Rússia diz que Pequim já apresentou plano de paz a Moscovo

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

A diplomacia russa adiantou que o plano chinês deve ser conhecido ainda esta semana. O MNE russo esclareceu ainda que não se trata de "um plano de paz separado".

A China apresentou à Rússia a sua visão para “a solução política” do conflito na Ucrânia, que deve ser tornada pública ainda esta semana, informou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. “Os aliados chineses partilharam connosco os seus pensamentos sobre as causas profundas da crise ucraniana, bem como as suas abordagens para uma solução política”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado, após a viagem a Moscovo do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.

A diplomacia russa adiantou que o plano chinês deve ser conhecido ainda esta semana. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo esclareceu ainda que não se trata de “um plano de paz separado”. País aliado da Rússia, a China nunca apoiou, nem criticou publicamente, a invasão da Ucrânia, embora tenha expressado repetidamente o seu apoio a Moscovo face às sanções ocidentais.

Contudo, ao mesmo tempo, Pequim sempre pediu respeito pela integridade territorial da Ucrânia, enquanto Moscovo reivindica a anexação de cinco regiões ucranianas. O Governo ucraniano já reagiu a este anúncio de Moscovo, dizendo que Pequim não consultou Kiev na preparação deste plano de paz para o conflito. “A China não nos consultou”, disse uma fonte do Governo ucraniano.

Contudo, na terça-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, que se encontrou com o seu homólogo chinês na Alemanha, revelou em Bruxelas que este último o “informou sobre os elementos-chave do plano de paz chinês”. “Aguardamos pelo documento para o estudar em pormenor, para não tirarmos conclusões com base na apresentação oral”, explicou Kuleba.

Esta quarta, um alto responsável ucraniano avisou que nenhum plano de paz deve ultrapassar “as linhas vermelhas” definidas por Kiev, incluindo concessões territoriais à Rússia, que ocupa territórios no leste e sul do país. “Para a Ucrânia, as linhas vermelhas são os princípios da carta da ONU, incluindo o respeito pela integridade territorial ucraniana”, disse este funcionário.

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Desafios do futuro mercado voluntário de carbono

  • Conteúdo Patrocinado
  • 22 Fevereiro 2023

Está em consulta pública, até ao próximo dia 10 de abril, a proposta legislativa que contém as regras relativas ao mercado voluntário de carbono português.

De uma forma simples, o mercado voluntário de carbono visa permitir a qualquer operador económico compensar as suas emissões de gases com efeito de estufa através da aquisição de “créditos de carbono” (o lado da procura) emitidos no âmbito de projetos de redução de gases com efeitos de estufa ou de sequestro de carbono (o lado da oferta).

Não estando em causa o mercado obrigatório de carbono (o conhecido CELE, regulado legislativamente pela União Europeia), o que move os interessados na aquisição dos créditos de carbono, e está na base da existência dos mercados voluntários de carbono, não é, pelo menos em primeira linha, o cumprimento do quadro regulatório aplicável (o modernamente designado compliance), mas sim o objetivo de reforçar as suas estratégias de sustentabilidade, de diferenciar os seus produtos e valorizar as suas marcas.

Sendo isto verdade, certo é também que o motor da procura nestes mercados voluntários é, cada vez menos, o “eco ou sustainable marketing”: a procura de créditos de carbono acelera à medida que aumentam os requisitos de divulgação de informações relacionadas com o clima e relatórios de sustentabilidade e à medida que os incentivos financeiros são cada vez mais canalizados para projetos sustentáveis.

A neutralidade carbónica das empresas joga-se, cada vez mais, no plano da sobrevivência e menos apenas no campo do marketing. Seja como for, estima-se que a procura de “créditos de carbono” aumente 15 vezes até 2030 ou 100 vezes até 2050, segundo o estudo da Taskforce on Scaling Voluntary Carbon Markets.

Mas a criação e a dinamização de um mercado voluntário de carbono colocam inúmeros desafios que são críticos para o seu sucesso. Um dos mais importantes desafios prende-se com a dinamização do mercado através da promoção da oferta e da procura.

Do lado da procura, esta dinamização não parece ser particularmente problemática, já que o incentivo natural decorre dos objetivos de descarbonização que estão a ser colocados às empresas do ponto de vista normativo e de todo o ambiente net zero envolvente; mas, ainda assim, a atração de procura para o novo mercado português dependerá do funcionamento claro e eficiente das regras deste novo mercado e, no fim do dia, do preço dos créditos nele transacionados (que, por sua vez, dependerão dos custos associados aos projetos do lado da oferta, particularmente com certificações e verificações).

Já do lado da oferta, tudo indica que a dinamização poderá ser mais desafiante e lenta. Segundo a proposta sujeita a consulta pública, a prioridade será dada aos projetos de sequestro florestal de carbono nos territórios vulneráveis identificados na Portaria 301/2020, de 24 de dezembro, nas áreas florestais ardidas ou noutras que careçam de intervenção. Ou seja, são considerados prioritários os projetos de florestação ou reflorestação, que encontrarão, assim, neste mercado voluntário um (novo) mecanismo de financiamento.

Na verdade, os mercados de carbono permitem que as empresas financiem projetos de mitigação de carbono (no caso português, primacialmente projetos de florestação), incentivando assim a proteção e a restauração dos ambientes naturais, tornando-as competitivas em face de outras utilizações económicas. Só que não pode ser esquecida a realidade florestal nacional: por um lado, 97 % da floresta em Portugal é privada, segundo o relatório Global Forest Resources Assessment da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, de 2020; e, por outro lado, o território nacional assenta num recorte fundiário de extensão média ou reduzida, o que dificulta a obtenção da escala adequada aos projetos de florestação e à sustentabilidade dos investimentos que os mesmos exigem (a par dos custos da florestação propriamente dita, os custos das certificações e verificações são tendencialmente muito elevados, a avaliar pelo que já existe).

É, pois, preciso encontrar mecanismos que mobilizem os proprietários florestais para a implementação de projetos de sequestro de carbono com vista ao reconhecimento dos créditos e à sua transação no novo mercado, designadamente através de mecanismos agregados de gestão florestal profissionalizada e com níveis de serviço, associados a uma lógica de proximidade, mas não necessariamente de contiguidade.

Como qualquer projeto que exige investimento, o esforço financeiro inicial que é exigido aos promotores dos projetos apresenta-se muito crítico. A proposta em consulta pública, não ignorando essa dificuldade, prevê a possibilidade de serem emitidos “créditos de carbono futuros”, que são gerados previamente à redução/sequestro de carbono com base em estimativa (stage 0) e não em verificação. Depois de emitidos, estes créditos podem ser vendidos com vista à imediata arrecadação de receita pelo projeto acabado de implementar. Mas, ainda assim, prevê-se uma limitação de emissão desses “créditos de carbono futuros” a um montante que não exceda os 10% dos créditos totais previstos para a “vida” do projeto, limite este que pode ficar aquém do equilíbrio necessário para a dinamização dos projetos.

Os promotores – sejam os titulares do projeto ou intermediários, como empresas especializadas na gestão florestal – terão assim de encontrar uma estrutura criativa e diversificada de financiamento para o investimento, aproveitando obviamente as fontes de financiamento públicas que já existem e seguramente continuarão a existir, reembolsáveis e não reembolsáveis, para apoio à preservação do capital natural, mas complementando-as com origens de fundos privadas, sejam os créditos de carbono, sejam as estruturas mais complexas de financiamento tradicional de projetos.

Um outro desafio, já bem conhecido, prende-se com a (des)confiança que este tipo de mercados tem vindo a suscitar um pouco por todo o mundo, face à sua instrumentalização na sedução de consumidores (o greenwashing) ou até pela recente divulgação, pelo “The Guardian”, de estudos que denunciaram a existência “créditos de carbono fantasma”, isto é, créditos baseados na redução de emissões de carbono de acordo com os standards da Verra (o maior certificador mundial de créditos de carbono) que, afinal, segundo alegado nestes relatórios e estudos recentes, não representam efetivamente genuínas reduções de emissão de carbono. O modelo português em consulta pública denota uma evidente preocupação em evitar situações como estas.

De um lado, a montante, a aprovação das metodologias de certificação a usar em cada tipologia de projeto, e adaptadas às particularidades de cada uma das atividades em causa, é um fator essencial para a credibilização deste mercado. As metodologias devem estabelecer os critérios e as orientações para efeitos do reconhecimento do projeto e dos créditos que estes venham a gerar, incluindo critérios de elegibilidade, orientações sobre a avaliação da adicionalidade, métodos de quantificação, duração mínima e máxima, e são aprovadas pela APA (suportada numa comissão técnica de representação plural e precedida de discussão pública), devendo ter por base as orientações internacionais, como as do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.

Será fundamental assegurar a compatibilização das metodologias a aprovar pela APA com as metodologias de certificação a aprovar pela Comissão Europeia através de atos delegados, de acordo com o futuro Regulamento Europeu que estabelecerá um quadro de certificação da União relativo às remoções de carbono (cuja proposta pela Comissão Europeia foi apresentada no final de 2022) e manter as metodologias sempre alinhadas com a evolução do quadro normativo e com a evolução técnica e científica nas matérias em jogo.

A jusante, prevê-se a intervenção de verificadores independentes, devidamente qualificados (na linguagem da proposta de regulamento da Comissão Europeia, são organismos de certificação acreditados por um organismo nacional de acreditação) – cujos requisitos a proposta legislativa remete para portaria ministerial -, para avaliarem a conformidade do projeto com a metodologia de carbono aplicável (avaliação ex ante) e, bem assim, verificarem periodicamente a efetiva redução/sequestro de carbono (avaliação ex post). Por outro lado, se, durante a monitorização do projeto se verificar uma situação de reversão (o volume líquido de carbono sequestrado num momento é inferior ao mesmo volume determinado num momento anterior), os créditos de carbono são cancelados e deixam de poder ser transacionados no mercado.

Todos estes mecanismos, cuja concretização não emerge diretamente da proposta legislativa e é deixada para momento posterior e para nível infralegal, serão, pois, cruciais para aportar ao sistema e ao mercado a fiabilidade e a credibilidade necessárias.

Ana Luísa Guimarães, Sócia; e João Tomé Pilão, Associado Sérvulo & Associados

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Pilotos da Portugália vão decidir a 1 de março se avançam com greve

  • ECO
  • 22 Fevereiro 2023

O SIPLA convocou uma assembleia-geral para o próximo dia 1 de março, com o intuito de decidir o novo acordo da Portugália, bem como se avançam para uma greve.

O Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA) convocou uma assembleia-geral para o próximo dia 1 de março, com o intuito de decidir o “novo acordo de empresa para os pilotos da Portugália”, bem como a possibilidade de avançarem para uma greve, de acordo com um comunicado do sindicato citado pelo Expresso (acesso pago).

O sindicato exige a “atualização da tabela salarial aos valores de 2019, com os montantes praticados antes dos cortes, mais a inflação”, numa altura em que a massa salarial da Portugália, subsidiária da TAP, é de 25 milhões de euros, isto é, mais um milhão do que em 2019. Atualmente, a companhia tem 250 pilotos, mais 82 do que no período pré-pandemia.

No comunicado, enviado aos associados o SIPLA aponta ainda que “os valores de custo-hora e a massa salarial proposta” pela TAP para 2023 “é marginalmente superior à praticada no ano de 2019, ano em que o quadro de pilotos efetivos era cerca de 30% inferior e a frota era composta de menos 3 aeronaves”.

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FakeNews: Observatório Europeu dos Meios de Comunicação pede esforços às plataformas

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

O Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digital apelou a esforços das plataformas online para combater a desinformação, nomeadamente do Twitter, que vai cobrar para fornecer dados da rede.

O Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digital (EDMO) apelou esta quarta-feira a esforços das plataformas online para combater a desinformação na União Europeia (UE), nomeadamente do Twitter, que anunciou que vai cobrar para fornecer dados da rede.

“Apesar das promessas, as plataformas online estão a falhar na luta contra a desinformação“, reage o conselho executivo do EDMO, numa posição hoje divulgada.

Dias depois de a Comissão Europeia ter anunciado a criação de um centro de transparência relativo à desinformação, o observatório saúda esta iniciativa comunitária, bem como “a publicação dos primeiros relatórios dos signatários do código de conduta reforçado”, exortando a que as plataformas subscritoras sejam “mais precisas, claras e transparentes nos seus relatórios”. Os signatários na UE do código de conduta sobre a desinformação (incluindo as principais plataformas como Google, Meta, Microsoft, TikTok e Twitter) lançaram há duas semanas um centro de transparência e publicaram relatórios sobre os compromissos implementados até ao momento, realçando iniciativas de combate às informações falsas ou enganadoras, como a remoção de anúncios e contas falsas ou a introdução de etiquetas em determinados conteúdos.

Porém, de acordo com o observatório, “os relatórios publicados não constituem um cumprimento suficiente dos compromissos assumidos pelos signatários”.

Citado pelo comunicado, o presidente do conselho executivo do EDMO, Miguel Poiares Maduro, fala no “início de um processo”, argumentando que “fornecer relatórios parciais com números não auditáveis não contribuirá suficientemente para a credibilidade e sustentabilidade do código de conduta“.

Na nota à imprensa, o EDMO diz-se ainda “preocupado com o recente anúncio feito pelo Twitter para começar a cobrar pelo acesso à sua interface de programação de aplicações“, o que permite atualmente aos investigadores acederem de forma gratuita aos dados da rede social.

O acesso aos dados públicos do Twitter é fundamental para a investigação sobre desinformação, [pelo que] a cobrança por esse acesso aos dados tem um impacto grave na viabilidade e continuidade de uma série de projetos de investigação, criando ainda discriminação entre os investigadores com base na sua disponibilidade de financiamento“, adianta o observatório.

No final de 2018, plataformas digitais como Google, Facebook (agora Meta), Twitter e Microsoft comprometeram-se a combater a desinformação nas suas páginas através da assinatura de um código de conduta voluntário. Três anos depois, em 2021, a Comissão Europeia anunciou um reforço deste código de conduta para aumentar a visibilidade de informação fiável de interesse público, avisando os utilizadores que interagiram com um conteúdo marcado como falso por ‘fact checkers’. Esta revisão foi subscrita, já em meados de 2022, por 34 signatários.

O código de conduta contra a desinformação é uma ferramenta através da qual as plataformas que operam na UE concordam com normas autorreguladoras para combater as notícias falsas ou a informação enganadora.

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PS diz que há “manobra dilatória” do PSD em não nomear os nomes para a ERC

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

A deputada socialista Rosário Gambôa afirma que "há seguramente uma manobra dilatória" do PSD em não nomear os membros para a ERC e defendeu a necessidade de revigorar" a entidade.

A deputada socialista Rosário Gambôa afirmou esta quarta-feira à Lusa que “há seguramente uma manobra dilatória” do PSD em não nomear os membros para o Conselho Regulador da ERC e defendeu a necessidade de revigorar” a entidade. “Há seguramente uma manobra dilatória de não assumir a sua responsabilidade de nomear os membros para o Conselho Regulador, sabendo que o tempo esgotou-se, que há situações difíceis no interior da ERC para resolver e que era necessário revigorar a ERC, recomeçar com outro Conselho Regulador”, afirmou a deputada à Lusa.

O PSD votou contra o requerimento do PS para a audição dos conselheiros da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre a eliminação do nome do professor Mário Mesquita da capa da edição do livro “Desinformação: Contexto Nacional e Europeu” pelo presidente da entidade, Sebastião Póvoas.

Em 06 de dezembro, “o Conselho esteve cá, e quando cá esteve na audição que foi feita inclusivamente pela senhora deputada [do PSD] Fernanda Velez, por quem eu tenho a maior consideração e estima pessoal”, esta “não só perguntou ao Conselho Regulador se tinha alguns contributos a dar em termos da sua própria experiência, coisa que foram omissos, como o interpelou sobre um conjunto de denúncias, que ela própria classificou como gravosas, relativamente a questões de assédio moral, de não avaliação dos funcionários, assim como outros problemas de funcionamento que tinham a ver com a falta de transparência, quer em procedimentos administrativos, quer em comunicações, contextualizou a deputada.

O presidente da ERC, Sebastião Póvoas, cujo mandato terminou, “não esclareceu, nem mostrou nenhuma abertura para as esclarecer” durante a audição parlamentar em dezembro, referiu. Perante isto, “como é que, num Conselho Regulador” que tem “problemas” e “que não demonstrou capacidade para os esclarecer, agora, o PSD quer que seja ele a batuta que vai decidir já como é que deve ser reorganizada a ERC“, questionou Rosário Gambôa.

O PS votou contra o requerimento do PSD que solicitava a realização de um conjunto de audições a entidades do setor dos media tendo em vista a análise e uma reflexão sobre a atividade reguladora da ERC, onde se inclui a audição de um “membro do Conselho Regulador da ERC em exercício”, de acordo com o requerimento. Ainda por cima “quando está definida em sede correta uma conferência parlamentar onde esse assunto tem todo o cabimento”, prosseguiu, sublinhando que “o PS entende que esta questão deve ser levantada” em lugar próprio, porque “não se começa a construção de uma casa por o telhado”, mas antes “por baixo”.

Rosário Gambôa salientou que a conferência parlamentar sobre a comunicação social em Portugal e os seus desafios e soluções que vai ser organizada terá “múltiplos polos, múltiplas dimensões diferentes” dos ‘stake holders‘ (partes envolvidas) dos media.

A deputada socialista salientou que ainda hoje a comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto realizou uma audição com a Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ) e que também ouvirá “sindicatos” como outras entidades que têm a ver com os media. Agora, “o que nós não conseguimos entender é como é que o PSD faz uma manobra, que só podemos entender como dilatória, para justificar a não nomeação até à data dos elementos indicados” para na Assembleia da República “serem eleitos como membros do Conselho Regulador da Comunicação Social”, criticou a deputada do PS.

Portanto, que o PSD, “nesta manobra dilatória, utilize este artifício de querer fazer uma conferência centrada em que um dos principais interlocutores, logo à cabeça, é exatamente este, porque não é a ERC, é este Conselho em funções que está bem especificado” no requerimento e que “simultaneamente reprova, da autoria deste Conselho, um requerimento [do PS] que pretende saber porque é que este Conselho Regulador retirou o nome [de Mário Mesquita] e qual é a justificação que tem que para dar”, lamentou Rosário Gambôa.

Trata-se de alguém que, além de vice-presidente da ERC até à sua morte, em maio de 2022, “toda a gente” reconhecia a sua “reputação (…) e o contributo que ele deu”, além de ser o “organizador deste trabalho” e cujo nome foi eliminado da capa do livro, reforçou.

“O que é que está aqui a acontecer”, questionou a deputada socialista. “Nós, lamentavelmente, só podemos concluir uma coisa: há aqui algum compromisso do PSD necessariamente com este Conselho Regulador que nos escapa”, rematou.

 

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Euronext lança proposta de 5,5 mil milhões pela Allfunds

  • Mariana Marques Tiago
  • 22 Fevereiro 2023

A Euronext apresentou uma proposta de 5,5 mil milhões de euros em ações e dinheiro para a aquisição da Allfunds. Neste momento estão a decorrer negociações com os principais acionistas da empresa.

A Euronext apresentou esta quarta-feira uma proposta de 5,5 mil milhões de euros em ações e dinheiro pela aquisição da Allfunds. Estão a decorrer negociações com os principais acionistas.

Segundo a Reuters, a empresa holandesa avalia a plataforma de distribuição de fundos em 8,75 euros por ação. De acordo com a Euronext, estavam a decorrer negociações com os maiores acionistas da Allfunds após ter sido apresentada uma oferta indicativa ao conselho da empresa.

O sucesso da oferta depende das negociações levadas a cabo com o maior acionista da empresa, a americana Hellman & Friedman, que detém uma participação de 34,3% da Allfunds.

Após a informação, as ações da Allfunds valorizaram 29%, atingindo 9,445 euros. O valor atingiu o máximo valor registado deste maio.

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Lone Star sonda banca espanhola para vender Novobanco por dois mil milhões

  • ECO
  • 22 Fevereiro 2023

Operação poderá arrancar ainda este ano ou no início de 2024. Santander e CaixaBank perfilam-se como principais candidatos a ficarem com o Novobanco. Em Espanha fala-se em negócio de dois mil milhões.

A Lone Star começou a sondar os grandes bancos espanhóis para vender o Novobanco, avança o jornal espanhol Vozpópuli (acesso livre/conteúdo em espanhol), citando várias fontes financeiras. O objetivo do fundo americano passa por vender o banco com uma avaliação de cerca de dois mil milhões de euros, embora algumas fontes considerem que terá de baixar a fasquia para menos de 1,5 mil milhões de euros para tornar a operação mais atrativa.

Confrontada pelo ECO, fonte oficial da Lone Star inicialmente não quis comentar, mas depois veio desmentir publicamente a notícia no dia seguinte: “Ao contrário do referido, a Lone Star não iniciou quaisquer contactos para vender a sua posição no Novobanco nem pretende iniciar um processo de venda este ano”.

O fundo comprou 75% do Novobanco em 2017, a troco de uma injeção de 1.000 milhões de euros. Os restantes 25% estão nas mãos do Fundo de Resolução e do Estado, com a Direção-Geral do Tesouro e Finanças a preparar-se para se tornar no segundo maior acionista por via da conversão de créditos fiscais, como o ECO revelou em primeira mão.

Estas movimentações surgem numa altura em que Bruxelas se prepara para dar por concluído o processo de reestruturação do Novobanco, que implicou que o Fundo de Resolução, financiado por contribuições da banca, tivesse de injetar 3,4 mil milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente. O fim deste processo significa que o banco se liberta das amarras da DG-Comp, a autoridade da concorrência da União Europeia, incluindo a distribuição de dividendos ou a aquisição de outros bancos.

De acordo com o jornal espanhol, a Lone Star ainda se encontra a fazer os contactos preliminares através da banca de investimento. A venda poderá arrancar este ano ou nos primeiros meses de 2024.

Dentro do setor veem o CaixaBank (dono do BPI) e o Santander como os bancos com melhor perfil para ficar com o Novobanco, o quarto maior banco em Portugal. O banco liderado por Mark Bourke tem quase 47 mil milhões de euros em ativos e uma quota de mercado de depósitos e créditos acima de 9%. Para estes dois bancos, a aquisição do Novobanco representaria um salto expressivo no mercado nacional, praticamente duplicando a presença e superando o BCP.

Em relação ao Bankinter, que está em Portugal desde 2016, teria mais dificuldades em digerir a aquisição de um banco tão grande. Sempre que foi questionado sobre o tema, o banco afastou o interesse no Novobanco, apostando no crescimento orgânico. Quanto ao BBVA, mesmas fontes duvidam que tenha capacidade, depois de reduzir a presença no mercado português nos últimos anos.

Publicamente, o CEO do Novobanco tem referido que a estratégia do banco passa por se tornar “independente”, tendo Mark Bourke confidenciado, numa reunião interna com trabalhadores, que os planos incluiriam uma venda em bolsa (IPO).

O Novobanco apresenta as contas no próximo dia 9 de março, antes da abertura dos mercados. Vão ser resultados históricos. Até setembro registou um resultado de quase 430 milhões de euros, batendo toda a concorrência privada.

(Notícia atualizada às 17h08 do dia 23 de fevereiro com reação oficial da Lone Star)

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Apoio às rendas poderá chegar a 100 mil famílias, diz ministra da Habitação

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

"Dos dados que temos, são à volta de 100 mil famílias que estão em sobre esforço face aos 35% [de taxa de esforço no pagamento da renda]", disse a ministra.

O apoio extraordinário ao pagamento das rendas no valor mensal de até 200 euros poderá chegar a cerca de 100 mil famílias, sendo este o universo de agregados identificado como em sobre esforço no pagamento da renda. Este número foi avançado pela ministra da Habitação no ‘Podcast‘ do semanário Expresso “Perguntar não ofende” em que, ao longo de cerca de uma hora e meia, Marina Gonçalves responde a várias das críticas que têm surgido desde a aprovação, na semana passada, do pacote “Mais habitação”.

Dos dados que temos, são à volta de 100 mil famílias que estão em sobre esforço face aos 35% [de taxa de esforço no pagamento da renda]”, disse a ministra, salientando, porém, que estes dados terão ainda de ser alvo de uma análise “mais fina”, nomeadamente tendo em conta a tipologia das casas que habitam. O apoio extraordinário ao pagamento das rendas será concedido por períodos de 12 meses prorrogável até a um máximo de 60 meses (cindo anos), contemplando um valor que pode ir no máximo até 200 euros mensais.

São elegíveis para este apoio as famílias com taxas de esforço superiores a 35% (ou seja, aquelas em que o pagamento da renda lhes absorve mais de 35% do seu rendimento mensal), com rendimentos até ao 6.º escalão do IRS e cujo contrato de arrendamento tenha sido registado no Portal das Finanças até 31 de dezembro de 2022.

Para se ser elegível é ainda necessário que a renda esteja enquadrada nos limites de renda previstos no Porta 65. O apoio corresponderá à diferença entre a taxa de esforço real e a taxa de esforço final, sendo de 35% no primeiro ano com o referido limite de 200 euros por mês.

A taxa de esforço final vai aumentando ao longo do período de atribuição do apoio (sendo de 40% nos segundo e terceiro anos e de 45% nos dois últimos anos, segundo indica o documento colocado em consulta pública (até 10 de março) pelo Governo.

A forma como as famílias poderão aceder a este apoio está ainda a ser definida, já que o “Mais habitação” será de novo analisado e aprovado pelo Conselho de Ministros de 16 de março. O “Mais habitação” contempla também um apoio à prestação do crédito à habitação, tendo a ministra, Marina Gonçalves indicado, no referido podcast que esta medida deverá ser desenhada para vigorar em 2023 e alvo de reavaliação.

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Bragança recusa ser “fim de linha” de comboio e defende ligação a Espanha

Autarca de Bragança defende que não há obstáculos à construção de uma nova linha na região de Trás-os-Montes e que ligação a Espanha está prevista desde o século XIX.

“Ou nós conseguimos incluir a linha de Trás-os-Montes no Plano Ferroviário Nacional ou ficamos definitivamente arredados da ferrovia.” O presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, assumiu a construção de uma nova ligação ferroviária entre Porto e Zamora como uma das lutas da região para os próximos tempos. A posição foi defendida durante um debate na secção Norte da Ordem dos Engenheiros, nesta quinta-feira.

A atual proposta defende uma ligação ferroviária Porto-Vila Real em 44 minutos e entre Porto-Bragança em 1h15 (alta velocidade) ou 1h30 (serviço Intercidades). O ponto de partida é o aeroporto Francisco Sá Carneiro e não a estação de Caíde, como pressupõe o PFN. Este estudo também prevê que a ligação Porto-Madrid via Zamora (e não via Salamanca) seja feita em duas horas e 45 minutos.

“Reivindicaremos a proposta até ao limite. A ligação é exequível e não há dificuldades técnicas com a orografia nem há constrangimentos do ponto de vista ambiental“, sustentou o autarca, eleito pelo PSD. Hernâni Dias recordou que desde o final de século XIX que há o pressuposto de haver uma ligação ferroviária entre Bragança e Espanha. “Nós já temos a experiência de ter o comboio até Bragança e de ser o fim de linha. Tanto que isso aconteceu e o comboio desapareceu em 1989.”

Hernâni Dias garante ainda não estar contra a proposta do Plano Ferroviário Nacional, que apenas prevê a construção de uma linha entre Caíde e Bragança, via Vila Real. No entanto, defende que a proposta da Associação Vale d’Ouro deve ser, “pelo menos, estudada de forma muito maturada” por uma equipa governamental. Até porque “podemos avançar com um PFN que marque as nossas vidas e ser definida de uma forma não tão exaustiva quanto seria desejável para obtermos a melhor solução possível, para o desenvolvimento do país”.

A posição foi manifestada a menos de uma semana do final do período de consulta pública do Plano Ferroviário Nacional, marcado para 28 de fevereiro.

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Desmantelada fraude europeia ao IVA, que inclui Portugal

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

Os lucros ilegítimos da fraude eram “branqueados e reinvestidos em imobiliários de luxo em diferentes países, entre os quais a República Checa, Itália e Portugal”.

Uma investigação da Procuradoria-Geral Europeia desmantelou uma rede responsável por uma fraude no IVA no valor de 25 milhões de euros, detendo 17 pessoas numa operação conjunta em oito países, incluindo Portugal, adiantou esta quarta-feira o organismo europeu.

De acordo com o comunicado da Procuradoria-Geral Europeia (EPPO, sigla inglesa), a operação decorreu na terça-feira, dia 21, tendo sido detidas 17 pessoas no âmbito de “uma ampla operação” contra uma alegada rede criminosa baseada em Espanha, que “terá orquestrado uma fraude massiva de IVA de 25 milhões de euros através da venda de telemóveis e de outros equipamentos eletrónicos”, acrescentando que um dos principais suspeitos foi detido em Milão, Itália, no âmbito de outra investigação da EPPO.

A operação “Marengo Rosso” foi liderada pelo gabinete em Madrid da EPPO, tendo sido desencadeadas 39 buscas e detidas pessoas na República Checa, Hungria, Itália, Luxemburgo, Portugal, Polónia, Eslováquia e Espanha. “Em causa está uma alegada fraude em carrossel ao IVA, um complexo esquema criminoso que se aproveita da legislação europeia para transações transfronteiriças entre Estados-membros, uma vez que estão isentos de IVA”, explica o comunicado da EPPO.

Segundo a investigação, o esquema fraudulento envolvia o recurso a “empresas de fachada em diferentes países, através das quais telemóveis, tablets, computadores e outros equipamentos eletrónicos eram ostensivamente negociados, usando faturas fictícias, com o objetivo de fugir ao pagamento do IVA”.

“A cadeia de empresas de fachada também permitiu reclamar o reembolso de IVA às autoridades fiscais nacionais e aos quais os proprietários não teriam direito, culminando em lucros ilegítimos de proporções massivas. Por fim, estes bens eram vendidos a preços muito competitivos através de plataformas online em vários países”, acrescenta a nota da EPPO. Segundo as provas recolhidas pela investigação, os lucros ilegítimos eram depois “branqueados e reinvestidos em imobiliários de luxo em diferentes países, entre os quais a República Checa, Itália e Portugal”.

O comunicado da Procuradoria Europeia adianta ainda que um dos principais suspeitos da operação é também considerado o líder numa outra investigação em Itália, no âmbito da qual a EPPO executou seis detenções e apreendeu 40 milhões de euros.

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Nova linha pode pôr Braga a 10 minutos de comboio de Guimarães

Secção Norte da Ordem dos Engenheiros defende aposta em duas novas linhas: uma para fechar o "quadrilátero do Minho" e outra para Vila Real e Bragança voltarem a ter o comboio.

O Plano Ferroviário Nacional (PFN) defende a criação de uma nova linha ferroviária que inclua os distritos de Vila Real e de Bragança, e a implementação de um sistema de autocarros articulados do tipo BRT para ligar Guimarães a Braga, Fafe, Felgueiras e Famalicão. A região Norte, contudo, não se conforma e quer uma nova linha para Norte litoral e outra para o Norte interior. As propostas foram apresentadas nesta quarta-feira na secção Norte da Ordem dos Engenheiros.

“O documento peca por falta de ambição e não percebemos qual é o projeto para o território. Dificilmente contribuirá para o reforço da coesão territorial”, lamentou o presidente do Conselho Diretivo da OERN. Bento Aires considerou ainda: “Não me parece cabal pensar numa nova linha sem estar preparada a infraestrutura”.

Versão em consulta pública do PFN sugere sistema de BRT ou de metro ligeiro para “quadrilátero do Minho”.

Em vez de autocarros BRT, há uma proposta para construir uma linha de comboio direta entre Braga e Guimarães, com tempo de viagem máximo de 10 ou de 15 minutos se houver uma estação nas Taipas. Esta ligação sobre carris pode custar 400 ou 450 milhões de euros. Na opção mais barata, é necessário construir um túnel de cerca de 3,2 quilómetros. Na versão mais cara, o túnel terá de ter 4,5 quilómetros.

“Com esta opção, um comboio pode sair de Guimarães, passar pela nova estação de Braga e ir diretamente até Vigo”, sinalizou o autor desta proposta, João Cunha, administrador do portal Portugal Ferroviário.

Se forem acrescentados cerca de 150 milhões de euros, Guimarães pode ficar a menos de uma hora de comboio de Viana do Castelo, com paragem em Barcelos e Braga. O comboio pode ser tão ou mais rápido do que o carro e com custo mais baixo para os passageiros.

A proposta de construção de uma nova linha entre Braga e Guimarães fica a metade do orçamento inicialmente defendido pelo secretário de Estado das Infraestruturas. Em janeiro, Frederico Francisco considerou que a construção desta ligação ferroviária iria custar, “com facilidade”, “muitas centenas de milhões de euros”, podendo atingir os mil milhões de euros. Isso iria dever-se à construção de um túnel de nove quilómetros.

Foi ainda apresentada a proposta para a construção de uma nova linha de comboio na região de Trás-os-Montes, que pode atingir entre 3,5 e 4,4 mil milhões de euros. A Associação Vale d’Ouro defende uma ligação ferroviária Porto-Vila Real em 44 minutos e entre Porto-Bragança em 1h15 (alta velocidade) ou 1h30 (serviço Intercidades). O ponto de partida é o aeroporto Francisco Sá Carneiro e não a estação de Caíde, como pressupõe o PFN. Este estudo também prevê que a ligação Porto-Madrid via Zamora (e não via Salamanca) seja feita em duas horas e 45 minutos.

PFN defende construção de nova linha de comboio até Bragança mas sem ligação a Espanha e à rede ferroviária local.

PPP são “casamento quase perfeito” com a ferrovia

Para haver orçamento suficiente para a construção de novas linhas de comboio será necessário implementar o modelo de parceria público-privada (PPP), defende o economista Miguel Leal de Faria. Este é o modelo que está a ser pensado para a nova linha Porto-Lisboa.

“As PPP têm um casamento quase perfeito com a ferrovia. São investimentos muito significativos em todas as componentes e que têm uma ausência de viabilidade financeira tout court (sem mais). Dificilmente têm receitas que financiem todos os serviços”, sustenta o economista especialista em energia e infraestruturas da consultora Deloitte.

Para a nova vaga de investimentos ferroviários, como a nova linha Porto-Lisboa, o economista prevê que haja um “elevadíssimo nível de subsidiação do projeto“, por conta de fundos europeus não reembolsáveis, como o Connecting Europe Facility, e a subsidiação de projetos que recebam interessa da banca de investimento. No caso da banca de investimento, o reembolso dos empréstimos poderá ser feito “através de pagamentos por disponibilidade próximos dos 40 anos”.

Detalhe do orçamento da fase 1 da nova linha Porto-Lisboa.

O economista assinalou que para a nova linha Porto-Lisboa poder funcionar a partir de 2030 é necessário iniciar “até ao final deste ano”, o procedimento de contratação pública”, para que o processo depois decorra no prazo de dois anos e as obras possam começar em 2026.

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Ryanair aumenta frequências da Madeira para o Porto

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

A companhia aérea salienta que terá mais quatro frequências semanais entre a Madeira e o Porto, aumentando assim a sua capacidade total em 7% face ao verão do ano passado.

A Ryanair vai manter no verão as 10 rotas que já opera na Madeira, mas vai aumentar a frequência de voos entre o Funchal e o Porto, anunciou esta quarta-feira a companhia.

Em comunicado, a Ryanair salienta que terá mais quatro frequências semanais entre a Madeira e o Porto, aumentando assim a sua capacidade total em 7% face ao verão do ano passado. A companhia perspetiva transportar este verão cerca de 730.000 passageiros nas 10 rotas, indica a nota.

A Ryanair tem voos a partir da Madeira para Lisboa, Porto, Londres, Manchester, Milão, Dublin, Paris, Marselha, Bruxelas e Nuremberga.

“Estamos ansiosos por receber os nossos clientes a bordo dos nossos voos de e para a Madeira neste verão, uma vez que a Ryanair continua a oferecer mais tráfego, conectividade e tarifas mais baixas do que qualquer outra companhia aérea em Portugal”, afirma Elena Cabrera, responsável da transportadora para Portugal e Espanha, citada no comunicado.

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