Promessa de intervenção da UE alivia preços da energia. Gás recua 7%
O preço da eletricidade vendida na Alemanha registou uma quebra de 20% esta terça-feira, em linha com a quebra de mais de 7% verificada nos preços do gás para entrega em setembro.
Os preços grossistas da eletricidade na Europa dão sinais de alívio esta terça-feira, assim como os do gás natural. Na Alemanha, os contratos para o próximo ano caiam 20% para 610 euros por MWh (megawatt-hora), às 9h50, depois do recorde de 1.050 euros por MWh alcançado esta segunda-feira nas negociações intradiárias do mercado alemão, escreve a Bloomberg. Os preços do gás natural nos mercados internacionais notam esta terça-feira uma quebra de mais de 7%, que se segue ao alívio de 20% verificado na segunda-feira.
O alívio nos preços da energia na Europa acontece um dia depois da Comissão Europeia ter anunciado uma intervenção de emergência no mercado grossista da eletricidade, um mercado que sente a influência dos preços do gás natural utilizado para produzir parte da eletricidade que é vendida nos mercados grossistas.
Em linha com estas quebras, surge também uma desvalorização no preço do gás. O contrato TTF para entrega em setembro na Europa estava a cair 7,5% para 252 euros por megawatt-hora (MWh), pelas 10h00, acompanhando a tendência que se verificou esta segunda-feira, quando os preços chegaram a cair 20%.
Este alívio acontece depois de, na semana passada, os preços terem acumulado uma subida de 40% no preço por MWh em reação ao anúncio de que a estatal russa Gazprom iria suspender os envios de gás para o bloco europeu, via Alemanha, por três dias, uma interrupção que começa esta quarta-feira, 31 de agosto.
Esta segunda-feira, a presidente da Comissão Europeia defendeu uma “intervenção de emergência e uma reforma estrutural” no mercado da eletricidade da União Europeia (UE), admitindo “as limitações” da configuração atual, exacerbadas pela crise. Na atual configuração, o mercado grossista da UE é um sistema de preços marginais, pelo que os produtores de eletricidade recebem todos o mesmo valor pela energia que vendem num dado momento, independentemente da fonte que dá origem à energia vendida, sendo que a energia mais cara – geralmente a fóssil – é aquela que marca o preço.
Uma vez que o bloco europeu depende muito das importações de combustíveis fósseis, nomeadamente vindas da Rússia, o atual contexto geopolítico levou a aumentos de preços no gás natural e, consequentemente, da eletricidade.
Segundo o jornal El País, o governo espanhol irá propor que a União Europeia adote o mesmo modelo visado no mecanismo ibérico, ferramenta usada para travar o preço da eletricidade em Portugal e Espanha. A proposta deverá ser apresentada na próxima reunião do Conselho de Energia Europeu agendada para o próximo dia 9 de setembro. Além deste mecanismo, Espanha deverá propor limitar o preço pago pelas emissões de dióxido de carbono.
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