Portugal antecipa pagamento de 1.400 milhões de euros

Numa operação de recompra de dívida, o IGCP conseguiu antecipar 1.400 milhões de euros de dívida que iriam vencer em outubro do próximo ano e em fevereiro de 2024.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta quarta-feira um leilão de recompra de duas obrigações do Tesouro com vencimento em outubro de 2023 (OT 4,95% 25Out2023) e fevereiro de 2024 (OT 5,65% 15Fev2024), que resultou na antecipação de 1.400 milhões de euros que iriam vencer nos próximos dois anos.

Esta operação de recompra de dívida contou com uma forte adesão dos investidores, com o volume de ofertas por parte dos investidores para a linha que iria vencer no próximo ano a contar com uma oferta quatro vezes superior à procura do Estado e a linha de 2024 a registar uma oferta 1,3 vezes acima da procura.

Com esta operação, o Estado retira pressão para os próximos dois anos. No entanto, a linha OT 4,95% 25Out2023 ainda tem um saldo-vivo de 10.026 milhões de euros e a linha OT 5,65% 15Fev2024 ficou com um montante de 7.981 milhões de euros.

Esta foi a segunda operação de recompra de dívida realizada pelo IGCP este ano. A primeira ocorreu a 29 de março e resultou na antecipação de 431 mil euros de uma Obrigação do Tesouro que iria vencer a 17 de outubro deste ano.

Pelo meio, o IGCP realizou ainda duas operações de troca (a primeira a 6 de julho e a segunda a 26 de outubro) que tiveram como foco as mesmas obrigações do Tesouro que foram esta quarta-feira parcialmente recompradas.

Estas duas operações de troca culminaram no adiamento global de 2.495 milhões de euros de dívida que iriam vencer a 25 de outubro de 2023 e 14 de fevereiro de 2024 para depois de 2027, através da colocação desse montante em Obrigações do Tesouro com vencimento em 2027, 2028, 2032, 2035 e 2052.

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Altice premeia inovação na Diversidade, Cibersegurança e Realidade Audio Aumentada

  • Conteúdo Patrocinado
  • 30 Novembro 2022

Na 6ª edição do Altice International Innovation Award, que teve 125 candidaturas, foram premiados dois projetos portugueses e uma startup irlandesa na sua grande final, ontem, em Lisboa.

Os vencedores da 6ª edição do Altice International Innovation Award, que teve a sua grande final ontem no Convento do Beato em Lisboa, foram a Inclusio, uma plataforma de medição de diversidade e de inclusão, de origem irlandesa, na categoria Startups, com um prémio de 50 mil contos, o projeto “Dynamic Defense for Softwarized and Virtualized Networks”, de Vítor Cunha, na categoria Academia, com um prémio de 25 mil contos, e a Dreamwaves, projeto inclusivo que utiliza a Audio Augmented Reality, na categoria Inclui by Fundação Altice, com a atribuição de 20 mil euros.

Alexandre Fonseca, co-CEO da Altice Europe e presidente do júri, referiu que este evento era o momento “de se falar de inovação, empreendedorismo, criatividade, e tecnologia para construir uma sociedade melhor e mais digital”.

Pelo quinto ano consecutivo, em associação com a ANI (Agência Nacional de Inovação), foi atribuída a distinção Born from Knowledge (BfK) à Iplexmed, que nasceu a partir da tese de doutoramento de Bruno Almeida. Esta deu origem a uma plataforma que permite o diagnóstico não invasivo em contexto doméstico de infeções respiratórias clínicas e resistentes através de um teste de diagnóstico rápido eletrónico portátil e conectável. Esta startup foi criada por seis investigadores da Universidade do Minho, e do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e participou num programa de aceleração da startup Braga.

A escolha dos vencedores foi da responsabilidade de um júri constituído por representantes da Altice Labs, Altice Portugal, Agência Nacional de Inovação (ANI), Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Enterprise Ireland, Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”, Associação Europeia de Operadores de Redes de Telecomunicações (ETNO), Fundação Altice, Luz Saúde, Startup Lisboa e Universidade de Coimbra.

A 6ª edição do Altice International Innovation Award contou com 125 candidatos de Portugal e da Irlanda, tendo sido selecionados nove finalistas, três por cada uma das categorias Startup, Academia e Inclui. Nas suas seis edições teve 526 candidaturas e foram concedidos mais de 460 mil euros.

O perfil dos vencedores

Na categoria de startups, venceu a Inclusio. Trata-se de uma plataforma de medição da Diversidade e da Inclusão, liderada por Sandra Healey, que combina tecnologia, ciência comportamental e Inteligência Artificial. Permite que os empregados de uma organização construam, de forma confidencial, o seu perfil de diversidade. Permite que as empresas consigam medir e rastrear dimensões de neurodiversidade, deficiência e experiência profissional viabilizando o desenvolvimento de políticas mais inclusivas e o ajuste e acomodação das diferentes dimensões da experiência humana em contexto laboral.

Já na categoria de Academia, o projeto “Dynamic Defense for Softwarized and Virtualized Networks” foi o grande vencedor. Vítor Cunha é investigador no Instituto de Telecomunicações em Aveiro, tem várias certificações em cibersegurança e desenvolveu esta abordagem inovadora durante o doutoramento. Tem por objetivo fazer face ao atual cenário de prevalência de riscos de Cibersegurança que alia técnicas de Moving Target Defense (MTD) e Two-Factor Authentication. Prevê a criação de uma camada de defesa/autenticação de rede que irá mover a superfície de ataque (a função potencialmente vulnerável) observando todas as configurações disponíveis e assim impedindo ou dificultando o processo de ataque.

Por fim, na categoria INCLUI by Fundação Altice, venceu a Dreamwaves, uma solução de navegação baseada em Audio Augmented Reality que pode beneficiar utilizadores com défices visuais, séniores e também ciclistas e motociclistas. A ideia nasceu na Áustria de duas paixões de Hugo Furtado, a Realidade Aumentada, área de investigação aplicada à medicina, e o som e que está a ser desenvolvida em Lisboa e Viena. Trata-se de uma proposta de solução stand alone que integra navegação mãos-livres através de áudio espacial, Realidade Aumentada e localização de utilizadores utilizando modelos de Machine Learning. Os pontos de som virtuais ativados pela aproximação do utilizador são ouvidos como objetos reais, podendo o utilizador caminhar facilmente para cada fonte sonora.

Ainda nesta última categoria foi atribuída a distinção Born from Knowledge (BfK), com ANI, à IPLEXMED, uma plataforma que permite o diagnóstico não invasivo, em contexto doméstico, de infeções respiratórias clínicas e resistentes através de um Teste de Diagnóstico Rápido eletrónico portátil, com conectividade, que permite a visualização dos resultados no smartphone do paciente e o armazenamento e transmissão de dados de saúde para acesso em tempo real pelo médico, viabilizando um tratamento personalizado adequado. Permite avaliar múltiplos focos infecciosos, bem como resistências antimicrobianas associadas, em simultâneo, numa única medição, em minutos e de forma fiável.

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Custo da nova interligação elétrica entre Espanha e França terá aumentado 50%

  • Capital Verde
  • 30 Novembro 2022

Custo dos materiais, como o alumínio e o níquel, subiram entre 30 a 40% o que resultou num aumento do custo da nova interligação elétrica entre Espanha e França em cerca de 50%.

O custo para a construção da nova interligação de eletricidade entre Espanha e França, pelo golfo da Biscaia, terá aumentado em cerca de 50% face ao aumento dos preços dos materiais.

Segundo o Cinco Días, estima-se que o preço dos materiais necessários para a construção desta ligação tenha disparado entre 30% e 40%. Fontes do setor fizeram as contas e revelaram à publicação espanhola que os custos aumentaram em 50% face ao investimento inicial, ascendendo aos 2,7 mil milhões de euros.

Ainda não é claro quem pagará esse extra. Segundo o Cínco Dias, os reguladores de Espanha e França estão em conversações sobre a divisão do custo total do projeto. Neste momento, Bruxelas não deverá alocar mais fundos e o regulador francês recusa-se a contribuir com mais do que o valor previsto no acordo original assinado entre os operadores da rede elétrica dos dois países, a REE (Espanha) e a RTE (França), em 2017.

O projeto de interligação elétrica submarina entre Espanha e França, através do Golfo da Biscaia, terá encarecido devido à forte subida dos preços dos materiais (como o alumínio ou níquel) para a construção do cabo que ligará as localidades de Gatica, no País Basco, e Cubnezais, no norte de Bordéus.

Com uma extensão de quase 400 quilómetros (13 quilómetros em terra espanhola; 80 quilómetros em território francês e 300 no fundo do mar), o projeto, composto por duas linhas de 400 quilovolts, implicará um aumento da capacidade de interligação entre os dois países: desde os atuais 2.800 megawatts (MW) para 5.000 MW.

Os governos dos três países deverão reunir-se em Alicante, no próximo dia 9 de dezembro, para discutir as interligações energéticas. O objetivo é reduzir o isolamento da Península Ibérica, que há anos funciona quase como uma ilha energética, dado o fraco nível de interligação com o resto na Europa.

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Taxa de desemprego resiste a abrandamento da economia e mantém-se nos 6,1% em outubro

Taxa de desemprego não registou variação face ao mês anterior, apesar da travagem da atividade económica em outubro. Taxa de subutilização do emprego subiu para 11,4%.

A taxa de desemprego manteve-se inalterada nos 6,1% em outubro, segundo a estimativa divulgada hoje pelo INE, resistindo ao abrandamento da economia. Há, no entanto, um ligeiro decréscimo na população empregada e um crescimento da taxa de subutilização do emprego, que se situou em 11,4%.

A taxa de desemprego situou-se em 6,1%, um valor idêntico ao de setembro e 0,1 pontos percentuais superior ao de julho. Isto num mês em que os indicadores coincidentes do Banco de Portugal, já davam conta de uma travagem da economia, com a taxa de variação homóloga do indicador para a atividade económica a cair de 5,7% em setembro para 5,4% em outubro. O indicador para o consumo privado diminuiu de 2,9% em setembro para 2,4% em outubro. No mesmo mês do ano passado, tinha sido de 7,7%.

Os dados do INE indicam que a população ativa (5,197 milhões) diminuiu 0,2% em relação a setembro e 0,1% relativamente a julho, tendo aumentado 0,5% por comparação com outubro de 2021. “A diminuição da população ativa resultou do decréscimo tanto da população empregada (8,0 mil; 0,2%) como da população desempregada (2,2 mil; 0,7%)”, explica o instituto de estatística.

A população inativa (2,46 milhões) aumentou 0,4% em relação ao mês anterior e 0,1% face a julho, uma evolução explicada “principalmente pelo acréscimo do número de inativos disponíveis, mas que não procuram emprego (7,6 mil; 6,4%)”.

A taxa subutilização de trabalho (um indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego) aumentou em uma décima face a setembro, para os 11,4%.

(notícia atualizada às 11h50)

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Com inflação acima do previsto, Governo vai ter de corrigir atualização das pensões

O indicador de preços sem habitação, utilizado no cálculo dos aumentos das pensões, foi mais elevado que o estimado pelo Governo. Valor vai ter de ser corrigido em alta.

Com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), confirma-se o que já se suspeitava: o Governo terá de corrigir o aumento das pensões para o próximo ano, já que a inflação foi mais elevada do que o esperado pelo Executivo. Os cálculos governamentais foram feitos tendo em conta um IPC sem habitação de 7,1%, e este fixou-se nos 7,46%, segundo os valores provisórios divulgados esta quarta-feira.

O Governo utilizou uma forma diferente de atualizar as pensões desta vez. Calculou o aumento como está previsto na lei, mas decidiu antecipar uma parte (equivalente a meia pensão) para outubro deste ano, encurtando assim a atualização do próximo ano.

O primeiro-ministro tinha sinalizado que se fosse aplicada a lei como está, segundo as suas previsões e pressupostos na altura, o aumento era de 8% para pensões até 886 euros, 7,64% para as pensões entre 886 e 2.659 euros e 7,10% para as outras pensões sujeitas a atualização. No entanto, com a antecipação, os aumentos passaram a ser de 4,43%, 4,07% e 3,53%, respetivamente.

Mas estes valores presumiam uma inflação (ou melhor, a variação média dos últimos 12 meses do IPC, sem habitação) de 7,1% e a estimativa rápida do INE indica que este valor foi afinal de 7,46%, superior ao previsto pelo Governo.

O Executivo já tinha assegurado que se a inflação fosse mais alta do que o previsto, o valor seria corrigido. “Se a inflação em novembro for superior ao previsto (…) asseguraremos a neutralidade de acordo com o que seria a aplicação da fórmula no que é o somatório do apoio extraordinário com a atualização de 2023“, reiterou Fernando Medina na apresentação do Orçamento do Estado.

Parece que esta correção terá mesmo de avançar. Os valores exatos são, no entanto, difíceis de calcular, porque já foi paga uma parte este ano. Mesmo assim, é possível perceber qual seria a atualização se a lei fosse aplicada. A lei atual faz depender a atualização das pensões de dois fatores económicos:

  1. O crescimento real do PIB, correspondente à média da taxa do crescimento médio anual dos últimos dois anos, terminados no terceiro trimestre do ano anterior àquele a que se reporta a atualização ou no trimestre imediatamente anterior, se aquele não estiver disponível à data de 10 de dezembro;
  2. E a variação média dos últimos 12 meses do IPC, sem habitação, disponível em dezembro do ano anterior ao que reporta a atualização, ou em 30 de novembro, se aquele não estiver disponível à data da assinatura do diploma de atualização.

Ora tendo em conta que a média do crescimento do PIB foi maior do que 3% (fixando-se em 4,8% segundo os dados mais recentes do INE, também mais elevada do que o previsto pelo Governo), é apenas preciso olhar para a última linha da fórmula.

Segundo as contas do ECO, se a lei fosse aplicada as pensões mais baixas deveriam ter um aumento de 8,42%, enquanto aquelas entre 2 e 6 IAS subiriam 8,06% e as mais altas eram atualizadas em 7,46%, o valor da inflação. A estas percentagens tem de ser retirado o montante já atribuído no complemento de outubro.

É de ressalvar ainda assim que esta é uma estimativa rápida do INE, sendo que os dados definitivos referentes ao IPC do mês de novembro de 2022 serão publicados no próximo dia 14 de dezembro. Assim, estes valores ainda poderão mudar.

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Comboios a hidrogénio em Portugal são “solução limitada”

Eletrificação da restante rede ferroviária nacional é prioridade da Infraestruturas de Portugal e deverá estar concluída "até 2027 ou 2028".

Mais de 1.000 quilómetros da rede ferroviária nacional ainda não têm corrente elétrica a passar por cima da linha. O problema, no entanto, deverá ser resolvido até 2027 ou 2028, com a eletrificação das restantes linhas. Pôr comboios a hidrogénio também é um cenário, embora com limitações.

“A eletrificação, com a colocação de uma catenária, tem custos de infraestrutura e manutenção mas é altamente eficiente. As perdas de energia da catenária até aos rodados dos comboios são de 10% a 15%, no máximo”, nota o coordenador do Plano Ferroviário Nacional, Frederico Francisco, durante a participação num debate no congresso da associação de transportes Adfersit.

Em comparação, com o hidrogénio, “as perdas entre a produção e a utilização podem atingir os 75%”, acrescentou. Em suma, “o hidrogénio é muito melhor do que o diesel, sem dúvida, mas a partir de um certo patamar de tráfego torna-se muito difícil ser energeticamente eficiente face à catenária”.

Por causa disso, “o hidrogénio pode ser uma solução para acelerar a descarbonização onde não é evidente avançar com a eletrificação. Em Portugal, será sempre uma solução limitada mas que poderá ter o seu espaço”, concluiu.

Da esquerda para a direita: José António Barros (presidente da assembleia-geral da AEP); Fernanda do Carmo (diretora-geral do Território); Carlos Fernandes (vice-presidente da IP); Ernesto Martins de Brito (antigo presidente da CP)

Com a incerteza sobre a utilização do hidrogénio nos comboios, “contamos até 2027 ou 2028 resolver a eletrificação da rede ferroviária nacional“, referiu o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes.

No debate sobre o Plano Ferroviário Nacional (PFN), as opiniões dividiram-se. O vice-presidente da IP sinalizou que o documento “dá-nos uma previsibilidade que não existe até hoje. Sabemos o que o país pretende.” A diretora-geral do Território, Fernanda do Carmo, considera que todas as análises custo-benefício a aplicar “têm de incluir o impacto territorial” porque “há opções que são pesadas em termos de custo e de tempo de execução e de planeamento”.

Ernesto Martins de Brito elogia a existência do plano mas pede mais ambição. “O PFN deveria ser uma bússola estratégica para acolher métricas de desenvolvimento para aumentar utilidade no longo prazo.”

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Inflação na Zona Euro abranda para 10% em novembro com ajuda da energia

A taxa de variação homóloga do índice de preços terá travado de 10,6% em outubro para 10% em novembro. Queda abre espaço para aumento de apenas 50 pontos base na taxa de juro do BCE, dizem analistas.

Novembro deverá trazer um alívio na inflação da Zona Euro. A estimativa rápida do Eurostat aponta para uma taxa de 10%, um recuo face ao recorde de 10,6% registado em outubro. Energia e serviços deram uma ajuda, mas a alimentação não.

Os preços da energia continuam a ser os que mais pesam na inflação, mas novembro terá trazido uma travagem, com a estimativa a apontar para uma taxa de variação homóloga de 34,9%, bem abaixo dos 41,5% de outubro. Uma tendência que será influenciada pela desvalorização da cotação do petróleo e o alívio no gás natural, sobretudo nas primeiras semanas do mês.

Os serviços também terão ajudado à descida da inflação no bloco da moeda única, com a taxa de variação homóloga a cair de 4,3% em outubro para 4,2% este mês. Nos bens industriais não energéticos a taxa manteve-se em 6,1%.

Em sentido contrário, a alimentação continua a pressionar em alta os preços, com a inflação homóloga a subir de 13,1% em outubro para 13,6% em novembro. Uma subida ditada pelos alimentos processados, já que nos não processados a taxa encolheu.

A inflação na Zona Euro terá também recuado na comparação face ao mês anterior, com a estimativa rápida do Eurostat a apontar para um recuo de 0,1%. O índice de preços excluindo a energia e alimentação, que é seguido de perto pelo BCE, terá registado uma variação homóloga de 5%, idêntica à do mês anterior.

“Olhando para o futuro, embora a inflação deva permanecer elevada, o facto de os preços da energia estarem a baixar significa que os dados de hoje provavelmente serão seguidos de uma queda gradual da inflação na Zona Euro”, afirma a Oxford Economics num comentário à publicação do Eurostat.

“A desaceleração na taxa de inflação de 10,6% para 10% em novembro foi a primeira desde junho de 2021 e mais significativa do que o inicialmente esperado. Não nos surpreenderia ver a taxa acelerar em dezembro ou janeiro, dada a volatilidade nos números mensais, mas há poucas dúvidas que descerá rapidamente no próximo ano”, comentou a Capital Economics.

A empresa de research económico considera que os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat suportam a sua previsão de um aumento de 50 pontos base na próxima reunião de política monetária do BCE, em dezembro. Uma visão que também é partilhada pela Oxord Economics.

Com uma variação homóloga de 9,9% em novembro, a taxa de Portugal em cima da média da Zona Euro. Letónia, Lituânia e Estónia têm as estimativas mais elevadas, na casa dos 21%. Espanha (6,6%) e França (7,1%) têm as taxas mais baixas.

(notícia atualizada às 10h40)

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Mais de 5.000 milhões de pessoas terão problemas de acesso à água em 2050

  • Lusa
  • 30 Novembro 2022

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 3.600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que pode aumentar para mais de 5.000 milhões até 2050.

Cerca de 3.600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que pode aumentar para mais de 5.000 milhões até meados do século, refere um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O relatório sobre a disponibilidade de água potável no planeta, divulgado esta terça-feira, é o primeiro que a OMM dedica especificamente aos recursos hídricos e destaca que em 2021 dois terços da superfície terrestre tiveram fluxos fluviais abaixo da média dos últimos 30 anos, enquanto apenas um terço estava acima ou nos níveis médios.

Numa fase que se caracteriza pela procura crescente por este elemento líquido e uma oferta limitada, a água também está relacionada com 74% dos desastres naturais (secas, cheias, tempestades), aponta o documento divulgado pela agência das Nações Unidas.

“Os impactos das alterações climáticas tendem a manifestar-se através da água, com secas mais intensas e frequentes, inundações mais extremas, chuvas sazonais mais irregulares e aceleração do degelo dos glaciares”, sublinhou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, durante a apresentação do relatório.

O estudo destaca como zonas onde o fluxo do rio estava abaixo da média em 2021 o Río de la Plata e o sul e sudeste da Amazónia, na América do Sul, ou as bacias dos rios Colorado, Missouri e Mississippi, na América do Norte.

Em África, também houve um fluxo abaixo da média nos rios Níger, Volta, Nilo e Congo, enquanto na Eurásia o mesmo ocorreu nas bacias da Sibéria, outras partes da Rússia e da Ásia Central.

Em contraste, foram registados fluxos acima do normal em algumas bacias da América do Norte, no norte do Amazonas, rios no sul da África (como o Zambeze e o Orange) e outras na China e na Índia, países que sofrerem recentemente inundações de grandes dimensões.

Algumas das áreas onde o abastecimento de água está em níveis críticos veem a sua situação agravada pela sobre-exploração das águas subterrâneas, alerta o relatório.

O documento também analisa a criosfera, o gelo nos polos, montanhas e glaciares, que é a maior reserva mundial de água doce por ser fonte de rios e abastecimento de 1.900 milhões de pessoas.

A OMM alerta também para o degelo preocupante em áreas como o Alasca (América do Norte), Patagónia (América do Sul) ou Himalaias (Ásia).

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Ex-presidente chinês Jiang Zemin morre aos 96 anos

  • ECO
  • 30 Novembro 2022

Ex-Presidente chinês Jiang Zemin, que liderou a China após os protestos pró-democracia de Tiananmen, em 1989, até ao início da década de 2000, morreu esta quarta-feira aos 96 anos.

O ex-Presidente chinês Jiang Zemin, que liderou a China após os protestos pró-democracia de Tiananmen, em 1989, até ao início da década de 2000, morreu esta quarta-feira, aos 96 anos, informou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Em declarações, o Partido Comunista Chinês avançou que o antigo dirigente morreu vítima de leucemia e da falência de múltiplos órgãos. “A morte do camarada Jiang Zemin é uma perda incalculável para o nosso Partido e para os nossos militares e o nosso povo de todos os grupos étnicos”, lia-se no comunicado citado pela agência Reuters.

O político ascendeu ao poder um dia depois de tanques do exército terem posto fim ao movimento da Praça Tiananmen, na noite de 3 para 4 de junho de 1989, e acompanhou a transformação do país mais populoso do mundo numa potência mundial.

 

Foi durante a presidência de Zemin – descrito pelo partido como um líder prestigioso, um grande marxista, estadista, estratega e diplomata militar – que os territórios de Hong Kong e Macau foram devolvidos à China, pelo Reino Unido (em 1997) e Portugal (em 1999), respetivamente. Jiang Zemin foi também responsável por aproximar a China dos Estados Unidos da América e pela entrada do país na Organização Mundial do Comércio, em 2001.

Em 2003, Zemin foi substituído no cargo por Hu Jintao, que dez anos depois passou o poder a Xi Jinping, atual líder chinês. A morte do ex-Presidente registou-se na mesma altura em que o país vive um clima de tensão, já que atravessa uma vaga de protestos e manifestações por parte da população, que se opõe às restrições a propósito da Covid-19.

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Inflação sem energia acelerou para máximos de 1993. Alimentos estão mais caros

Inflação recua de dígitos duplos. Foi de 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais à do mês anterior. Índice de preços dos produtos alimentares transformados acelera.

A inflação abrandou em novembro para 9,9%, colocando fim à tendência verificada nos últimos meses e recuando de valores que tinham atingido os dois dígitos, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta quarta-feira. No entanto, a inflação subjacente (sem energia e alimentos não transformados) acelerou para máximos de 29 anos, nomeadamente com o aumento de preços nos produtos alimentares transformados.

“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior“, indica o INE.

Olhando para o indicador de inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, tendencialmente mais voláteis, registou uma variação de 7,2% (7,1% no mês precedente), taxa mais elevada desde dezembro de 1993.

Já o índice relativo aos produtos energéticos abrandou, diminuindo para 24,8% (taxa 2,8 p.p. inferior ao mês anterior). A mesma tendência verificou-se nos produtos alimentares não transformados, cujo índice “terá apresentado uma variação de 18,4% (18,9% em outubro), contrastando com a aceleração estimada nos produtos alimentares transformados, que terão registado uma variação de 16,8% (14,1% no mês precedente)”.

O INE estima ainda que a variação média nos últimos 12 meses foi de 7,3% (6,7% no mês anterior). Já o total sem habitação foi 7,46%, superior aos 6,83% registados em outubro.

É de recordar que o valor do IPC sem habitação deste mês será utilizado para o cálculo da atualização de pensões. O ministro das Finanças já tinha sinalizado que se a inflação for mais elevada que o esperado pelo Governo, o valor seria corrigido no próximo ano. Uma parte do valor já foi paga este ano, em outubro, no “bónus” equivalente a meia pensão.

Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, indicador utilizado nas comparações europeias, “terá registado uma variação homóloga de 10,3% (10,6% no mês precedente)”.

Esta é uma estimativa rápida do INE, sendo que os dados definitivos referentes ao IPC do mês de novembro de 2022 serão publicados no próximo dia 14 de dezembro.

(Notícia atualizada às 9h58)

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Adesão à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal superior a 80%

  • Lusa
  • 30 Novembro 2022

Por causa da greve, a CP suprimiu 143 das 252 ligações ferroviárias que tinha programadas até às 08:00, estando a ser cumpridos os serviços mínimos.

A adesão à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IPM) entre as 00:00 e as 08:00 é superior a 80%, disse à Lusa José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

Os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal cumprem hoje uma greve de 24 horas, em conjunto com os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), com a CP e a Fertagus a preverem perturbações na circulação.

Em declarações à Lusa cerca das 08:40, José Manuel Oliveira adiantou que a adesão dos trabalhadores da IP é superior a 80%, remetendo para mais tarde outros dados sobre a paralisação. “Temos conhecimento que estão a ser cumpridos os serviços mínimos, exceto em situações pontuais na Linha de Sintra, mas ainda não sabemos qual a razão”, indicou.

Por causa da greve, a CP suprimiu 143 das 252 ligações ferroviárias que tinha programadas até às 08:00, estando a ser cumpridos os serviços mínimos. De acordo com o balanço feito pela CP – Comboios de Portugal à Lusa, cerca das 08:20, estavam programados 252 comboios e foram efetuados 109, dos quais quatro de longo curso, 35 regionais, 39 urbanos de Lisboa e 31 urbanos do Porto. A mesma fonte disse que estão a ser cumpridos os serviços mínimos.

Contactada pela Lusa cerca das 08:50, fonte da Fertagus, que liga Lisboa a Setúbal, disse que foram realizados todos os comboios previstos nos serviços mínimos.

A CP e a Fertagus tinham informado na terça-feira que devido a greve convocada por organizações representativas dos trabalhadores, estavam previstas perturbações na circulação de comboios. A IP remeteu para o final do dia dados sobre a adesão à greve dos trabalhadores.

Os trabalhadores da CP cumprem hoje uma greve de 24 horas, em conjunto com os trabalhadores da IP, reivindicando um prémio financeiro para mitigar os efeitos da inflação e o cumprimento do Acordo de Empresa. De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário, afeto à Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, a greve deve-se à “falta de respostas da administração/Governo, que não têm em conta a realidade de uma brutal desvalorização dos salários”.

De acordo com uma ata disponível no ‘site’ da DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, os sindicatos e a CP chegaram a acordo para o cumprimento de serviços mínimos de 25%.

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UE propõe tribunal especial para julgar “crimes horríveis” da Rússia

  • Lusa
  • 30 Novembro 2022

Ursula von der Leyen disse ainda que a União Europeia e os parceiros do bloco europeu vão "assegurar-se" de que a Rússia "pague a devastação causada.

A União Europeia vai colaborar com o Tribunal Penal Internacional (TPI) para estabelecer um tribunal capaz de julgar os “crimes horríveis” da Rússia na Ucrânia, assim como o uso de bens e capitais congelados na Rússia para a reconstrução do país.

O anúncio foi feito esta quarta-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa mensagem difundida através da rede social Twitter, acompanhada de imagens vídeo da declaração. “A Rússia deve pagar pelos crimes horríveis”, disse Von der Leyen.

Vamos trabalhar com o TPI para ajudarmos a estabelecer um tribunal especializado para julgar os crimes da Rússia”, acrescentou.

Ursula von der Leyen disse ainda que a União Europeia e os parceiros do bloco europeu vão “assegurar-se” de que a Rússia “pague a devastação causada, através do uso dos fundos congelados dos oligarcas, assim como através dos ativos do próprio Banco Central russo”.

Os líderes europeus pediram em outubro à Comissão Europeia opções legais para bloquear e utilizar os ativos (de capital) russos congelados após a aprovação das sanções contra Moscovo.

Prevê-se ainda esta quarta-feira um anúncio da Comissão Europeia sobre os detalhes acerca das “possibilidades legais” para o confisco de bens estatais e privados russos a serem eventualmente usados na reconstrução da Ucrânia.

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