Gás natural recua 7% com reservas quase cheias na Alemanha e uma reforma à vista
Preços do gás natural na Europa estão em queda depois de a Alemanha ter atingido a meta de 95% das reservas mais cedo do que o previsto e numa altura em que a Comissão prepara pacote de reformas.
Os preços do gás natural estavam a aliviar na Europa esta segunda-feira de manhã, prosseguindo a trajetória de queda que tem sido registada nas últimas sessões. Os futuros do TTF para entrega em novembro, o contrato de referência, caíam mais de 7%, para 132 euros por MWh (megawatt-hora), segundo dados da plataforma Barchart.
Os futuros acumulam uma descida de quase 15% nos últimos cinco dias. A queda acelerou depois de a Alemanha ter conseguido atingir na quarta-feira 95% das reservas de gás natural, uma meta crucial que só se previa que fosse alcançada a 1 de novembro, embora o regulador da energia alemão tenha alertado não ser suficiente para assegurar o combustível necessário para o próximo inverno.
Preços do gás natural em queda
Em simultâneo, a Comissão Europeia prepara-se para propor uma reforma no mercado europeu de gás natural. O ramo executivo da União Europeia quer implementar um mecanismo para travar a volatilidade e prevenir a ocorrência de picos nos preços na negociação de derivados, devendo discutir a matéria com os líderes dos países do bloco no Conselho Europeu marcado para 20 e 21 de outubro.
Segundo a Bloomberg, que avançou a notícia, estará em causa um limite dinâmico nos preços, a ser aplicado nas transações do gás TTF. “Isso vai ajudar a evitar volatilidade extrema e subidas nos preços, assim como especulação que poderá levar a dificuldades no fornecimento de gás natural a alguns Estados-membros”, defende a Comissão Europeia num documento de trabalho citado pela agência.
Além disso, a proposta deverá incluir outro limite às subidas intradiárias nos preços, para “garantir um mecanismo de formação de preços mais sólido”. Em preparação está ainda um novo índice complementar para gás natural liquefeito (GNL), a ter início no final deste ano. Este combustível tem vindo a ganhar preponderância na Europa, importado de países como os EUA, numa altura em que o abastecimento a partir de Moscovo caiu de 40% para 7% no contexto da guerra.
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