Prorrogação dos benefícios fiscais ao mecenato cultural sujeita a avaliação

Benefícios fiscais para o mecenato científico vão ser prorrogados, porque o Governo entende que existem razões extrafiscais que justifiquem a sua existência.

O Governo quer acabar com os benefícios fiscais permanentes para o mecenato cultural. O objetivo é que este regime seja prorrogado por mais cinco anos, passando depois a estar sujeito a reavaliação para continuar a vigorar no futuro, à semelhança do que já acontece com o mecenato científico. Esta é uma das propostas de alteração ao estatuto dos benefícios fiscais que deu entrada esta terça-feira no Parlamento, depois de ter sido aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira passada.

O mecenato incentiva os privados a prestarem um apoio direto, através de donativos, a várias instituições como museus, teatros, e em contrapartida, o Estado, concede-lhes um apoio indireto, ao aliviar parcialmente a carga fiscal que lhes impõe. Esse alívio é feito considerando, para efeitos de IRC ou de categoria B do IRS, 130% do valor total dos gastos ou perdas com os donativos atribuídos às entidades elegíveis, seja por empresas ou particulares.

Agora, o Executivo sugere alterações a estes benefícios fiscais para garantir a sua adequação aos objetivos parafiscais que prosseguem, mas também garantir um paralelismo com mecenato científico, que também considera, para efeitos de IRC ou de categoria B do IRS, 130% do valor total dos gastos ou perdas com os donativos atribuídos às entidades elegíveis.

Na proposta de alteração de um conjunto de benefícios fiscais que deu entrada esta terça-feira no Parlamento, O Governo sugere que o artigo 3.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais passe a ter a seguinte redação: “O disposto no n.º 1 não se aplica aos benefícios fiscais constantes dos artigos 16.º, 17.º, 18.º, 21.º, 22.º, 22.º-A, 23.º, 24.º, 32.º, 44.º, 60.º e 66.º-A, bem como ao capítulo V da parte II do presente Estatuto“.

O que o n.º 1 dita é que as normas que consagram os benefícios fiscais “vigoram durante um período de cinco anos, salvo quando disponham em contrário”. Mas na nova lista de artigos elencados desaparece o 62.º-B, ou seja, os benefícios fiscais ao mecenato cultural, que deixam assim de ser excecionados da caducidade ao fim de cinco anos.

Já os benefícios fiscais para o mecenato científico vão ser prorrogados, precisamente porque o Governo entende que existem razões extrafiscais que justifiquem a sua existência, mas também porque o mesmo se aplica a um número considerável de beneficiários. O número de beneficiários é aliás um dos critérios seguidos para acabar com alguns dos benefícios existentes. Tal como o ECO já noticiou na terça-feira, no dia em que deu entrada a proposta de Lei do Executivo, também é proposto a prorrogação dos benefícios fiscais que permitem a exclusão de tributação em IRS de 50% dos rendimentos de direitos de autor, mas com a nuance de que esta medida é retroativa a janeiro de 2022.

Por outro lado, é revogar um conjunto de benefícios fiscais que já não fazem sentido e começa já com a eliminação da taxa reduzida de ISV aplicável às autocaravanas e a taxa intermédia aplicável aos veículos fabricados antes de 1970, que passam a ser tributados de acordo com a taxa normal, tal como o ECO já noticiou.

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Seca. Cinco municípios pediram à ERSAR autorização para aumentar as tarifas da água

Mogadouro, São Pedro do Sul, Tabuaço, Vila Nova de Foz Côa e Mêda pediram à ERSAR uma revisão dos preços de abastecimento e saneamento devido à escassez de água sentida nas regiões.

Cinco municípios apresentaram à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) propostas para aumentar os tarifários da água. Em resposta ao ECO/Capital Verde, o regulador informa que, face à situação de escassez sentida um pouco por todo o país, os municípios de Mogadouro, São Pedro do Sul, Tabuaço, Vila Nova de Foz Côa e Mêda pediram luz verde para aumentar os preços atualmente em vigor, a propósito da situação de seca. Alguns, antes de o Governo fazer esta mesma recomendação.

De momento, revela a ERSAR, apenas os tarifários de São Pedro do Sul e Mêda já haviam sido aprovados pelas respetivas Câmaras Municipais, sendo que em setembro já se encontravam em vigor. os tarifários de Tabuaço e Vila Nova de Foz Côa foram atualizados a 1 de outubro, informa o regulador, acrescentando desconhecer da data de entrada em vigor do tarifário revisto em Mogadouro, município onde foram revistas e aumentadas as tarifas dos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais — a atualização desta última foi também pedida no município de São Pedro do Sul, estando já a vigorar.

Já a Câmara Municipal de Tabuaço introduziu tarifas de disponibilidade no serviço de abastecimento de água e propôs aumentos das tarifas variáveis. “Esta entidade introduziu também tarifas para o serviço de saneamento de águas residuais“, explica a ERSAR.

Por sua vez, a Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa subiu os tarifários na componente variável do serviço de abastecimento de água e aumentou, também, a tarifa de disponibilidade para utilizadores não-domésticos deste serviço. Por seu turno, a Câmara Municipal de Mêda aumentou as tarifas variáveis dos terceiros e quatros escalões para utilizadores domésticos e reviu a componente variável das tarifas a aplicar a utilizadores não domésticos.

Apesar de o regulador confirmar a revisão tarifária de apenas cinco municípios, os dados avançados pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática são diferentes. Numa intervenção na Assembleia da República, na passada quarta-feira, Duarte Cordeiro, anunciou que sete municípios pediram o aumento temporário da tarifa para o terceiro escalão, enquanto 19 municípios estão a ponderar a adoção desta medida. Questionado pelo ECO/Capital Verde sobre o razão desta diferença entre os valores prestados pela ERSAR, entidade que autoriza a modificação destes preços nos municípios, e aqueles proferidos pelo governante durante a sua intervenção, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática não quis prestar esclarecimentos.

Este aumento de tarifas surge numa altura em que a situação de seca e de escassez de água se está a agravar em Portugal. A 24 de agosto, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática e o Ministério da Agricultura anunciaram um conjunto de medidas de mitigação dos efeitos da seca hidrológica em Portugal, considerada pelo Governo como “a mais grave deste século”. Entre elas, constava a recomendação a 43 municípios de um aumento da tarifa para os grandes utilizadores domésticos (consumidores com mais de 15 metros cúbicos de água, sendo que o consumo médio de uma família é de cerca de 10 metros cúbicos) durante o período de seca.

Até ao momento, daquela lista, apenas as cinco câmaras municipais referidas quiseram rever as suas tarifas da água e, segundo a ERSAR, “estes foram os únicos pedidos de revisão extraordinária de tarifários devidos à seca solicitados desde o início do ano por municípios que gerem os serviços urbanos de águas em modelo de gestão direta”. “Não obstante os cinco municípios integrarem a lista de municípios indicados pelo Governo, foram efetivamente recebidos pedidos de revisão extraordinária em data anterior à da recomendação pelo Governo, enquadrados pela escassez de água nas regiões e como forma de desincentivo de consumos não essenciais”.

No dia em que comunicou ao país a decisão de o Governo recomendar o aumento de tarifas, Duarte Cordeiro explicou que a decisão destinava-se aos 43 municípios com menos água, adiantando, no entanto, que “nada impede que outros” concelhos o façam. “Recomendaria essa medida para qualquer município do país”, disse o governante.

Ao ECO/Capital Verde, a ERSAR frisa a mesma posição, explicando que “atendendo à situação de seca que atinge Portugal Continental”, torna-se ainda mais premente que os tarifários em vigor para os serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais sejam revistos. “A ERSAR tem vindo a sublinhar a necessidade de os municípios ponderarem o tarifário em vigor, através de uma revisão extraordinária do mesmo“, acrescenta.

Para os 43 concelhos que até ao dia 24 de agosto se encontravam em situação mais crítica, o Governo recomendou também restrições no uso da água como a suspensão temporária de lavagem de ruas ou do uso de piscinas e um “regime sancionatório para penalizar usos indevidos de água”. Segundo a lista de concelhos, 40 ficavam a Norte e Centro do país e três no Algarve — Aljezur, Vila do Bispo e Lagos recusaram a recomendação de aumento de tarifas, argumentando que “só agravaria o custo de vida de cada agregado familiar”.

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EDP é responsável por 91% das emissões de obrigações verdes em Portugal

Desde 2018, a EDP já angariou quase 8700 milhões de euros em obrigações verdes. Hoje são já o principal instrumento de financiamento da elétrica nacional.

Há uma revolução verde a tomar conta das finanças das principais empresas. Em Portugal, essa transformação é liderada pela EDP – Energias de Portugal. Desde outubro de 2018, quando realizou a primeira emissão de dívida verde por parte de uma entidade portuguesa numa operação de 600 milhões de euros, a EDP acumula já 12 emissões obrigacionistas deste tipo. Desde então, as “green bonds” permitiram à empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade angariar quase 8700 milhões de euros, o equivalente a 91% do montante total emitido por entidades portuguesas.

As obrigações verdes têm vindo a ganhar uma preponderância galopante da estratégia de financiamento da EDP. Já contabilizando a emissão de 500 milhões de euros realizada na segunda-feira, as obrigações verdes representam 37% dos 22,8 mil milhões de euros da dívida total da EDP. No espaço de apenas cinco anos, estes veículos tornaram-se no principal veículo de financiamento da empresa, ultrapassando o saldo-vivo das obrigações tradicionais (7897 milhões de euros) e os empréstimos contraídos pelo grupo (6648 milhões de euros).

Estes números vão ao encontro da meta estabelecida em fevereiro do ano passado por Miguel Stilwell de Andrade para 2025, quando espera que 50% do financiamento da empresa seja gerado a partir de “green bonds” e empréstimos verdes.

Para a EDP e para todas as empresas que optam por financiar-se no mercado da dívida verde, estes títulos conferem uma série de vantagens. Desde logo, permitem alavancar a imagem da empresa no plano da sustentabilidade, pois o capital angariado através destes instrumentos tem de ser aplicado em projetos que promovam o clima e o ambiente.

No campo financeiro, as obrigações verdes, além de terem cada vez maior procura por parte dos investidores, facilitando assim a sua colocação no mercado, permitem obter custos de financiamento mais baixos. Porém, não significa que sejam imunes às oscilações das taxas de juro do mercado monetário.

Recorde-se que em março, numa emissão de 1250 milhões de euros de obrigações verdes a 7 anos, a EDP financiou-se com uma taxa de cupão de 1,875%. Na segunda-feira, numa emissão verde com maturidade em 2030, a elétrica financiou-se em 500 milhões de euros com uma taxa de 3,875%.

No plano da gestão da dívida também não é indiferente o facto de as obrigações verdes permitirem implementar com sucesso uma estratégia de alongamento da maturidade da dívida da empresa dado que, tradicionalmente, estes títulos são emitidos com datas de maturidade bastante longas.

São disso exemplo cinco obrigações verdes da EDP, num valor acumulado de 3750 milhões de euros, colocadas no mercado entre 2019 e 2021, que só vencerão para lá de 2079. Em contrapartida, a obrigação tradicional da elétrica com a data de maturidade mais longa é 10 de junho de 2029.

Estrutura da dívida da EDP

Cerca de 37% dos quase 23 mil milhões de euros que a EDP tem de dívida foram financiados por obrigações verdes emitidas entre 2018 e 2022.

São cada vez mais as empresas a aderir às obrigações verdes

Nos últimos cinco anos, juntaram-se à EDP várias outras empresas no caminho da transformação verde. É disso exemplo o grupo Pestana e a Sociedade Bioelétrica do Mondego (participada do grupo Altri) em 2019, a Corticeira Amorim em 2020, a Greenvolt, a REN e a Sonae Capital em 2021 e já este ano a Caixa Geral de Depósitos.

No universo do financiamento verde, além das obrigações há ainda espaço para os “empréstimos verdes”. São instrumentos de financiamento semelhantes às obrigações verdes, na medida em que o capital servirá para financiar “projetos verdes” elegíveis, mas são concedidos por entidades bancárias.

Segundo dados da Reuters, desde 2018 que foram concedidos quase 4 mil milhões de euros em empréstimos verdes por parte de entidades portuguesas. Uma das operações mais relevantes foi a linha de financiamento de 700 milhões de euros para a construção da fábrica de lítio Aurora, que resulta de uma joint-venture entra a Galp e os suecos da Northvolt.

A transformação verde nas finanças das empresas está a dar passos positivos. Este ano, em Portugal, já foram emitidos mais de 1500 milhões de euros em obrigações verdes e mais de 660 milhões em empréstimos verdes. Mas é preciso fazer mais, a começar pelo Estado que, ao contrário do que acontece na Europa, tem-se mantido arredado da emissão de obrigações verde.

A transição energética nas mãos dos Estados e das “green bonds”

O mercado dívida nacional é predominantemente denominado pelo Estado. De acordo com dados da Reuters, nos últimos cinco anos, em média, dois terços das emissões obrigacionistas foram realizadas pelo Estado, e nenhuma das obrigações soberanas colocadas teve o carimbo verde ou da sustentabilidade.

Em Portugal, as obrigações verdes têm sido veículos exclusivamente utilizados pelas empresas para obterem financiamento nos mercados internacionais. O Estado, por opção, tem-se mantido afastado deste universo.

Este ano já foram realizadas 1326 emissões de obrigações verdes por todo o mundo que geraram mais de 375,5 mil milhões de euros em financiamento para empresas e Estados. É o segundo valor mais elevado desde 1998, sendo apenas superado pelos números do ano passado, quando foram realizadas 2079 operações deste género que financiaram quase 550 mil milhões de euros, o equivalente a 2,4 vezes o PIB de Portugal.

Na frente do pelotão das emissões de obrigações verdes volta a estar, pelo segundo ano consecutivo, a China e a Alemanha, acumulando até ao momento 69 mil milhões e 64 mil milhões de euros de financiamento angariado, respetivamente. Porém, a maior emissão verde realizada este ano foi protagonizada pela Itália em abril, através de uma emissão de 6 mil milhões de euros com maturidade em 2035 e uma taxa de cupão de 4%.

Os Estados são de longe os principais emissores de obrigações verdes. No ano passado, por exemplo, as oito maiores emissões foram todas realizadas por países europeus, com destaque para a emissão de 17 mil milhões de euros da União Europeia realizada a 19 de outubro de 2021. Esta emissão conta com uma taxa de cupão de 0,4% e uma maturidade a 4 de fevereiro de 2037. Atualmente está a negociar com uma yield de 1,6%.

As emissões verdes soberanas europeias são realizadas ao abrigo dos “Princípios das Obrigações Verdes”, definidos em 2018 pela International Capital Market Association (ICMA) e, tanto quanto possível, alinhadas com o projeto “EU Green Bond Standard”. Isto faz com que os Estados se comprometam a utilizar o dinheiro angariado com estas obrigações para financiar projetos que promovam um ou mais objetivos ambientais no quadro do “EU Sustainable Finance Taxonomy”, atualmente em discussão.

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MAPFRE prefere ver oportunidades e relança seguros com taxa garantida

A seguradora reuniu corretores para mostrar que há oportunidades na crise que está instalada. Em Portugal vai lançar um centro de investigação sobre envelhecimento e dá vida aos seguros unit-linked.

“Existe muito por fazer em áreas que o Estado não consegue resolver”, foi uma das principais conclusões do II Encontro MAPFRE Global Risks que juntou em Lisboa os principais brokers nacionais e internacionais de seguros para uma sessão sobre perspetivas macroeconómicas para 2022 e 2023. António Nogueira Leite foi orador convidado e sublinhou os desafios assinalados estão o impacto da inflação e envelhecimento da população no setor segurador.

Luis Anula, CEO da Mapfre Portugal: “Os custos estão a subir e estão a ter impacto no ramo automóvel, nos acidentes de trabalho e a aumentar a frequência e os custos dos sinistros”.

O evento contou com a presença dos principais responsáveis da MAPFRE Global Risks, unidade do Grupo MAPFRE que oferece soluções globais e integrais para clientes corporativos internacionais a nível mundial.

Destacando os resultados positivos da MAPFRE Portugal até agosto, com mais de 200 milhões de euros em negócio, Luis Anula, CEO da MAPFRE Portugal, referiu que a companhia quer continuar a crescer no mercado português com rentabilidade e foco nos clientes, com uma estratégia multicanal, apostando na transformação e agilização dos processos de negócio.

Para o CEO da MAPFRE Portugal, “2022, apesar dos resultados otimistas e do potencial de crescimento da seguradora em Portugal, não está a ser um ano fácil. Estamos a sentir os efeitos da saída da pandemia e começo da guerra na Ucrância, os custos estão a subir e estão a ter impacto no ramo automóvel, nos acidentes de trabalho e a aumentar a frequência e os custos dos sinistros”.

Em declarações a ECOseguros, Luis Anula sublinhou o crescimento da sua quota de mercado da MAPFRE, e o próximo lançamento de um produto Vida financeiro com taxas garantidas. Sublinhou a importância do canal direto da MAPFRE em Portugal, com 108 lojas e objetivo de chegar às 150, do canal de corretores no tendo estado presente no evento representantes das maiores corretoras em Portugal e do canal bancassurance. Este último, para além da seguradora que a MAPFRE constituiu com o Banco Santander para explorar ramo automóvel e empresas, está ativo através de venda de produtos através do Bankinter, Banco CTT, Abanca e BBVA.

Jose Antonio Ruibal, da MAPFRE Global Risks

Jose Antonio Ruibal, da MAPFRE Global Risks, recordou as principais crises que atingiram o mundo nos últimos três anos, intercaladas por recuperações fulgurantes que rapidamente terminaram, como o bloqueio do Canal de Suez, a pandemia, o bloqueio dos portos da China e a guerra da Ucrânia, contra a qual “nos defrontámos quando achávamos que o setor segurador ia voltar a crescer”.

Para José Manuel Inchausti, CEO Iberia da MAPFRE e 3º vice-presidente do Grupo MAPFRE, um dos maiores desafios será o envelhecimento da população para a sociedade em geral e, consequentemente, para a companhia. O responsável sublinha, por isso, a importância de projetos da Fundação MAPFRE como o Ageignomics, um centro de Investigação para o envelhecimento, que é um think tank que em breve chegará a Portugal.

José Manuel Inchausti, CEO Iberia da MAPFRE: “um dos maiores desafios será o envelhecimento da população para a sociedade em geral e, consequentemente, para a companhia”.

A MAPFRE reforça o seu foco na solvência, indicando valores de rácio combinado de 93% para Portugal em agosto último e a nível mundial (A Mapfre tem forte presença em Portugal, Espanha, Brasil, Estados Unidos e América Latina) atingiu 83%, melhorando 10 pontos em relação ao ano passado.

Em relação aos principais riscos que a companhia enfrenta nos próximos 3 anos, a MAPFRE considera a mudança de comportamento dos consumidores, a cibersegurança e um crescimento económico incerto. Já a um horizonte de 10 anos está preocupada com as alterações climáticas, o comportamento dos consumidores e as catástrofes naturais.

Nogueira Leite: Nascidos em 1976 vão ter reforma de 45% do salário

Para António Nogueira Leite, economista e antigo Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, que foi o orador convidado da sessão, os níveis de incerteza atuais “não têm paralelo”. “Nos últimos meses houve uma redução do consumo privado, uma reação à perda de rendimento real das famílias”. O decréscimo da confiança dos consumidores, em linha com outros países europeus, gerada pela incerteza, significa um abrandamento da economia.

António Nogueira Leite encontra oportunidades na crise.

Sobre a conjuntura incerta, Nogueira Leite considera que “os portugueses se adaptam bem”, mas aponta como riscos para os próximos anos a subida das taxas de juro e o facto de 95% das hipotecas serem a taxa variável, contra uma média de 15% na UE. Por outro lado, o aumento da fatura energética, que em alguns setores chegou a mais 6 vezes, e que tem levado algumas fábricas a paragens técnicas.

Há, porém, problemas graves por resolver em duas áreas: terceira idade e saúde. “Existe muito para fazer pelos seguros em áreas que o Estado não consegue resolver”, considera, destacando ainda o facto dos níveis de proteção patrimonial em Portugal serem especialmente baixos.

A pressão demográfica e a população envelhecida terão consequências em muitas áreas: “Há um problema de sustentabilidade da Segurança Social. (…) Uma pessoa que nasceu em 1976, quando se reformar vai ter apenas 45% do seu último salário. É um problema, mas também uma oportunidade para as seguradoras, que podem ajudar a resolver os problemas das famílias”. Na assistência a idosos também existe um problema de oferta: “É uma área de dificuldade mas também oportunidade”.

No que respeita à saúde, “olhando para como as coisas funcionam, para a evolução da medicina com prolongamento da vida, e que está mais cara do que antes, qualquer sistema de saúde vai ter de investir muito nas próximas décadas. O recurso ao sistema cooperativo e privado vai aumentar, oferecendo serviços à altura das nossas expectativas”, reforçou.

Sobre o potencial de desenvolvimento do setor segurador, Nogueira Leite considera que os portugueses consomem poucos seguros e que o setor tem muita margem para crescer. “Os problemas estruturais sem o setor segurador serão muito mais graves”, conclui.

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PME

Empresa do Porto desafia autarcas a lavar carros sem água e “acelera” para Espanha

Atlantic Car Wash instala “corners” para lavar carros sem água na Express Glass e negoceia entrada em rede com 280 lojas em Espanha. Câmaras devem “dar o exemplo” e “coerência a apelos" para poupança.

Licenciado em Gestão de Empresas e com uma pós-graduação em mercado de capitais e gestão de carteiras, Pedro Novo esteve dez anos na área comercial do Millennium Bcp, até em 2004 trocar a banca pela administração de várias empresas, sempre com o pelouro financeiro. Em 2012 decidiu criar a sua própria empresa – a Ideal Adviser, uma consultora financeira especializada no apoio à reestruturação financeira e fiscal de empresas –, através da qual surgiu o negócio da Atlantic Car Wash. “Acreditei desde logo no conceito, tendo ficado inicialmente com 50% e mais tarde com os 100% da empresa”, relata ao ECO este empresário do Porto.

Apresentada como pioneira em Portugal na disponibilização de serviços ecológicos de lavagem automóvel, nos dois primeiros anos teve sete unidades próprias para testar o conceito. Em 2014 decidiu alargá-lo através de uma rede de franchising, tendo chegado a 2020 com cerca de 30 franchisados. No entanto, com a pandemia de Covid-19 e o encerramento dos centros comerciais, em particular, perdeu alguns franchisados, sobretudo no Algarve. Conseguiu manter a maior parte da rede a funcionar, graças a uma parceria com as oficinas Feu Vert. Atualmente, considerando toda a rede, fatura à volta de 1,8 milhões de euros e tem 80 trabalhadores.

Pedro Novo, cofundador e sócio gerente da Atlantic Car Wash

“O período pós-pandémico está a trazer-nos outros desafios – e o contexto da crise ambiental e hidrográfica a tornar ainda mais relevante a nossa oferta. Por um lado, há uma procura crescente dos nossos serviços móveis por parte dos clientes; por outro, a exigência e a responsabilidade que recai em todos, especialmente nas empresas e nas instituições públicas, para tomarem medidas efetivas de poupança de água, faz com que o nosso serviço ganhe pertinência e atratividade”, contrapõe Pedro Novo, desafiando as instituições públicas, nomeadamente as autarquias, a “dar o exemplo” e “coerência aos apelos” que estão a lançar às populações para a poupança de água.

As instituições públicas, nomeadamente as autarquias, têm o dever de dar o exemplo na definição de estratégias de poupança de água para, assim, terem coerência nos apelos que fazem à população nesse sentido.

Pedro Novo

Sócio gerente da Atlantic Car Wash

Com 37 centros de lavagem espalhados pelo país, de Braga a Faro – apenas uma unidade própria, as restantes são de franchisados ou aderentes –, a Atlantic Car Wash calcula já ter poupado 56 milhões de litros de água com este sistema baseado na utilização de uma cera especial, cuja aplicação manual faz com que a sujidade fique suspensa para que seja possível eliminá-la sem riscar. O gestor nortenho admite que “o percurso não tem sido fácil”, pois o tema da sustentabilidade ainda está “longe das prioridades da generalidade dos portugueses”. No setor público está a trabalhar com a Câmara de Matosinhos e, entretanto, algumas empresas municipais do Porto também requisitaram os serviços móveis, que prestam igualmente a empresas.

“Os municípios e demais entidades públicas têm frotas com dezenas ou centenas de viaturas, que têm de ser lavadas e higienizadas regularmente, diria, pelo menos, uma vez por mês. É fácil imaginar os muitos milhões de litros de água gastos nesse processo, bem como o consumo de energia daí resultante. A solução que desenhámos não gasta uma gota de água, utiliza produtos 100% ecológicos, biodegradáveis e devidamente certificados, e ainda se obtêm ganhos energéticos. Ou seja, este serviço (…) contribuiu significativamente para a poupança de água, preservação do ambiente e descarbonização”, reclama Pedro Novo, que detém também participações empresariais no setor dos vinhos e do marketing.

Corners na Express Glass e entrada em Espanha

Entretanto, para “dar capilaridade à rede”, a empresa participada pela Ideal Adviser Lda. e pela Golb Lda. avançou em agosto com uma parceria com a Express Glass, que possui 90 lojas a nível nacional, com o objetivo de instalar um corner Atlantic Car Wash em cada uma delas, alargando assim a presença a mais localidades. Já abriu 12 e planeia a abertura de seis espaços destes por mês. Um alargamento gradual da presença a todo o território que será acompanhado pelo investimento na “formação específica dos trabalhadores para assegurar a qualidade do serviço”.

Centro de lavagem da Atlantic Car Wash

Outra novidade passa pela internacionalização da marca, com a aposta no mercado espanhol. Pedro Novo adianta ao ECO que está “em plena fase de negociação com um parceiro local, que possui uma rede com 280 lojas distribuídas pelo território espanhol”. “Por razões ligadas ao processo, só poderemos divulgar o parceiro quando a negociação chegar a bom porto, o que acredito aconteça a tempo de iniciarmos a internacionalização em meados de 2023”, perspetiva o empresário.

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Situação é grave e entrou numa nova fase na UE, diz Ursula von der Leyen

  • Lusa
  • 5 Outubro 2022

“A crise energética é grave e entrou numa nova fase, [pelo que] só uma resposta europeia comum pode reduzir os custos energéticos para as famílias", disse a presidente da Comissão Europeia.

A presidente da Comissão Europeia avisou esta quarta-feira os líderes da União Europeia (UE) que a crise energética “é grave e entrou numa nova fase”, dado o aproximar da estação fria, apelando à cooperação para enfrentar este “desafio conjunto”.

“Encontramo-nos mais uma vez num momento crítico. A crise energética é grave e entrou numa nova fase, [pelo que] só uma resposta europeia comum pode reduzir os custos energéticos para as famílias e empresas e fornecer segurança energética para este e para os próximos invernos”, declara Ursula von der Leyen.

Numa carta hoje enviada aos chefes de Governo e de Estado da UE, um dia antes de uma cimeira informal de dois dias em Praga, a líder do executivo comunitário sugere várias medidas para enfrentar a acentuada crise energética este outono e inverno, quando se teme cortes no fornecimento do gás russo à Europa, entre as quais uma intervenção para limitar temporariamente os preços no mercado do gás natural, aquisição e gestão conjunta ao nível europeu, negociações com países como Noruega e Estados Unidos e ainda limites ao preço do gás natural para produção de eletricidade.

“Aguardo com expectativa a nossa discussão informal em Praga antes do Conselho Europeu em outubro e espero que ela venha a enriquecer as propostas que a Comissão está pronta a apresentar, refletindo a nossa resposta conjunta ao enorme desafio que enfrentamos conjuntamente no próximo inverno”, vinca Ursula von der Leyen.

Reconhecendo que os preços do gás “permanecem muito elevados e estão a colocar um pesado fardo sobre as pessoas e a economia”, a presidente da Comissão Europeia salienta que, “para evitar uma grave fragmentação, é necessária uma resposta europeia unida e comum”.

Além destas medidas, a responsável defende inclusive mais “investimento para acelerar a transição para a independência energética”, o que passaria por avançar com “infraestruturas tais como condutas, interconectores ou energias renováveis e eficiência energética”, para assim a UE ficar “menos exposta a preços elevados de energia fóssil e a promover a autonomia estratégica”.

“Com o [plano energético] REPowerEU demos os primeiros passos importantes de solidariedade, mas não será suficiente para assegurar um nível necessário de reforma e investimento em todos os Estados-membros necessários a esta crise energética, [pelo que] a Comissão irá estudar fontes de financiamento complementares” avança Ursula von der Leyen.

Este anúncio surge dias depois de terem surgido críticas na UE à nova ‘bazuca’ da Alemanha, um pacote 200 mil milhões de euros em ajudas às famílias e empresas alemãs para lidarem com os elevados preços da energia, por se tratar de um apoio avultado que coloca em desvantagem os restantes países (com economias mais vulneráveis).

Na missiva hoje enviada aos líderes europeus, Von der Leyen refere ainda que o executivo comunitário está a trabalhar na reformulação do mercado elétrico europeu, prevendo-se agora que, “até ao final do ano”, a instituição apresente as suas “ideias ao Conselho e ao Parlamento para uma reforma que torne o mercado de eletricidade apto para um futuro mais descarbonizado”, quando anteriormente se falava de uma proposta no início de 2023.

Na atual configuração do mercado elétrico europeu, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto — a eletricidade — quando este entra na rede.

A guerra da Ucrânia, causada pela invasão russa, acentuou ainda mais a situação de crise energética em que a UE se encontrava, dada a dependência das importações dos combustíveis fósseis russos.

“Temos reagido com unidade, determinação e solidariedade: a nossa capacidade de armazenamento de gás já está cheia em cerca de 90%, compensámos o reduzido fornecimento de gás por gasoduto russo com importações mais diversificadas de parceiros fiáveis e de confiança e, graças ao forte empenho dos nossos Estados-membros e das presidências [do Conselho], chegámos rapidamente a acordos sobre a poupança de gás e as intervenções de emergência de eletricidade”, elenca ainda Ursula von der Leyen.

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PARES ADVOGADOS assessora Sevenair Academy na criação da maior escola de pilotos da Europa

O trabalho foi coordenado pelo associado coordenador Tiago Gama, com a associada de Fiscal, Maria Norton dos Reis, e dos associados da área de Comercial e Societário, André Rei e Marta Belchior.

A PARES ADVOGADOS, através da sua equipa de Direito Comercial e Societário, prestou apoio jurídico à Sevenair Academy na aquisição de todos os ativos aeronáuticos da norte-americana L3Harris Technologies, localizados em Portugal. O trabalho desenvolvido pela PARES ADVOGADOS envolveu a reorganização societária das sociedades pertencentes à Sevenair Academy, bem como a negociação e formalização da aquisição dos ativos da L3Harris Technologies. O trabalho foi coordenado pelo associado coordenador Tiago Gama, com a participação da associada da área de Direito Fiscal, Maria Norton dos Reis, e dos associados da área de Direito Comercial e Societário, André Rei e Marta Belchior.

Com esta aquisição, que teve lugar após a entrada de um novo acionista na empresa – o “family office” Worldapproach, de Isaías Gomes Teixeira – a Sevenair Academy torna-se a maior escola de formação de pilotos da Europa, com duas bases de formação (Cascais e Ponte de Sor) onde oferece mais de 30.000 metros quadrados de instalações, cerca de meia centena de aeronaves na sua maioria com uma idade inferior a quatro anos, seis simuladores de voo e um campus para alojar centenas de alunos.

A Sevenair Academy foi fundada em 1988 e faz parte do Grupo Sevenair. A Sevenair Academy é a principal Escola de Aviação em Portugal e uma das maiores da Europa, oferecendo cursos de formação de pilotos, oficiais de operações de voo e técnicos de manutenção. Todos os seus cursos são reconhecidos internacionalmente e certificados pelas autoridades competentes.

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Gama Glória lança 4.ª edição do Strategic Legal Mind Award

Até 14 de Outubro os alunos dos 3.º e 4.º anos da Licenciatura em Direito, de Mestrado e/ou LL. M. poderão candidatar-se ao Strategic Legal Minds Award (SLMA) 2022, promovido pela Gama Glória.

Até 14 de Outubro os alunos dos 3.º e 4.º anos da Licenciatura em Direito, de Mestrado e/ou LL. M. poderão candidatar-se ao Strategic Legal Minds Award (SLMA) 2022, promovido pela Gama Glória. Trata-se de um desafio de Problem Solving onde os candidatos terão a possibilidade de mostrar o seu raciocínio lógico, capacidade de argumentação e soft skills. O vencedor terá como prémio um estágio remunerado de curta duração na Gama Gloria, bem como o respetivo Diploma.

Adolfo Mesquita Nunes em entrevista ao ECO - 05NOV20
Adolfo Mesquita Nunes em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

“Esta é já a quarta edição do SLMA, que tem sido a porta de entrada para os estágios de curta duração na Gama Glória, e que todos os anos recebe cada vez mais candidatos”, refere Adolfo Mesquita Nunes, o sócio da Gama Glória responsável pelo recrutamento. “O boca a boca tem funcionado e todos os anos nas feiras de empregabilidade nos perguntam pela próxima ideia e com imensa curiosidade sobre o caso que vamos ter este ano”, acrescenta.

Esta é uma forma distinta de fazer o recrutamento, que no entender de Adolfo Mesquita Nunes se aproxima do posicionamento da Gama Glória e se adequa ao tipo de competências que procuram para a sociedade: “Não se trata de um simples caso prático onde apenas avaliamos o conhecimento jurídico, que tem de existir e ser de excelência, mas antes de um desafio estratégico, que envolve simulações de reuniões com clientes, em que o candidato tem o papel de advogado, e onde aquilo que mais nos interessa é ver como cada candidato reage a desafios sem solução evidente, ver como pensa e cria soluções, e de que forma aconselha o seu cliente a avançar”, explica.

 

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Rutura “intencional” no Nord Stream pode levar “até meses” a reparar

Docentes ouvidos pelo ECO/Capital Verde estimam que reparações às ruturas no Nord Stream 1 e 2 possam levar meses, obrigando à UE a recuar nas metas ambientais perante a chegada do inverno.

O apuramento das causas e os respetivos trabalhos de reparação nas quatro ruturas do Nord Stream 1 e 2 poderão demorar “várias semanas, ou até mesmo meses”, estimam os professores ouvidos pelo ECO/Capital Verde, numa altura em que o bloco europeu está há um mês sem receber gás da Rússia. Isto vai obrigar a União Europeia não só a reforçar a procura por diferentes fontes de energia, quer seja pela “importação cada vez mais volumosa de gás natural liquefeito de outros fornecedores”, como a Argélia, ou pelo regresso a outros combustíveis fósseis, como o carvão, mas também a “sacrificar” os objetivos ambientais, assinalam.

A possibilidade de a Rússia desligar a “torneira” do gás à Europa, já tinha sido assumida pelos 27 Estados-membros desde o início do verão, altura em que Moscovo reduzia sucessivamente os níveis de fluxos enviados através do Nord Stream 1 obrigado ao bloco europeu a definir estratégias para o inverno. E, se no início de setembro, a estatal russa Gazprom suspendera indefinidamente o envio de gás à União Europeia, alegando falta de condições técnicas nas turbinas do gasoduto, agora as quatro ruturas registadas na semana passada no Nord Stream 1 e 2 obrigam a que a interrupção seja mais prolongada. E, se os trabalhos de reparação não começarem em breve, as duas infraestruturas poderão ficar inutilizáveis para sempre.

É possível fazer reparações nestes gasodutos mas isso vai requerer tempo. Serão necessárias investigações para avaliar os danos causados e só depois poderão ser projetados os trabalhos de recuperação, que serão mais ou menos demorados em função dos estragos verificados”, refere Rui Baptista, professor do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) ao ECO/Capital Verde.

O governo da Dinamarca já tinha alertado que as inspeções às quatro ruturas poderiam levar entre até três semanas, isto devido à composição da infraestrutura — cada tubo de aço terá uma parede de cimento de cerca de 4 centímetros, sendo, por sua vez, revestido com outros 6 a 11 centímetros de betão protegidos com aço — mas também devido à profundidade de cerca de 100 metros no Mar Báltico onde as condutas se encontram e ainda pela quantidade de gás que escapou das ruturas, apesar dos dois gasodutos estarem inoperacionais.

“No Nord Stream 1 é normal que haja fugas de gás. Ao contrário da eletricidade, nas infraestruturas de gás consegue-se armazenar [este combustível] nas condutas. É como com a água, pode estar cortada na saída mas os tubos estão cheios à mesma”, explica Carlos Santos Silva, acrescentando que no caso do Nord Stream 2, que nunca chegou a ser utilizado, poderão estar a ocorrer fugas por eventuais testes que tinham sido colocados em curso.

A estes obstáculos acrescem outros dois: os níveis de corrosão que surgirão do contacto entre o aço e a água salgada, que poderão danificar de forma irreversível as duas interconexões, e ainda a “vontade [política], de todas as partes, em fazer essa reparação”, diz Rui Baptista. “E parece que pelo menos alguns não querem que tal aconteça”.

Até ao momento, ainda não foi possível apurar o que poderá ter resultado nas explosões que levaram às quatro ruturas, mas os dois docentes subscrevem as teses defendidas pelas autoridades europeias e internacionais, que falam numa sabotagem, possivelmente, da autoria de um agente estatal. “Este tipo de condutas marítimas são feitas de cimento e têm uma espessura significativa, com uma profundidade relativamente elevada. Se tivesse sido uma [rutura], até poderíamos pensar num evento catastrófico, ou inesperado, mas quatro ruturas, num espaço de tempo curto, em duas infraestruturas separadas, sugere que pode ter havido uma ação intencional”, argumenta o professor do IST.

A Alemanha, Polónia e Dinamarca acreditam que existem suspeitas de que ruturas tenham sido intencionalmente provocadas depois de um relatório preliminar de uma autoridade de segurança alemã ter indicado que as causas apontavam para uma ação violenta e não um simples problema técnico.

A Rússia garantiu colaborar com as autoridades internacionais para o apuramento dos factos, tendo convocado, na semana passada, uma reunião entre os membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para discutir os danos causados. De lá, saíram apenas acusações entre Washington e Moscovo pela tentativa de sabotar os gasodutos construídos pela Rússia, enquanto os governos da Suécia e Dinamarca divulgaram relatórios que provam que as fugas tinham sido provocadas por fortes explosões submarinas.

Até que seja apurada a verdade, a União Europeia está perante uma nova pressão para enfrentar os meses que se avizinham, ainda que já tenha em curso uma estratégia que visa mitigar os impactos mais danosos: “Vai ser mesmo necessário reforçar medidas de poupança energética”, afirma o professor da FCUL. “Se o inverno for rigoroso em termos de temperatura os povos da Europa vão sofrer de uma forma ou de outra, porque à escassez de combustível junta-se o agravamento de custos que obviamente serão mais sentidos por quem tem menos recursos financeiros disponíveis — isto é, os pobres da Europa”, remata.

Ambiente também sofre

“Existe aqui uma grande pressão sobre a Europa, com o regresso ao carvão na Alemanha e o nuclear em França. Enquanto não houver alternativas, vamos recuar um bocado nos objetivos de redução das emissões de gases poluentes”, explica ao ECO/Capital Verde o professor Carlos Santos Silva, do departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico (IST). “Vamos sacrificar o pilar ambiental em detrimento do pilar social e económico. Não é concebível no século XXI que as pessoas passem frio ou que as indústrias fiquem paradas. Há que fazer escolhas”, diz.

Em julho, a Agência Internacional de Energia (AIE) já tinha alertado que, face ao agravamento da guerra da Ucrânia e da crise energética, antecipava uma subida significativa no consumo de carvão na União Europeia. Nos primeiros seis meses do ano, a subida foi de 10%, “impulsionada pela procura de carvão do setor elétrico, que estimamos tenha aumentado 16%”. No segundo semestre, a AIE estima que a tendência se mantenha “devido à necessidade de economizar gás para o inverno perante a incerteza sobre os fluxos russos”.

Mas a Alemanha não é a única a recuar no carvão. De acordo com a AIE, França, Países Baixos, Espanha, Itália, Grécia, Chéquia, Hungria e Áustria estão a prolongar a vida útil das centrais a carvão com encerramento previsto, a reabrir centrais encerradas ou a aumentar os limites do horário de funcionamento das centrais a carvão para reduzir consumo de gás. De momento, as reservas europeias de gás já ultrapassaram os 80%, mas face aos receios de um inverno severo as poupanças podem não ser suficientes. Em Berlim, o presidente da entidade reguladora de energia do país, Klaus Mueller já admitiu que mesmo com as reservas de gás a atingirem os 95% (objetivo do Governo de Olaf Sholtz), isso só cobriria cerca de dois meses e meio de procura para aquecimento, indústria e energia se a Rússia cortar completamente os fornecimentos.

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Costa afasta cenário de recessão e diz que Portugal vai continuar a crescer

  • Lusa
  • 5 Outubro 2022

"Portugal vai crescer menos do que cresceu este ano, mas não vamos ter nenhum cenário de não crescimento e menos ainda de recessão", disse o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, afastou esta quarta-feira um cenário “de não crescimento e menos ainda de recessão” no próximo ano, e antecipou que a economia vai “continuar a crescer acima da média europeia”.

Falando aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa dos 112 anos da Implantação da República, António Costa afirmou que na segunda-feira o Governo vai apresentar o Orçamento do Estado para o próximo ano que “é um Orçamento que está ajustado às realidades”.

“Este ano somos o país da União Europeia que teve um crescimento mais alto, no próximo ano a recessão em muitos países europeus nós necessariamente não somos imunes e, portanto, Portugal vai crescer menos do que cresceu este ano, mas não vamos ter nenhum cenário de não crescimento e menos ainda de recessão“, salientou.

De acordo com o primeiro-ministro, o cenário económico para 2023, no qual assentará o Orçamento do Estado, é “de crescimento moderado, ajustado às realidades do tempo” que “assenta numa desaceleração significativa da taxa de inflação e sobretudo uma preocupação fundamental que é a chave para a política económica, que é podermos manter o emprego e podermos sustentar sem alimentar a espiral de inflação aquilo que são os rendimentos das famílias e a capacidade de competir das empresas”.

“Depois de termos este ano um crescimento muito acima dos 6% e que foi o mais elevado da União Europeia, no próximo ano vamos obviamente ter o nosso crescimento ajustado aquilo que é a evolução da zona euro. Portanto, não vamos ter crescimentos desta ordem, nada que se pareça, mas é um cenário onde podemos ter confiança que o país vai continuar a crescer, vai continuar a crescer acima da média europeia e a aproximar-se dos países mais desenvolvidos da União Europeia”, apontou Costa.

O chefe de Governo adiantou também que o ministro das Finanças, Fernando Medina, reunirá na sexta-feira “com todos os partidos representados na Assembleia da República, como está previsto no estatuto da oposição” e “será em primeira mão aos partidos da oposição” que o Governo vai apresentar o cenário macroeconómico, recusando antecipar dados concretos.

António Costa afirmou que “o essencial das medidas orçamentais estão desenhadas”, mas o Governo espera, até ao fecho da proposta de Orçamento que vai apresentar “concluir as negociações com os parceiros sociais para que o Orçamento do Estado para 2023 já possa refletir aquilo que vai ser o acordo de médio prazo para a competitividade e os rendimentos”.

“Nós estamos a trabalhar com os parceiros em sede de concertação social para podermos fechar um acordo de competitividade e rendimentos que é um acordo plurianual, tal como apresentámos para a administração pública, que visa assegurar que no horizonte desta legislatura, 2026, não só não há perda de poder de compra como, no horizonte da legislatura, há uma melhoria do poder de compra e, sobretudo, alcançamos o objetivo a que nos tínhamos proposto de aumentar o peso dos salários na riqueza nacional para 48% que é a média europeia”, apontou.

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FMI pede “esforços sem precedentes” para redução de emissões em 25% até 2030

A entidade acusa os governos de "décadas de procrastinação" face aos objetivos climáticos. Para cumprir com o Acordo de Paris serão necessários "esforços sem precedentes".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) critica a falta de ação por parte dos governos internacionais em cumprir com os objetivos ambientais. Após “décadas de procrastinação em políticas climáticas” tornou-se claro para a entidade que é “cada vez mais urgente agir agora”, alertando que as emissões de gases com efeito estufa (GEE) têm que ser cortadas em 25% até 2030 para cumprir com os objetivos do Acordo de Paris.

Numa análise aos impactos da descarbonização a nível macroeconómico, o FMI sublinha que para limitar a temperatura média global em 1,5 ºC, tal como define o Acordo de Paris, assinado em 2015, serão necessários “esforços sem precedentes” que representariam “uma séria aceleração” dos compromissos em relação à década anterior. E, numa altura em que o bloco europeu atravessa uma crise energética, motivada pela guerra na Ucrânia, o FMI argumenta ser a oportunidade ideal para acelerar a transição energética.

Quanto custará a transição? “Depende, em grande parte, da rapidez com que a geração de eletricidade pode ser descarbonizada”, responde o FMI. “Quanto mais difícil for a transição para eletricidade limpa, maiores serão os custos macroeconómicos em termos de crescimento [do PIB] e inflação”, explica a entidade.

Ainda assim, “essas despesas são geríveis” e “facilmente ofuscadas pelos inúmeros benefícios a longo prazo”, seja a nível da produção, estabilidade financeira ou na saúde, diz a entidade. Segundo o FMI, dependendo do ritmo a que a geração de energia possa ter origem em tecnologias de baixo carbono, os custos da descarbonização podem pesar entre 0,15 e 0,25 pontos percentuais no crescimento do Produto Interno Bruto. Cumulativamente, acrescentaria entre 0,1 e 0,4 pontos percentuais, anualmente, à inflação.

“Para evitar o aumento destes custos, é importante que as políticas climáticas e monetárias sejam credíveis”, apela a organização, alertando que medidas que envolvam interrupções, abrandamentos, adiamentos apenas aumentarão as despesas. As várias estimativas indicam ainda que a substituição de combustíveis fósseis pode variar entre regiões, com o maior peso a verificar-se nos exportadores de combustíveis fósseis.

O FMI defende que não é “tarde demais para evitar o mais catastrófico dano climático”, porém, a tarefa de garantir que a temperatura global se mantém abaixo dos 2°Celsius, como pede o Acordo de Paris, e que os custos dessa realidade se mantenham a níveis “razoáveis”, vai exigir “uma ação imediata, credível, transparente e ambiciosa” a nível mundial – ainda que a guerra na Ucrânia e a deterioração da relação entre os Estados Unidos e a China tenha colocado os objetivos climáticos “em risco”.

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Liz Truss admite mais “perturbação” causada por reformas para estimular economia

  • Lusa
  • 5 Outubro 2022

Primeira-ministra britânica defende que o Governo tem de deixar de se preocupar com a redistribuição dos rendimentos e focar-se focar mais em fazer crescer a economia.

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, admitiu esta quarta-feira a possibilidade de mais “perturbação” nos mercados financeiros à medida que introduzir medidas e reformas para estimular o crescimento económico.

Num discurso de encerramento do congresso anual do Partido Conservador em Birmingham, que começou no domingo, Truss reconheceu existir alguma oposição às suas ideias, mas defendeu a necessidade de acabar com a “deriva e atraso” nas reformas. “Precisamos de fazer as coisas de forma diferente. Como se viu nas últimas semanas, será difícil. Sempre que há mudança, há perturbação. Nem todos serão a favor. Mas todos irão beneficiar do resultado — uma economia em crescimento e um futuro melhor. É para conseguir isso que temos um plano claro”, afirmou.

Segundo Truss, o Governo tem de deixar de se preocupar com a redistribuição dos rendimentos e focar-se focar mais em fazer crescer a economia, pois entende que desta forma todos vão beneficiar.

‘Durante demasiado tempo, o debate político tem sido dominado pela forma como distribuímos um bolo económico limitado. Em vez disso, precisamos de fazer crescer o bolo para que todos recebam uma fatia maior. É por isso que estou determinada a adotar uma nova abordagem e a tirar-nos deste ciclo de impostos elevados e de baixo crescimento”, afirmou.

É este o nosso plano: fazer crescer a nossa economia e reconstruir o Reino Unido através de reformas. (…) Sempre que há mudança, há perturbação”, vincou. Ainda assim, prometeu manter sob controlo as contas públicas, gastando o dinheiro dos contribuintes de forma eficiente e reduzindo os custos públicos.

O discurso foi interrompido por um protesto de duas ativistas da organização ambientalista Greenpeace, que Truss sugeriu fazerem parte daquilo que chama “coligação anti-crescimento”. Mas, além da oposição, ambientalistas ou sindicatos, Liz Truss também é motivo de críticas entre os ‘tories’.

Embora tenha sido eleita líder Conservadora e primeira-ministra há apenas um mês, na imprensa britânica já se questiona quanto tempo será capaz de sobreviver no cargo. O descontentamento dentro do próprio grupo parlamentar já forçou Truss a recuar na abolição do escalão mais alto (45%) do imposto sobre os contribuintes e agora existe dissensão interna se decidir não atualizar os apoios sociais de acordo com a taxa de inflação (9,9% em agosto).

A antiga ministra do Trabalho e Pensões, Esther McVey, disse que os planos de cortar os subsídios em termos reais seriam um “enorme erro” e até a líder da Câmara dos Comuns, Penny Mordaunt, membro do Governo, disse que “faz sentido” que o subsídio de subsistência (Universal Credit) continue a estar ligado à inflação.

Muitos membros do partido ainda estão irritados com a turbulência causada pelo “mini-orçamento” de 23 de setembro que fez desvalorizar a libra e subir os juros da dívida pública, o que obrigou a uma intervenção do Banco de Inglaterra.

Além de um pacote para congelar os preços da energia para pessoas e empresas, o plano incluiu cortes fiscais estimados em 43.000 milhões de libras (49.000 milhões de euros no câmbio atual) que serão pagos com dívida pública, mas sem detalhes sobre como esta será reduzida no futuro.

Embora o valor da libra tenha recuperado e a situação estabilizado, os mercados financeiros continuam a antecipar uma subida acentuada das taxas de juro que terá impacto em questões como o crédito à habitação, complicando a crise do aumento de custo de vida.

A incerteza criada nos últimos dias agravou a queda da popularidade do Partido Conservador nas sondagens para uma média de 25 pontos percentuais atrás do Partido Trabalhista, na oposição desde 2010, de acordo com o politólogo John Curtice. “Poderá Liz Truss sobreviver?”, questionou o antigo editor político da BBC Andrew Marr na revista ‘The New Statesman’, acrescentando que “a implacável máquina conservadora pode ejetá-la se não houver melhorias”.

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