Dona da Endesa quer vender 21 mil milhões de euros em ativos em 2023
A gigante italiana prevê vender 21 mil milhões em ativos para reduzir a dívida, como parte da estratégia para 2023-2025, e reforçar a atividade em seis países 'core'.
A dona da Endesa prevê vender 21 mil milhões de euros em ativos como parte do plano estratégico do grupo para os próximos três anos. A decisão prende-se com a necessidade de a Enel reduzir a dívida líquida e de se reposicionar estrategicamente em seis geografias.
O anúncio, feito esta terça-feira por Francesco Starace, CEO da gigante italiana, no âmbito da divulgação da estratégia da empresa para os próximos três anos, revela que um dos ativos está localizado no Estado do Ceará, no Brasil e que essa venda acontecerá em 2023.
Com esta decisão, a empresa pretende alcançar um objetivo de reduzir a dívida líquida do grupo até 52 mil milhões de euros até ao final de 2023.
Quanto à estratégia da empresa, entre 2023 e 2025, o grupo italiano prevê investir um total de cerca de 37 mil milhões de euros (menos 17% quando comparado com o período de 2022-2024), dos quais 60% serão destinados ao apoio à estratégia comercial integrada do grupo (geração, clientes e serviços), e 40% alocados às redes para suportar o seu papel como facilitadores da transição energética.
Assim, a Enel prevê instalar 21 gigawatts (GW) de capacidade nos próximos três anos, seja em pontos de carregamento (18%), parques solares (52%) ou parques eólicos (27%). Do total de capacidade prevista a ser instalada, 9GW estarão localizados na Europa, 10 GW nos Estados Unidos e 2GW “em mercados promissores”, revela a empresa.
Além dos investimentos, o grupo prevê reforçar a atividade em seis países considerados core, isto é, Itália, Espanha, Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Chile, ao mesmo tempo que formaliza a saída da Roménia, Peru e Argentina, em 2023. Recorde-se que em 2022, o grupo vendeu a totalidade da sua participação na sua subsidiária russa, Enel Rússia, por 137 milhões de euros, na sequência da invasão da Ucrânia.
Durante uma conferência de imprensa, com os jornalistas, Starace explicou que o ritmo de crescimento estagnou na Roménia e que por isso, a melhor decisão é abandonar a operação situada no país. “Chegamos a um ponto em que é difícil crescer na Roménia. Não [saímos] por causa do enquadramento jurídico — não estão a fazer nem melhor nem pior do que outros países [europeus — mas o espaço de crescimento é limitado. Fizemos um bom trabalho na Roménia, mas o nosso trabalho lá está terminado“, frisou, acrescentado que o motivo foi o mesmo que justificou a saída do Peru.
Com esta estratégia, a Enel espera acumular um lucro de até 7,2 mil milhões de euros em 2025, em comparação com os cerca de 5 mil milhões de euros previstos para 2022. Quanto ao EBITDA, esse deverá ascender aos 22,8 mil milhões de euros, comparativamente aos 19,6 mil milhões previstos para este ano.
Durante a apresentação da estratégia, esta manhã, Francesco Starace afirmou que apesar da forte instabilidade no mercado energético nos últimos três anos – fruto da pandemia da Covid-19 e da guerra na Ucrânia – a Enel manteve-se alinhada com a estratégia de descarbonização e eletrificação das operações. “A volatilidade obriga-nos a implementar uma estratégia focada na acessibilidade, segurança e sustentabilidade”, referiu o CEO esta manhã.
Mas a instabilidade não deverá ficar por aqui. Starace antecipa que os próximos anos também sejam difíceis mas garante que a Enel “prospera” em situações de instabilidade.
Notícia atualizada às 14h11 com mais informações
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