Marcelo defende que “paz sofre” cada vez que aumentam as desigualdades
O Presidente da República alertou que “a paz sofre” cada vez que aumentam as desigualdades, particularmente em períodos de crise, e enalteceu a presença de forças portuguesas espalhadas pelo mundo.
O Presidente da República alertou que “a paz sofre” cada vez que aumentam as desigualdades, particularmente em períodos de crise, e enalteceu a presença de forças portuguesas espalhadas pelo mundo para manutenção da paz.
“De cada vez que aumentam as desigualdades a paz sofre, de cada vez que aumenta a pobreza a paz sofre, de cada vez que há mais (pessoas) a cair em risco de pobreza a paz sofre, o que quer dizer que com as crises não é apenas a pobreza, a desigualdade, a injustiça, que aumenta, é a paz que fica em causa”, advertiu Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cerimónia de entrega da vela da Cáritas Portuguesa, intitulada “Dez Milhões de Estrelas – Um Gesto Pela Paz”, no Palácio de Belém, em Lisboa.
O chefe de Estado apelidou os últimos três anos de “muito maus”, 2020 e 2021 com o mundo a braços com a pandemia, que “agravou desigualdades” e “congelou a vida das pessoas” e 2022 com a invasão russa da Ucrânia e as consequências socioeconómicas do conflito.
“Qual é o objetivo deste nosso encontro, ano após ano? É formularmos o desejo, que é uma vontade, de no próximo ano haver mais paz, mais justiça, mais desenvolvimento, mais liberdade e mais igualdade”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República enalteceu também a presença de “forças portuguesas de manutenção da paz” em vários pontos do mundo, desde a Europa (no início da semana visitou uma força destacada na Roménia), em África, onde há militares portugueses na República Centro-Africana e em Moçambique.
“Há outras presenças, em outros continentes, de que não se fala muito, no mundo latino-americano, como temos a presença de formação de forças portuguesas, e vão aumentando, na Ásia e no Pacífico, nomeadamente em países de língua portuguesa. E a ideia é sempre a mesma: formar para a paz. Não é treinar para a guerra, é formar para a paz”, detalhou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que “a paz é construída todos os dias”.
“Aqui ao nosso lado, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa aldeia, na nossa vila, na nossa cidade, naquilo que é próximo de nós”, acrescentou.
Posteriormente, o Presidente da República advertiu que há “várias Odemiras” espalhadas pelo país que necessitam de atenção e que a “inflação não é só números” e representa um corte nos salários de muitas pessoas.
“Os imigrantes são próximos nossos. Agora terminado este nosso encontro parto para Odemira. E vou a Odemira porque tinha prometido lá ir até ao fim do ano. Nós temos várias Odemiras no nosso país, todos os países infelizmente têm várias Odemiras, que têm aspetos positivos e aspetos complicados”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cerimónia de apresentação da “Luz da Paz de Belém”, pelo Corpo Nacional de Escutas, em Lisboa.
Perante um grupo de escuteiros, o chefe de Estado disse que é necessário “ir a esses próximos, que vêm de não sei quantos países, falam não sei quantas línguas, têm não sei quantas culturas” e são “aqueles que mais necessitam”.
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