Índice de Risco Político da WTW aponta “divisão do globo em blocos opostos”

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  • 14 Fevereiro 2023

"Mudanças no alinhamento geopolítico estão a dividir o globo em blocos opostos e a criar perturbações significativas nos negócios globais", conclui o último 'Índice de Risco Político' da WTW.

Segundo as conclusões do Índice de Risco Político, publicado este mês pela WTW e pela Oxford Analytica, mudanças no alinhamento geopolítico estão a “dividir o globo em blocos opostos”.

“Antecipamos que o Índice de Risco Político assuma cada vez mais interesse e relevância para eleição de novos investimentos e proteção dos existentes” disse José Barqueiro, Diretor Risk & Broking da WTW Portugal.

O inquérito constatou que o bloco Ocidental “tem perdido terreno em todas as regiões do mundo”. Há cinco anos, 30 dos países do Índice de Risco Político da WTW estavam no bloco Ocidental, com 13 destes países fortemente aliados ao Ocidente. Nas conclusões atuais, apenas 6 países ou territórios do Índice figuram como fortes aliados ocidentais (incluindo a Jordânia, México, Qatar e Taiwan). Por outro lado, 7 são classificados como fortemente inclinados para o Oriente (incluindo a Bielorrússia, China, Mali, Mianmar e Rússia).

A Oxford Analytica classificou os 61 países e territórios listados no Índice de Risco Político WTW a propósito do seu alinhamento geopolítico atual e histórico. Os resultados concluíram que entre as principais economias do mundo emergente: 25 estão inclinadas para o Ocidente, em direção aos EUA ou Europa; 18 estão inclinadas para o Oriente, opondo-se às potências ocidentais em muitas questões-chave, e 18 estão a tentar manter-se neutras.

José Barqueiro, Diretor Risk & Broking da WTW Portugal, afirmou: “a trajetória dos últimos anos e a tendência para os próximos dizem-nos que estamos num caminho competitivo e divisionário entre dois grandes blocos mundiais. A face mais visível tem como exemplos a guerra da Ucrânia/Bloco Ocidental versus Rússia e as relações tensas entre os EUA e a China em variados temas – com Taiwan no lugar cimeiro da lista. A face menos visível traduz-se nos acordos (muitas vezes secretos e de elevada dependência) entre um dos blocos e países terceiros, que visam aumentar a esfera de influência dos mencionados blocos.”

O líder concluiu: “todavia, assistimos também a uma nova tendência, que se traduz nos países que são disputados entre os dois blocos conseguirem, agora, acordos mais favoráveis em função do nível de disputa. Há ainda um conjunto de movimentações que não são visíveis hoje e que somente mais tarde, quando conhecidas, iremos conseguir avaliar o seu real impacto. Face à conjuntura descrita, antecipamos que o ‘Índice de Risco Político’ assuma cada vez mais interesse e relevância para eleição de novos investimentos e proteção dos existentes”.

Sam Wilkin, Diretor de Análise de Risco Político da WTW, disse: “as conclusões sugerem que países como a Turquia, Arábia Saudita, Paquistão, Camarões e Uganda estão a afastar-se do Ocidente. A descrescente influência do Ocidente no mundo emergente irá criar ainda mais riscos para os negócios globalizados.”

Outras conclusões do Índice de Risco Político indicam:

  • Em países que mudaram o seu alinhamento para Oriente (da neutralidade ou de um alinhamento ocidental) nos últimos cinco anos, em média, os riscos de expropriação aumentaram 7%, a liberdade económica diminuiu 4% e os direitos políticos diminuíram 10%.
  • Nos países “em dissociação”, cada um destes indicadores de risco também se agravou, e a tendência de afastamento está a ter impacto em mais países. Estes riscos crescentes refletem, em parte, a influência decrescente dos EUA e dos seus aliados.

As classificações de alinhamento geopolítico no Índice são atribuídas por peritos independentes da rede global da Oxford Analytica. Os países e territórios são selecionados para inclusão no Índice com base nos volumes de investimento estrangeiro e nos níveis de risco político.

O inquérito sobre o risco político está acessível aqui.

 

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