Rússia substitui comandante das tropas em território ucraniano
A Rússia substituiu o comandante das suas forças na Ucrânia, general Serguei Surovikin, pelo atual chefe do Estado Maior Exército, Valeri Guerasimov.
A Rússia substituiu esta quarta-feira o comandante das suas forças na Ucrânia, general Serguei Surovikin, pelo atual chefe do Estado Maior Exército, Valeri Guerasimov.
Surovikin recomendou a retirada das tropas russas de Kherson, considerado o pior revés das forças de Moscovo desde a invasão da Ucrânia, 24 de fevereiro do ano passado.
No terreno, as forças ucranianas e russas continuam duros combates em Soledar, onde o grupo mercenário Wagner reivindica o controlo desta pequena cidade, apesar de desmentidos de organizações internacionais. “Tudo o que está acontecer hoje em Bakhmut ou Soledar constitui o cenário mais sangrento desta guerra”, disse Mykhailo Podoliak, assessor da presidência ucraniana, em declarações à agência de notícias France Presse.
Soledar, outrora conhecida pelas suas minas de sal, está localizada perto da cidade maior de Bakhmut, que os ucranianos continuam a defender há vários meses contra ondas de ataques das forças russas. A organização norte-americana Instituto para o Estudo da Guerra assegura que, apesar dos avanços perto de Soledar, as forças russas, auxiliadas pelo grupo Wagner, ainda não conseguiram o controlo total desta cidade.
A sua eventual captura permitirá a Moscovo reivindicar uma importante vitória militar, após vários reveses desde setembro, além de permitir ao líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigojine, reforçar a sua crescente influência no cenário político russo. Contudo, as autoridades ucranianas rejeitam a ideia de que esse cenário esteja iminente.
“Os combates pesados continuam em Soledar”, garantiu o vice-ministro da Defesa ucraniano, Ganna Maliar, numa mensagem na rede social Telegram, confirmando que as forças russas “tentaram romper” a defesa ucraniana e “capturar totalmente a cidade, mas sem sucesso”. Já anteriormente, o Kremlin tinha sido cauteloso sobre a situação no terreno.
“Não devemos ter pressa. Vamos esperar pelas declarações oficiais”, disse à imprensa o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, considerando que existe “uma dinâmica positiva nos avanços” das forças russas. As declarações dos exércitos russo e ucraniano, no entanto, contradizem as palavras do líder do grupo paramilitar russo Wagner, Prigojine, que afirmou hoje que as suas unidades assumiram sozinhas o controlo de todo o território de Soledar.
Contudo, de seguida, Prigojine admitiu que prosseguem “batalhas urbanas” contra bolsas de resistência no centro da cidade, tornando incerta a extensão do controlo do grupo mercenário russo sobre esta pequena cidade de pouco mais de 10.000 habitantes antes da guerra. O exército ucraniano nega estas alegações, garantindo que Soledar “foi, é e sempre será ucraniano” e que “não é verdade” que Prigojine esteja dentro das minas de sal de Soledar.
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