Ajuda europeia não foi pedida por indisponibilidade de meios de combate a incêndios
Mas foi acionado um protocolo com Espanha, pelo que o fogo na serra da Estrela teve “nalguns dias a ajuda bilateral com Espanha com aviões ‘canadair’”.
O comandante nacional da Proteção Civil afirmou esta quinta-feira que Portugal não acionou formalmente o mecanismo de ajuda europeu para combater o fogo da serra da Estrela por falta de meios disponíveis, devido a incêndios noutros estados-membros. “Não houve o acionamento do mecanismo em virtude de ter sido já acionado por outros países e os meios estarem já a ser empenhados noutros países”, disse André Fernandes, salientando que o mecanismo europeu de proteção civil é usado segundo a disponibilidade dos meios existentes.
Ainda segundo André Fernandes, foram feitos “contactos com os diferentes Estados” através do contacto direto português em Bruxelas, onde está a sede do mecanismo. “Outros países também estiveram envolvidos com grandes incêndios e, portanto, não houve essa disponibilidade”, acrescentou. De qualquer forma, foi acionado um protocolo com Espanha, pelo que o fogo na serra da Estrela teve “nalguns dias a ajuda bilateral com Espanha com aviões Canadair”.
Na semana passada, também o primeiro-ministro, António Costa, salientou que não foram usados mais meios aéreos provenientes do mecanismo europeu porque “os países estão hoje com menor disponibilidade de partilha de meios” dado que os incêndios decorrem até em territórios onde eram raros, como na Alemanha, além de não existirem meios europeus próprios.
O primeiro-ministro salientou que Portugal tem acionado os meios através do mecanismo europeu “sempre que eles estão disponíveis”, mas “têm estado pouco disponíveis” porque, “ao contrário do que acontecia habitualmente, em que os incêndios existiam sobretudo no Sul da Europa, e em particular em países como Portugal, ou como a Grécia ou como a Espanha”, existe agora “uma realidade em que se tem vindo a alargar” a ocorrência daqueles fenómenos.
A União Europeia (UE) anunciou esta quinta, em comunicado, que já mobilizou neste “verão difícil” 29 aviões, oito helicópteros, 360 bombeiros e mais de uma centena de veículos para responder a pedidos de assistência em toda a Europa ao abrigo do mecanismo europeu de proteção civil.
A Comissão Europeia acrescentou que, “além disso, o serviço de cartografia de emergência por satélite ‘Copernicus’ da UE foi ativado para fogos florestais 46 vezes, por 15 países” e que “cerca de 150 bombeiros da Bulgária, Roménia, Alemanha, França, Finlândia e Noruega foram destacados para a Grécia em julho e agosto para apoiar os bombeiros locais”.
“Estamos perante um verão difícil na Europa, com mais de 700 mil hectares queimados até agora este ano, o valor mais alto para esta época do ano desde 2006. Até agora, o Mecanismo de Proteção Civil da UE foi ativado nove vezes por cinco países, com um grau de solidariedade sem precedentes demonstrado pelos estados-membros da UE”, comentou o comissário europeu responsável pela Gestão de Crises. Portugal foi um dos Estados-membros a ativar o mecanismo, em julho passado.
O executivo comunitário recordou que os Estados-membros podem ativar o mecanismo de proteção civil da UE para solicitar assistência no combate aos incêndios florestais, apontando que este mecanismo “reforça a resposta da proteção civil da UE, criando uma reserva que é mobilizada quando não existem outros meios nacionais disponíveis”.
O incêndio que deflagrou no dia 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, foi dado como dominado no sábado, dia 13, mas sofreu uma reativação na segunda-feira e está hoje em fase de rescaldo. O fogo consumiu parte substancial do Parque Natural da Serra da Estrela, uma área natural protegida e classificada pela UNESCO.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Ajuda europeia não foi pedida por indisponibilidade de meios de combate a incêndios
{{ noCommentsLabel }}