Marcelo admite nova recandidatura de Ana Gomes a presidente
"Tivemos ali uma candidata, e quem sabe se ela não será a próxima Presidente da República Portuguesa. Quem sabe, daqui a dois anos e dez meses", disse o presidente apontando a Ana Gomes.
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira esperar que Portugal venha a ter uma mulher Presidente da República, e admitiu que a primeira possa ser Ana Gomes, sua ex-adversária nas presidenciais de 2021.
Marcelo Rebelo de Sousa falava em inglês, na sessão de encerramento de um seminário sobre mulheres na diplomacia e globalização, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, num discurso em que considerou que ainda há muita misoginia em Portugal. “Em quase 49 anos de democracia em Portugal, nunca tivemos uma mulher Presidente”, assinalou.
Em seguida, referindo-se à diplomata Ana Gomes, que estava na assistência, e às presidenciais de 2026, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “Tivemos ali uma candidata, e quem sabe se ela não será a próxima Presidente da República Portuguesa. Quem sabe, daqui a dois anos e dez meses”. “É algo que todos esperamos que mude em breve”, afirmou.
A este propósito, o Presidente da República mencionou que Portugal foi “um dos poucos países europeus com rainhas, isso era muito raro na Europa, e algumas delas realmente excecionais”. Marcelo Rebelo de Sousa realçou que desde o 25 de Abril de 1974 Portugal teve “só uma ministra dos Negócios Estrangeiros, Teresa Gouveia, em 2003, 2004, só uma“, e lamentou que as mulheres sejam apenas “cerca de um terço” do atual corpo diplomático português.
“Ainda mais preocupante, e isso são as más notícias do ano passado: os últimos números de candidatos selecionados para a carreira diplomática mostram uma redução da presença de mulheres”, apontou, questionando: “Porquê tão poucas mulheres selecionadas?”.
Marcelo Rebelo de Sousa apelou a estudantes e diplomatas para que “não se contentem com o que já foi atingido em termos de igualdade de género” e elegeu a luta pelos direitos e por um papel ativo das mulheres em Portugal como “um imperativo não apenas para o poder político mas também para a sociedade civil”.
“Nós em Portugal ainda somos muito, muito misóginos em tantos casos”, considerou, defendendo que há “barreiras por quebrar” e “muito por fazer” nesta matéria. Este seminário realizou-se na véspera do Dia Internacional da Mulher, que se celebra em 08 de março.
Ana Gomes, militante socialista, antiga embaixadora em Jacarta, foi candidata às presidenciais de 2021 sem apoio do PS, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa obteve 60,67% dos votos expressos nessas eleições. Ana Gomes, que apenas recebeu do seu partido uma saudação à sua candidatura, ficou em segundo, com 12,96%.
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