É oficial. Carlos Mota Santos é o novo presidente da Mota-Engil
Carlos Mota Santos já foi designado presidente da Mota-Engil. Na nova comissão executiva, destaque para a ascensão do primo Manuel Mota a vice-CEO e para a entrada de um novo administrador financeiro.
O conselho de administração da Mota-Engil oficializou esta segunda-feira a designação de Carlos Mota Santos como novo presidente executivo do grupo. O engenheiro civil de 44 anos, o “dragão” escolhido por Jorge Coelho, vai ter como número dois o primo Manuel Mota, filho do histórico António Mota.
Numa nota enviada à CMVM, a empresa nortenha detalha ainda que, para o triénio em curso de 2021-2023, José Carlos Pinto Nogueira, gestor até agora mais ligado aos negócios em África, é o novo administrador com o pelouro financeiro (CFO), uma função que era até agora ocupada pela chinesa Xiangrong Wang.
No comité executivo da empresa criada há 74 anos, em Amarante, por Manuel António da Mota – um órgão que era até agora comandado por Gonçalo Moura Martins –, mantém-se Xiao Di e entra, por outro lado, João Pedro Parreira, responsável pela operação na América Latina.
Também esta segunda-feira, na sequência da assembleia geral realizada no Porto, foram eleitos os três novos membros do conselho de administração, que fazem subir para 17 o número de administradores na era Carlos Mota Santos. Além de José Carlos Pinto Nogueira e João Pedro Parreira, para administrador não executivo entra Paulo Portas, antigo líder do CDS-PP e ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, que colabora com a empresa desde 2016, prestando aconselhamento estratégico, focado nos mercados da América Latina.
Em comunicado de imprensa, a empresa salienta que na reunião magna realizada esta tarde no auditório da Fundação Manuel António da Mota, na cidade Invicta, “estiveram presentes representantes de 74,76% do capital social da empresa, tendo todos os pontos sido aprovados por votações favoráveis superiores a 97,58% dos votos emitidos na assembleia”.
A construtora a quem foi adjudicado o polémico altar-palco para a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, passou em 2021 a ter como acionista estratégico a China Communications Construction Company (CCCC). A quarta maior construtora do mundo detém 32,41% do capital, tendo nessa altura a participação da família Mota baixado de 65% para 40%.
Após ter fechado o primeiro semestre de 2022, em que lucrou 12 milhões de euros, com uma carteira de encomendas de 9,6 mil milhões de euros, Gonçalo Moura Martins estimou em outubro que a empresa iria atingir “valores históricos” a rondar os 13 mil milhões e 14 mil milhões de euros no final do ano passado, em que diz ter consolidado a presença entre as maiores construtoras mundiais, sendo a 21º na Europa e 7ª na América Latina.
África representa 51% dos negócios, seguida da América Latina (33%). No plano estratégico “Building’ 26”, que começou a ser executado no ano passado e em que decidiu concentrar recursos nos mercados core – desfez-se, entretanto, de participadas no Reino Unido e na Irlanda ou da Takargo (transporte ferroviário de mercadorias) – a construtora assumiu o objetivo de faturar mais de 3,8 mil milhões de euros em 2026.
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