Centros comerciais recomendam apoios a microempresas face a eventual abrandamento
Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) recomenda a aplicação de descontos na remuneração mensal fixa ou mínima a pagar aos operadores.
A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) recomendou esta quarta-feira aos seus associados a aplicação de descontos na remuneração mensal fixa ou mínima a pagar aos operadores classificados de microempresas para os proteger de eventual abrandamento económico.
A APCC salienta que as microempresas “constituem uma categoria de pequenos lojistas especialmente exposta” em contextos económicos adversos e “têm uma importância fulcral para a diversidade e desenvolvimento do espírito empresarial e na criação de empregos, mas poderão ter dificuldade em manter a sua competitividade”.
Para estes operadores, a associação recomenda aos seus associados que “considerem a aplicação de descontos na remuneração mensal fixa ou mínima a pagar para estes lojistas, permitindo a sua proteção num possível abrandamento da atividade económica”. Esta medida “passa pela atribuição de um desconto percentual em linha com as perdas face à faturação de 2019 com um limite de 15% nos valores de remuneração mensal fixa no primeiro semestre de 2023″.
Este apoio, salienta a APCC em comunicado, “deve ser reavaliado em devido tempo, consoante a evolução do contexto económico”. O desconto “só deverá ser aplicável a lojistas que não sejam alvo de qualquer outra intervenção de ajuda”, acrescenta, referindo que o apoio a conceder é avaliado por um processo de candidatura junto da direção do respetivo centro ou parque comercial.
“A APCC acredita que uma degradação do momento económico será ultrapassada, em conjunto com os lojistas, com o mesmo sucesso do passado, num ambiente de estreita cooperação entre todos os agentes económicos daquele que é um dos mais dinâmicos e mais bem-sucedidos setores da nossa economia”, sublinha.
A atividade dos associados da APCC “é determinada pelo sucesso de todos que nela intervêm, em especial dos seus lojistas”, adianta, salientando que “os apoios a lojistas, por via da negociação caso a caso e de acordo com o desempenho demonstrado, são uma realidade com sucesso comprovado, ao longo de anos e que tem feito parte do ‘modus operandi’ dos agentes deste setor, contribuindo para a atenuação das dificuldades sentidas e promovendo um desenvolvimento sustentado dos lojistas”.
Os dados “de que dispomos comprovam que o período que atravessamos configura uma retoma plena e um dos melhores momentos do retalho desde o início da pandemia e com valores que registam, em média, um incremento de vendas face 2019”, mas o “ambiente de alguma incerteza sobre o futuro deve convocar-nos a uma reflexão sobre lojistas com menos capacidade de resposta para fazer face à possibilidade de uma retração na atividade”, defende.
Apesar de estarem já em curso, no país, “medidas concretas, adequadas ao tecido económico de cada região e de cada empresa, em particular, que visam atenuar os efeitos de um possível abrandamento da atividade económica”, a APCC e os seus associados “não são indiferentes à possível evolução do contexto económico e geopolítico e à proteção dos operadores mais frágeis”, daí a recomendação feita.
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