Receitas com IVA disparam 24,7% até julho com escalada da inflação. Excedente orçamental encolhe

  • ECO
  • 26 Agosto 2022

Execução orçamental dos primeiros sete meses do ano apura um excedente orçamental de 432 milhões de euros, uma melhoria de 7,6 mil milhões em relação ao mesmo período de 2021.

As receitas com a arrecadação de IVA dispararam 24,7% até julho, um período marcado pela escalada da inflação, de acordo com a execução orçamental divulgada esta sexta-feira pelo Ministério das Finanças, que não divulga o valor arrecadado.

À conta da boa evolução das receitas fiscais e também contributivas, e ainda com a diminuição das despesas relacionadas com a pandemia, os primeiros sete meses do ano apuram um saldo orçamental de 432 milhões de euros, mais 7,6 mil milhões de euros do que no mesmo período de 2021.

A melhoria do saldo orçamental em relação ao período homólogo é “fortemente justificada” pelo “dinamismo da atividade económica e do mercado de trabalho, que influencia o crescimento da receita” – mais 16% face a 2021 e mais 13% face a 2019 – e pelo “menor impacto em 2022 das medidas associadas à prevenção e combate à Covid”, indica o Ministério liderado por Fernando Medina.

“No entanto, face ao primeiro semestre de 2022, o saldo acumulado recuou 681 milhões de euros“, refere o mesmo comunicado. A despesa primária expurgada da despesa Covid cresce em termos homólogos 2,9% até julho deste ano e 10,3% face a igual período de 2019.

A recuperação económica “robusta” manteve a receita total a crescer 17,2% nos primeiros sete meses do ano em termos homólogos e mais 13,6% face a 2019, pré-pandemia. A receita fiscal cresceu 21,1% face a 2021 e a contributiva mais 9,6%.

Esta evolução deve-se ao contributo da receita fiscal (21,1% face a 2021 e 12,5% em relação a 2019), em particular à recuperação do IVA (+24,7% relativamente a 2021 e +16,5% face a 2019), bem como da receita contributiva (+9,6% comparando com 2021 e +16,2% comparando com 2019), que “refletem a recuperação económica dos últimos meses face ao ano anterior”.

Despesa primária sem medidas Covid cresce 2,9%

O saldo primário (que não contabiliza juros) foi positivo em 4.397 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, o que compara com um défice primário de 2.929 milhões de euros em 2021, detalha o Ministério das Finanças. A despesa primária expurgada de efeitos associados às medidas de prevenção e combate à Covid cresceu 2,9% face a igual período de 2021 (10,3% em relação aos primeiros sete meses de 2019).

A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou um acréscimo de 6,3% em termos homólogos, destacando-se a componente de aquisição de bens e serviços (+10,7%), para a qual “contribui fortemente o crescimento da despesa associada” a produtos vendidos em farmácias (+17,8%) e aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (+16,3%). Comparando com os mesmos meses de 2019, o aumento da despesa foi de 23%.

As despesas com salários nas Administrações Públicas cresceram 3% face ao mesmos sete meses do ano passado, destacando-se a evolução dos salários no SNS (+5,9%) e do pessoal docente dos estabelecimentos de ensino não superior (+2,6%), a qual reflete o aumento no número de contratações, os aumentos salariais e as valorizações remuneratórias.

O Investimento na Administração Central e Segurança Social sem PPP aumentou 19,1% face ao período homólogo, destacando-se o crescimento do investimento associado à Universalização da Escola Digital, Ferrovia 2020 e expansão do Metro do Porto.

A despesa com prestações sociais realizada pela Segurança Social excluindo prestações de desemprego e medidas Covid cresceu 4%. As prestações de parentalidade (+12,9%) e o subsídio por doença (+8,7%) estão entre as que registaram maiores aumentos, refere o comunicado.

O total das medidas Covid ascende a 2.476 milhões de euros até julho. “Concorrem para este efeito as medidas do lado da receita no valor de 265 milhões de euros (essencialmente pela prorrogação do pagamento do IVA: 264 milhões de euros) e do lado da despesa total (2.211 milhões de euros), onde se destacam os apoios direcionados ao setor da saúde (794 milhões), às empresas (44 milhões) e ao rendimento das famílias (446 milhões).

(Notícia atualizada às 20h39 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Receitas com IVA disparam 24,7% até julho com escalada da inflação. Excedente orçamental encolhe

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião