TAP: Ventura pede demissão do atual administrador financeiro

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

Ventura quer que o Governo “afaste, sem condições”, Gonçalo Pires por “manifesta e evidente falha no cumprimento dos seus deveres financeiros".

O líder do Chega pediu esta terça-feira ao Governo que “afaste, sem condições”, o atual administrador financeiro da TAP, e que torne público o relatório da Inspeção-Geral das Finanças sobre a indemnização de Alexandra Reis. Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, André Ventura considerou que o relatório preliminar da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) atribui “grande parte da responsabilidade” pela indemnização de 500 mil euros de Alexandra Reis à “tutela financeira da TAP” e, designadamente, ao seu atual administrador financeiro, Gonçalo Pires.

“O dado evidente é que o administrador financeiro da TAP é nomeado pelo ministro das Finanças e não terá informado o Governo do pagamento desta indemnização e dos seus trâmites financeiros”, frisou. O líder do Chega considerou que, perante este facto, a questão que se coloca é saber “até quando Fernando Medina vai manter este administrador financeiro da TAP”.

“Ao momento em que estamos, não há nenhum motivo para manter a confiança num administrador que terá faltado à verdade, que não terá transmitido informação financeira que era obrigado por lei a transmitir”, referiu. Ventura apelou assim a que o Governo “afaste, sem condições”, Gonçalo Pires por “manifesta e evidente falha no cumprimento dos seus deveres financeiros para com uma instituição em que os portugueses estão a gastar milhares de milhões dos seus impostos para salvar”.

“Era importante que a sua situação ficasse resolvida antes de o relatório [da IGF] ser tornado público e antes de a comissão de inquérito [à TAP] prosseguir o seu caminho”, sustentou. Por outro lado, André Ventura anunciou ainda que o Chega apresentou esta terça um requerimento para que o ministro das Finanças torne público o relatório que aponta irregularidades na atribuição da indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis, assim como “a resposta que o Governo português deu à IGF” e os “trâmites e pontos específicos que a IGF apresentou como sendo ilegais ou irregulares”.

André Ventura salientou que, apesar de o relatório final poder vir a ser publicado até ao final desta semana, “é importante que se conheça o processo que levou à formação” desse relatório, assim como “a resposta do Governo e os vários pedidos de esclarecimento que foram feitos”.

“Isto pode ajudar-nos muito a perceber qual era o real conhecimento de Fernando Medina em relação a esta situação. Esperamos que, não havendo nenhum motivo para que haja segredo, que isto seja concretizável e que o relatório – seja hoje ou amanhã [quarta-feira] – possa ser disponibilizado ao público”, referiu. Sobre a comissão de inquérito à TAP, André Ventura referiu que o Chega “não se oporá à chamada de nenhum ex-governante” para prestar esclarecimentos”.

“Mesmo entendendo o Chega que não devemos transformar esta comissão de inquérito numa discussão sobre o processo de nacionalização versus privatização (…), o Chega não se oporá à vinda de nenhum governante, inclusive do PSD, do CDS, ou de qualquer outro, à comissão de inquérito prestar esclarecimentos”, referiu.

Apesar disso, Ventura reiterou que o Chega não vai aceitar “que este processo, que pode durar meses, mantenha em funções pessoas que manifesta e evidentemente falharam e faltaram aos seus deveres para com o Estado e para com o ministério das Finanças”.

No domingo, o Ministério das Finanças explicou que a ação inspetiva da IGF sobre a indemnização paga à ex-administradora da TAP Alexandra Reis ainda está “em fase de contraditório” e só depois será elaborado um relatório final. Segundo a tutela, “logo que a ação inspetiva se encontre concluída e seja produzido o relatório da mesma, o ministro das Finanças prontamente tornará públicas as conclusões e determinará o que se impuser para plena garantia da legalidade”.

A verificação pela IGF da legalidade da indemnização paga a Alexandra Reis foi determinada a 27 de dezembro do ano passado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos. O comunicado divulgado no domingo pelo Ministério das Finanças surge na sequência de uma notícia avançada na sexta-feira à noite pela SIC Notícias, segundo a qual o projeto de parecer da IGF “aponta para a existência de fortes irregularidades no processo” de Alexandra Reis.

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Endesa reduz preços em 15% para novos clientes em março

Energética espanhola estima que para uma família de duas pessoas, com um consumo médio de 1.900 kWh/ano, os valores revistos corresponderão a uma diminuição média de 60 euros por ano.

A energética espanhola vai baixar os preços para os novos clientes a partir de março em média 15% no segmento residencial, isto em comparação com os preços de venda praticados em dezembro de 2022.

De acordo com a nota divulgada esta terça-feira, “esta redução média aplica-se apenas às componentes de energia e tarifas de acesso (excluindo naturalmente impostos, taxas e outros valores definidos pelo Estado”, informa a Endesa.

Feitas as contas, para uma família de duas pessoas, com um consumo médio de 1.900 killowatts/hora por ano, e que assine contrato com a Endesa em março, os valores revistos corresponderão a uma diminuição média de 60 euros por ano e serão garantidos por 12 meses, “excluindo possíveis modificações às tarifas de acesso por parte do regulador ” mas “oferecendo assim tranquilidade e segurança”, explica o comunicado da energética.

Desta forma, a energética estima que os preços passam a ser “mais baixos do que os praticados em 2019, antes do difícil contexto que se vive atualmente com um forte impacto para as famílias portuguesas” quer a nível do peso da inflação, ou dos custos da energia agravados pela guerra na Ucrânia.

A empresa espanhola adianta ainda que tem atualmente mais de 730 mil clientes em Portugal, que representam 10,7% de quota de mercado de clientes em Portugal. Citando os dados da Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE), a Endesa dá conta no que se refere em concreto à eletricidade, a Endesa detém 18,6% de quota de mercado por consumo anualizado (nos segmentos residencial e empresas).

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Sindicatos avisam que mantendo-se “atual comportamento” não haverá acordo com banca

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

Os bancos mantiveram uma proposta de aumento salarial de 3% e recusaram as propostas sindicais de clausulado. Sindicatos falam em “falta de consideração pelos trabalhadores”.

Os sindicatos da banca e as instituições de crédito ainda não chegaram a um consenso quanto aos aumentos salariais, com as estruturas a adiantarem que, mantendo-se o “atual comportamento”, não haverá acordo nem acesso a incentivos fiscais.

“Nos processos negociais em curso, os sindicatos concordaram em dar prioridade à negociação das tabelas e de todas as cláusulas de expressão pecuniária, deixando para uma segunda fase a discussão de clausulado. Mas as partes ainda estão longe de um acordo – acordo que é necessário caso as IC [Instituições de Crédito] desejem beneficiar dos incentivos fiscais negociados em concertação social”, lê-se num comunicado conjunto do Mais – Sindicato do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN).

O acordo de Concertação social prevê benefícios para as empresas que negoceiem atualizações salariais de, pelo menos, 5,1%. Segundo o comunicado, as IC mantiveram esta terça-feira uma proposta de aumento salarial de 3% e recusaram as propostas sindicais de clausulado, de acordo com o mesmo documento, o que para os sindicatos demonstra “falta de consideração pelos trabalhadores”.

Os sindicatos dizem que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) alega estar proibida pela tutela de ir além de um aumento de 5,1%, mas as estruturas não aceitam esta posição. A primeira ronda negocial no BCP está agendada para 10 de março e a contraproposta apresentada é de 2,5%, percentagem que os sindicatos já garantiram que não vão aceitar, atendendo aos resultados do banco.

Outras instituições, como o Montepio, ainda não responderam. Algumas instituições financeiras já adiantaram aumentos de 4% para os trabalhadores no ativo, o que os sindicatos classificam como um “ato de gestão”, que exclui reformados.

O Mais, o SBC e o SBN repudiam esta atitude, notando que as instituições de crédito acreditam que os sindicatos vão desistir de lutar por “aumentos dignos”. Contudo, as estruturas sindicais já avisaram que “assim não haverá acordo”, o que é necessário para que as instituições possam aceder aos benefícios fiscais previstos no acordo de concertação social.

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Medina foge a questões sobre a TAP e acusa Mariana Mortágua de tentar antecipar comissão de inquérito

Os deputados bem tentaram, mas Fernando Medina não quis tirar ilações sobre as irregularidades identificadas pela IGF no caso Alexandra Reis. Só o fará depois do relatório final.

Fernando Medina trouxe para a audição na Comissão de Orçamento e Finanças os números mais recentes do crescimento da economia, do alívio na inflação ou do baixo desemprego, mas os deputados queriam também saber que ilações iria tirar o ministro sobre as irregularidades identificadas pela Inspeção-Geral de Finanças (IGF) no parecer preliminar sobre a indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis. O governante diz que só o fará depois de ser entregue o relatório final e acusou Mariana Mortágua de estar a tentar antecipar a comissão parlamentar de inquérito.

A avaliação pedida pelos ministérios das Finanças e Infraestruturas à IGF sobre a indemnização de 500 mil euros paga pela TAP para a saída de Alexandra Reis da comissão executiva ainda não está finalizada, mas na sexta-feira passada foi noticiado que o parecer preliminar aponta para a existência de irregularidades. Instado a comentar, o Presidente da República disse que Fernando Medina teria de avaliar as “consequências jurídicas”. Os deputados aproveitaram a audição desta terça-feira para questionar o ministro.

As perguntas surgiram de todos os grupos parlamentares, à exceção do PS. Que conclusões tira o ministro das Finanças? Se a administração da TAP tem condições para se manter? E o próprio ministro? A todas Fernando Medina respondeu: “Quando o relatório final da IGF for entregue, será dado conhecimento público das conclusões e enviado à Assembleia da República. O Governo tomará as decisões necessárias para assegurar estrito cumprimento da legalidade”.

Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, foi quem mais insistiu no tema, questionando o ministro sobre como soube das razões que levaram Alexandra Reis a deixar a TAP e ir para a NAV, se o administrador financeiro, Gonçalo Pires, informou ou não as Finanças e se a CEO da TAP tem condições para ficar.

Fernando Medina respondeu em jeito de crítica. “Começo por registar que a senhora deputada sobre a situação económica do país, do emprego, do défice, das medidas de combate à inflação, das matérias essenciais para a vida dos portugueses, não pergunta”. Perante a insistência de Mariana Mortágua, afirmou que a deputada do Bloco estava “em treino” para a comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, que tomou posse a semana passada. “Registo a tentativa de tentar antecipar a CPI sobre a TAP”, atirou o ministro.

Governo pediu manual sobre o preenchimento de contratos de gestão

A inexistência de contratos de gestão dos gestores públicos, nomeadamente na TAP, também foi abordada. Rui Afonso, do Chega, questionou porque em mais de 40 contratos apenas seis terem sido alvo de despacho, tendo o primeiro sido o de Alexandra Reis na NAV-Portugal, assinado um dia antes da sua tomada de posse como Secretário de Estado do Tesouro. Salientou também que não foi divulgado qualquer contrato pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM).

O ministro das Finanças afirmou que não há “nenhum secretismo”, acrescentando que “relativamente às propostas recebidas verificou-se uma prevalência de várias incongruências e um défice de explicitação por parte do Estado”. Fernando Medina anunciou que a “UTAM está a elaborar um manual sobre o preenchimento de contratos de gestão” para que seja preenchido e entregue pelos gestores. Garantiu também que “não há risco sobre validade das nomeações”. A portaria em vigor estipula um prazo de três meses para a assinatura dos contratos, que o governante disse poder ser corrigido.

Também sem resposta ficaram as questões sobre a investigação do Ministério Público a Joaquim Morão, que celebrou um contrato por ajuste direto com a Câmara Municipal de Lisboa para gerir obras públicas no tempo em que Fernando Medina era o presidente.

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Aeroporto de Faro vai ter 18 novas rotas e seis novos destinos no verão

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

Só os voos para os seis novos destinos – Aarhus, Roma, Estrasburgo, Bilbau, Jersey e Exeter – que antes “não tinham ligações a Faro” vão disponibilizar “quase mais 85.000 lugares” para Faro.

O aeroporto internacional Gago Coutinho, em Faro, vai contar com 18 novas rotas e seis novos destinos no verão, operacionalizando um total de 81 ligações a 71 cidades, anunciou esta terça-feira a gestora aeroportuária portuguesa.

A empresa ANA Aeroportos de Portugal – Vinci Airports precisou, num comunicado, que as novas 18 rotas previstas para o verão em Faro incluem seis “destinos totalmente novos” e 12 vão reforçar “rotas existentes, mas agora operadas por mais companhias aéreas”.

Os voos a partir do aeroporto de Faro vão permitir “trazer mais rotas e conectividade” ao Algarve no período de maior afluxo turístico à região e “consolidar a oferta e a atividade turística regional e nacional”, considerou a gestora aeroportuária.

Os principais países emissores para o aeroporto de Faro, Reino Unido, Irlanda, França, aumentam a sua oferta de lugares em comparação com o verão de 2019”, destacou a empresa, assinalando também que os novos voos vão contribuir para o “crescimento de mercados estratégicos”.

Noam reação ao anúncio da ANA, o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, disse à agência Lusa que este incremento de rotas é “fruto de um trabalho conjunto entre o Turismo do Algarve, a ANA Aeroportos e o Turismo de Portugal”, que já permitiu ao Algarve ter “a maior conectividade de sempre” durante “este inverno IATA” (sigla para International Air Transport Association, designação inglesa da Associação Internacional do Transporte Aéreo).

Este dado é “um sinal claro” da “confiança dos operadores turísticos e das companhias aéreas no destino Algarve” e mostra que “os turistas corresponderam com o maior número de passageiros desembarcados até à data neste período de outubro a fevereiro”, no aeroporto de Faro, considerou o presidente do Turismo do Algarve, sem precisar o número.

João Fernandes destacou a importância das novas 18 rotas anunciadas pela ANA para o período e abril a outubro, salientando que só os voos para os seis novos destinos – “Aarhus, na Dinamarca, Roma, em Itália, Estrasburgo, em França, Bilbau, em Espanha, e Jersey e Exeter, no Reino Unido” – que antes “não tinham ligações a Faro”, vão disponibilizar “quase mais 85.000 lugares” para Faro.

“Depois, no reforço das rotas existentes, que no fundo vêm reforçada a sua concorrência, porque há uma maior aposta de outros operadores aéreos, temos um aumento muito substancial de lugares disponíveis durante o verão IATA, que é de 250.000 lugares a mais do que em 2019, que foi o ano com a maior oferta de sempre”, acrescentou o presidente da RTA.

Quando questionado sobre as perspetivas de o Algarve superar os dados de 2019, que foi o melhor ano turístico de sempre na região, João Fernandes respondeu que há indicadores que apontam nesse sentido, com dados de “reservas não reembolsáveis” que são “superiores inclusivamente a 2019”, mas alertou que a conjuntura económica e geopolítica obriga a um “otimismo cauteloso”.

“O mundo está instável e, mesmo do ponto de vista da disponibilidade para o consumo, há maiores reticências nos gastos em lazer dado o aumento dos preços generalizados, provocados por uma inflação que desgasta naturalmente a capacidade aquisitiva das famílias na Europa, que são os nossos principais mercados emissores” de turistas, justificou. Por isso, João Fernandes considera que estão “os ingredientes alinhados para que haja um bom ano” turístico em 2023, mas é necessário “acompanhar a par e passo” a evolução da situação internacional para os promotores turísticos “não serem apanhados de surpresa por qualquer percalço”.

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MDS compra Renaissance, corretora líder no Chipre

  • ECO Seguros
  • 28 Fevereiro 2023

O grupo de base portuguesa expande a sua ação ao Chipre comprando a maior corretora local. O CEO da MDS, José Manuel Fonseca, considera uma variação geográfica importante para o crescimento do Grupo.

O Grupo MDS acaba de adquirir a Renaissance, o maior corretor independente do Chipre especializado em Gestão de Risco, Employee Benefits e Riscos Empresariais. “Após um processo de aproximação entre as duas empresas, o cenário da aquisição era o que fazia sentido para ambas as partes”, refere a MDS em comunicado, não revelando o valor da transação.

Christos Gavriel, CEO e fundador da Renaissance e José Manuel Dias da Fonseca, CEO do Grupo MDS, já eram parceiros na Brokerslink.

A Renaissance, que irá manter toda a equipa de gestão, já tinha relação próxima com a MDS como membro da Brokerslink, a empresa global de corretagem fundada pelo Grupo MDS que está presente em mais de 130 países.

A aquisição da Renaissance enquadra-se na “estratégia de crescimento do Grupo MDS, que entra numa nova geografia e reforça a sua oferta de valor, integrando no seu portefólio uma empresa líder que, desde a sua fundação, em 2008, se diferencia como um motor de inovação no mercado cipriota no seu setor”, acrescenta a MDS.

“Com a aquisição da Renaissance, o Grupo MDS continua a posicionar-se como uma plataforma de crescimento internacional”, comentou o CEO do Grupo MDS, José Manuel Dias da Fonseca, adiantando que a estratégia de crescimento por via de aquisições “até aqui voltada sobretudo para o mercado lusófono, dá assim um relevante primeiro passo para novas geografias, com particular foco na América Latina e África”, conclui.

“Estamos muito motivados com este novo capítulo para a Renaissance” salientou Christos Gavriel, CEO e fundador da Renaissance, “acreditamos que a MDS é o parceiro certo para a nossa ambição de crescimento e de continuar a reinventar o mercado segurador no Chipre, além de disponibilizarmos aos nossos clientes o melhor expertise e produtos nas áreas de Gestão de Risco, Employee Benefits e Riscos Empresariais” afirmou.

A receita da Renaissance atingiu 1,8 milhões de euros em 2022, e tem vindo a crescer a dois dígitos nos últimos quatro anos, apesar do contexto pandémico e em contraciclo com o mercado local. É o maior corretor independente do Chipre tendo como clientes empresas dos setores alimentar, retalho, energia, indústria, construção e tecnologia, a par de instituições de saúde e de educação e de profissionais de diversas áreas de atividade. Com sede em Nicósia, tem 19 colaboradores.

O Grupo MDS é uma multinacional em corretagem de seguros e resseguros de origem portuguesa, que foi adquirida The Ardonagh Group, o maior grupo de corretagem independente do Reino Unido. A faturação da MDS superou os 40 milhões de euros em 2021 e, enquanto grupo de mediação de seguros, é o maior com base em Portugal.

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Há menos 120 mil profissionais em teletrabalho em Portugal

Apenas Lisboa mantém-se acima da média nacional (14,4%), com 28,9% dos empregados a trabalhar neste regime.

O teletrabalho está a perder terreno um pouco por todo o país. No quarto trimestre de 2022 havia menos 121,2 mil profissionais a trabalhar fora do escritório do que no trimestre anterior, fixando-se o número total de trabalhadores neste regime em 880 mil. Apenas Lisboa mantém-se acima da média nacional (14,4%), com 28,9% dos empregados a trabalhar neste regime. Cerca de 30% dos profissionais portugueses com possibilidade de trabalhar fora do escritório praticam o modelo híbrido, sendo que o home office é mais frequente em colaboradores com alta qualificação e idades intermédias, conclui o estudo divulgado esta terça-feira pela Randstad e que incide sobre os últimos três meses do ano passado.

“O número de pessoas que teletrabalhavam caiu no quarto trimestre em 121,2 mil e alcançou as 880 mil pessoas. A proporção de teletrabalhadores caiu para 14,4% do total. Só Lisboa está acima da média nacional”, pode ler-se no documento.

Inversamente, a Região Autónoma dos Açores apresentou a menor percentagem de profissionais em regime de teletrabalho, seguida da Região Autónoma da Madeira e do Algarve.

O perfil do trabalhador em home office também é traçado pela empresa especialista em recursos humanos. É mais frequente que sejam profissionais com o Ensino Superior, na faixa etária dos 35 aos 44 anos e mulheres.

Entre os profissionais que trabalham fora do escritório, 31,7% trabalha sempre a partir de casa, a mesma percentagem daqueles que trabalham num modelo híbrido, que alterna entre trabalho presencial no escritório e teletrabalho.

Quanto às remunerações, o valor médio por trabalho dependente aumentou, situando-se nos 1.245 euros, em outubro de 2022, uma subida de 0,5 pontos percentuais, face ao período homólogo. Mais uma vez, em Lisboa os dados destacam-se acima da média nacional, situando-se em 1.468 euros.

Já as expectativas sobre o desemprego continuam a aumentar, assim como as perspetivas para a situação económica permanecem negativas. Os dados sobre o número de desempregados são também 3,7 pontos percentuais mais elevados do que no ano anterior. Só no último trimestre de 2022, o número de desempregados subiu para 342.700 pessoas.

Menos empresas

Desde o último mês de novembro, a quantidade de empresas dissolvidas foi maior que o número de novas empresas em atividade, contrastando com a tendência seguida desde 2021. Ao longo de 2022 foram constituídas 46.531 empresas e dissolvidas 20.762. No último mês do ano, a balança desequilibrou-se de forma mais notória: foram dissolvidas 5.195 entidades e constituíram-se apenas 3.528.

Apesar da queda na constituição de empresas, os dados avançados concluem que a taxa de atividade aumentou um ponto percentual no último trimestre do ano de 2022 e atingiu o seu valor historicamente mais alto de 60,3%, conclui a Randstad.

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PSD pede 42 documentos para os trabalhos da comissão de inquérito à TAP

Cópia completa da versão integral e sem rasuras do plano de reestruturação da TAP em vigor, a carta de renúncia de Alexandra Reis e a listagem de todos os prémios atribuídos são alguns deles.

O grupo parlamentar do PSD pede que sejam entregues à comissão parlamentar de inquérito à TAP 42 documentos para ajudar os deputados a esclarecer os contornos da privatização da companhia aérea, onde se incluem a cópia completa da versão integral e sem rasuras do plano de reestruturação da TAP em vigor; a carta de renuncia de Alexandra Reis ou a listagem de todos os prémios atribuídos e/ou pagos pela empresa entre 2019 e 2022 e respetivos processos de autorização.

Esta terça-feira termina o prazo para os deputados requerem os documentos que consideram relevantes para a comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP poder levar a cabo o seu mandato.

O grupo parlamentar do PSD, coordenado por Paulo Moniz, no requerimento que entregou a Jorge Seguro Sanches, solicita 33 documentos à TAP, seis ao Governo e três à Parpública. Uma parte pretende esclarecer o processo de afastamento de Alexandra Reis da administração da TAP e por isso é pedida a cópia dos recibos processamento e da(s) transferência(s) de pagamento da indemnização a Alexandra Reis mas também de todas as comunicações trocadas com o secretário de Estado João Nuno Mendes, antes, durante e depois de ser membro do Governo, qualquer que tenha sido o formato, assim como de todas as comunicações trocadas com membros da Parpública ou a DGTF desde 2019, qualquer que tenha sido o formato.

O PSD quer ainda saber os valores gastos em indemnizações a trabalhadores reintegrados por via judicial desde 2021 e pede informação detalhada sobre os planos de negociação com os trabalhadores e sindicatos que tenham conduzido ao corte de salários e redução de pessoal. Por outro lado, pede os contratos de todos os diretores que foram contratados externamente e sem nacionalidade portuguesa e residência anterior em Portugal, onde se incluirá o contrato da presidente executiva de Christine Ourmières-Widener, que será uma das responsáveis que será ouvida na comissão.

Recorde-se que o PCP, por exemplo, também quer “informação detalhada” da TAP sobre “todas as saídas de administradores e diretores da TAP nos últimos 10 anos” e se, nesses casos, “houve lugar ao pagamento de indemnização” e se “mantêm ainda alguma remuneração ou benefício”.

O PSD pediu a “audição do ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas Pedro Marques, do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação Pedro Nuno Santos, do ex-administrador da TAP Diogo Lacerda Machado e do ex-secretário de Estado adjunto e das Finanças [Ricardo] Mourinho Félix”, devido à incongruência das posições do Governo de António Costa, que reverteu a privatização da companhia aérea levada a cabo em 2015 pelo então Governo PSD/CDS-PP, e agora já deu inicio a um processo de alienação total ou parcial da participação do Estado na TAP”.

Por isso o PSD solicita a “cópia de todos os compromissos assinados com a Comissão Europeia no âmbito das medidas de auxílio de Estado à TAP na sequência da aprovação do plano de reestruturação, incluindo as análises financeiras ou técnicas associadas ao plano de reestruturação da TAP atualmente em vigor”. Mas também a “cópia de todos os contratos assinados no âmbito da compra de ações da TAP pelo Estado aos investidores privados, incluindo todos os anexos, onde se contemplem, nomeadamente, eventuais compromissos diretos ou indiretos relacionados com a eventual cessação de administradores do universo de empresas TAP”.

Recorde-se que os social-democratas querem ouvir na comissão de inquérito o ministro das Finanças, Fernando Medina; a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis; o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes; os empresários e ex-acionistas da TAP, David Neelman e Humberto Pedrosa; a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener; o antigo chairman TAP, Miguel Frasquilho; o chairman da TAP, Manuel Beja; o antigo CEO da TAP, Antonoaldo Neves, o CFO da TAP, Gonçalo Pires; o ex-secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz; o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes e o ex presidente da mesa da assembleia-geral da TAP, António Macedo Vitorino.

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APROSE reúne com os mediadores do Algarve em 16 de março

  • ECO Seguros
  • 28 Fevereiro 2023

A 4ª APROSE Aberta vai juntar os mediadores de seguros, membros ou não da associação em Albufeira no próximo dia 16, para os ouvir sobre os desafios e os problemas que afetam a atividade.

A Direção da associação que reúne os mediadores de seguros em Portugal vai realizar no Algarve a 4ª edição da APROSE Aberta, uma iniciativa destinada a ouvir através abertos a toda a Mediação profissional portuguesa de reuniões e seminários regionais.

Pretendemos ouvir os problemas dos Mediadores, associados e não associados, nestes tempos de grandes mudanças e incertezas”, refere David Pereira presidente da direção da APROSE. O objetivo final das APROSE ABERTA, que se já se realizou em Leiria, Setúbal e Aveiro, é compilar, num único documento, todas as preocupações e problemas nas diversas realidades da atividade, e incorporá-las no Plano de Ação “na tentativa de ajudar na sua resolução”.

A próxima reunião, destinada aos profissionais algarvios, será na tarde de dia 16 de março de 2023 no Auditório da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), na Quinta da Bolota em Albufeira.

Dado existirem restrições de espaço, a associação recomenda pré-inscrição através do portal do APROSE.

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Turismo do Centro considera “insuficientes” os 20 milhões alocados à promoção externa

  • ECO e Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

Presidente da Turismo Centro de Portugal considera "manifestamente pouco" os 20 milhões de euros destinados ao território continental para a promoção externa.

“Os nossos 20 milhões de euros são claramente insuficientes. Dotar as empresas dos instrumentos financeiros suficientes, para que elas possam recuperar da crise e fazer o seu crescimento, implica também que o Estado tenha de fazer essa aposta“, afirmou esta terça-feira o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado.

A Turismo Centro de Portugal propõe, assim, a recuperação das empresas, dando-lhes “capacidade de tesouraria para que possam ultrapassar as dificuldades dos dois últimos anos” e, ainda a diversificação da “proposta de valor nos vários mercados internacionais“. Para isso, Pedro Machado defende que é necessário dotar financeiramente as empresas.

“Nós reclamamos há anos que o investimento na promoção externa deveria ser muito superior àquilo que temos hoje. A nossa concorrência é com países, como Itália, França e Espanha, que têm significativamente apostado muito mais do que Portugal na promoção externa”, afirmou.

Nós reclamamos há anos que o investimento na promoção externa deveria ser muito superior àquilo que temos hoje. A nossa concorrência é com países, como Itália, França e Espanha, que têm significativamente apostado muito mais do que Portugal na promoção externa.

Pedro Machado

Presidente da Turismo Centro de Portugal

Pedro Machado lembrou ainda as notas deixadas pelo ex-ministro da Economia, Augusto Mateus, relacionadas com o turismo dar a Portugal 20,8 mil milhões de euros por ano. “O turismo dá a Portugal um PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] por ano. Por isso, todos os instrumentos, todos os programas financeiros que sejam criados devem vir ao encontro de um setor que está a dar a Portugal uma ajuda inestimável, quer nas exportações, quer na sua balança económica, quer até do ponto de vista daquilo que são os seus serviços que presta”, frisou.

Por isso mesmo, o presidente da Turismo Centro de Portugal defendeu que estes 20 milhões de euros são “pouco” e ficam “aquém do valor que deveria ser investido por Portugal, quando o retorno está provado hoje, é de 20,8 mil milhões”.

Para o responsável, “é preciso fazer um upgrade no investimento que Portugal faz, sobretudo na internacionalização”.

O ministro da Economia, António Costa Silva, anunciou esta terça-feira que a Portugal Ventures, sociedade de capital de risco, que integra o Grupo Banco Português de Fomento, vai lançar um novo programa (call), de cerca de 10 milhões de euros, para financiamento às empresas do turismo.

Questionado pela Lusa sobre o assunto, Pedro Machado refere que todos os programas são “bem-vindos”. Contudo, sublinhou, “é preciso reforçar ainda mais a capacidade financeira das empresas”.

“Este anúncio mostra que o senhor ministro da Economia está a acompanhar e está preocupado com a consolidação e sobretudo com o crescimento das nossas empresas, mas do meu ponto de vista é preciso termos mais ambição“, concluiu.

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Vereadores do PS em Lisboa contrariam dados sobre alojamento local

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

A autarquia avançou que dois terços das licenças de AL não estão ativos, mas o PS diz que estes dados "não são consentâneos com os dados públicos conhecidos da maior plataforma, a ‘Airbnb’".

A vereação socialista na Câmara de Lisboa acusou esta terça-feira o executivo de PSD/CDS-PP na autarquia de desvalorizar o papel do alojamento local (AL) na crise de habitação e contrariou dados divulgados sobre o setor na cidade.

Numa nota, os vereadores do PS na Câmara Municipal de Lisboa (CML) contrariam dados preliminares do Relatório de Caracterização e Monitorização do Alojamento Local (AL) na cidade, divulgados pela autarquia, segundo os quais dois em cada três alojamentos locais na capital correspondem a “licenças-fantasma”, já que apenas um terço deles estão atualmente ativos e a desempenhar a atividade.

O relatório indica também que o anúncio, no final de 2021, da intenção da autarquia de suspender a emissão de novos títulos de AL gerou uma corrida às licenças, mas “estes pedidos são feitos preventivamente e uma grande parte nunca chega a ser utilizada para exploração efetiva”.

“Os dados avançados pela CML, dizendo que dois terços das licenças não estão ativos, não são consentâneos com os dados públicos conhecidos da maior plataforma, a ‘Airbnb’. Os dados em tempo real revelam que metade das licenças (9.860) estiveram ocupadas mais de 60 noites nos últimos seis meses (época baixa)”, reagiu o PS na Câmara de Lisboa.

Na nota, os vereadores do PS consideram que “os números apresentados pela CML, desvalorizando uma vez mais o impacto desta atividade na inflação do preço das casas na cidade, são consentâneos com o que tem sido a oposição de PSD e CDS a qualquer tentativa de regulação desta atividade”.

Os socialistas acrescentam ainda que, no ano passado, por iniciativa do PS e do Livre, a CML aprovou nova suspensão de licenças em 11 freguesias de Lisboa e “esta iniciativa não levou a nenhuma corrida às licenças, antes proibiu o crescimento desta atividade nesses bairros”.

Comparar números de licenças de 2022 com os dos anos da pandemia [de covid-19], como tem feito a vereadora Joana Almeida, não é uma forma séria de debate. Os vereadores do PSD e CDS votaram, uma vez mais, contra mais esta medida para regular o AL em Lisboa, tendo Carlos Moedas [presidente da autarquia] criticado uma medida que, diz, coloca em causa a ‘liberdade de empreender’ na cidade”, referem.

Ainda segundo a câmara, o Regulamento Municipal do Alojamento Local, de 2019, surgiu “demasiado tarde para evitar uma fase de enorme expansão em vários bairros do centro histórico”. No entanto, os socialistas consideram que a regulação deste mercado pela Câmara “não teve lugar ‘demasiado tarde’”, mas “no próprio dia em que as autarquias passaram a ter o poder legal de licenciar ou suspender novas licenças de Alojamento Local”.

“Carlos Moedas devia estar lembrado, pois fazia parte do Governo que aprovou uma lei definindo que o licenciamento do AL era uma competência central do Governo, ignorando o parecer e competências das autarquias, competindo ao Ministério da Economia. Foi Fernando Medina quem pediu ao parlamento para mudar a lei, ainda em 2017, passando essa competência para as autarquias. A nova lei foi aprovada em outubro de 2018, com os votos contra do PSD e CDS, e nesse mesmo dia Lisboa suspendeu novas licenças de Alojamento Local no centro histórico da cidade”, é descrito na nota.

“A posição do PSD e CDS tem sido clara. Há cinco anos que, no parlamento e na CML, votam contra os poderes de regulação da autarquia e contra qualquer medida da mesma para limitar o crescimento do AL”, lembram os socialistas. As conclusões do relatório serviram de base à proposta de revisão do Regulamento Municipal de Alojamento Local, o instrumento que estabelece as regras para o mercado do AL em Lisboa, e ambos os documentos serão apresentados esta semana pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, aos vereadores sem pelouro na autarquia. A proposta de revisão do Regulamento será apresentada brevemente em reunião de Câmara Municipal de Lisboa.

Os dados foram esta terça apresentados à vereadora Paula Marques, do grupo Cidadãos Por Lisboa, que à Lusa explicou estar a aguardar pelo relatório “para análise mais profunda”. “Para já, e em face da apresentação prévia, não mudou substancialmente a nossa posição sobre o efeito do AL no que toca ao Direito à Habitação, aos impactos na gentrificação e aumento do custo das rendas – conjugado com outros fatores que deram origem à ‘tempestade perfeita’ a que assistimos nesta área”, salientou o gabinete da vereadora.

Os dados divulgados pela Câmara de Lisboa revelam ainda que 73,6% dos titulares de licenças neste setor são pessoas singulares e quase 70% dos titulares têm apenas uma unidade de AL. O período de maior crescimento do mercado de alojamento local ocorreu entre 2014 e 2019, “um espaço de cinco anos no qual surgiram 91,1% das unidades de AL que existem hoje em Lisboa”, período em que foram emitidos, em média, 3.670 novos títulos de alojamento local por ano.

O Relatório de Caracterização e Monitorização do Alojamento Local será disponibilizado na íntegra para consulta após as reuniões de apresentação aos vereadores.

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IL quer conhecer contrato de Alexandra Reis e prémios e indemnizações entre 2019 e 2022

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

Os liberais querem conhecer as atas e documentos de suporte de todas as reuniões do Conselho de Administração de 2019 a 2022 e a correspondência da TAP e do Governo com a Comissão Europeia.

A IL quer conhecer, no âmbito da comissão de inquérito à TAP, os contratos de Alexandra Reis, da CEO da TAP e dos restantes administradores, bem como o registo dos prémios e indemnizações atribuídos na empresa entre 2019 a 2022.

Segundo o requerimento a que agência Lusa teve acesso, entre os documentos pedidos pelos liberais no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP estão as atas e documentos de suporte de todas as reuniões do Conselho de Administração de 2019 a 2022 e a correspondência da TAP e do Governo com a Comissão Europeia sobre o plano de reestruturação, bem como o próprio plano.

A IL quer ainda ter acesso aos documentos do processo de escolha da Evercore, bem como o mandato desta para a representação do Estado português no processo de reprivatização da companhia aérea. O contrato da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, bem como da antiga secretária de Estado Alexandra Reis também estão no requerimento da IL, que quer também ter acesso aos “contratos de ‘leasing’ dos aviões, bem como contratos de financiamento bancário ou parabancário superiores a 20M€”.

Orçamentos anuais, relatórios de execução orçamental e Relatórios e Contas entre 2019 e 2022, bem como pedidos de ajuda de tesouraria são outros documentos que a IL vai pedir. Já o Chega quer também conhecer o plano de reestruturação da companhia aérea “entregue em Bruxelas na sua versão integral e sem rasuras” e o parecer jurídico solicitado pela TAP à sociedade de advogados SRS Legal, referente à indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis.

Adicionalmente, o partido de André Ventura pediu acesso a “toda a documentação trocada entre o Ministério das Finanças e o então Ministério das Infraestruturas e Habitação, bem como entre os Ministérios e a TAP, por qualquer representante ou funcionário, relativa ao acordo de rescisão laboral celebrado entre a TAP e Alexandra Reis”.

Entre a vasta lista entregue ao presidente da Comissão de Inquérito, Jorge Seguro Sanches, o Chega pediu também os “contratos de todos os diretores que foram contratados externamente e sem nacionalidade portuguesa e residência anterior em Portugal” e, ainda, o “número de Tripulantes de Cabine reintegrados em 2021/2022/ 2023 por via judicial ou extra-judicial”.

No passado dia 3 de fevereiro, a proposta do BE para constituir uma comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP, com duração de 90 dias, foi aprovada no parlamento, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos.

O texto aprovado sem votos contra estabelece uma comissão parlamentar de inquérito “à tutela política da gestão da TAP” que incida em particular entre 2020 e 2022, averiguando a entrada e saída da antiga governante Alexandra Reis e as responsabilidades da tutela nas decisões tomadas.

O inquérito parlamentar à TAP é presidido pelo socialista Jorge Seguro Sanches, que terá como 1.º vice-presidente o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira e como 2.º vice-presidente o deputado do Chega Filipe Melo.

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