com o pelouro das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), explicou que a falha no sistema de refrigeração se deve à espera de peças de manutenção.
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