Governo aprova reclassificação de solos rústicos para urbanos para construir habitação

  • Ana Petronilho
  • 27 Abril 2023

Os terrenos rústicos só podem passar a urbanos caso se destinem à construção de habitação pública ou a custos controlados. Propriedade dos solos reclassificados será do Estado.

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros uma proposta de lei que permite reclassificar os solos rústicos para urbanos, desde que os terrenos tenham como finalidade a construção de habitação pública ou a custos controlados.

A proposta do Governo – que vai ainda ser votada no Parlamento – estipula também que a propriedade dos terrenos reclassificados é exclusivamente pública e que um dos critérios é que fiquem situados na contiguidade de solo urbano.

O ECO sabe que esta é uma das medidas inscritas no pacote que será apresentado esta sexta-feira, em conferência de imprensa. A reclassificação dos solos será efetuada através do procedimento de alteração simplificada, sem a necessidade de proceder à consulta prevista do número 6 do artigo 123º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial.

Esta é uma das alterações previstas no pacote Mais Habitação e que se insere no Simplex dos procedimentos administrativos e dos licenciamentos para as empresas, que arrancou com a aprovação de um conjunto de medidas de simplificação na área do ambiente e de outras de aplicação transversal, sendo este um dos projetos inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Além deste diploma, o Conselho de Ministros aprovou ainda esta quinta-feira um decreto-lei que reforma e simplifica os processos de licenciamentos em matéria de indústria.

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Presidente da CPI ameaça “punir” quem divulgou informações confidenciais da TAP

  • Lusa
  • 27 Abril 2023

"Cumpre-nos identificar o que se passou, identificar os responsáveis e puni-los de uma forma que seja exemplar, até pelo exemplo público que possa ser dado", disse o Seguro Sanches.

O presidente da comissão de inquérito à TAP considerou esta quinta-feira que a divulgação de informações confidenciais em órgãos de comunicação social é um “ataque ao coração da democracia”, que merecerá punição exemplar de responsáveis.

“Eu acho que isto é um ataque ao coração da democracia. São coisas que nos fazem pensar, efetivamente, que nem todos estamos a fazer o que devemos fazer pelo bem e pelo interesse público do nosso país. Acho que cumpre-nos identificar o que se passou, identificar os responsáveis e puni-los de uma forma que seja exemplar, até pelo exemplo público que possa ser dado”, afirmou o presidente da comissão de inquérito à TAP, o deputado socialista Jorge Seguro Sanches, no final de quatro audições de representantes de trabalhadores da companhia aérea.

Seguro Sanches referia-se à divulgação de mensagens de Whatsapp e de correio eletrónico, que envolvem o Governo, pela SIC e pela CNN Portugal, informações que também ficaram disponíveis esta manhã, na sala de segurança da comissão de inquérito. “A confirmar-se, penso que na próxima reunião teremos de ter um ponto para tomarmos decisões em relação a esta questão”, realçou Seguro Sanches.

O deputado social-democrata Paulo Rios de Oliveira recordou que estas comunicações “têm um emissor e um destinatário”, embora tenha admitido que o momento da divulgação “empurra mais” a responsabilidade para o parlamento do que para os emitentes.

Já o deputado socialista Bruno Aragão pediu que, “mais do que refletir”, se deve “agir em conformidade”. “O que espero é que não entremos em grandes discussões sobre reflexão e que se utilizem os mecanismos que estão previstos, para perceber o que aconteceu”, apelou.

Por sua vez, o deputado comunista Bruno Dias disse não se recordar de uma comissão parlamentar de inquérito tão mediatizada que tivesse tantas notícias e comentários “sobre tudo, menos o que se trata na comissão”. “Alguém está a ganhar muito com isto, mas não é a Assembleia da República, nem a democracia, de certeza”, afirmou.

Jorge Seguro Sanches disse que não seria inédito a realização de um inquérito ao caso, que classificou como um ataque aos trabalhos da comissão, feito de uma forma “anti-democrática, ilegal e absolutamente inaceitável”. “Mas acho que precisamos de conhecer exatamente o que aconteceu e ter a certeza absoluta das suspeitas que todos temos sobre o que aconteceu”, ressalvou o presidente da comissão.

O caso será discutido na reunião de mesa e coordenadores na sexta-feira de manhã, para decidir quais as respostas mais eficazes. “Tomaremos aí as deliberações necessárias”, adiantou Seguro Sanches.

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Swiss Re cria solução holística para processamento de sinistros

  • ECO Seguros
  • 27 Abril 2023

Com a plataforma Benekiva, as seguradoras reduzem ciclos e tempos de processamento de sinistros em até 75%. A parceira da resseguradora garante que vai aumentar essa percentagem.

A Swiss Re está empenhada em criar, com a plataforma de reclamações e serviços norte-americana Benekiva, uma solução digital holística e digital para o processamento de sinistros.

“[A platafoma] pode libertar os funcionários de sinistros para se concentrarem no que é mais importante: ajudar os clientes em momentos difíceis”, afirma Carl Christensen, Director Global das Soluções L&H da Swiss Reinsurance Solutions.
Juntos, os parceiros trazem para mercado uma plataforma para a gestão de sinistros de seguros de vida e de saúde, anunciou a resseguradora, em comunicado, nesta terça-feira.

Acessível a qualquer momento e a partir de qualquer dispositivo

A plataforma combinada inclui a receção e a regularização digital de sinistros, a correspondência e a documentação, a avaliação e a classificação dos riscos, bem como funções integradas de pagamento e auditoria. Será acessível em qualquer lugar, a qualquer hora e a partir de qualquer dispositivo, informa a nota.

Terá também como objetivo a flexibilidade e a escalabilidade para ter em conta os sistemas antigos, as múltiplas linhas de negócio e as restrições de recursos que podem complicar a inovação tecnológica para muitas resseguradoras.

Compreendemos a importância de facilitar a apresentação de um sinistro, o seu processamento e a rápida receção do pagamento”, afirma Carl Christensen, Director Global das Soluções L&H da Swiss Reinsurance Solutions.

“Estamos entusiasmados com esta parceria com a Benekiva para oferecer uma solução holística e digital de processamento de sinistros que pode libertar os funcionários de sinistros para se concentrarem no que é mais importante: ajudar os clientes em momentos difíceis”, acrescentou o executivo.

Brent Williams, fundador e diretor executivo da Benekiva, comentou: “os beneficiários, tal como todos os consumidores modernos, esperam uma experiência semelhante à da Amazon, mesmo quando se trata de iniciar um processo de sinistro. Com a Benekiva, as seguradoras podem reduzir os seus ciclos e tempos de processamento de sinistros em até 75%. O poder desta parceria está definido para elevar este número ainda mais, resultando numa experiência melhorada para todos os envolvidos”.

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Pilotos da Portugália preveem verão mais complicado do que o normal

  • Lusa
  • 27 Abril 2023

Dirigente do Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas disse, na comissão de inquérito, que “sempre houve um certo desnorte” nos planos a médio e longo prazo da TAP.

O dirigente do Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA) previu esta quinta-feira uma operação de verão na TAP mais complicada do que o normal e considerou que “sempre houve um certo desnorte” nos planos a médio e longo prazo.

Achamos que vai ser um verão complicado, sem dúvida nenhuma, mais complicado do que é normal”, afirmou João Leão, em resposta ao deputado social-democrata Paulo Moniz, na comissão de inquérito à TAP, sobre a falta de trabalhadores na companhia aérea.

Ainda questionado por Moniz sobre a reversão dos cortes salariais, João Leão disse que o sindicato já fez contactos sobre o tema, mas a resposta da tutela foi de que tal “só será possível com a celebração de novos acordos de empresa”. Para o dirigente do SIPLA, que representa os pilotos da Portugália, comprada pela TAP em 2007, “sempre houve um certo desnorte naquilo que é um plano a médio e longo prazo da TAP, incluindo a Portugália nesse plano”.

O SIPLA entende que deve ficar definido, “de uma vez por todas”, se a Portugália “é TAP a 100%” ou se é para utilizar como parceiro, respondeu ao deputado comunista Bruno Dias. Questionado pela deputada bloquista Mariana Mortágua sobre constrangimentos no aeroporto de Lisboa, gerido pela ANA/Vinci, o sindicalista admitiu que há preocupações relacionadas com a atuação da gestora de aeroportos, relativamente à atribuição de mangas para embarque e desembarque a outras companhias aéreas, apesar de a TAP ter a maioria dos slots (faixas horárias) na Portela.

Faria todo o sentido haver aqui algum tratamento diferenciado, para haver melhor gestão da operação. Nós não sabemos se é falta de pagamento, ou pagamento a mais das outras companhias. Não sabemos. A operação torna-se muito mais fácil quando o ground handling é feito através de mangas”, explicou.

Já questionado sobre a Ryanair, João Leão considerou que as companhias de baixo custo “são concorrência feroz” para as transportadoras tradicionais e, neste sentido, a Portugália poderia ser uma possível concorrência às low cost nos voos ponto a ponto. “Mas para isso, se calhar, teria de se trocar a frota para ter aviões mais capazes de concorrer contra essas companhias”, admitiu.

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Galamba deu OK para ex-CEO da TAP ir a reunião secreta com PS. Perguntas e respostas foram combinadas

  • ECO
  • 27 Abril 2023

Mensagens de WhatsApp mostram que Galamba autorizou encontro da ex-CEO da TAP com deputados socialistas, presenciada por assessores do Governo, em que foram combinadas perguntas e respostas.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, autorizou a participação de Christine Ourmiéres-Widener na reunião secreta com o grupo parlamentar do PS, dois dias antes da primeira audição parlamentar da antiga CEO da TAP sobre o caso da polémica indemnização paga a Alexandra Reis.

A notícia é avançada pela SIC, que teve acesso às mensagens de WhatsApp trocadas entre o sucessor de Pedro Nuno Santos e o seu adjunto Frederico Pinheiro, que foi quem coordenou esse encontro, a 17 de janeiro deste ano, em que participaram os parlamentares socialistas, assessores do Governo e a então responsável máxima da companhia aérea.

Por outro lado, a informação que chegou à comissão de inquérito à TAP mostra que nessa reunião foram combinadas não só as perguntas que o deputado Carlos Pereira devia fazer no dia seguinte, como as respostas que a ex-administradora devia dar na audição parlamentar. Questionado pela SIC, o Ministério das Infraestruturas apenas remeteu para o comunicado em que assegura ter sido a ex-CEO da TAP a pedir esta reunião com o PS.

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EDP Renováveis ganha contrato de venda de energia “verde” durante 15 anos nos EUA

  • ECO
  • 27 Abril 2023

O parque solar no estado norte-americano de Illinois está previsto entrar em operação em 2024.

A EDP Renováveis (EDPR) garantiu um contrato de 15 anos para a venda de energia verde produzida “por um parque solar de 110 MWac no estado de Illinois, EUA”, anunciou a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este Contrato de Aquisição de Energia (CAE) garante à empresa cerca de 44% dos 17 GW “estabelecidos como objetivo de adições para o período de 2023-26 anunciado no Capital Markets Day da EDPR em março de 2023”.

Para este projeto, que está previsto entrar em operação em 2024, a EDP comprometeu-se a contratar “mulheres e minorias” para cargos de liderança. E também a investir em empresas detidas “por mulheres e outras minorias, recuperando habitats, garantindo a referida justiça ambiental e neutralidade carbónica”.

A EDPR, detida em 71,20% pela EDP, adianta ainda que o foco deste contrato é a “promoção da justiça ambiental”.

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Privatização da TAP facilita um “passar pano por cima do que escorreu” ao longo dos anos

  • Lusa
  • 27 Abril 2023

João Varzielas não vê com bons olhos uma privatização da TAP e lembrou, na CPI, que o processo de venda a privados em 2015 não salvaguardava "de maneira nenhuma" a permanência do hub em Lisboa.

O dirigente do STAMA João Varzielas considerou esta quinta-feira que a privatização da TAP é “a maneira mais fácil de passar pano por cima do que escorreu” ao longo dos anos e que “ultrapassa bem” o meio milhão de euros.

Passaram de caravelas à pressa para o ‘privatize-se já’. […] É a maneira mais fácil de passar um pano por cima do que escorreu ao longo de todos estes anos e que ultrapassa bem o meio milhão de euros”, afirmou o dirigente do Sindicato dos Aeroportos de Manutenção e Aviação (STAMA), na comissão de inquérito à TAP, aludindo à indemnização de 500.000 euros paga à ex-administradora Alexandra Reis, que esteve na base da constituição da comissão parlamentar de inquérito.

Questionado pelo deputado social-democrata Paulo Moniz sobre a ingerência política na companhia aérea, João Varzielas destacou que que o anterior ministro Pedro Nuno Santos, que se demitiu na sequência da polémica indemnização, “foi o único” que disse ao sindicato, “sem peneiras”, quais eram os objetivos do plano de reestruturação. “Isso lhe agradeço, a honestidade. Não quer dizer que concorde [com os objetivos]”, sublinhou o sindicalista, apontando uma falta de comunicação com a gestão da empresa “e com mais ninguém”.

No entanto, o sindicalista considerou que, o “desnorte criado” no “processo megalómano” criou “uma disfuncionalidade em que, a páginas tantas” a situação podia ser comparada com o “tempo dos coronéis no Brasil, em que toda a gente está a mandar e ninguém percebe quem”.

João Varzielas disse que, “para já”, o STAMA não vê com bons olhos uma privatização, lembrando que o processo de venda a privados em 2015 não salvaguardava “de maneira nenhuma” a permanência do hub [plataforma giratória de distribuição de voos] em Lisboa.

“Até porque dificilmente isso será garantido legalmente, seja por quem for. […] O capital manda e ponto final“, considerou, ressalvando que, conforme tem sido avançado na comunicação social, “se fosse a Ibéria [a comprar] seria muito perigoso, e se fosse a Lufthansa era igualmente muito perigoso, porque a TAP correrá certamente o risco de ver a sua frota de médio curso a desaparecer e ficar só com longo curso”.

Quanto às medidas do plano de reestruturação, o STAMA considerou que podia ter havido outro tipo de intervenção, com menos custos para os trabalhadores. Questionado pelo deputado Bernardo Blanco, da IL, sobre as justificações dadas aos sindicatos para o nível de cortes aplicados aos trabalhadores e que, segundo um documento referido na quarta-feira por outros sindicatos, não foi uma imposição da Comissão Europeia, Varzielas defendeu que “não havia necessidade” de cortes “naquela ordem de grandeza”.

“Fazem-se este tipo de coisas para mostrar o ‘filé mignon’ a quem vem comprar”, acrescentou, apontando que ” os trabalhadores da TAP são uns mãos largas, ao longo dos anos, para salvar a própria TAP dos desaires de gestão”.

Já sobre a SPDH Groundforce e a Cateringpor, negócios a alienar no âmbito do plano de reestruturação, o sindicalista disse que Portugal “costuma ser bom aluno” e “faz aquilo que Bruxelas quer”, mas há outras companhias europeias que não o fazem. “No caso da Ibéria e da British Airways, a solução que encontraram para capitalizar o handling, mas nunca desagregando da companhia mãe, foi aceite pela União Europeia. Não se percebe, era possível, à data, percorrer esse caminho, salvaguardando um serviço de excelência, de que a TAP necessita”, defendeu.

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Carlos Moedas pede rapidez na escolha da nova localização do novo aeroporto

  • Lusa
  • 27 Abril 2023

"Os critérios que são importantes para mim estão incluídos, só faltou o critério da rapidez. Nós temos de resolver esta situação com alguma rapidez”, disse o autarca.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pediu esta quinta-feira rapidez na escolha da localização do futuro aeroporto de Lisboa, frisando que “o custo de não fazer nada é muito superior ao custo de fazer”.

“Gostei muito da apresentação. Os critérios que são importantes para mim estão incluídos, só faltou o critério da rapidez. Nós temos de resolver esta situação com alguma rapidez”, disse Carlos Moedas (PSD).

O autarca falava aos jornalistas no final da apresentação, pela coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente (CTI), Rosário Partidário, dos resultados das atividades desenvolvidas na primeira fase da Avaliação Ambiental Estratégica sobre o aumento da capacidade aeroportuária para a região de Lisboa. Nessa apresentação foram anunciadas nove opções possíveis para o novo aeroporto de Lisboa.

Assim, às cinco opções avançadas pelo Governo – Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém – foram adicionadas as opções Portela+Alcochete; Pegões; Portela+Pegões; e Rio Frio+Poceirão, totalizando sete localizações e nove opções estratégicas. Na ocasião, Carlos Moedas alertou que “o custo de não fazer nada é muito superior ao custo de fazer”.

“Temos de parar em Portugal de olhar para soluções, soluções, soluções e não decidir. Nós temos de decidir. O custo de não decidir é enorme neste caso”, frisou. O autarca escusou-se ainda a indicar a solução que prefere para não condicionar a Comissão Técnica Independente, enumerando apenas os critérios importantes para os lisboetas na escolha de um local para o futuro aeroporto: proximidade (20 a 30 quilómetros da cidade), rapidez da solução “porque tem de ser feito rapidamente” e preocupações ambientais.

Estes critérios estão ali, só não vi o critério da rapidez. Porque há soluções que estão ali que demoram muito tempo. Não sou contra as soluções que demoram muito tempo, só quero saber o que faço no intermédio”, afirmou. Segundo o presidente da Câmara de Lisboa, algumas soluções apresentadas vão demorar seis ou sete anos a serem concretizadas, defendendo nesse caso uma solução intermédia, que deverá passar por obras de melhoramento no Aeroporto Humberto Delgado.

O autarca lembrou que o Governo prometeu obras no aeroporto, que até agora não aconteceram, e exortou o executivo a “exigir essas obras”. “Qualquer das soluções exige que o Aeroporto Humberto Delgado continue a funcionar, por isso, repito, que as obras no Aeroporto Humberto Delgado são essenciais”, afirmou.

“Temos contrato de conceção com a Vinci. A Vinci tem dinheiro para fazer obras no aeroporto de Lisboa e essas obras não estão a ser feitas porquê? São para melhorar o aeroporto, não estamos aqui a fazer nenhum tipo de obras para aumentar o aeroporto, são para melhorar o aeroporto”, acrescentou.

Carlos Moedas recordou que o aeroporto “está no limite”, que a “cidade está nos limites” e que a câmara quer continuar a investir no turismo porque “cria postos de trabalho e é bom para cidade”. O presidente da Câmara de Lisboa lembrou ainda que a capital vai receber a Jornada Mundial da Juventude em agosto e que as obras ainda não estão feitas.

“Todas as soluções que aqui falámos não são soluções que vão ser de um dia para o outro, elas vão demorar o seu tempo. Nós não podemos estar a receber os turistas sem ter um aeroporto decente e aquilo que está escrito e contratado é que são obras de 300 ME que vão ser feitas no aeroporto para melhorar o aeroporto e isso é uma exigência que tem de ser feita. Não podemos estar aqui a estudar, temos de fazer”, frisou.

Afirmando que estará do “lado da solução”, o autarca terminou pedindo ao Governo uma decisão política ainda este ano.

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Eurodeputado Álvaro Amaro e presidente da Câmara de Gouveia condenados a penas de prisão suspensas

  • Lusa
  • 27 Abril 2023

Álvaro Amaro e o autarca Luís Tadeu foram condenados por prevaricação de titular de cargo político a três meses e meio de prisão, com pena suspensa.

O eurodeputado do PSD, Álvaro Amaro, e o autarca social-democrata Luís Tadeu, ex-presidente e atual presidente da Câmara de Gouveia, respetivamente, foram esta quinta-feira condenados a penas de prisão suspensas pelo Tribunal da Guarda no caso das parcerias público-privadas. O tribunal absolveu o presidente social-democrata da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues.

Álvaro Amaro e Luís Tadeu foram ainda absolvidos da pena acessória da perda de mandato político, atendendo a que, entretanto, cumpriram “sucessivos mandatos”.

No âmbito do processo das parcerias público-privadas (PPP) realizadas pelos municípios de Trancoso, Gouveia (Guarda) e Alcobaça (Leiria), entre 2007 e 2011, o atual eurodeputado e ex-autarca de Gouveia e da Guarda, Álvaro Amaro, e o atual presidente do município de Gouveia, Luís Tadeu (na altura vice-presidente), foram condenados por prevaricação de titular de cargo político a três meses e meio de prisão, com pena suspensa, condicionada ao pagamento de 25 mil euros, no prazo de um ano.

O tribunal também condenou o social-democrata Júlio Sarmento, ex-presidente da Câmara Municipal de Trancoso, a uma pena única de prisão efetiva de sete anos, pelos crimes de prevaricação de titular de cargo político, corrupção e branqueamento de capitais. Júlio Sarmento também vai ter de restituir ao Estado, no prazo de dez dias, um valor global de 552 mil euros.

No mesmo processo, o empresário Fernando Gouveia foi condenado a uma pena única de seis anos e seis meses de prisão. Já o arguido Marco Carreiro, apesar da anomalia psíquica de que padece, foi condenado a cinco anos de prisão, por prevaricação, suspensa e condicionada ao pagamento de 25 mil euros.

A arguida Josefina Araújo foi condenada a uma pena suspensa de dois anos e meio de prisão por branqueamento de capitais. Além do autarca de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, o coletivo de juízes decidiu também absolver a empresa MRG – Engineering & Solutions, S.A. e o arguido Eduardo Nogueira dos crimes de que estavam acusados.

Na sala de audiências do Tribunal da Guarda, onde decorreu a leitura da súmula do acórdão, que durou perto de duas horas, estiveram ausentes os arguidos Júlio Sarmento, Josefina Araújo e Marco Carreiro. Os nove arguidos foram julgados por suspeita da prática de crimes de corrupção, prevaricação de titular de cargo político, branqueamento de capitais e participação económica em negócio, entre outros, num esquema de PPP alegadamente lesivo para as contas dos municípios de Trancoso, Alcobaça e Gouveia, entre 2007 e 2011.

O Tribunal da Guarda começou a julgar o caso das PPP no dia 10 de maio de 2022.

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“Passe das palavras à ação”, diz o Millennium em campanha dirigida às empresas

  • + M
  • 27 Abril 2023

Com planeamento de meios da Initiative Media, a campanha, que arranca esta quinta-feira, estará presente em digital, TV cabo, rádio, imprensa e nas sucursais do banco. 

“É agora. Passe das palavras à ação” é o mote da campanha com a qual o Millennium bcp se dirige, a partir desta quinta-feira, às empresas.

O objetivo é posicionar o Millennium “como o Banco do Portugal 2030”. “Com forte dinamismo e impacto visual, a mensagem é sempre pela positiva, pelo entusiasmo, pelo querer fazer, pelo aproveitar a oportunidade de modernização que estes fundos irão proporcionar às empresas portuguesas e, consequentemente, ao país“, descreve o banco.

“Os fundos são fundamentais para os nossos clientes que sabem que podem contar sempre com o Millennium, num compromisso conjunto expresso na afirmação ‘Avançamos juntos'”, prossegue em comunicado.

Com planeamento de meios da Initiative Media, a campanha, que arranca esta quinta-feira, estará presente em digital, TV cabo, rádio, imprensa e nas sucursais do banco.

A criatividade é da Bar Ogilvy e a produção da Fast Forward.

O Portugal 2030 fixa os grandes objetivos estratégicos para a aplicação, até 2027, do montante global de 23 mil milhões de euros. “Pretende-se tornar Portugal mais inteligente, mais verde, mais conectado, mais social e mais próximo dos cidadãos, resume o Millennium

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Históricos da AEP batem com a porta após “desconvite” do presidente

José António Barros e Mário Pais de Sousa afastam-se da principal associação patronal do Norte, depois de Luís Miguel Ribeiro ter retirado convites para integrarem as listas. Eleições a 29 de maio.

José António Barros e Mário Pais de Sousa, dois históricos dirigentes da Associação Empresarial de Portugal (AEP), decidiram bater com a porta em rutura com o atual presidente, Luís Miguel Ribeiro, que há poucos dias decidiu retirar os convites que tinha formulado aos dois empresários para o novo ciclo diretivo na mais representativa associação patronal do Norte do país.

Como o ECO noticiou esta semana, Luís Miguel Ribeiro, que pretende candidatar-se a um novo mandato como presidente do conselho de administração (CA), avançou com convites a Mário Pais de Sousa (CEO da Cabelte) para se manter na vice-presidência e também a José António Barros, que comandou a AEP entre 2008 e 2014 e que é agora presidente da Assembleia Geral, para assumir o novo cargo de presidente do Conselho Geral (CG).

A poucas horas da reunião do CA, agendada para esta quinta-feira, Mário Pais de Sousa, que está há quase uma década no cargo, confirmou ao ECO que nessa nova reunião “[assistiu] pessoalmente a Luís Miguel Ribeiro a ‘desconvidar’ o Sr. Eng. José António Barros de presidente do Conselho Geral e a [convidá-lo] para presidente do Conselho Consultivo”. “O Sr. Eng. José Barros excluiu-se da lista e eu próprio me exclui, para poder ter a honra de sair da AEP de braço dado com [ele]”, salienta.

O Sr. Eng. José Barros excluiu-se da lista e eu próprio me exclui, para poder ter a honra de sair da AEP de braço dado com [ele].

Mário Pais de Sousa

CEO da Cabelte e vice-presidente da AEP

No caso de José António Barros, que sucedeu a Ludgero Marques na presidência da AEP e que liderou o plano de reestruturação financeira que salvou a instituição da falência – aprovado pelos credores em 2013 quando acumulava um passivo a rondar os 100 milhões de euros –, “seria o seu primeiro e último mandato nesta nova função [e] com esse mandato se despediria da AEP”, sublinha Mário Pais de Sousa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado por José António Barros e Luís Miguel Ribeiro à chegada para a cerimónia de comemoração dos 173 anos da AEP, em MatosinhosRicardo Castelo/LUSA 3 maio, 2022

Na sequência de um processo de revisão dos estatutos, concluído já este ano, os mandatos dos órgãos dirigentes foram alargados de três para quatro anos, sendo fixado um máximo de dois mandatos para todos os membros. Além disso, o presidente da AEP deixa de ocupar em simultâneo a liderança do CA e do CG, passando este último a funcionar como um órgão de supervisão, à imagem do que sucede nas grandes empresas.

Entretanto, no meio desta agitação relacionada com a constituição das listas para o novo mandato até 2026, as eleições que chegaram a estar previstas para dia 17 de abril acabaram por não se realizar. Com o argumento de que havia uma irregularidade na convocatória emitida por José António Barros, Luís Miguel Ribeiro pediu a anulação desse ato, o que obrigou à marcação de uma nova data para a assembleia eleitoral: 29 de maio.

Para o momento em que estavam previstas [as eleições], havia já, naturalmente, um conjunto de convites e um plano de ação já trabalhado – que serão agora revistos em função da nova convocatória. (…) É um processo que está em reconstrução, que pode manter-se ou ter ajustes.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

Ouvido pelo ECO há duas semanas, Luís Miguel Ribeiro referiu que tem estado “a conversar com um conjunto de pessoas — quer com as que fazem parte atualmente, quer com outras –, naquilo que é a dinâmica normal num processo de constituição de listas”. Mas recusou falar em retirada de convites, argumentando que “o que houve foi o convite feito a um conjunto de pessoas, para os diferentes órgãos, para uma convocatória que existia”.

“Agora existirá uma nova convocatória para o ato eleitoral e, naturalmente, tudo o que estava – [a composição dos] órgãos e o plano de ação – será tudo ou reconfirmado ou revisto ou ajustado em função daquilo que vier a ficar agora definido”, contrapôs o gestor de 52 anos, que liderou antes a Associação Empresarial de Amarante e foi fundador e presidente do CETS – Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (2012-2016).

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Micromobilidade: que desafios?

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 27 Abril 2023

A micromobilidade urbana é uma tendência em crescimento nas cidades em todo o mundo, oferecendo aos utilizadores alternativas de transporte mais acessíveis, eficientes e com menor pegada ecológica.

Apesar dos seus muitos benefícios, a micromobilidade também enfrenta vários desafios que precisam ser abordados para garantir a sua viabilidade a longo prazo. A conferência “Micromobilidade Segura”, a realizar no próximo dia 03 de maio, no âmbito do Ciclo de Conferências APS 2023, vem a trazer à discussão a forma como a micromobilidade se encontra presente, procurando debater e esclarecer as vantagens e desafios que este sistema de mobilidade apresenta na vivência das principais cidades, esperando que se torne numa oportunidade para a criação de cidades mais sustentáveis e equitativas.

Não há dúvidas que a introdução de novas formas de mobilidade veio a revolucionar comportamentos, atitudes face à deslocação e vivência nas cidades. Do ponto de vista da praticidade é fácil entender como vieram complementar as formas de transporte tradicionais – para uma reunião em Lisboa posso, com facilidade, apanhar um comboio em Cascais, uma trotinete do Cais do Sodré ao Terreiro do Paço e daí um metro até ao centro. Isto em vez do trânsito, mais ou menos caótico, da A5.

Faz todo o sentido, do ponto de vista da sustentabilidade económica do utilizador e da sustentabilidade ambiental, mas reside ainda a dúvida se as cidades estão totalmente preparadas para a nova mobilidade ou foram apanhadas de surpresa pela velocidade em que se proliferou a utilização de trotinetes e e-scooters.

Entretanto, o referendo ocorrido em Paris a 02 de abril (ainda que com baixa participação) vem enfatizar os desafios e os problemas existentes: a proliferação de trotinetes e bicicletas nas cidades trouxeram um volume de circulação deste tipo de veículos para o qual as cidades não estavam preparadas. Estamos a falar de uma tipologia de veículos recente e, como tal, muitas das cidades estão ainda a adaptar-se a esta realidade e não possuem legislação e regulamentação claras em vigor.

Não obstante a decisão parisiense, que a sua Presidente de Câmara já anunciou que vai respeitar, tal não significa o fim das trotinetes e bicicletas elétricas. Em primeiro lugar, porque o referendo incidiu apenas sobre as empresas operadoras de aluguer deste tipo de viaturas, pelo que as trotinetes e bicicletas privadas poderão continuar a circular; em segundo, porque as operadoras manterão uma certa pressão junto da Câmara Parisiense para tentar encontrar uma solução que passe por regular a utilização das trotinetes de uma forma eficaz, encontrando também as operadoras soluções que possam vir a trazer mais segurança à sua utilização – como é o caso da Bolt que pode vir a introduzir em breve um sistema de avaliação por pontos dos seus utilizadores, que poderá limitar a utilização das suas viaturas a quem não observar um comportamento adequado e seguro na circulação e no seu estacionamento.

É na resposta a este desafio que as cidades têm a oportunidade de desenvolver uma solução criando condições para a existência de um verdadeiro ecossistema de mobilidade, que seja economicamente e ecologicamente sustentável. Isto implica a existência de espaços de circulação reservados à micromobilidade (por exemplo, em paralelo às vias de circulação automóvel, rentabilizando assim as ciclovias), que permita 1) proteger os utilizadores de trotinetes/bicicletas (que deixariam de se cruzar com viaturas automóvel) e 2) os pedestres (que deixariam de se cruzar com veículos motorizados nos passeios).

A regulação, e a subsequente informação e educação do público geral, é de enorme importância, dado que os comportamentos e expectativas de quem se locomove dentro de um carro, numa trotinete ou a pé, são diferentes e poderão colidir. Parte da solução tem de ser proveniente da existência de uma regulação clara que limite a circulação da micromobilidade, por forma a que esta não seja um fator de disrupção na vivência das cidades, mas antes algo que venha a incrementar a qualidade de vida nas mesmas.

Indo além do que deve ser a regulamentação e o controlo de circulação, existe ainda uma considerável falta de proteção aos utentes e lesados em acidentes com trotinetes e e-scooters. Ainda que os operadores (gestores de plataformas de viaturas partilhadas) estejam obrigados a celebrar um seguro de Acidentes Pessoais e outro de Responsabilidade Civil que oferecem alguma garantia, os utilizadores privados não têm qualquer obrigatoriedade de constituir um seguro que os proteja e que possa vir a proteger terceiros.

Na componente dos operadores, falta definir um âmbito mínimo para os referidos seguros obrigatórios, em especial quanto aos respetivos capitais (eventualmente por referência ao seguro obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel), estabelecendo um patamar mínimo de garantia razoável e coerente.

Na componente dos utilizadores privados há ainda um longo caminho a percorrer, tanto mais que não existe qualquer indicação no sentido de fazer recair junto destas viaturas a obrigatoriedade de um seguro de responsabilidade civil automóvel ou outro.

Realça-se ainda que na revisão da Diretiva Automóvel os veículos, como bicicletas e trotinetes, acabam por ficar, na sua maioria, isentas da obrigatoriedade de seguro de responsabilidade civil.

O Setor Segurador não se pode colocar à margem do tema, devendo ficar a seu cargo poder oferecer formas de proteção – tanto aos utilizadores, como a terceiros lesados – que possam trazer um leque alargado de soluções, bem como contribuir para uma discussão alargada e esclarecedora.

Há na micromobilidade uma oportunidade, se a quisermos ver, para a construção de um futuro mais sustentável e equitativo, mas que pede a participação ativa de todos os stakeholders nos vários quilómetros que ainda precisamos de percorrer.

André de Almeida Simões, Coordenador da Subcomissão “Mobilidade Viária Segura” da APS

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