Programa 1.º Direito entregou 1.173 casas a famílias carenciadas em quatro anos

Em quatro anos, o programa 1.º Direito entregou 1.173 casas às famílias mais vulneráveis. Já há 198 municípios (de um total de 308) com acordos celebrados.

O Programa 1.º Direito, que visa acordos entre o Estado e as autarquias para dar casa às famílias com maior carência económica, já celebrou acordos com 198 municípios (64%), prevendo a entrega de casa a mais de 52 mil famílias, num investimento de cerca de três mil milhões de euros. Foram – ou estão a ser – entregues 1.173 habitações, mas o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê que sejam 26 mil até ao final de 2026.

O 1.º Direito nasceu no verão de 2018 com o objetivo de “dar resposta às famílias que vivem em situação de grave carência habitacional”. A ideia passa pela assinatura de acordos entre o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e os vários municípios do país para a disponibilização de habitação. E, nestes quatro anos, já se contam 198 municípios (de um total de 308) com acordos celebrados.

Os números constam do 3.º Relatório de Execução do 1.º Direito, publicado esta sexta-feira no site do Parlamento. São, neste momento, 198 as autarquias – 190 com acordos de colaboração e oito com acordos de financiamento – com soluções habitacionais em curso para mais de 52 mil famílias a viver em situações indignas de habitação. O investimento global estimado é de cerca de três mil milhões de euros.

Uma vez celebrados os acordos entre o Estado e as autarquias, segue-se a contratualização dos mesmos com o IHRU. É este instituto que vai identificar os imóveis (dos quais é proprietário) que podem ser canalizados para o 1.º Direito.

Destes acordos, já foram assinados 263 contratos de financiamento – 82 de apoio financeiro e 181 de apoio técnico –, num valor total de cerca de 200 milhões de euros. O documento indica ainda que há 183 processos em fase de análise para celebração de contrato e 32 já aprovados pelo IHRU. Assim, até ao momento, estão já contabilizados 1.173 fogos disponíveis (entregues ou em fase de entrega às famílias).

Apesar de ainda não haver acordos com todos os 308 municípios do país, 300 já formalizaram a interação com o IHRU no sentido de acederem ao programa. Deste universo, 228 estão a usufruir de financiamento para elaboração das suas Estratégias Locais de Habitação. “Globalmente, o financiamento público concedido para o efeito é aproximadamente de 4,4 milhões de euros“, lê-se.

No que respeita às soluções habitacionais admitidas, a modalidade preferencial adotada foi a reabilitação, seguindo-se a construção, a aquisição e o arrendamento para subarrendamento.

Através do PRR, 26.000 destas habitações serão financiadas a 100% a fundo perdido. As remanescentes serão financiadas com partilha de encargos entre o IHRU e o município, como definido nos respetivos acordos de colaboração.

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Giorgia Meloni toma posse no sábado. É a primeira mulher a governar Itália

  • Lusa
  • 21 Outubro 2022

O presidente italiano, Sergio Mattarella, encarregou Meloni de formar governo em Itália. Tomada de posse deve ter lugar no sábado.

A líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, foi encarregada pelo Presidente, Sergio Mattarella, de formar governo em Itália, anunciou esta sexta-feira o secretário-geral da presidência.

Meloni, de 45 anos, assumiu a responsabilidade, tornando-se na primeira mulher a ser chamada para o cargo na história do país, que deverá tomar posse no sábado de manhã (08:00 TMG) no Palácio do Quirinal.

Meloni recebeu a missão de formar governo depois de vencer as eleições de setembro e do acordo conseguido com os seus parceiros de coligação, Matteo Salvini, da Liga, também de extrema-direita, e Silvio Berlusconi, do conservador Força Itália, dividindo ministérios e outras posições.

O dirigente da Liga e o ‘número dois’ do Força Itália serão vice-primeiros-ministros no futuro Governo, no qual ocuparão também as pastas das Infraestruturas e Negócios Estrangeiros, respetivamente. Matteo Salvini, da Liga, retomará o cargo de vice-primeiro-ministro já ocupado no executivo do primeiro-ministro Giuseppe Conte (2018-2019), que na altura acumulou com a pasta do Interior.

António Tajani, do Força Itália, encarregar-se-á também da diplomacia italiana, apesar das polémicas declarações do líder do seu partido, o três vezes primeiro-ministro e magnata da comunicação social Silvio Berlusconi, que esta semana reafirmou a sua amizade com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, obrigando Meloni a esclarecer que o seu Governo será aliado da Europa e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

O partido de Berlusconi ficou, contudo, sem a pasta da Justiça, para a qual foi nomeado o ex-juiz Carlo Nordio, deputado pelos Irmãos de Itália (FdI) na atual legislatura. Ainda esta sexta deve regressar ao Quirinal para entregar ao chefe de Estado a lista com os membros do executivo, uma vez que a Constituição italiana estabelece que os ministros são nomeados por proposta do chefe do Executivo ao chefe de Estado, que tem poder de veto.

A transferência de competências com o primeiro-ministro cessante, Mario Draghi, terá lugar com a celebração do primeiro Conselho de Ministros.

(Notícia atualizada às 18h32)

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Rádios cumprem 30% de quota de música portuguesa

  • Lusa
  • 21 Outubro 2022

Em janeiro de 2021, a então ministra da Cultura anunciou o aumento da quota mínima de difusão de música portuguesa nas rádios de 25% para 30%, no âmbito das medidas de resposta à covid-19.

As rádios cumpriram, no ano passado, a quota mínima de difusão de música portuguesa, que nesse ano passou de 25% para 30%, segundo uma análise feita pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). “Os indicadores resultantes da análise de 2021, no que respeita à difusão de música portuguesa, permitem concluir que a quase generalidade dos serviços de programas radiofónicos que submetem os dados no Portal das Rádios, com envio regular mensal de dados, cumprem ou superam as quotas previstas na Lei da Rádio”, lê-se no relatório “Difusão de Música Portuguesa em 2021”, disponível no ‘site’ oficial da ERC.

Em 14 de janeiro do ano passado, a então ministra da Cultura, Graça Fonseca, anunciou o aumento da quota mínima de difusão de música portuguesa nas rádios de 25% para 30%, no âmbito das medidas de resposta à pandemia da covid-19, com o objetivo de “incrementar a divulgação de música portuguesa” e “a sua valorização em benefício dos autores, artistas e produtores”. A ministra recordou na altura que “a definição desta quota existe desde 2009 e está inscrito na lei que todos os anos [o titular da pasta da Cultura] deve atualizá-la”, algo que não acontecia desde 2009. A nova quota entrou em vigor em março do ano passado.

De acordo com os dados recolhidos pela ERC, “uma proporção bastante superior a 90% dos serviços de cobertura local manteve o cumprimento da quota legal”. No primeiro semestre a média foi de 98,9% e no segundo semestre de 97,6%.

Nas rádios regionais “a ERC apurou percentagens superiores à quota mínima de música portuguesa, nas 24 horas de emissão [média de 32,7%] e no período das 07:00 às 20:00 [média de 31,05%]”.

Nas rádios privadas de âmbito nacional, “a maioria cumpre e ultrapassa a quota dos 30% de música portuguesa, não obstante algumas oscilações, tanto nas 24 horas de emissão [com uma média de 31,65%], como no período das 07:00 às 20:00 [com uma média de 31,3%]. Também as rádios de serviço público, Antena1 e Antena3, “têm cumprido as obrigações legais a que estão sujeitas”. A Antena1, lê-se, “apresentou uma percentagem sempre perto ou acima de 70%, quer no apuramento nas 24 horas de emissão, quer no período entre as 07:00 e as 20:00”. No caso da Antena3, esse valor é um pouco mais baixo, acima dos 50%.

A ERC ressalva que, como a inscrição no Portal das Rádios, disponibilizado por aquela entidade desde 2007, “continua a ser voluntária”, “a análise efetuada não compreende a totalidade dos serviços licenciados a nível nacional”.

Assim, “além dos serviços de programas de cobertura local ativos no portal, constituída por uma amostra mensal de 130 serviços de programas, cuja comunicação de dados por via da plataforma Portal das Rádios foi regular”, foram tidos em conta no relatório os dados monitorizados todos os meses de “um serviço de âmbito regional de cobertura sul (M80) e dos cinco serviços de âmbito nacional (Antena 1, Antena 3, Rádio Comercial, Rádio Renascença e RFM)”.

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“Critérios ESG passaram a ser fundamentais para reforçar competitividade no mercado”, diz líder de Sustentabilidade da Accenture

Peter Lacy aponta ao Capital Verde que os critérios de sustentabilidade ESG já não fazem apenas parte dos valores de uma empresa", são agora determinantes para a competitividade no mercado.

Só 5% das empresas a nível europeu estão alinhadas com os objetivos de neutralidade carbónica. A conclusão, reportada num estudo da Accenture, indica ainda que “os acionistas e stakeholders não vão esperar que as empresas corrijam os seus erros” e, portanto, urge que as organizações aumentem os esforços para tornar as suas operações mais sustentáveis.

“Deficiências na capacidade de as empresas segmentarem, gerirem, medirem e relatarem o seu desempenho relativamente aos níveis de sustentabilidade, dificultam a capacidade das empresas de cumprirem, efetivamente, com os seus compromissos. Apenas 5% das empresas europeias estão no caminho certo para cumprir com as metas de zero carbono”, lê-se no relatório.

Ao ECO/Capital Verde, Peter Lacy, diretor de Sustentabilidade da gigante de consultoria, considera que os critérios de sustentabilidade ESG (ambiente, social e governança) já não fazem apenas parte “dos valores de uma empresa”, são agora determinantes para o futuro de uma organização. “Para as empresas, os critérios passaram a tornar-se fundamentais para reforçar a sua competitividade no mercado. Não existe forma de contornar isso”, garantiu. “Estamos perante uma redefinição do que significa ser uma empresa de sucesso”.

 

Peter Lacy, líder de sustentabilidade global da Accenture, em entrevista ao ECO/Capital Verde - 26SET22
Peter Lacy, líder de sustentabilidade global da Accenture, em entrevista ao ECO/Capital Verde – Hugo AmaralHugo Amaral/ECO

A posição vem refletida no relatório da Accenture e deixa um alerta a todas as organizações: “cumprir e respeitar as exigências a nível da sustentabilidade serão essenciais para o desempenho de uma empresa” que será, “muito provavelmente, recompensada pelo mercado”. Entre 2013 e 2020, revela a consultora, as empresas que mantiveram em alta os níveis de cumprimento de ESG, pontuaram 2,6 vezes mais no retorno total do acionista do que o desempenho médio das empresas.

No relatório, lançado no início deste ano, a Accenture analisou as respostas de mais de 640 líderes financeiros em 12 setores e seis países para entender como as empresas podem medir, gerir e reportar melhor o desempenho no que toca aos cumprimento dos critérios ESG. Na investigação, a consultora descobriu que, embora a maioria (78%) dos líderes financeiros procure compreender o risco que a sustentabilidade representa para os seus negócios, apenas 47% definiram uma estratégia clara para a elaboração dos seus relatórios.

Estamos a assistir a uma chamada urgente para que a sustentabilidade apareça como principal prioridade na forma como as empresas relatam e divulgam os seus dados financeiros,” referiu Peter Lacy. “Esta não é apenas uma chamada para melhorar a divulgação e relatórios, mas sim uma oportunidade para a transformação organizacional, de cima para baixo, que permita que as pessoas, em todos os níveis, tomem melhores decisões usando dados e equilibrando o valor dos acionistas”.

Segundo o relatório da Accenture, apenas 26% das empresas possuem dados claros e confiáveis para medir e monitorizar as metas de sustentabilidade. O estudo também relata que 70% das empresas ainda usam processos manuais ou semiautomatizados para a elaboração dos relatórios ESG.

 

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Medina admite que salário mínimo vai passar a ser tributado. Mas deduções podem impedir pagamento de IRS

O mínimo de existência vai deixar de cobrir o salário mínimo. Ministro das Finanças aponta que com as deduções, quem recebe este valor deve continuar a não pagar imposto.

Com a reforma do mínimo de existência, este passa a estar indexado à evolução do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) e deixa, assim, de cobrir o salário mínimo nacional a partir de 2024. O ministro das Finanças admite que com estas mudanças as pessoas que recebem o salário mínimo vão passar a estar integradas no sistema de IRS, apesar de salientar que as deduções à coleta deverão cobrir o valor a pagar e por isso não existir pagamento.

“A opção que temos relativamente a esta mudança significa e vai traduzir-se na integração dentro do sistema do imposto sobre rendimentos de mais pessoas”, assume Fernando Medina, na audição no âmbito no Orçamento do Estado para 2023, no Parlamento.

Ainda assim, argumenta que tal “não quer dizer que signifique que essas pessoas vão pagar imposto, a partir do momento, daqui a dois ou três anos, que o nível de rendimento seja integrado no sistema”, porque existe o mecanismo de deduções. “Só no mecanismo de deduções gerais, usado pela esmagadora maioria dos contribuintes, significa que com despesas de 250 euros por ano não haverá tributação para faixa acima do valor tributado”, diz.

Desta forma, “com a nova metodologia adotada, progressivamente as pessoas que recebam esse nível de rendimentos vão sendo integradas no sistema de IRS mas não quer dizer que corresponda a pagamento de imposto”. O ministro defende também que se está a fazer um avanço do salário mínimo “descolado de patamares de pobreza”.

Segundo as previsões do Governo, o salário mínimo nacional deverá subir para 810 euros em 2024, 855 euros em 2025 e, finalmente, atingir os 900 euros em 2026. O mínimo de existência ainda é fixo em 2023, mas passa a estar indexado ao IAS a partir de 2024, momento em que deverá deixar de cobrir a retribuição mínima.

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Novo projeto do gasoduto tem “maior valor económico para Portugal”

A discussão incidirá sobre que verbas europeias devem financiar as interconexões. António Costa espera não ter de usar fundos do programa Repower EU.

O primeiro-ministro, António Costa, fala de uma “satisfação generalizada” entre os membros do Conselho Europeu quanto ao acordo político alcançado entre Portugal, Espanha e França para a construção de um gasoduto que ligue a Península Ibérica a França, reforçando as interligações na Europa.

“Este projeto não é só diferente, mas é também um projeto com maior valor económico para Portugal”, indicou o primeiro-ministro, no final da cimeira europeia, que teve lugar esta quinta e sexta em Bruxelas. Costa realça que, ao tratar-se de um projeto a pensar sobretudo nos gases renováveis como o hidrogénio verde, ao invés de se focar no transporte de gás, que Portugal não produz, o país beneficiará mais com o projeto do “novo corredor verde” do que com o anterior, conhecido por MidCat.

Sobre o financiamento, Costa diz-se “totalmente de acordo” com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no ponto em que os orçamentos dos Estados em causa – Espanha, Portugal e França – não devem ser usados para financiar este projeto. A discussão incidirá sobre que verbas europeias devem financiar as interconexões: se as verbas do Repower EU, como sugere von der Leyen, ou outras.

A União Europeia tem um mecanismo financeiro específico para interconexões na área de energia, explicou o primeiro-ministro. “Portugal, Espanha e França entendem que devemos apresentar candidatura deste projeto para ser financiado por esse mecanismo”, avançou. Se não for possível, “Espanha não fechou a porta a financiar parte com o Repower EU”, mas Portugal tem uma posição diferente. “Não é do nosso interesse desviar qualquer cêntimo [dos 700 milhões que couberam a Portugal no âmbito do Repower EU] para este projeto de interesse comum”, diz Costa, assinalando que esses fundos já estão destinados a um conjunto de investimentos que reforçam a capacidade de produção de renováveis e a eficiência energética.

Estão três troços em causa: o de Celorico da Beira até Zamora, outro entre Zamora e Barcelona e, finalmente, a interligação entre Barcelona e Marselha que, por sugestão de Espanha, de forma a contornar as objeções ambientais que França colocava quanto a que a ligação passasse pelos Pirinéus, far-se-á por via marítima. Sendo que o traçado anterior entre Celorico da Beira e Zamora foi chumbado pelas entidades ambientais, há um novo traçado em avaliação de impacte ambiental.

Apoios às famílias e empresas sem conclusão

O primeiro-ministro afirma que os dois grandes temas discutidos neste Conselho Europeu, cujas reuniões se prolongaram entre esta quinta e sexta-feira, foram a crise energética mas também a resposta comum para apoiar famílias e empresas.

Quanto à resposta às famílias, “infelizmente o debate não foi totalmente conclusivo”, indica Costa, embora considere que decorreu de forma mais cordial e construtiva do que noutras ocasiões. Isto porque, apesar de membros do Conselho se terem oposto a que a União Europeia use “dinheiro novo” para enfrentar este problema, foi admitido pelos mesmos que se canalizem para novos usos verbas já aprovadas. “O que se vai fazer em concreto ficou em aberto, mas foram dadas orientações para que comissão possa trabalhar” nesse sentido, concluiu.

Sendo que as verbas europeias do Portugal 2020 já estão destinadas, e o mesmo acontece com os fundos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que couberam a Portugal, Costa diz que propôs usar pelo menos parte dos 12 mil milhões de euros que a Comissão Europeia disponibilizou na forma de empréstimo, e aos quais Portugal renunciou, precisamente para aliviar os preços da energia.

Esta medida, em conjugação com os 3.000 milhões de euros que foram anunciados para aliviar os preços da energia para as empresas, “permitiriam, em 2023, criar outra margem de segurança e de tranquilidade aproximando ainda mais os preços [da energia] do custo antes da guerra”.

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Penny Mordaunt é primeira candidata declarada à sucessão de Truss

  • Lusa
  • 21 Outubro 2022

Fui encorajada pelo apoio de colegas que querem um novo começo, um partido unido e liderança no interesse nacional", escreveu no twitter.

A líder da Câmara dos Comuns britânica, Penny Mordaunt, tornou-se esta sexta-feira a primeira candidata à sucessão de Liz Truss na liderança do Partido Conservador e no cargo de primeira-ministra.

“Fui encorajada pelo apoio de colegas que querem um novo começo, um partido unido e liderança no interesse nacional”, escreveu na rede social Twitter.

 

Mordaunt, que ficou em terceiro lugar atrás de Liz Truss e Rishi Sunak na eleição interna anterior, disse querer “unir o país, cumprir as promessas [do Partido Conservador] e vencer” as próximas eleições legislativas.

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“Governo não prosseguirá política de redução do défice a todo o custo”, diz Medina

Medina assegura que se o cenário económico se agravar inesperadamente, "usará as margens que a política anti-cíclica define". Sobre a TAP, diz que não estão previstas receitas nem despesas.

O ministro das Finanças assegura que se existirem desenvolvimentos externos que levem a um desenvolvimento inesperado da economia, mais agravado, o “Governo não prosseguirá política de redução do défice a todo o custo”, na audição no âmbito da discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2023.

Fernando Medina respondia a um deputado social-democrata, esclarecendo que não referiu a palavra folga “porque o Orçamento do Estado é feito com rigor e prudência”. “Referi foi que definimos um défice de 0,9%, mas assumimos que se por alguma razão houver algum desenvolvimento externo que nos imponha um andamento da economia diferente que esperamos, isto é um cenário mais agravado, o Governo não prosseguirá política de redução do défice a todo o custo e usará as margens que a política anticíclica define e aponta correspondentes a política orçamental”, explica.

Este OE prevê que o défice vai descer para 1,9% do PIB este ano e terá uma nova redução para 0,9% em 2023. Já a dívida pública vai voltar a baixar para 110,8% do PIB em 2023.

O ministro acrescenta ainda que “esta é uma opção política muito diferente daquela que o PSD teve”. Para Medina, não se pode dizer que há folga, mas sim uma “utilização inteligente da política orçamental”.

Medina aponta ainda que os deputados “andam a insistir que o Governo está a trabalhar para ter resultado melhor do que o esperado”, mas é assertivo: “Quem gere a evolução do défice seremos nós, não vamos ter resultado melhor do que antecipamos”. “Se quiséssemos ter estratégia mais agressiva de redução do défice, só o pacote de famílias é um ponto do défice”, nota.

Na defesa do OE, Medina adiantou também que “este mês, o Governo fez já chegar 1.123 milhões de euros a 3,8 milhões de portugueses, dos quais 420 mil crianças”, nos apoios que avançaram no âmbito do pacote para mitigar os efeitos da inflação. Entre estes apoios inclui-se o complemento de meia pensão, por exemplo, sendo que o “cheque” de 125 euros também já começou a ser pago.

Sobre o bolo de medidas anunciadas pelo Governo para este período, o ministro das Finanças assegura que “nas próximas semanas será concluído o processamento de todos os apoios”.

Os deputados pediram também esclarecimentos sobre as pensões, nomeadamente sobre o compromisso do Governo para corrigir o valor calculado para o aumento do próximo ano. Medina aponta que a “lei diz que as pensões são atualizadas com indexante de inflação sem habitação calculado em novembro de cada ano”, pelo que “se chegarmos ao mês de novembro e se dados relativamente à inflação de novembro nos mostrarem que foi diferente [do estimado], faremos correção a valor de forma a que aumento do ano de 2023 seja corrigido, assegurando cumprimento integral do valor inscrito”.

O ministro foi também questionado pela deputada do Bloco Mariana Mortágua sobre o impacto da medida que alarga o regime dos prejuízos fiscais, mas não avança com números, apontando apenas que “a alteração ao regime dos prejuízos fiscais vai aumentar a receita fiscal no ano de 2023″.

Medina continua a ignorar privatização da TAP no OE: “Não estão previstas receitas nem despesas”

O ministro das Finanças admite que “não estão previstas nem receitas nem despesas” relativas à privatização da TAP na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, porque essa operação “ocorrerá no tempo e modo que Governo entenda, que valorize interesse da companhia e interesse nacional”.

Estas declarações surgem no seguimento de questões dos deputados sobre a falta de valores inscritos no OE para a TAP, algo que é até referido como um risco para o cenário macroeconómico pela Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAO). Sobre o “secretismo” de que o Governo é acusado, Medina defende que o “dossier da TAP é totalmente público, o plano de reestruturação está no jornal oficial das comunidades e é conhecido”.

“Os valores são conhecidos, o Estado está autorizado a transferência até ao limite de 990 milhões – 600 milhões avaliados em contabilidade nacional”, limite este que está “no OE de 2022, não no de 2023 e nada pode acrescer”.

Já sobre o Novobanco, que também é apontado pela UTAO como um risco ao OE, Medina volta a referir que “não há nenhuma questão sobre essa matéria”. O Fundo de Resolução “transmitiu que não concorda e considera não ser de fazer pagamento da última claim de 200 milhões, assim considera também o Governo português”, salienta, pelo que “apesar do limite contratual ser outro, não se vislumbra nenhuma transferência”.

(Notícia atualizada às 18h40)

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Avião da Turkish Airlines retido em Lisboa após ameaça de bomba

  • Lusa
  • 21 Outubro 2022

Passageiros saíram da aeronave sob supervisão da PSP, após um passageiro ter alertado a tripulação de que havia explosivos a bordo.

A PSP deteve o passageiro que disse esta sexta-feira que poderia haver uma bomba a bordo do avião da Turkish Airlines que iria fazer a ligação entre Lisboa e Istambul. “Na sequência da intervenção foi detido o passageiro, por prática de atentado à segurança de transporte por ar e da inspeção efetuada não foi identificado nenhum objeto ou substância suspeita”, adianta o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP num comunicado enviado esta tarde às redações.

Fonte da PSP referiu ainda que o detido será presente ao juiz no sábado para conhecer as medidas de coação. De acordo com a PSP, “em momento algum foi gerado pânico entre os intervenientes”, apesar de os passageiros e as bagagens terem sido retirados da aeronave para a vistoria das autoridades. A PSP foi informada da situação pelas 11:30.

“De imediato a Divisão de Segurança Aeroportuária iniciou os procedimentos de segurança”, explica a PSP, acrescentando que o passageiro foi retirado do avião. A polícia não refere para onde foram os restantes passageiros, dizendo apenas que foram encaminhados de modo a acautelar a sua segurança.

Adianta ainda que foram acionadas todas valências da PSP para assegurar a inspeção à aeronave, da respetiva bagagem e feita comunicação às entidades competentes. Contactada pela Lusa, fonte oficial da ANA disse à Lusa durante a tarde que “a operação aeroportuária decorre com normalidade”.

No entanto, de acordo com o site da ANA é possível verificar que o voo em causa foi cancelado e que os passageiros estão a ser realocados noutros voos.

(atualizada às 20h30)

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Grupo da Mercer abre novo escritório no Porto

Novo espaço acolhe os 45 trabalhadores que a Marsh McLennan tem no Porto -- de um total de mais de 750 colaboradores no país -- que estão a trabalhar em modelo híbrido.

A Marsh McLennan, o grupo dono da Mercer, acaba de abrir um novo escritório no Porto, no edifício do Mercado do Bom Sucesso. O espaço apresenta a mesma identidade visual do de Lisboa para receber os 45 colaboradores do grupo na cidade. O grupo está a contratar.

“O grande objetivo foi o de melhorar as condições que promovam o bem-estar das pessoas. Para isso foram criados espaços de trabalho mais confortáveis e ergonómicos, bem como mais zonas informais, que promovam a partilha e espírito de equipa. Por outro lado, também quisemos melhorar o espaço de receção aos nossos clientes. O layout segue à risca o que foi criado em Lisboa, pelo facto de queremos promover uma identidade única e que nos aproxime independentemente da distância“, adianta fonte oficial do grupo à Pessoas.

A empresa não revela o investimento realizado no novo espaço, localizado perto do antigo escritório.

O novo espaço acolhe os 45 trabalhadores que a Marsh McLennan tem no Porto — de um total de mais de 750 colaboradores em Lisboa e Porto — que estão a trabalhar em modelo híbrido. “A política que implementámos segue um modelo híbrido em que temos colaboradores no escritório e em teletrabalho”, refere fonte oficial.

O grupo está a recrutar. “Neste momento temos vários processos de recrutamento a decorrer em que não diferenciamos a localização. O foco está no perfil e estamos a receber candidatos e candidatas de vários pontos do país. Neste sentido, a alocação será feita de acordo com a localização.”

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Presidente da República diz que “passou o tempo” de juízes a acumular funções fora da magistratura

  • Lusa
  • 21 Outubro 2022

Marcelo disse que “passou o tempo” em que era possível aos magistrados acumular funções fora da esfera judicial e que a rotação em cargos deve ser “reponderada à luz da imagem que deixa na sociedade”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta sexta-feira que “passou o tempo” em que era possível aos magistrados acumular funções fora da esfera judicial e que a rotação em cargos deve ser “reponderada à luz da imagem que deixa na sociedade”.

No discurso de encerramento do XVI Encontro Anual do Conselho Superior de Magistratura (CSM), que terminou esta sexta-feira em Vila Nova de Gaia, o Presidente da República disse que a tradição em Portugal “era muito generosa” e “envolvia realidades muito díspares” de acumulação de funções em que só mais tarde “se tinha a noção de que podia haver um conflito de interesses”.

Podem ser funções, enumerou Marcelo Rebelo de Sousa, “sociais, culturais, desportivas”, as “mais variadas para que cada qual exprimisse aquilo que se considerava que devia ser lateral ao exercício do poder judicial”.

“Esse tempo passou, digo eu da ótica de quem tenha que vir a promulgar diploma sobre essa matéria, não digo da ótica do que pensa o poder judicial sobre a matéria ou da ótica do poder legislativo sobre legislar ou não sobre ela”, disse o Presidente da República.

O chefe de Estado reconheceu que “há muitos exemplos” em que se diz ser impossível que essa acumulação não aconteça, “tal a criatividade que existe nas sociedades aos mais variados níveis”.

“Onde é que se para em termos sociais? De qualquer maneira é uma reflexão a fazer nos casos mais óbvios de funções dificilmente compatíveis”, disse, acrescentando que no que diz respeito à acumulação “tem vingado uma orientação por iniciativa do próprio poder judicial e por compreensão de todos os poderes do Estado no sentido de ser reduzida ao mínimo e tender a desaparecer”.

Sobre a rotação de magistrados em cargos fora da magistratura, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que a questão choca com direitos e liberdades, mas defendeu uma reponderação.

“Quanto à rotação, eu sei que isso é respeitar a liberdade das pessoas, mas temos que admitir que há um momento em que a liberdade das pessoas tem que ser reponderada à luz, não direi da suspeição sobre a sua isenção e integridade pessoal, mas à luz da imagem que deixa na sociedade em casos mais flagrantes”, disse.

O juiz conselheiro Henrique Araújo, presidente do Supremo Tribunal de Justiça e, por inerência, do CSM, que falou antes do Presidente da República, tem sido uma voz crítica daquilo que apelidou de “portas giratórias” na Justiça, com a entrada e saída de magistrados para ocupar cargos políticos, até como ministros.

Sobre a composição dos órgãos superiores da magistratura – o próprio CSM e o congénere para os tribunais administrativos e fiscais – que a magistratura pede que sejam compostos maioritariamente por juízes, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se favorável a essa pretensão, ainda que não lhe pareça um imperativo constitucional.

“O que penso da matéria? Penso que não me parece obviamente inconstitucional uma solução que passe por não haver a totalidade dos membros destes conselhos eleita por juízes, não só porque isto foi pacífico ao longo de décadas, [..] mas porque me parece excessivo dizer que a independência do poder judicial implica necessariamente que todos os membros dos dois conselhos superiores sejam eleitos por juízes”, disse.

O chefe de Estado referiu que a “fórmula da lei portuguesa”, ao juntar nestes órgãos membros eleitos por juízes e membros “eleitos por outros órgãos do poder político do Estado” pretendia “contrabalançar” a “intervenção exclusiva dos juízes, com o eco, através de outros poderes do Estado, do que seria a vontade da sociedade”.

Lembrou que, “por indicação” do seu antecessor, Cavaco Silva, designou “não magistrados judiciais” para os dois órgãos de cúpula da magistratura, o que depois veio a corrigir “parcialmente” em relação ao CSM, permitindo um regresso à maioria de membros juízes nesse órgão.

Tendo a considerar – seja embora isso matéria da competência legislativa – que talvez faça sentido que a maioria dos membros seja constituída por magistrados judiciais. É uma questão em debate, é uma questão a ser ponderada. Certo é que se assim não for, se não houver alteração legislativa, naturalmente que um ponto a repensar é, no outro caso em que não houve designação de magistrado, se possa repensar a possibilidade de passar a haver maioria de magistrados”, disse o Presidente da República.

Já na abertura do congresso dos magistrados, na quinta-feira, o vice-presidente do CSM, o juiz conselheiro José Sousa Lameira tinha defendido a importância da maioria de juízes neste órgão para a independência do poder judicial que, podendo ter membros nomeados externamente, não pode ter os juízes “representados em minoria no seu órgão constitucional de autogoverno”.

A maioria de juízes é possível, como atualmente acontece, mesmo sem qualquer alteração legislativa, se o Excelentíssimo Presidente da República nomear um juiz conselheiro”, sublinhou.

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“Verdade” sobre fugas em gasodutos Nord Stream “surpreenderia” europeus, diz Kremlin

  • Lusa
  • 21 Outubro 2022

“Até agora, deparámos com um muro de relutância em lançar luz sobre a verdade, que certamente surpreenderá muita gente nos países europeus, se for tornada pública”, disse Peskov.

O Kremlin disse esta sexta-feira que os europeus ficariam “surpreendidos” se soubessem a verdade sobre as explosões na origem das fugas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportam gás russo para a Europa.

A Rússia tem repetido apelos, ignorados pelos países ocidentais, para ser incluída na investigação internacional sobre as fugas, que ocorreram no mês passado, em plena guerra na Ucrânia e no contexto de disputas sobre a distribuição de gás entre a Rússia e a União Europeia.

Entre os países ocidentais, a Rússia é suspeita de ter sabotado os gasodutos Nord Stream, desencadeando as explosões em ambas as infraestruturas a 26 de setembro, assunto que foi abordado numa reunião de ministros da Defesa da NATO já este mês.

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscovo está a trabalhar “intensamente” para ser incluída na investigação, depois de esta semana ter dito que o Ocidente se prepara para culpar a Rússia. “Até agora, deparámos com um muro de relutância em lançar luz sobre a verdade, que certamente surpreenderá muita gente nos países europeus, se for tornada pública”, denunciou Peskov.

“Nem os alemães, nem os suecos, nem os dinamarqueses compartilham informações connosco”, lamentou o porta-voz da presidência russa, referindo-se aos países envolvidos na investigação internacional às fugas nos gasodutos.

Em 12 de outubro, o Presidente russo, Vladimir Putin, classificou como ato de “terrorismo internacional” as explosões que provocaram as fugas, dizendo que beneficiavam os Estados Unidos, Polónia e Ucrânia, e desafiou o Presidente norte-americano, Joe Biden, a admitir que o país fora responsável por esse ato.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou antes da recente reunião de ministros da Defesa que a Aliança “na sequência da sabotagem dos gasodutos Nord Stream reforçou ainda mais a vigilância em todos os domínios”, nomeadamente “duplicando a presença nos mares Báltico e do Norte para mais de 30 navios apoiados por aeronaves de patrulha marítima e capacidades submarinas”.

“Os Aliados estão também a aumentar a segurança em torno de instalações chave e a intensificar a partilha de informações”, adiantou o líder da Aliança Atlântica, prometendo “novas medidas para reforçar a resiliência e proteger as infraestruturas críticas”.

Os gasodutos Nord Stream estiveram no centro de uma controvérsia geopolítica, ainda antes do conflito na Ucrânia, quando Kiev e Washington se opuseram à sua construção, alegando riscos para a dependência europeia da energia russa.

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