UE chega a acordo sobre taxa aos lucros excessivos e poupança de eletricidade

  • Lusa
  • 30 Setembro 2022

"Acordo! Os ministros chegaram a um acordo político sobre medidas para mitigar os preços elevados da eletricidade", anunciou a atual presidência checa do Conselho da UE.

Os ministros da Energia da União Europeia chegaram esta sexta-feira a acordo, em Bruxelas, sobre uma intervenção de emergência face à escalada dos preços na energia que contempla uma contribuição solidária sobre os lucros excecionais de empresas do setor energético.

O regulamento, proposto este mês pela Comissão e que mereceu o aval político dos 27, prevê uma taxação de 33% dos lucros excessivos das empresas de combustíveis fósseis, a ser convertida numa “contribuição solidária” a redistribuir pelos mais vulneráveis, um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de eletricidade com baixos custos (renováveis), e planos de redução de consumo de eletricidade, voluntária (10% para a procura em geral), e obrigatório (5% nas ‘horas de pico’).

“Acordo! Os ministros chegaram a um acordo político sobre medidas para mitigar os preços elevados da eletricidade: redução obrigatória da procura de eletricidade, limitação das receitas de mercado dos produtores de eletricidade inframarginais e contribuição solidária dos produtores de combustíveis fósseis”, anunciou a atual presidência checa do Conselho da UE.

Numa reunião na qual Portugal está representado pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, os 27 vão debater agora opções políticas para mitigar os preços elevados do gás, mas não é expectável nenhuma decisão ainda esta sexta-feira, apesar de um grupo alargado de 15 Estados-membros, entre os quais Portugal, ter solicitado a imposição de um ‘teto’ para o preço do gás.

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O Impacto da Nova Ordem Mundial na Economia Europeia. Veja o video

  • ECO
  • 30 Setembro 2022

Qual será o impacto da crise internacional na economia europeia e em Portugal? Assista à conferência promovida pelo ECO no dia 27 de Setembro, com a Morais Leitão, PLMJ e VdA.

Após mais de seis meses de uma guerra que veio (re)equacionar novos meandros geopolíticos numa Europa que saída de um estágio pandémico está na altura de parar, para analisar, perceber e descobrir: Qual é o impacto desta crise na economia europeia e, consequentemente, em Portugal. O ECO, em parceria com a Morais Leitão, PLMJ e VDA, promoveu uma conferência no dia 27 de setembro, no CCB, em Lisboa, onde foram discutidos estes temas.

Mário Centeno, Álvaro Santos Pereira e um conjunto alargado de convidados fazem uma análise às consequências da guerra na Ucrânia e dos seus impactos na economia europeia e portuguesa.

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Inflação na Zona Euro atinge 10% em setembro. Portugal fica abaixo da média

Energia continua a impulsionar inflação na Zona Euro. Taxa atinge 10% em setembro, sendo que há países onde o IHPC chega a superar os 20%.

A inflação na Zona Euro atingiu os 10% em setembro, uma subida face aos 9,1% registados no mês anterior, de acordo com os dados publicados pelo Eurostat esta sexta-feira. Ao contrário do mês passado, Portugal ficou abaixo da média dos países do euro, ao registar uma taxa de 9,8% (no indicador utilizado para a comparação europeia).

A energia regista a taxa homóloga mais elevada entre as principais componentes da inflação da área do euro, em setembro (40,8%, face a 38,6% em agosto), segundo as estimativas do gabinete de estatísticas europeu.

Segue-se a alimentação, álcool e tabaco (11,8%, versus 10,6% em agosto), bens industriais não energéticos (5,6%, subida face a 5,1% em agosto) e serviços (4,3%, contra 3,8% em agosto).

O Eurostat disponibiliza os números do Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC) dos Estados, que são utilizados para comparar a inflação dos países europeus entre si. Portugal registou um IHPC de 9,8% em setembro, pelo que ficou abaixo da média da Zona Euro, ao contrário do que tinha acontecido no mês passado.

As taxas mais elevadas são registadas na Estónia (24,2%), Lituânia (22,5%) e Letónia (22,4%), países bastante afetados pela guerra na Ucrânia. Por outro lado, França foi o país com um IHPC mais baixo, de 6,2% em setembro, seguida por Malta (7,3%) e Finlândia (8,2%).

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RSA estabelece “aliança estratégica” com a firma espanhola LABE

Segundo o escritório, esta colaboração entre a RSA e a LABE Advogados "representa valor agregado na criação de novos projetos empresariais" ligados ao mundo do direito".

A sociedade de advogados RSA – Raposo Subtil e Associados estabeleceu uma “aliança estratégica” com a LABE Advogados, um escritório espanhol multidisciplinar com mais de 30 anos de experiência. Segundo o escritório, esta colaboração “representa valor agregado na criação de novos projetos empresariais” ligados ao mundo do direito e prestar os melhores serviços jurídicos entre Portugal e Espanha.

“Esta aproximação ao mundo dos negócios entre dois mercados vizinhos, tem como principal intenção a troca de conhecimentos, experiências e formas de realizar atividades conjuntas para oferecer assessoria jurídica global aos seus clientes e stakeholders, explicou em comunicado.

O aparecimento de uma multiplicidade de PME e grandes empresas espanholas interessadas em iniciar a sua atividade empresarial em Portugal foi um dos incentivos que motivaram este acordo.

“É um privilégio estabelecer um acordo de colaboração com outras firmas como a RSA que nos permita oferecer serviços mais fiáveis ​​a todos os clientes que pretendam estabelecer-se em Portugal ou ter uma relação direta. Sem dúvida, é uma união que vai gerar valor agregado tanto para o LABE quanto para nossos parceiros”, sublinhou Pedro Muñoz, CEO da LABE Advogados.

Para Rita Montalvão, sócia da RSA, esta nova aliança é uma contribuição que reforça e capacita particularmente qualquer uma das empresas em poder prestar, na sua geografia, o apoio jurídico especializado e os serviços que os clientes precisam em todos os momentos, em diferentes áreas de atuação”.

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Reduzir impostos ajuda mas há outras coisas a considerar, diz Siza Vieira

  • ECO
  • 30 Setembro 2022

Siza Vieira não comenta as declarações do seu sucessor sobre uma descida transversal do IRC, mas reitera que, embora ajude baixar impostos, há muitas coisas a equacionar na política económica.

A redução do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) tem sido um dos assuntos mais discutidos das últimas semanas, com o ministro da Economia, António Costa Silva, a defender que deve ser transversal a todas as empresas. No entanto, o antigo detentor do cargo mostra-se reticente com esta opção. “Reduzir impostos ajuda sempre, mas em política económica há muitas coisas que têm de se equacionar”, afirma Pedro Siza Vieira, numa entrevista ao jornal Expresso (acesso pago).

Para justificar o seu ponto de vista, o antigo responsável aponta a “história”, que mostra que “as empresas investem quando sentem que o seu investimento tem retorno“. Isto é, há condicionantes além dos instrumentos fiscais, até porque o que os investidores valorizam é a estabilidade política, económica e social e o facto de Portugal ser percecionado como um país “em que se pode confiar”.

Entre as “condições muito vantajosas de atração de investimento”, Siza Vieira destaca, além da localização e do clima — que dá ao país um “enorme potencial” nas energias renováveis –, a “população muito mais qualificada”. Aliás, o interesse estrangeiro nos profissionais nacionais será, segundo o agora advogado da PLMJ, um dos fatores da subida dos salários em Portugal, juntamente com o facto de as empresas portuguesas estarem a “crescer em produtividade, a exportar para outros mercados e a aumentar as suas margens, o que lhes permite pagar melhor”.

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Líder do BlackRock “preocupado” com dívida de Espanha e outros países a “assombrar filhos e netos”

Investidor diz que "adoraria que a Europa pensasse mais em gerar crescimento do que em aumentar impostos".

Larry Fink, presidente do fundo de investimento BlackRock, mostra-se preocupado com o crescimento das dívidas de países como Espanha, apontando que estas vão “assombrar filhos e netos”, em entrevista a um conjunto de quatro meios de comunicação europeus, entre os quais o El Mundo (acesso pago, conteúdo em espanhol).

O investidor norte-americano, que é um dos principais compradores da dívida espanhola, deixa o alerta de que o défice vai voltar a pesar nos mercados, sendo que “hoje não estão a contar tanto quanto deviam”. Fink sinaliza também que “estes são tempos muito incertos e provavelmente mais na Europa do que nos Estados Unidos”, nomeadamente devido à dependência da Europa de uma única fonte de energia.

O líder do fundo BlackRock pronuncia-se ainda sobre as políticas a serem tomadas atualmente, defendendo que “adoraria que a Europa pensasse mais em gerar crescimento do que em aumentar impostos”. Fink salienta que nos EUA “as pessoas saem dos Estados com impostos mais altos para outros em que são mais baixos”, pelo que “aumentar impostos não funciona a longo prazo, porque há uma escolha”.

Uma das principais medidas a ser discutida agora na Europa para lidar com a crise energética é uma taxa sobre os lucros extraordinários das empresas de combustíveis. Já em Espanha foi anunciado recentemente um pacote fiscal que incluiu reduções no IRS para rendimentos baixos e médios e um imposto novo temporário sobre as grandes fortunas, acima dos três milhões de euros.

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Inflação volta a acelerar para 9,3% em setembro, o valor mais alto desde 1992

A taxa de inflação registada em setembro é a mais elevada em 30 anos. Os produtos energéticos continuam a impulsionar os preços, mas a componente alimentar tem vindo a ganhar mais peso.

Depois de um pequeno abrandamento, a inflação voltou a acelerar em Portugal, atingindo os 9,3% em setembro, de acordo com os dados divulgados pelo INE esta sexta-feira. A taxa é “superior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior e a mais elevada desde outubro de 1992”, indica o gabinete de estatísticas.

Olhando para o indicador de inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, que são mais voláteis, este terá registado uma variação de 6,9% (6,5% no mês anterior), o valor mais alto desde fevereiro de 1994.

Os produtos energéticos continuam a impulsionar os preços, mas a componente alimentar tem vindo a ganhar mais peso. As estimativas do INE apontam para uma taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos de 22,2% (taxa inferior em 1,8 p.p. face ao mês precedente), enquanto o índice dos produtos alimentares não transformados subiu 16,9% (15,4% em agosto), taxa mais elevada desde julho de 1990.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, indicador utilizado para a comparação europeia, terá registado uma variação homóloga de 9,8%, depois de ter subido 9,3% no mês passado. Em agosto, a variação do índice harmonizado de preços em Portugal já ficou acima da média da Zona Euro, mas abaixo da média dos países do bloco.

O INE dá ainda conta de que a variação média nos últimos 12 meses terá sido de 6,0% (5,3% no mês anterior). É de salientar que estes dados são provisórios. Os definitivos serão publicados a 13 de outubro.

(Notícia atualizada às 9h46)

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Portugueses chumbam pacote de apoio às famílias

  • ECO
  • 30 Setembro 2022

Quase 70% dos portugueses das faixas etárias mais velhas estão insatisfeitos com as medidas apresentadas pelo Governo. Dois terços dos inquiridos trocavam apoio monetário por dedução no IRS

A maioria dos portugueses avalia de forma negativa o pacote de apoio às famílias para combater a inflação. De acordo com uma uma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias (acesso livre), a medida mais criticada é o adiantamento de meia pensão a ser pago já em outubro, por não ser tido em conta na atualização futura das pensões à taxa da inflação como prevê a lei: 61% chumbam a solução do Governo.

Para dois terços dos portugueses (67%), era preferível uma redução das taxas de IRS em vez do apoio monetário de 125 euros que será pago uma única vez, em outubro, aos trabalhadores que ganham até 2.700 euros brutos por mês e dos 50 euros que serão pagos por filho.

Analisando os resultados por faixa etária, são os dois escalões mais velhos (55 a 64 anos, que estão a chegar à idade da reforma; e 65 ou mais anos, que já lá estão) os mais insatisfeitos com as medidas apresentadas pelo Governo, com a avaliação negativa a aproximar-se dos 70%. Além disso, 45% dos inquiridos considera que o apoio do Executivo é inferior ao esperado.

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Lisboa encerra setembro com uma perda de quase 12%. Índices de Wall Street caem mais de 7%

Mercados começam a recuperar das perdas motivadas por receios de uma recessão económica. Mas em Nova Iorque o sentimento continua a ser de perdas.

Na Europa o dia é de recuperação, depois da sessão desta quinta-feira ter sido marcada por quedas na Europa. Dados económicos, nomeadamente da inflação na Alemanha, fizeram aumentar os receios de uma recessão económica e pesaram no sentimento. Mas nos Estados Unidos os dado da inflação e os aumentos das taxas de juro continuam a preocupar os investidores.

Acompanhe aqui as últimas notícias dos mercados.

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Cavaco Silva acusa Costa e Governo de “imobilismo” que impede reformas decisivas na economia

  • Lusa
  • 30 Setembro 2022

Na terceira vez que se pronuncia sobre o desempenho do atual Executivo, Cavaco Silva diz que o Governo está "desorientado" e a desperdiçar oportunidades de reforma.

O antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu esta sexta-feira que o primeiro-ministro António Costa e o Governo devem sair “da situação de imobilismo” para realizarem as reformas decisivas e colocar a economia portuguesa numa trajetória de crescimento sustentável.

“(…) É fundamental que os partidos da oposição, as instituições da sociedade civil e a comunicação social contribuam para que o primeiro-ministro e o Governo saiam da situação de imobilismo e encontrem um rumo que permita que Portugal volte, dentro de 10 anos, à 15.ª posição em termos de desenvolvimento entre os 27 países da União Europeia em que se encontrava em 2002, depois de ter caído nos anos recentes para o 21.º lugar”, referiu Cavaco Silva, num artigo de opinião no jornal Público a que a agência Lusa teve acesso.

O antigo chefe de Estado lembrou que, em abril, tinha estimado que “ao fim de seis meses de vida do Governo de maioria absoluta do PS, talvez já existisse informação objetiva que possibilitasse uma avaliação da sua coragem política para fazer as reformas decisivas para colocar a economia portuguesa numa trajetória de crescimento sustentável superior à dos países da União Europeia nossos concorrentes”.

“Tal é indispensável para que Portugal deixe de ser um país de salários mínimos, com uma classe média empobrecida, pensões de reforma que não permitem uma vida digna e serviços públicos de saúde e educação de baixa qualidade”, frisou.

Cavaco Silva frisou que o Governo “tem sido abundantemente qualificado na comunicação social como um conjunto desarticulado e desorientado de ministros desgastados, sem rumo, sem ambição e vontade reformista, um Governo à deriva navegando à vista”.

Depois de seis meses do Governo com maioria absoluta de António Costa, o antigo Presidente da República citou ainda o economista Ricardo Reis, quando este afirma que o Executivo, “apesar de todas as promessas, continua sem anunciar uma verdadeira reforma cuja intenção seja abanar a economia”.

“A situação é tanto mais preocupante quando existem estudos sobre as reformas que devem ser feitas para colocar o país numa rota de crescimento económico e melhoria do nível de vida dos portugueses promovidos por instituições credíveis, como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Francisco Manuel dos Santos e a Sedes”, alertou Cavaco Silva.

Para o ex-presidente, “é do interesse coletivo que ocorra com urgência uma mudança de atitude do Governo do PS, na medida em que se prevê que se mantenha em funções até 2026”.

Sobre o primeiro-ministro, o social-democrata defendeu que a António Costa cabe “liderar a política geral do Executivo e coordenar, orientar e estimular a ação dos ministros no sentido da realização dos objetivos definidos e garantir a coerência das políticas”.

No entanto, prossegue Cavaco Silva no artigo publicado no Público, “há hoje o receio de que os comportamentos politicamente reprováveis de alguns membros do Governo que, a par do caos no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, têm marcado a vida do Executivo, possam tolher a ação do primeiro-ministro e do Conselho de Ministros e acentuar a sua tendência para a inércia”.

“Por um lado, a gravidade da afronta política do ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] ao primeiro-ministro sobre a questão do novo aeroporto de Lisboa. Quem já exerceu essa função sabe que o primeiro-ministro não podia deixar de demitir o ministro. Ao não fazê-lo, evidenciou falta de força política – a razão é ainda uma incógnita –, pondo em causa a sua autoridade e, ao mesmo tempo, atingindo a credibilidade do Conselho de Ministros e o respeito pela colegialidade que o deve caracterizar. O ministro, por sua vez, saiu inequivocamente reforçado como candidato à sucessão do primeiro-ministro como líder do PS”, analisou o ex-chefe de Estado.

Cavaco Silva denunciou ainda um “segundo comportamento politicamente reprovável” que teve como protagonista a ministra da Agricultura. “Ao ser confrontada com a crítica da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) sobre a falta de apoios públicos perante a seca extrema que afetava o país afirmou publicamente: ‘É melhor perguntar porque é que, durante a campanha eleitoral, a CAP aconselhou os eleitores a não votar no PS’”, referiu Cavaco Silva.

“A resposta da ministra às críticas da CAP é, portanto, particularmente grave e perigosa por aquilo que pode revelar de arbitrariedade e abuso do poder por parte do Governo e, consequentemente, negativa para a definição e implementação de uma estratégia reformista indispensável ao crescimento económico e aumento da produtividade”, acrescentou o antigo primeiro-ministro e Presidente da República.

Cavaco Silva faz um apelo aos partidos da oposição, “para que apresentem propostas consentâneas com aquele objetivo e de um escrutínio intenso do Governo, denunciando erros, omissões, mentiras e a prática do PS de vetar a chamada de ministros às comissões parlamentares”.

Mas também às instituições da sociedade civil, “através da evidência das consequências para o futuro do país da ausência de uma política de reformas estruturais ambiciosa e persuadindo o Governo a mudar de rumo” e à comunicação social, “através de um escrutínio da ação do Governo para além da respiração do dia-a-dia, num quadro de verdade e de independência em relação ao poder político que a deve caracterizar”.

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Mulher de ex-autarca do PS é suspeita de corrupção em contratos com PCM

  • ECO
  • 30 Setembro 2022

Manuela Couto, mulher de um ex-autarca do PS do grande Porto, já é arguida noutros dois processos de corrupção, as operações Éter e Teia.

Além da Presidência do Conselho de Ministros (PCM), também a casa da mulher de um ex-autarca do PS do grande Porto, Manuela Couto, foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária (PJ). Manuela Couto, suspeita por contratos celebrados entre as suas empresas e autarquias do Norte, já é arguida noutros dois processos de corrupção – as operações Éter e Teia, noticia o Jornal Económico e o Público (acesso condicionado).

A empresária serviria de facilitadora dos negócios, sendo que estão em causa suspeitas de corrupção na adjudicação de diversos contratos públicos, relacionados com prestação de serviços informáticos.

Este processo terá mesmo nascido de uma outra investigação, a operação Teia, que se debruça sobre alegados favorecimentos às empresas de Manuela Couto por parte do município de Barcelos e do IPO/Porto, a troco de alegados favores políticos conseguidos por Joaquim Couto (ex-autarca do PS). Noutro caso, Éter, investigam-se crimes económicos associados ao Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Além da empresária, são vários os atuais e antigos funcionários da secretaria-geral da PCM que estão a ser investigados por suspeitas de corrupção. As suspeitas são de que terão recebido contrapartidas para beneficiar duas empresas, uma do Norte e outra do Centro, em contratos realizados por ajuste direto ou no âmbito de convites dirigidos a um grupo restrito de sociedades.

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Putin anuncia que Rússia tem “quatro novas regiões” após anexar território ucraniano

  • ECO
  • 30 Setembro 2022

Presidente russo anunciou que a Rússia tem "novas quatro regiões" num discurso feito no Kremlin esta sexta-feira, isto após anexar quatro regiões ucranianas.

Depois de Ursula Von der Leyen garantir que a União Europeia (UE) vai continuar a apoiar “política, económica e militarmente” a Ucrânia, também o Senado norte-americano aprovou um novo pacote de mais de 12 mil milhões de dólares (12,25 mil milhões de euros) para Kiev durante a adoção de uma extensão do orçamento federal do país. Além do apoio económico, o Ocidente garante estar do lado da Ucrânia e recusa reconhecer a validade dos referendos realizados por Moscovo com vista à anexação de territórios ocupados.

Vladimir Putin tem preparada para esta sexta-feira uma cerimónia formal para a anexação dos quatro territórios ucranianos: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. Os documentos deverão ser assinados e em seguida o Presidente russo tem previsto um discurso. E nas festividades está até previsto um concerto de música pop na Praça Vermelha.

O Presidente norte-americano já veio reiterar a sua total oposição a esta anexação que representa 15% do território ucraniano. Joe Biden disse que os Estados Unidos “nunca, nunca, nunca” vão reconhecer a posição de Moscovo. Já o Presidente ucraniano diz que a Rússia se vai anexar a uma “catástrofe”.

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