Eleições depois das Europeias? Ventura critica Montenegro mas está disponível
"Não podemos dizer aos portugueses que quando pedimos eleições é por calculismo político", diz líder do Chega em reação ao líder do PSD, que defendeu ida às urnas em caso de derrota do PS.
O líder do Chega criticou este domingo o presidente do PSD por estar já a admitir eleições legislativas após as Europeias de 2024, caso o PS as perca, defendendo que os portugueses não gostam de “calculismo” político. Ainda assim, diz que se juntará ao apelo. André Ventura defendeu que a convenção deste fim de semana mostra um partido “mais maduro politicamente e institucionalmente” e “pronto para governar”.
Luís Montenegro admitiu em entrevista ao ECO pedir eleições legislativas se o PS perder as eleições europeias do próximo ano. “Vamos imaginar que aquilo que aconteceu neste primeiro ano de Governo vai acontecer no segundo ano, exatamente nos mesmos termos, mais aqui, menos ali, e chegamos às europeias e o povo, enfim, tem uma decisão inequívoca. Se calhar, nessa altura, poderá haver condições para o país político, a começar pelo principal partido da oposição, poder tirar ilações, enfim, mais abrangentes, mais largas do que aquilo que normalmente acontece nas eleições para o Parlamento Europeu”, disse o líder do PSD.
Instado a reagir à margem da V convenção do Chega, que decorre em Santarém, André Ventura afirmou que “Luís Montenegro falha um pouco quando diz que é depois das Europeias. Porquê depois das europeias. Porque o PSD e o Chega têm uma maioria em relação aos outros? Jogamos o país consoante o resultado que temos nas eleições? Não é assim”. “O Chega já apresentou uma moção de censura e já votou outra. Não podemos dizer aos portugueses que quando pedimos eleições é por calculismo político. É o pior que podemos fazer”, acrescentou em declarações transmitidas pelas televiões.
André Ventura admite, no entanto, juntar-se aos sociais-democratas nesse pedido. “Na altura em que o PSD entender que deve haver novas eleições, porque este Governo já não serve, certamente que o Chega estará lá a dizer o mesmo. Porque nós já dizemos que o Governo não serve”, disse. “Temos de dizer que este Governo está esgotado, seja quem for que ganhe, seja qual for o panorama político a seguir, nós queremos novas eleições”, completou.
É evidente para qualquer analista político que hoje para construir uma alternativa terá de ser com o Chega. Nesse sentido o PSD percebeu isso e traz aqui figuras de peso.
O líder do partido mais à direita do Parlamento diz que quer continuar a crescer “e mesmo no caso do PSD de o superar”. Na Convenção estão Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, e um vice-presidente da bancada parlamentar dos sociais-democratas. Para André Ventura, “é um sinal, que sabemos reconhecer, de reconhecimento da inevitabilidade que hoje o panorama político à direita traz. É evidente para qualquer analista político que hoje para construir uma alternativa terá de ser com o Chega. Nesse sentido o PSD percebeu isso e traz aqui figuras de peso“. Voltou também a insistir que só aceitará apoiar uma alternativa de direita se fizer parte do Executivo: “À direita, ou há Governo com o Chega ou não havendo, terá de haver Governo sem o apoio do Chega”.
André Ventura fez um primeiro balanço da V Convenção, que no sábado o reelegeu para um novo mandato com 98,3% dos votos numa disputa sem adversários. “Acho que há um grande amadurecimento político e institucional, uma grande participação“, destacou. “Há um certo sentido de que o Chega se tornou hoje um grande partido da democracia a par do PS e do PSD”, disse também, acrescentando que o Chega “deu um enorme sinal de trabalho político. É um partido que está pronto para governar“.
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