Sem acordo com a APDL, camionistas param operações no Porto de Leixões

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

Os operadores rodoviários que operam no Porto de Leixões não chegaram a consenso nas negociações com a APDL e paralisaram a operação no terminal nortenho.

Os operadores rodoviários que operam no porto de Leixões não chegaram a acordo com a administração portuária acerca de compensações pelos tempos de espera, tendo paralisado a sua operação no terminal nortenho, confirmou esta quarta-feira a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Mesmo com os esforços que a APDL canalizou para a resolução desta situação, em sede negocial, não foi possível alcançar o consenso“, pode ler-se num comunicado da APDL.

Na sexta-feira, a revista Transportes & Negócios noticiou que a paralisação iria suceder esta quarta, quinta e sexta-feira, devido às demoras nas entregas no porto de Leixões e falta de compensações financeiras devido à imobilização dos veículos no Porto.

“Um grupo de transportadores fizeram-se representar através de uma plataforma e solicitaram uma compensação pelo acréscimo de tempo de permanência no porto”, refere a APDL no comunicado emitido esta quarta-feira.

Fonte oficial da APDL tinha adiantado à Lusa na sexta-feira que os tempos de espera “estão a aproximar-se paulatinamente dos normais”, estando em causa a implementação de um novo sistema operativo de terminais Navis4, que segundo a APDL é “o mais utilizado em todo o mundo”.

“O novo sistema prevê um aumento da eficiência que vai acontecer em breve”, disse fonte da APDL à Lusa, explicando que a entrada em vigor de um novo sistema de operação “tem necessariamente um período de adaptação, quer do sistema quer dos recursos humanos que estão a lidar com novo sistema”.

Já esta quarta-feira, a APDL reconheceu que “esta situação e os constrangimentos provocados pelas obras de repavimentação dos terminais levaram os transportadores a manifestar a sua preocupação”, apontando para “brevemente” a sua conclusão no terminal norte “e em meados de junho, no terminal sul”.

“As preocupações dos transportadores foram manifestadas no âmbito do grupo de trabalho, criado no seguimento da assinatura de um Memorando de Entendimento para o Aumento da Eficiência Portuária, liderado pela APDL e que integra os concessionários dos terminais de contentores e de carga geral, TCGL e YILPORT, a AGEPORT, APAT e a Associação de Transportadores Públicos e Rodoviários de Mercadorias — ANTRAM”, refere a APDL no comunicado.

A administração portuária considera, no entanto, ser já “evidente a acentuada tendência para a normalização dos tempos de entrada e saída do porto“, apontando ainda à “acumulação de um quadro de fatores que extravasam o âmbito do porto” apontado no grupo de trabalho, de acordo com a APDL.

Em causa estarão “dificuldades no correto planeamento do transporte rodoviário por alterações de última hora, dificuldades na articulação com parques de periferia do porto e o aumento dos custos fixos por via do aumento de combustíveis e salariais e a redução dos tempos de operação, agora rigorosamente controlados pelos tacógrafos digitais”.

“Releva-se que tempos médios de espera e de permanência no porto medidos eletronicamente na portaria são apenas um indicador de gestão interna, não constituindo qualquer compromisso”, aponta a APDL.

A administração portuária garante ter estado “sempre empenhada em resolver os problemas do setor rodoviário, tendo, para tal, reunido com todas as entidades competentes no sentido de obter o necessário consenso para a desmobilização da paragem destes transportadores”, mas sem sucesso. “A APDL mantém a disponibilidade para dialogar com todos os agentes como tem sido seu apanágio”, conclui no comunicado.

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Aprovado requerimento do PS para ouvir Pires de Lima e Sérgio Monteiro no Parlamento

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

O antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro será o primeiro a ser ouvido sobre a privatização da TAP, em 2015. Segue-se o ex-ministro da Economia. Ambos já disseram estar disponíveis para ir à AR.

Os deputados aprovaram hoje, na Comissão de Economia, o requerimento do PS para ouvir no parlamento o ex-ministro da Economia António Pires de Lima e o antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro sobre a privatização da TAP, em 2015.

O requerimento do PS foi aprovado por unanimidade, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, ficando estipulado que a intenção é ouvir em primeiro lugar Sérgio Monteiro e depois António Pires de Lima.

Os socialistas anunciaram, em 16 de fevereiro, quererem convidar o antigo ministro da Economia e o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações para prestarem esclarecimentos no parlamento sobre o processo de privatização da TAP em 2015, argumentando estar “em causa a utilização de dinheiro da TAP, e de contratos da TAP, para financiar a entrada de um operador privado na companhia aérea nacional”. Os dois ex-governantes fizeram parte do XIX Governo Constitucional (2011-2015), liderado por Pedro Passos Coelho.

O requerimento do PS surgiu após várias notícias, entre as quais, uma divulgada pelo jornal ECO, que refere que a privatização da companhia aérea em 2015 terá sido ganha por David Neeleman com dinheiro da própria companhia aérea.

Estas audições têm lugar fora do âmbito da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, proposta pelo Bloco de Esquerda (BE), que irá tomar posse esta tarde.

O antigo ministro da Economia António Pires de Lima disse, na sexta-feira passada, à Lusa que não teme qualquer esclarecimento sobre a privatização da TAP, referindo que tudo o que foi feito “durante aquele período de 2014, 2015, é escrutinável” e “é do conhecimento do atual Governo, pelo menos desde 2016 ou 2017, quando o Governo concretizou a nacionalização da empresa”.

O antigo governante disse que irá ao parlamento “com gosto e no sentido, obviamente, de procurar esclarecer qualquer dúvida que exista por parte dos membros da Assembleia da República”.

Pires de Lima manifestou ainda “alguma surpresa” por ter sido constituída uma comissão de inquérito “para avaliar a gestão política e a gestão propriamente dita da TAP no período de 2020 a 2022” e depois ter sido chamado pelo PS para esclarecimentos fora desta janela temporal.

O antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro também afirmou, na sexta-feira passada, à Lusa, estar “obviamente disponível” para prestar todos os esclarecimentos que os deputados considerem “convenientes” sobre o processo de privatização da TAP.

Sérgio Monteiro afirmou ter “não só gosto, mas interesse em que este assunto possa ser conversado”.

No XIX Governo, António Pires de Lima foi ministro da Economia entre 2013 e 2015, enquanto Sérgio Monteiro foi secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre junho de 2011 e outubro de 2015, lidando com dossiês como as privatizações da TAP, da ANA e dos CTT.

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Euribor sobe a 12 meses para novo máximo desde dezembro de 2008

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

A taxa Euribor subiu a três e a 12 meses, no prazo mais longo para um novo máximo desde dezembro de 2008, e desceu a seis meses.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três e a 12 meses, no prazo mais longo para um novo máximo desde dezembro de 2008, e desceu a seis meses.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou, ao ser fixada em 3,625%, mais 0,047 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.
  • Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, recuou esta quarta-feira, para 3,197%, menos 0,028 pontos do que na véspera, contra o novo máximo desde dezembro de 2008, de 3,225%, verificado em 21 de fevereiro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu, ao ser fixada em 2,683%, mais 0,001 pontos, depois de ter avançado até 2,703% em 16 de fevereiro, um novo máximo desde janeiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 2 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.

Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Propostas pela Efacec permitem “recuperar algum” dinheiro injetado pelo Estado

O processo da reprivatização da Efacec ainda está em análise e as propostas finais devem surgir "no fim de março ou no início de abril", indica o ministro da Economia, António Costa Silva. 

propostas para a reprivatização da Efacec que preveem a “possibilidade de o Estado recuperar algum do capital” que injetou na empresa, adiantou esta quarta-feira o ministro da Economia e do Mar, numa audição no Parlamento. O processo está em análise e as propostas finais devem surgir “no fim de março ou início de abril”, indicou António Costa Silva.

“Há consórcios e empresas internacionais que têm a visão não só de injetar dinheiro na Efacec, para começar a recuperar. (…) Em algumas propostas há questões muito importantes, como a possibilidade do Estado recuperar algum do capital que pôs na empresa”, resumiu o governante.

Questionado se o montante das injeções vai ser refletido de forma direta no preço venda, Costa Silva assume que “muito dificilmente a totalidade do valor será refletido no preço de venda”. O que está em discussão é “o Estado ter acesso a mecanismos de recuperação, depois de a empresa ser resgatada”, como por exemplo “uma percentagem do free cash flow ser compartilhada com o Estado”.

As propostas vinculativas foram entregues a 13 de fevereiro e continuam todas em jogo, sinaliza o ministro. Trata-se de seis propostas de sete empresas, depois de duas delas se terem juntado num consórcio: a Visabeira e a Sodecia.

Quanto às propostas que existem, Costa Silva diz que o plano é “vender a Efacec na sua globalidade”, sendo que “a maioria das propostas vai nesse sentido: querem a totalidade da empresa”. Além disso, “alguns compradores, até internacionais, querem salvaguardar a marca Efacec”.

Outro aspeto das propostas a ser analisado, pela equipa da Parpública, são “as condições financeira dos grupos que assumem a garantia de financiamento, numa parceria ligeira com o Estado português”.

O ministro indica que o caderno de encargos tem seis critérios essenciais: “idoneidade; capacidade de financiamento e as garantias que são dadas; a qualidade da proposta e capacidade de execução; capacidade económica e financeira e a injeção que querem fazer na empresa; minimizar os encargos para o Estado e atenuar as condicionantes: não vamos aceitar retalhação da empresa ou despedimento de trabalhadores”, resume.

Assim, vão “selecionar os que irão dar mais garantias” nestes níveis. “Depois das propostas vinculativas, vamos manter as seis em discussão e a analisar com cada uma delas particularidades para depois fazer a decisão final”, conclui.

Costa Silva foi também questionado sobre os credores da empresa, ao que respondeu que há “propostas muito arejadas que minimizam esse papel, sobretudo das que têm mais capacidade financeira”. “Vamos ter que repartir com o potencial comprador algumas dessas obrigações num prazo a definir”, admite.

Sobre a Efacec houve ainda espaço para questões sobre as auditorias do Tribunal de Contas, ao que o ministro sinaliza não poder “nesta altura partilhar o que aconteceu porque foi decidido pelo Governo anterior”. “O que posso assegurar é que na resolução do Conselho de Ministros está claramente dito que no fim do processo todos os elementos serão partilhados com o TdC”, garante.

(Notícia atualizada às 12h05)

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Día, Magellan & Cheers e FoodBox fomentam grandes operações

  • Servimedia
  • 22 Fevereiro 2023

De acordo com o Instituto Coordenadas, as empresas Día, Magellan & Cheers têm fomentado grandes operações no setor de alimentos e bebidas em 2023.

O Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada realizou uma análise das tendências no setor dos alimentos e bebidas para 2023 e identificou o que considera serem os líderes emergentes do setor este ano, gestores que irão liderar as operações mais poderosas em 2023.

Entre os nomes destacados pelo instituto de análise estão Fernando Fernández, CEO de Pastas Gallo; Enrique Francia, presidente executivo da FoodBox; Jean-Noël Reynaud, CEO da Magellan & Cheers, e Martín Tolcachir, CEO da Día, entre outros.

De acordo com o Instituto, no final de 2022 e nas semanas que decorreram em 2023, houve várias operações “que auguram grandes notícias e nos dão uma antevisão do que serão os líderes emergentes neste campo”.

Para este ano, os analistas destacam a internacionalização, o compromisso com a inovação e a ascensão da “plantação” como as principais tendências que irão reinar num setor que também “enfrenta o desafio de se ligar melhor aos novos consumidores, adotando práticas cada vez mais sustentáveis e comprometendo-se com a produção local e artesanal”.

Para preparar a sua análise, o Instituto Coordenadas baseou-se em relatórios como o da empresa de consultoria Innova Market Insights. A conclusão a que o instituto chegou é que “o setor alimentar e de bebidas será marcado por tendências numa escala tripla: económica e empresarial, ambiental e social”.

Argumentam que as empresas continuarão a prosseguir a expansão, internacionalizando-se e alargando o alcance dos seus produtos. Este crescimento, no entanto, terá de ter em conta as necessidades e valores dos consumidores, que se preocupam cada vez mais com a sua saúde e a do planeta.

Por um lado, as empresas procurarão mitigar as perdas resultantes da pandemia e o efeito na cadeia de abastecimento da guerra na Ucrânia e do aumento dos preços da energia. A internacionalização e novos mercados, aquisições e vendas, e expansão das carteiras de produtos e serviços são as principais estratégias que as empresas estão a seguir para expandir os seus respetivos negócios.

Por outro lado, os consumidores estão a tornar-se cada vez mais exigentes, não só quanto à qualidade dos produtos que consomem, mas também quanto às próprias empresas. Querem garantir o seu bem-estar e saúde pessoais, mas também o do planeta, e por isso querem saber o que estão a consumir, de onde vêm e que práticas têm sido utilizadas para o produzir.

Neste sentido, o Instituto Coordenadas sublinha que “2023 será o ano do grande boom dos produtos de origem vegetal (em geral, ligados a empresas com práticas responsáveis) e dos produtos de proximidade, tanto devido à ligação com práticas responsáveis de compromisso com os produtores locais, como devido ao valor que os produtos artesanais estão a adquirir nos últimos tempos“.

2023, um ano de desafios

Segundo os peritos, os líderes das empresas que estarão na vanguarda das tendências de 2023 enfrentam vários desafios. Assim, “a base em plantas (estreitamente ligada ao desejo dos consumidores de cuidar da sua saúde e da do planeta, e que tem vindo a crescer fortemente nos últimos anos) estará em expansão, mas terá de deixar de ser uma indústria de imitadores. Além disso, as empresas que planeiam a internacionalização terão de equilibrar a sua expansão com um compromisso com os produtos locais”.

Neste contexto, o Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada destaca o que muito provavelmente serão os líderes emergentes que irão liderar as principais operações e tendências do ano no setor dos alimentos e bebidas.

Um deles é Jan Barthe, CEO da Good News. A empresa, que reanimou o quiosque antiquado para lhe dar uma reviravolta mais moderna e trazê-lo para a azáfama da grande cidade com os seus cafés de take-away, está a olhar para 2023 após o ano do seu lançamento internacional com aberturas em Paris e Amesterdão. Além disso, a empresa juntou-se a outras marcas para promover o consumo responsável, como a Alpro, com a qual se uniu para oferecer café com uma bebida vegetal a um preço mais baixo do que o habitual.

Fernando Fernández, CEO da Pastas Gallo, é outra delas. A empresa iniciou 2023 com uma das grandes inovações da época: o lançamento de uma linha de caldos artesanais que aproximou a empresa do conceito de transversalidade que iniciou em 2019, unindo massa de garfo com molhos. Com este novo sinal do seu compromisso com a inovação, a empresa tornou-se pioneira na industrialização de caldos artesanais com o desenvolvimento de um pote específico para o efeito.

Também Jean-Noël Reynaud, CEO da Magellan & Cheers. O CEO deste recém-criado grupo internacional procura criar uma aliança de bebidas espirituosas icónicas, produzidas localmente e de alta qualidade. Até agora, a empresa de Reynaud adquiriu o vermute Perucchi de Badalona, na primeira operação da Magellan & Cheers em Espanha. E, de acordo com o executivo, a estratégia é continuar a adquirir outras marcas locais para impulsionar o seu desenvolvimento e reforçá-las. Tudo isto com um investimento de mais de 150 milhões para operações em Espanha, França e Portugal durante os próximos cinco anos.

José Cano, CEO do Chef Sam, também está na lista. A empresa, que distribui marcas bem conhecidas como Oatly, Pastoret e Vita Coco, quer expandir-se entrando em países onde atualmente não tem presença.

Outro é Marc Coloma, CEO da Heura Foods. O arranque da empresa de carne 100% vegetal começou em 2023, expandindo a sua oferta para incluir peixe vegetal, por agora com duas referências nesta nova categoria, que planeia expandir ao longo de 2024. Além disso, a empresa levou as suas pepitas aos cinemas, juntando-se à Cinesa.

Antonio Hernández Callejas, presidente da Ebro Foods, é outro nome citado por analistas. A empresa realizou uma grande operação estratégica em 2022 quando comprou os ativos do produtor americano de arroz InHarvest. A Ebro Foods, líder mundial no setor do arroz e o segundo maior grupo mundial de massas alimentícias, adquiriu assim, através da sua subsidiária americana Riviana Foods, duas fábricas estrategicamente localizadas no oeste dos Estados Unidos, onde o grupo não possuía fábricas.

A estas juntou-se Gregorio Jiménez, CEO da Restaurant Brands Iberia. A empresa enfrenta o ano após a compra dos restaurantes Burger King em Espanha e Portugal à Ibersol. É constituída por 159 pontos de venda, 38 dos quais estão em Espanha. Esta aquisição permitirá à RBI ter quase 800 dos seus próprios restaurantes na Península Ibérica, os da Burger King e das suas outras marcas, Tim Hortons e Popeyes.

Assim como Enrique Francia, Presidente Executivo da FoodBox. Após o fundo de private equity BlueGem (proprietário do grupo de restaurantes Lateral) ter assumido o controlo das ações da FoodBox, a empresa proprietária de Santagloria iniciou o ano com três novas localizações da popular padaria. O objetivo para este ano é continuar a aumentar o ritmo das suas marcas, que para além de Santagloria e Lateral incluem L’Obrador, Papizza, MasQMenos e Taberna del Volapié.

Jacobo Caller, CEO da Food Delivery Brands, faz parte da lista do Instituto Coordenadas. A empresa, proprietária da Telepizza, iniciou 2023 com uma reestruturação após renegociar a sua aliança com a Yum! Assim, a FDB irá concentrar-se apenas em alguns países e deixará de gerir a Pizza Hut noutros, o que faz parte do plano da empresa para reforçar a sua posição no mercado ibérico.

Martín Tolcachir, CEO da Día, também o fará. Enquanto se aguarda a aprovação da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC), a Día realizará uma operação estratégica em 2023 como parte do seu plano para desenvolver um novo modelo de loja, mais centrado na proximidade. Assim, vendeu mais de 200 supermercados localizados em Madrid, Astúrias, Castela e Leão, Cantábria, Navarra e no País Basco a Alcampo.

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Acordo de investimento da Bluecrow Capital conta com apoio da J+Legal e EFCM

A J+Legal esteve do lado da BlueCrow Capital na negociação do acordo de investimento na BTOCNET. Já a Elina Fraga, Carla Morgado e Associados (EFCM) assessorou a BTOCNET.

A BlueCrow Capital, sociedade de capital de risco lisboeta, negociou um acordo de investimento na BTOCNET, empresa dedicada à prestação de serviços de Contabilidade, de Gestão de Recursos Humanos, de Consultoria de Gestão Financeira e Fiscal. A J+Legal esteve do lado da BlueCrow Capital. Já a Elina Fraga, Carla Morgado e Associados (EFCM) assessorou a BTOCNET.

“Neste âmbito a Bluecrow Capital irá aportar fundos no montante de 5 milhões de euros para aquisição de carteira de clientes e desenvolvimento da rede de escritórios BTOCNET que permitirá um incremento de negócio superior a 7 milhões de euros”, explicou a J+Legal em comunicado.

A equipa da J+Legal que esteve envolvida na operação foi coordenada por José Diogo Horta Osório, sócio do Departamento de M&A, e contou com o apoio do associado sénior Lourenço Côrte-Real e dos associados Francisca Lee e João Leite de Carvalho.

Já a equipa da EFCM foi coordenada pelas sócias Carla Teixeira Morgado e Elina Fraga, tendo ainda contado com a colaboração da associada sénior Vera Saavedra, sendo que as negociações foram conduzidas pelo chairman da BTOCNET, José Pedro Farinha.

Do lado da Bluecrow Capital as negociações foram conduzidas pelo Partner António Mello Campello, em colaboração com Fernando Mendonça de Lima e Catarina Teodoro Esteves.

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Harpoon.jobs cresceu 80% em 2022. Contrata Nuno Feijoca e Frederico Sassetti

O reforço da equipa surge na sequência do crescimento significativo registado no ano passado. Em janeiro 2023 a empresa regista, até agora, o melhor mês de faturação.

A Harpoon.jobs acaba de anunciar um crescimento de negócio superior a 80% em 2022, representando o ano de maior faturação desde a fundação da empresa em 2016. Para acompanhar esse crescimento, a empresa contratou Nuno Feijoca para o cargo de head of recruitment e Frederico Sassetti para assumir a posição de growth manager.

“O Harpoon alcançou um ponto de viragem. Os 80% de crescimento da empresa comprovam que este é o nosso caminho no setor dos recursos humanos, que posso descrever como uma combinação de hard skills, soft skills e fortes valores, com resultados rápidos e um retorno real do investimento”, defende Maria Falcão, CEO da Harpoon.jobs.

“Acredito que o Harpoon se tem destacado sobretudo pela pool de talentos altamente exclusivo e uma tecnologia de matchmaking aliada a uma forte componente humana. O objetivo é claro: continuar a crescer”, acrescenta a líder, citada em comunicado.

O trajeto de crescimento do negócio — 2022 foi o ano de maior faturação da multinacional de recursos humanos sediada em Lisboa, e em janeiro de 2023 a recrutadora regista, até ao momento, o melhor mês de faturação — é acompanhado pelo reforço da equipa: Nuno Feijoca e Frederico Sassetti.

Com 15 anos de experiência no mercado, Nuno Feijoca, o novo head of recruitment será responsável por liderar o recrutamento da Harpoon.jobs. Anteriormente, o profissional desempenhou o cargo country manager do Mercadão e head of talent management dos CTT Correios de Portugal.

Nuno Feijoca, head of recruitment da Harpoon.Jobs.

Já Frederico Sassetti, enquanto growth manager, dará continuidade à trajetória de crescimento da empresa. O profissional foi enterprise account executive da Jobandtalent e partnerships executive na Five Thousand Miles.

Frederico Sassetti, growth manager da Harpoon.Jobs.

Neste momento, Harpon.Jobs detém 70 clientes ativos, desde nacionais a multinacionais, como a Galp, Brisa, Leroy Merlin, Super Bock Group, Credibom, Tekever e SIBS. O programa de liderança, dedicado em exclusivo ao cenário pós pandémico, representou 20% da faturação no último trimestre. Nestes, a empresa intervém junto das comissões executivas, capacitando as lideranças com as ferramentas necessárias para fazer frente aos desafios do novo contexto social e económico.

“As organizações já perceberam que num mundo em constante mudança têm de apostar nas Lideranças para construir e motivar as equipas que irão suportar o negócio”, explica Maria Falcão. A empresa revela ainda que 50% das funções contratadas em 2022 foram de posições de liderança.

Fundada em 2016 por Matthieu Douziech em Lisboa, a Harpoon.jobs criou uma plataforma que encontra os melhores candidatos para as grandes empresas nacionais e multinacionais. A empresa conta ainda com uma área de career advisoring, que pretende dotar os candidatos com as ferramentas necessárias para as entrevistas de emprego.

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“Há dever de utilização do património”. Ministra da Habitação defende constitucionalidade de arrendamento obrigatório

A ministra da Habitação explica que haverá um "processo de contacto com o proprietário do imóvel" que não esteja a ser usado, onde pode dar justificações e comprometer-se a arrendar ou pôr à venda.

A ministra da Habitação explica que a medida para o arrendamento forçado das casas devolutas é um “instrumento para o momento em que alguém não quer arrendar o imóvel quando há um dever de utilização do património”, sendo que poderão dar justificações pelo facto de não estar a ser usado. Marina Gonçalves defende também que a medida é constitucional.

“Não chegamos à habitação e dizemos que vai ser arrendada”, começa por explicar a ministra, em entrevista no Tudo é Economia, na RTP3, sendo que “há todo um processo de contacto com o proprietário do imóvel”. Este pode “simplesmente explicar que não está usado porque está a espera de licença de utilização”, exemplifica, sendo que “há argumentos válidos para o proprietário dizer que o vai pôr a venda ou a arrendar”.

Desta forma, o instrumento anunciado pelo Governo, no pacote de medidas para responder à crise na habitação, “é para o momento em que alguém não quer arrendar o imóvel quando há um dever de utilização do património” “Este dever existe na lei, não é nada que esteja a ser criado”, defende Marina Gonçalves, acrescentando que o Executivo construiu esta medida “com a certeza do trabalho que é constitucional”.

Segundo a nova medida, caso o proprietário não queira arrendar ao Estado, será dado um prazo formal para dar uso ao imóvel. É de salientar que este arrendamento forçado tem algumas exclusões, não abrangendo por exemplo os imóveis detidos por emigrantes ou por idosos a residir em lares, bem como casas de férias.

Já sobre as medidas para o alojamento local (AL), nomeadamente a reavaliação em sete anos, a ministra explica que o Governo não disse que em 2030 acabava o AL. “O que dissemos é que iríamos reapreciar o regime vigente do AL, porque as condições serão outras e permite flexibilidade na forma como avaliamos e a importância do setor”.

“Propusemos a reavaliação em 2030 porque percebemos que havia um prazo que devíamos dar às famílias”, nota, já que “muitos dos investimentos são familiares”, sendo assim o ano de 2030 apenas a “data para reapreciação do regime”.

O programa Mais Habitação, aprovado na semana passada em Conselho de Ministros, prevê que as emissões de novas licenças de alojamento local sejam “proibidas”, com exceção dos alojamentos rurais em concelhos do interior do país, onde poderão dinamizar a economia local. Além disso, as atuais licenças de alojamento local “serão sujeitas a reavaliação em 2030” e, depois dessa data, periodicamente, de cinco em cinco anos.

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Número de condenados por corrupção e crimes conexos é o mais baixo dos últimos 16 anos

  • ECO
  • 22 Fevereiro 2023

Houve 102 condenações por crimes económico-financeiros em 2021, menos de metade das 239 registadas em 2019. No Ministério Público, há quem atribua a queda abrupta ao impacto da pandemia na Justiça.

Em 2021, contabilizaram-se 102 condenações por corrupção e crimes conexos nos tribunais de primeira instância portugueses. De acordo com o Público (acesso pago), que cita dados da Direção-Geral de Política de Justiça, trata-se do valor mais baixo dos últimos 16 anos do número de condenados por crimes de corrupção, peculatos, abusos de autoridade (inclui o abuso de poder e a violação de regras urbanísticas, entre outros), tráfico de influência e os ilícitos cometidos no âmbito da lei que prevê os crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos.

Tal representa menos de metade das 239 condenações registadas em 2019, antes da pandemia de Covid-19, pelo mesmo tipo de crimes, sendo esse o valor mais alto dos últimos 20 anos. Embora a evolução das condenações nas últimas duas décadas não tenha sido linear, nem sempre no mesmo sentido, a tendência tem sido de crescimento: com 3.210 condenados pelos crimes da amostra entre 2002 e 2021, contabilizaram-se 1.770 condenados nos dez anos mais recentes (média de 177 por ano) e 1.440 nos dez anos mais antigos (a média desce para 144 por ano); considerando apenas os cinco anos antes da Covid-19 (2019-2015), a média sobe para 191 por ano.

O diretor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro, António Ventinhas, atribui a queda abrupta no número de condenados aos efeitos da pandemia, que fizeram cair o número total de condenados por todos os crimes de pouco mais de 47 mil em 2019 para 36.500 no primeiro ano da pandemia. Em 2021, o total de arguidos punidos pelos tribunais criminais voltou a subir para quase 44 mil, mas Ventinhas acredita que os crimes económico-financeiros são uma exceção nessa recuperação. “Temos que ter em conta que estes casos são habitualmente complexos e muito morosos”, nota o antigo dirigente sindical.

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Bónus de meia pensão será dado também a reformas processadas depois de outubro

Algumas pensões apenas foram processadas em novembro, impedindo que recebessem o bónus de meia pensão dado em outubro. Situação será corrigida.

Após notícias de que os pensionistas que apenas começaram a receber a reforma em novembro, apesar do pedido ter sido feito antes de outubro, não receberam o bónus de meia pensão, o secretário de Estado da Segurança Social vem garantir que estas pessoas também serão abrangidas pelo complemento excecional.

“O que aconteceu, por diversas razões, foi que alguns dos pedidos de pensão anteriores a outubro do ano passado, por serem mais complexas as circunstâncias dos pedidos, não puderam ser incluídos no processamento que foi feito para o mês de outubro“, explica Gabriel Bastos, em declarações à RTP3.

As situações em causa estão assim a ser tratadas, sendo que o secretário de Estado assegura que “as orientações e instruções foram dadas aos serviços da Segurança Social no sentido de que o mais rapidamente possível também elas sejam abrangidas e pagos os complementos excecionais”.

O complemento excecional é também conhecido como o “bónus de meia pensão” que foi atribuído em outubro do ano passado como uma das medidas para mitigar os efeitos da inflação. O valor, que corresponde a meia pensão, é retirado do montante da atualização deste ano, uma situação que causou polémica e cujas consequências em 2024 estão ainda por esclarecer.

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PSD avança com cinco diplomas na educação e quer Governo a negociar tempo de serviço

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2023

O PSD avança com uma recomendação ao Governo para negociar com os sindicatos a recuperação do tempo de serviço dos professores, recusando intrometer-se neste processo.

O PSD leva esta quarta-feira a votos no parlamento cinco iniciativas dirigidas aos “principais problemas” na educação, incluindo uma recomendação ao Governo para negociar com os sindicatos a recuperação do tempo de serviço dos professores, recusando intrometer-se neste processo.

“O PSD está preocupado com o que se está a passar com o setor da educação e com o futuro da escola pública. (…) Passados sete anos de governação do PS, nenhuma das questões de fundo que afetam a educação foram resolvidas, só podemos concluir que a educação não é uma prioridade para o Governo”, afirmou o deputado António Cunha, coordenador do PSD na comissão parlamentar de Educação e Ciência, em declarações à Lusa.

O deputado social-democrata considerou que, nos últimos sete anos, “nada existiu sobre a reestruturação da carreira, o recrutamento de professores ou a desburocratização da carreira, sobre a formação inicial de professores ou sobre como tornar esta carreira mais atrativa para os jovens”.

“É assustador que, no nosso país, quase ninguém queira ser professor. Preocupa-nos, e de que maneira, a bomba-relógio que será a falta brutal de professores nos próximos anos”, disse, referindo que, nos últimos dois anos, há já “milhares de alunos” que passam um ano inteiro sem professor a uma disciplina.

Por outro lado, o deputado destacou a preocupação do PSD com a recuperação das aprendizagens após a pandemia de covid-19. “Ninguém sabe como está a correr, os alunos estão ou não a recuperar as aprendizagens? Não há resultados para serem comparados a partir de 2016, todo o manancial de informação que o país tinha nas provas de final de ciclo, o Governo acabou com isso tudo”, criticou.

Por isso, um dos cinco diplomas que o PSD leva hoje a votos — e o único com a forma de projeto-lei — pretende reintroduzir provas de aferição, de aplicação universal e obrigatória, no final do 4.º e do 6.º anos de escolaridade (podendo as classificações obtidas ser utilizadas para ponderar a classificação final, de acordo com a opção da escola ou agrupamento de escolas) e eliminando as que existem atualmente no 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade.

Já quanto à recuperação do tempo de serviço dos professores, matéria que continua a dividir Governo e sindicatos, os sociais-democratas incluem o tema numa resolução (sem força de lei), em que recomendam ao executivo um conjunto de medidas urgentes no setor da educação, entre elas um processo negocial com os professores “para que seja recuperado o tempo de serviço em falta” e que crie condições “para eliminar as vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, um garrote que não existe noutros escalões”.

“Não nos intrometemos nas negociações entre sindicatos e o Governo, mas achamos que tem de iniciar um processo negocial com as estruturas para que se vejam as possibilidades para recuperar o tempo de serviço em falta”, justificou António Cunha.

Para o deputado do PSD, as mais recentes declarações do ministro da Educação, João Costa, de abertura a “valorizações na carreira”, demonstram que esta posição do PSD, bem como as manifestações e as greves no setor, “vão forçar o Governo a sentar-se com os sindicatos”. “A escola pública não pode continuar a viver este estado de sítio”, disse, defendendo que essas medidas devem também passar por valorizar os salários no início da carreira dos professores para a tornar mais atrativa.

O PSD apresenta ainda recomendações ao Governo para reforçar “a eficácia, duração e financiamento das medidas de recuperação de aprendizagens”, reduzir a carga burocrática atualmente atribuída aos professores e para aumentar, no Orçamento do Estado para 2024, a dotação para a Ação Social Escolar.

“A vida não está fácil para os portugueses e a Ação Social Escolar tem como principal objetivo combater a exclusão social. O PSD recomenda uma maior abrangência no número de alunos”, disse, exemplificando que, atualmente, um casal com um filho em que os dois elementos recebam o salário mínimo “não tem direito a qualquer comparticipação”.

Além dos cinco diplomas do PSD, também Iniciativa Liberal (IL) e Livre levam ao debate de hoje projetos próprios sobre educação, num total de 12 iniciativas entre as três bancadas. Tal como o PSD, a IL propõe a reintrodução das provas de aferição nos anos finais de cada ciclo do ensino básico, reintroduzindo-as no 4.º e 6.º anos, e recomenda ao Governo que alargue o plano de recuperação das aprendizagens.

Entre as resoluções, os liberais pretendem ainda que seja feita uma reavaliação da decisão da digitalização das provas finais de ciclo no 9.º ano de escolaridade, que se verifique o cumprimento do programa de intervenção do edificado escolar e que seja dada mais autonomia ao ensino particular e cooperativo para a contratação de docentes.

Já o partido Livre levará a debate um projeto-lei que fixa números máximos de alunos nas turmas do pré-escolar e dos vários graus de ensino – entre os 18 e os 20 alunos, dependendo do ano de escolaridade (mas que pode ser ainda mais reduzido por circunstâncias especiais) – e uma resolução para que o Governo garanta a todos os docentes que sejam colocados a mais de 60 quilómetros da sua residência “o pagamento justo de ajudas de custo de habitação e de transporte”.

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Apoio ao crédito à habitação com valor máximo de 70 euros por mês

  • ECO
  • 22 Fevereiro 2023

A ajuda do Estado para pagar o crédito à habitação vigorará do final de março até ao final do ano e não pode ultrapassar, no total, 720 euros, representando um máximo de cerca de 70 euros mensais.

A percentagem de rendimento líquido mensal das famílias destinada ao pagamento do crédito à habitação, a chamada taxa de esforço, será um dos fatores-chave para determinar o valor do apoio, no âmbito do programa “Mais Habitação”, que o Estado vai atribuir a quem viu disparar a prestação mensal a pagar ao banco devido à subida das taxas de juro. Esta ajuda, prevista vigorar até ao final deste ano, não poderá ultrapassar, no total, 720 euros, o que, tendo em conta que será aplicada a partir do final de março, significa um máximo de 70 euros mensais, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

A medida em causa, que integra o pacote de propostas do Governo destinadas a combater a crise de habitação, está limitada a quem tenha um crédito para habitação própria permanente, cujo contrato tenha sido celebrado até 31 de dezembro de 2022 e desde que o montante em dívida não ultrapasse os 200 mil euros. Simultaneamente, limita-se a quem tenha rendimentos até ao 6.º escalão de IRS — aqui, prevê-se um controlo do património financeiro da família.

A proposta prevê também que seja aplicada diretamente pelos bancos, admitindo uma bonificação de 50% do valor pago em juros. Nos casos em que a taxa de esforço das famílias para pagar a prestação for igual ou superior a 50% do seu orçamento, tal acontecerá logo que a taxa ultrapasse os 3%, enquanto nos casos em que o esforço esteja entre 36% e 50% do rendimento, a bonificação será aplicada a partir do momento em que seja ultrapassado o valor da taxa de stress realizada quando foi feita a contratação do crédito.

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