IRS para investidores precavidos

Conheça as opções que tem à disposição para declarar os ganhos contabilizados no ano passado em ativos financeiros e pagar menos impostos no IRS de 2022.

Todos os anos a história repete-se: com a chegada da primavera chega também a altura de juntar os comprovativos das despesas realizadas ao longo do ano para preencher a declaração do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).

Para os investidores, março, abril e maio não são apenas meses de apresentação de resultados anuais das suas empresas e de receber dividendos das ações que têm em carteira. É também o período de acertar contas com o Fisco por via do preenchimento obrigatório do “Anexo G” do IRS com as transações realizadas na bolsa no ano passado ou o “Anexo J” para rendimentos auferidos com ações estrangeiras.

  • Juros de depósitos

Os juros dos depósitos a prazo são pagos aos aforradores já líquidos de imposto. O rendimento gerado é sujeito à retenção na fonte de IRS à taxa liberatória de 28% pela entidade pagadora. Por isso, não é necessário reportá-los na declaração de IRS. No entanto, o aforrador pode optar pelo englobamento dos juros, ou seja, somá-los aos restantes rendimentos que tenha recebido ao longo de 2022, como salários ou rendas, sujeitando-os à taxa do escalão de IRS em que ficar posicionado.

Esta opção só compensa se, após englobados, os rendimentos não ultrapassarem os 15.216 euros – limite máximo do terceiro escalão de IRS, porque a taxa de retenção de IRS do quarto escalão é de 28,5%.

  • Ações

Os investidores têm de declarar as operações que resultaram na venda das ações ao longo de 2022, preenchendo o “Anexo G” da declaração de rendimentos, ou o “Anexo J” para as ações estrangeiras. “Além de identificar os títulos vendidos, valores de compra e de venda, inclua os custos suportados com a transação das ações para reduzir o montante a tributar”, refere a Deco.

O imposto a cobrar pelo Fisco é calculado pela tributação autónoma de 28% sobre o saldo global entre mais e menos-valias geradas com ações, fundos cotados, obrigações e fundos estrangeiros ao longo do ano. Se o saldo for negativo, não está sujeito a qualquer tributação. No entanto, pode valer a pena optar pelo englobamento caso o saldo seja negativo.

  • Dividendos de ações

A tributação sobre os dividendos recebidos das ações varia mediante onde a empresa está sediada e, no caso de serem pagos por empresas estrangeiras, a obrigatoriedade de declaração em sede de IRS varia consoante a nacionalidade do intermediário financeiro.

  1. Se os dividendos obtidos tiverem como origem empresas nacionais, o rendimento será sujeito à retenção na fonte à taxa liberatória de 28%. No entanto, apenas metade do montante dos dividendos será alvo de tributação se optar pelo englobamento.
  2. Se os dividendos forem obtidos por ações estrangeiras, o rendimento será alvo de uma tributação dupla. Primeiro são tributados à taxa legal do país onde a empresa está sediada e depois à taxa de 28% em Portugal. Não é por isso necessário declará-los em IRS. “Todavia, pode ser vantajoso declarar os dividendos de ações estrangeiras, que estão sujeitas a retenção de imposto na origem e pelo banco ou pela corretora nacional, para obter o crédito de imposto por dupla tributação“, revela a Deco.
    Se o intermediário financeiro não está sediado em Portugal, é obrigatório o preenchimento do “Anexo J”, indicando o montante total dos dividendos recebidos no exterior, bem como o valor do imposto retido. A declaração dos dividendos não implica o englobamento.
  • Fundos de investimento

O tratamento fiscal aplicado sobre os fundos de investimento varia consoante a sua origem. Nos fundos sediados em Portugal (têm códigos ISIN começados por “PT”), o imposto sobre as mais-valias geradas é retido na fonte no momento do resgate à taxa liberatória de 28%. Isto significa que quando o investidor obtém um ganho, esse montante é tributado a 28% e o imposto é retido pelo intermediário financeiro onde tem depositado as unidades de participação do fundo. O mesmo sucede no caso de haver lugar a uma distribuição de rendimentos pelo fundo.

No caso dos fundos estrangeiros (ISIN começados por “LU”, de Luxemburgo, ou “IE”, de Irlanda, por exemplo), a fiscalidade aplicada é desde 2015 idêntica à das ações, isto é: as mais-valias geradas não são alvo de retenção na fonte, mas têm de ser declaradas em IRS. Desta forma, o saldo global de mais e menos-valias de todos os ativos financeiros que o investidor tenha realizado em 2022 (ações, obrigações e fundos de investimento) será tributado à taxa especial de 28%.

  • Obrigações

As operações com obrigações soberanas ou corporativas estão sujeitas a uma fiscalidade idêntica à das ações. Os juros (cupões) pagos regularmente pelas obrigações são alvo de retenção na fonte à taxa de 28% e não necessitam de serem declarados no IRS. No entanto, os juros recebidos por obrigações estrangeiras que não foram sujeitas a retenção na fonte têm de ser reportados no IRS.

As operações de alienação ou reembolso dos títulos de dívida têm sempre de ser declaradas no “Anexo G” (ou “Anexo J” no caso de obrigações emitidas por entidades estrangeiras), e “as mais ou menos-valias contam para o total dos rendimentos da categoria G (ações, ETF, fundos estrangeiros)” por forma a se apurar o saldo final que será sujeito a uma tributação de 28%, refere a Deco.

  • Planos Poupança Reforma (PPR)

Se, no ano passado, pediu o reembolso (total ou parcial) do valor acumulado do seu Plano Poupança Reforma (PPR) dentro das condições previstas para estes produtos, a operação não tem de ser declarada no IRS. “A retenção de imposto feita pelo banco torna-se automaticamente definitiva, pagando 20% sobre 40% do rendimento obtido. Na prática, resulta numa taxa de imposto de 8% sobre a totalidade do ganho auferido”, explica a Deco.

Mas se procedeu a um resgate fora das condições previstas na lei, essa operação terá de ser declarada, e caso tenha usufruído do benefício fiscal no ano em que procedeu às entregas para o PPR é obrigado a devolvê-lo acrescido de uma penalização de 10% por cada ano decorrido.

  • Criptoativos

As operações com criptoativos realizadas em 2022 por quem não exerce uma atividade profissional com estes ativos não obrigam à sua declaração, nem os eventuais ganhos estão sujeitos a imposto. Porém, “a partir de 2023, as mais-valias com a venda de criptoativos detidos por menos de 365 dias estarão sujeitas à taxa autónoma de 28% e deverão ser declaradas no IRS relativo a 2023, em 2024, se não optar pelo englobamento. Os detidos por mais tempo não precisam de ser declarados”, refere a Deco.

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Hospital Cruz Vermelha avança com serviços de telemedicina com a startup knok

A plataforma tecnológica da knok, scaleup que integra a Fábrica de Unicórnios, vai permitir expandir serviços da unidade hospitalar de Lisboa.

O Hospital Cruz Vermelha (HCV) vai passar a prestar serviços de telemedicina e consulta ao domicílio, abrangendo populações fora da Área Metropolitana de Lisboa, através da plataforma tecnológica da knok, uma das oito scaleups que integram a recém-criada Fábrica dos Unicórnios, em Lisboa.

“O Saúde Digital é um serviço que já está operacional e que vai seguramente aproximar a instituição Hospital Cruz Vermelha aos utentes espalhados pelo país, oferecendo uma solução de conveniência e qualidade técnica no atendimento médico à distância”, explica Ana Cidraes, diretora clínica do HCV.

Uma enorme “validação do alcance e qualidade da solução de saúde digital e remota enquanto complemento ao atendimento em contexto hospitalar presencial” é como classifica José Bastos, CEO e cofundador da knok, a parceria fechada com o hospital para os serviços “Saúde Digital” e “Saúde em Casa”.

Os serviços irão permitir prestar de serviços de telessaúde e consulta ao domicílio, expandindo a oferta do HCV para lá do contexto hospitalar, alargando a disponibilidade da unidade “para servir os seus utentes habituais da área metropolitana de Lisboa, bem como prestar cuidados médicos a utentes fora da capital que, por condições clínicas ou de acesso, têm dificuldade em ser atendidos de forma presencial ou em tempo útil.

Trata-se do “primeiro passo” de uma parceria que visa contribuir para a transformação digital do hospital, tendo como objetivo a implementação da jornada digital do paciente. “Essa digitalização permitirá que os pacientes, seja em contexto agudos ou crónico, interajam com os seus profissionais de saúde por meio de cuidados baseados em tecnologia ou presencial de forma planeada e automatizada ao longo do tempo”, refere a knok.

A parceria, considera ainda José Bastos, ajudará a “quebrar alguns mitos que ainda persistem sobre a eficácia da telessaúde”. O responsável elenca números que revelam a eficácia deste tipo de solução.

“Numa análise a uma amostra significativa de 55.000 teleconsultas conseguimos concluir que a taxa de resolução, ou seja utentes que viram os seus problemas de saúde resolvidos por teleconsulta, foi de 88%, em linha com os standards dos cuidados presenciais. De resto, nem devemos almejar uma taxa de 100%, uma vez que há sintomatologias e condições clínicas cuja atuação médica deve passar não pela resolução, mas pelo correto encaminhamento para um outro serviço como as urgências”, diz o cofundador da tecnológica sedeada em Matosinhos.

A experiência registou elevados níveis de satisfação, garante. “Nesta mesma amostra 96% dos nossos pacientes consideraram a teleconsulta útil para resolver o seu problema de saúde e os índices de satisfação foram de 9.5 em 10”. Restam poucas dúvidas sobre o potencial que esta solução tem na resolução de cuidados e na capacidade de oferecer uma solução ágil, cómoda e satisfatória, e é isso que acreditamos que os utentes do HCV irão também sentir.”

Desde 2015, altura da sua fundação, que a knok, através da sua solução — que digitaliza a jornada do paciente, desde a triagem remota, até ao acompanhamento pós-atendimento com prescrição eletrónica, questionários clínicos e de experiência, num processo gerido através de smartphone —, já realizou mais de 400 mil vídeo consultas. Só no ano passado, a média foi superior a 800 consultas por dia e, em 365 dias, os minutos de consulta realizados foram equivalentes a mais de cinco anos.

A scaleup tecnológica está ainda a apostar no mercado internacional, com foco no Brasil, América Latina e Europa. “Já em 2023 esperamos que mais de metade da faturação da knok venha de clientes fora de Portugal, pelo que a aposta na internacionalização do negócio é essencial”, revelou, no final de janeiro, o CEO.

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“IVA zero” é aprovado hoje no Parlamento. Irá ter impacto na nossa carteira?

Medida desenhada pelo Governo com a produção e a distribuição deverá ser aprovada em votação final global esta quinta-feira. Partes vão fazer esforço, mas não há certezas de que resulte.

A proposta de lei do Governo que isenta de IVA mais de quatro dezenas de produtos alimentares vai ser sujeita a votação final global no Parlamento esta quinta-feira. A medida tem a aprovação garantida pela maioria do Partido Socialista e, se for promulgada pelo Presidente da República, como se espera, entra oficialmente em vigor no dia 18 de abril.

A aprovação será o culminar de um processo relâmpago que se iniciou com a apresentação da medida pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, há menos de duas semanas, na tentativa de aliviar as despesas das famílias com mercearia básica. No entanto, persistem as dúvidas sobre a sua eficácia e nem o Governo tem a certeza absoluta de que o “IVA zero” vai mesmo aliviar a subida dos preços da comida, quanto mais fazê-los descer.

Sujeito às forças de mercado, e munido da experiência de redução e eliminação do IVA em vários produtos em Espanha, o primeiro-ministro tentou aumentar as chances de sucesso ao envolver outras partes da cadeia alimentar nesta missão. Depois do anúncio de Medina, António Costa assinou com as estruturas representantes dos produtores e dos distribuidores um “pacto para a redução e estabilização de preços dos bens alimentares”, respetivamente, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED).

Além de a distribuição ter assumido o compromisso de refletir a descida do IVA nos preços, não a incorporando nas margens de lucro, o Governo comprometeu-se com um pacote de apoios à produção “para conter o aumento dos fatores de produção causados” pela pandemia e pela invasão russa da Ucrânia. O pacto de oito páginas, que pode consultar na íntegra aqui, prevê a instituição de uma Comissão de Acompanhamento composta por múltiplas entidades, incluindo a ASAE, que os socialistas recusaram transpor para a lei do “IVA zero” na votação na especialidade, tendo sido contratada uma empresa privada para fiscalizar os preços dos alimentos, como noticiou o ECO já este mês.

Irão os portugueses, realmente, sentir a diferença do “IVA zero”? É a pergunta do milhão de dólares – ou melhor, dos 600 milhões de euros, que é o montante previsto de perda de receita fiscal com esta medida. Numa entrevista, o ministro Fernando Medina estimou que, aos preços de então, a eliminação temporária do IVA em mais de 40 categorias de produtos representaria uma poupança de 12 euros num carrinho de compras de 200 euros.

Mas tudo vai depender, sobretudo, do comportamento dos preços dos alimentos ao longo dos próximos meses. Se subirem menos, a poupança será, gradualmente, menor; se chegarem mesmo a descer, a poupança poderá ser maior. Para já, a estimativa rápida da evolução dos preços em março avançada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontou para um abrandamento da subida dos preços dos alimentos, que, sendo um sinal positivo para as famílias, é muito diferente de uma descida.

De que produtos se está a falar, afinal? São várias as categorias de compras abrangidas pela isenção de IVA até 31 de outubro, data em que está previsto o fim da isenção. É o caso de bens essenciais como o pão, as massas e o arroz, mas não só. Para chegar à lista final, o Governo contou com os contributos do Ministério da Saúde (para garantir que os produtos escolhidos se inseriam na definição de alimentação “saudável”) e da distribuição (que facultou a lista dos bens mais consumidos). Assim, do trabalho feito entre as partes, resultou que ficam isentos de IVA, nos próximos seis meses:

  • Cereais e derivados e tubérculos, como pão, batata, massa e arroz;
  • Legumes e hortaliças como cebola, tomate, couve-flor, alface, brócolos, cenoura, courgette, alho francês, abóbora, grelos, couve portuguesa, espinafres, nabo e ervilhas:
  • Frutas em estado natural, como a maçã, banana, laranja, pera e o melão (não está incluída a melancia, como notou o deputado do PSD, Duarte Pacheco);
  • Leguminosas em estado seco, especificamente o feijão vermelho e o feijão frade, bem como o grão (não inclui os produtos em frasco);
  • Laticínios, como leite de vaca “em natureza, esterilizado, pasteurizado, ultrapasteurizado, fermentado e em pó” e queijos, mas também iogurtes e bebidas vegetais;
  • Carne e miudezas comestíveis, frescas ou congeladas, como porco, frango, peru e vaca;
  • Peixe fresco, congelado, seco, salgado ou salmoura, como o bacalhau, sardinha, pescada, carapau, dourada e cavala (excluindo o peixe fumado e conserva);
  • Latas de atum em conversa;
  • Ovos (só de galinha);
  • E, por fim, gorduras e óleos, nomeadamente o azeite, óleos alimentares e a manteiga.
Da esquerda para a direita: António Costa (primeiro-ministro), Eduardo Oliveira e Sousa (CAP) e Gonçalo Lobo Xavier (APED) na assinatura do pacto de estabilização dos preçosHugo Amaral/ECO 27 Março, 2023

Depois da aprovação no Parlamento, a lei segue para Belém e deverá ser promulgada dentro de dias pelo Presidente da República. Em reação à medida, no final de março, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que o “IVA zero” contribua para o alívio na subida dos preços: “Vamos ver se as medidas agora aplicadas aos bens alimentares contribuem para a descida da inflação”, afirmou, em declarações transmitidas pelas televisões. Nem o Presidente arrisca ter certezas.

Fica a faltar a posição dos restantes restantes parceiros. Na quarta-feira, o ECO promoveu uma conferência em conjunto com a CAP, na qual também esteve presente o líder da APED. Os dois signatários do pacto do alívio de preços consideraram ser demasiado cedo para saber se os portugueses vão pagar menos na ida ao supermercado, mas mostraram-se confiantes de que o cabaz sem imposto poderá ajudar a que “os preços não subam tanto”, como afirmou o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier.

Posição semelhante à do líder da CAP: “Ainda vamos demorar muito a sentir o efeito [do pacto] na subida dos preços. A batata e a cebola duplicaram de preço; a ervilha subiu 60%. Por muito IVA que se tire, vou vender 60% mais caro do que antes”, afirmou, na mesma conferência, Eduardo Oliveira e Sousa.

Comissões de acompanhamento e empresas à parte, serão os portugueses a avaliar, no final, os efeitos práticos da medida. O descontentamento tem-se agravado, numa altura em que há muita contestação social nas ruas e muitas famílias sentem os impactos da perda de poder de compra. De acordo com a última sondagem, do ICS-ISCTE para o Expresso e SIC, que colocou o PS e o PSD praticamente em pé de igualdade nas intenções de voto e deu uma subida significativa ao Chega, o resultado fala por si: quase dois terços dos portugueses dão nota negativa ao Governo. Nos próximos meses, ficaremos a saber se dão também negativa ao “IVA zero”, ou se o pacto realmente serviu para aliviar o peso da fatura da mercearia.

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5 coisas que vão marcar o dia

Deputados deverão aprovar, em votação final global, a proposta de lei relativa à isenção do IVA num cabaz de produtos alimentares, enquanto o BdP vai atualizar o indicador de atividade económica.

Os deputados deverão aprovar, em votação final global, a proposta de lei relativa à isenção do IVA num cabaz de produtos alimentares. No plano económico, o Banco de Portugal atualiza o indicador diário de atividade económica. Esta quinta-feira, há greve nos comboios. Lá fora, está previsto um discurso da diretora-geral do FMI.

Votação final da proposta IVA Zero

Os deputados com assento parlamentar vão votar a proposta de lei relativa à isenção do IVA num cabaz de produtos alimentares. Na terça-feira, os deputados aprovaram várias alterações à proposta inicial, afinando algumas das tipologias de produtos abrangidas e incluindo, por exemplo, as bebidas vegetais. Medida entra em vigor a 18 de abril e termina a 31 de outubro e deverá ser aprovada à luz da maioria absoluta do PS.

Banco de Portugal diz como vai a economia

O Banco de Portugal (BdP) vai revelar os dados relativos ao indicador de atividade económica, referentes à última semana de março. Esta semana, Mário Centeno defendeu que os juros dos depósitos bancários tiveram uma “evolução positiva” nos últimos meses, mas avisou que o aumento das remunerações das poupanças dos depositantes tem sido lento e que aquilo que os bancos fizeram até agora “ainda é insuficiente”.

INE divulga dados sobre a Saúde

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) vai divulgar esta quinta-feira dados sobre o setor da Saúde. As estatísticas são divulgadas no dia anterior ao dia Mundial da Saúde, dado que este ano acontece na sexta-feira santa, numa altura em que a suborçamentação crónica do setor, a falta de recursos humanos, os problemas nas urgências de ginecologia obstetrícia ou de pediatria, e o descontentamento dos profissionais, que pedem melhores condições de trabalho e salários, têm vindo a ecoar.

Comboios em greve

Esta quinta-feira prossegue a greve de trabalhadores da IP e da CP – Comboios de Portugal, sendo que paralisação prevista para esta quinta-feira é de 24 horas. A greve afeta também a Fertagus porque a empresa que opera o comboio da ponte 25 de Abril entre Roma-Areeiro e Setúbal depende dos serviços da IP, gestora da rede ferroviária nacional. No que toca aos comboios da CP, a empresa prevê que as perturbações na circulação de comboios tenham “especial impacto” hoje, quinta-feira antes da Páscoa, que costuma ser precisamente um dos dias de maior movimento nas estações. Ainda assim, estão assegurados serviços mínimos em ambas as empresas, sendo que estes garantem apenas 30% das viagens previstas.

Diretora-geral do FMI discursa

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) faz o discurso de antevisão das reuniões de primavera do FMI/Banco Mundial, que vai decorrer entre 10 a 16 de abril. O encontro é realizado em parceria com o Político, sendo esperado que Kristalina Georgieva apresente uma visão geral sobre as perspetivas para a economia global e aborde as prioridades políticas para os próximos meses.

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PSD chama comissão da transparência a pronunciar-se sobre deputado do PS em reunião com CEO da TAP

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

O PSD lembra que na tomada de posse da comissão de inquérito, cada membro teve de assinar uma "declaração formal de inexistência de conflito de interesses".

O PSD vai pedir que a comissão de transparência se pronuncie sobre a presença do coordenador socialista na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, numa reunião com a presidente executiva da empresa na véspera da audição parlamentar de janeiro.

Durante a inquirição a Alexandra Reis, que decorre na comissão de inquérito à TAP, o coordenador do PSD, Paulo Moniz, anunciou a entrega de um requerimento sobre a reunião que se realizou a 17 de janeiro, um dia antes da ida de Christine Ourmières-Widener à Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação e na qual estiverem presentes elementos dos ministérios e, pelo que se sabe até agora, o deputado do PS Carlos Pereira.

O PSD vai dar “entrada nos próximos dias” na Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados “de um pedido de avaliação do cumprimento do disposto no n.º 6 do artigo 6.º do Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares e na alínea f) do n.º 1 do artigo 14.º do Estatuto dos Deputados, conjugado com o artigo 4.º do Código de Conduta”.

Quanto ao Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, o PSD refere-se ao facto de ser “condição para a tomada de posse de membro da comissão, incluindo membros suplentes, declaração formal de inexistência de conflito de interesses em relação ao objeto do inquérito, bem como de compromisso de isenção no apuramento dos factos sujeitos a inquérito”.

Quanto ao Estatuto dos Deputados, o PSD refere-se, entre os deveres dos parlamentares, à alínea segundo a qual estes devem “observar as disposições do presente Estatuto e demais legislação conexa, do Regimento da Assembleia da República e demais deliberações desta que lhes sejam aplicáveis, bem como contribuir para as boas práticas parlamentares em conformidade com o Código de Conduta”.

Os Deputados exercem livremente o seu mandato, nos termos da Constituição e da lei, no respeito pelos seus compromissos eleitorais, agindo de acordo com a sua consciência e atuando com independência relativamente a qualquer pessoa singular ou coletiva”, pode ler-se no artigo do Código de Conduta em causa.

Para poder avançar com este pedido na comissão parlamentar, o PSD pediu que, “com caráter prioritário”, seja extraída a ata da audição à presidente executiva da TAP, bem como a exportação do áudio da reunião. Na audição de terça-feira, Christine Ourmières-Widener identificou o deputado e coordenador do PS na comissão de inquérito, Carlos Pereira, como um dos presentes na referida reunião de 17 de janeiro. No final da audição, Carlos Pereira disse aos jornalistas que se trata de um procedimento natural de “partilha de informação”.

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Aon Digital Client Solutions abre escritório em Malta

  • ECO Seguros
  • 5 Abril 2023

A Aon, corretora global de resseguros, lança o primeiro escritório de soluções digitais para clientes em Malta. Quer criar empregos para o setor e expandir nos mercados automóvel e de mobilidade.

A Aon anunciou a abertura do seu primeiro escritório Digital Client Solutions em Malta, agendada para junho, e que quer criar novas oportunidades de emprego para especialistas em seguros, bem como expandir a presença internacional da empresa nos mercados automóvel e de mobilidade.

Interior do novo office da Aon em Malta.

A Aon trará as capacidades da Digital Client Solutions no processo completo de gestão de viagens de cliente, desde a aquisição até à gestão e retenção de sinistros para novos países na Europa, ajudando a escalar a plataforma global Digital Client Solutions.

“Ao fornecer soluções de seguro automóvel disruptivas e digitalmente habilitadas em múltiplos países da Europa que ajudam os clientes a tomar melhores decisões, temos uma oportunidade única de acelerar o nosso crescimento no espaço automóvel e de mobilidade e ajudar ainda mais os mercados mal servidos”, disse Raffi Turco, diretor global de desenvolvimento de negócios da Aon’s Digital Client Solutions. “O nosso investimento em Malta abrirá também oportunidades de emprego a talentos na região e esperamos receber novos colegas no nosso espaço”.

“Estamos motivados por abrir a nossa nova localização em Malta que introduz as capacidades da Aon’s Digital Client Solutions a uma nova base de clientes internacionais em vários países,” disse Matthew Maunder, COO da linha de soluções para EMEA da Aon. “As soluções de seguros apoiadas em tecnologia são a próxima geração da nossa indústria e estamos entusiasmados por estar na vanguarda da entrega desta inovação em toda a Europa”.

O novo escritório em Malta possui uma certificação de sustentabilidade BREEAM, “Muito Bom”, e foi concebido para se adequar às necessidades de um escritório híbrido moderno. O novo espaço de 1.200 metros quadrados inclui um ambiente flexível para apoiar a abordagem de trabalho inteligente da Aon, com áreas para reuniões de clientes e colaboração. O local irá também oferecer um ginásio de escritório, bar, serviços de concierge, espaços comuns e portos de carregamento de veículos.

 

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Custos são impedimento para aumentar segurança em casa

  • ECO Seguros
  • 5 Abril 2023

Estudo 'Casa Segura' da Liberty Seguros apurou que 30% assumem não ter cuidados particulares antes de ausências para garantir a proteção das habitações. Mais de 50% apontam custos para mais proteção.

Segundo o estudo ‘Casa Segura’ desenvolvido pela Liberty Mutual com a Kantar e a Red C para a Liberty na Europa – Portugal, Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte – em janeiro e fevereiro de 2023, e agora divulgado, 30% das pessoas assumiram que não têm qualquer cuidado particular antes de sair de casa para garantir a proteção da mesma. 37% veem nas redes sociais uma ameaça, optando por não fazer publicações sobre as férias e 30% contam com o apoio dos vizinhos. Quase 50% dos inquiridos admitem que o custo da implementação de medidas adicionais é um fator de impedimento para aumentar a segurança da casa.

“Cada lar é diferente, por isso o importante é ter apólices de seguros com coberturas que respondam às necessidades reais de cada pessoa ou família”, afirma José Luís García Camiñas, diretor executivo de produto da Liberty Seguros na Europa.

No estudo, direcionado a titulares de seguro lar, no qual participaram 344 das 500 pessoas inquiridas em Portugal, 30% contam com o apoio dos vizinhos para terem em atenção movimentações estranhas e recolherem a correspondência.

“Há fatores que variam de uma casa para a outra, tal como a idade, o estado do interior e exterior, as condições gerais do local, como o clima, ou os valores que estão no seu interior. É importante tê-los em conta quando o tema é a proteção do lar, tanto no dia-a-dia como nos períodos de férias”, explica José Luís García Camiñas, Diretor Executivo de Produto da Liberty Seguros na Europa. “Cada lar é diferente, por isso o importante é ter apólices de seguros com coberturas que respondam às necessidades reais de cada pessoa ou família”, acrescenta.

A Liberty Seguros destaca, em comunicado, seis passos que considera benéficos para garantir a proteção de habitações durante ausências: não partilhar demasiado nas redes sociais – 37% afirmam que é uma das preocupações quando estão de férias -, mostrar que está em casa, sem estar – 18% dos portugueses afirmaram utilizar luzes inteligentes ou com temporizador -, pessoas afastam pessoas – dos mais de 340 portugueses questionados, 30% afirmam que pedem ao vizinho para recolher a correspondência ou estar atento a movimentações estranhas e 17% contratam alguém para cuidar da casa nos períodos de ausência. Ainda não deixar valores à vista – esta é já uma prática de 21% das pessoas que também contam com um seguro Lar -, segurança como decoração – portas blindadas foram indicadas por cerca de 30% dos inquiridos como tendo sido uma medida de segurança implementada dentro de casa. O alarme de segurança já é utilizado por 21% das pessoas e a câmara de segurança por 17%. A última recomendação da Liberty Seguros é desligar a água, o gás e a eletricidade durante a ausência – além de reforçar a sua habitação com detetores de fumo e de monóxido de carbono, bem como um Seguro Multirriscos Habitação.

Do estudo, concluiu-se que, por um lado, os custos de implementação destas e de outras opções, inibem quase metade dos portugueses (48%) de implementar estas medidas de segurança em casa e que, por outro lado, cerca de 45% sentem que a sua casa é suficientemente segura.

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Mapfre lidera na igualdade de género

  • ECO Seguros
  • 5 Abril 2023

Mais de metade dos funcionários da Mapfre Portugal são mulheres. A companhia foi distinguida por várias organizações pela sua abordagem no que concerne à igualdade entre mulheres e homens.

A Mapfre e a Mawdy, parte da Mapfre Portugal, foram distinguidas pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), pelas boas práticas na promoção da igualdade remuneratória entre sexos. A CITE tem como missão promover a igualdade e a não-discriminação de género no trabalho, no emprego e na formação profissional, bem como proteção da parentalidade e conciliação da atividade profissional com a vida familiar e pessoal. A distinção foi apoiada pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS).

“É com um enorme orgulho que a Mapfre Portugal recebe estas distinções”, afirma o CEO da companhia, Luís Anula.

É mais do que fundamental que as empresas assumam comportamentos favoráveis e abertos à diversidade, que garantam a igualdade efetiva de oportunidades entre homens e mulheres”, diz Luís Anula, CEO da Mapfre Portugal, que defende que “o género não pode ser motivo de discriminação” e que “a igualdade não é somente uma questão de justiça”.

Para o líder, “a igualdade entre homens e mulheres é fundamental para o avanço da sociedade, para tornar as empresas mais competitivas e as pessoas mais felizes. É, por isso, um enorme orgulho que a Mapfre Portugal receba estas distinções”.

O grupo Mapfre anuncia a realização de análises retributivas para, se for o caso, corrigir as lacunas salariais que se identifiquem entre membros de um mesmo grupo. Estas “atualmente, estão próximas do seu objetivo (+/- 1%), com 1,86% a nível global“, diz a companhia. “O desequilíbrio tem origem num passado setorial altamente masculino, característico deste setor”, aponta.

Em Portugal, 55% dos funcionários da Mapfre são mulheres, 183 num total de 332. O valor é ainda mais elevado a nível internacional, com 17.300 funcionárias a representar 55,4% nos quadros globais. Destas, 42% ocupam postos de responsabilidade.

Em 2022, 54,7% das novas incorporações no quadro de funcionários do Grupo Mapfre, a nível mundial, foram mulheres. O equilíbrio de género no Conselho de Administração estará praticamente atingido: 47% de mulheres, que se traduz em 7 mulheres e 8 homens.

A Mapfre sublinha, em comunicado, que promove uma cultura diversificada e inclusiva e conta com a sua própria estratégia de diversidade – sem barreiras geracionais, culturais, de género ou orientação sexual. Nos últimos anos, a companhia “tem trabalhado para criar um ambiente favorável, onde todas as pessoas possam oferecer o seu talento, independentemente do género ou de qualquer outro critério”.

Iniciativas da Mapfre para avançar a causa da igualdade de género incluem Redes de Liderança Feminina em Espanha, México, Estados Unidos da América, Brasil, Peru e Turquia. É a única seguradora espanhola e uma das 485 empresas que integram o Índice Bloomberg de Igualdade de Género 2023 (Gender Equality Index). No ranking, a seguradora ocupa a 69.ª posição no ranking global do Índice, que mede a igualdade entre homens e mulheres em cinco pilares: liderança feminina e fluxo de talentos, igualdade e paridade salarial de género, cultura inclusiva, políticas contra o assédio sexual e marca pró-mulheres.

Há três anos, a Mapfre assinou a sua adesão aos Princípios da ONU Mulheres, organização das Nações Unidas. Entre os princípios está o estabelecimento de uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade de género, que significa “tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitar e apoiar os direitos humanos e a não-discriminação”, descreve comunicado.

Enquanto parceira da Rede Espanhola de Pacto Global das Nações Unidas, a Mapfre juntou-se ao programa acelerador Target Gender Equality – movimento mundial para acelerar a ação no ODS 5 (Igualdade de Género) – “estando consciente de que as grandes empresas são um agente de mudança muito importante na sociedade e desempenham o seu papel assumindo #AParteQueNosToca”, afirma a companhia.

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Zurich e Allianz apostam nos Danos Próprios para crescer no seguro automóvel

Maior eficácia para evitar fraudes e ofertas oportunas fazem os segurados automóvel subscreverem coberturas para além da responsabilidade civil. Veja seguros que pode fazer para além do obrigatório.

A Zurich destacou-se, no ano passado, no ramo automóvel, ao conseguir prémios de Danos Próprios em valor quase igual ao da receita da responsabilidade civil obrigatória. Sendo coberturas opcionais, nem todos os veículos segurados – segundo a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) eram 8,3 milhões no final de 2021-, dispunham de proteção para além daquela a que os seus utilizadores eram obrigados.

José Francisco Neves da Allianz e Verónica Neves da Zurich explicam como estão a aumentar a cobertura de danos próprios em Portugal.

Verónica Neves, responsável pelo Ramo Automóvel da Zurich em Portugal, dá como exemplo estimulante “a recente construção de pacotes de coberturas de danos próprios mais simples e competitivos, que surge em resposta às tempestades e inundações que aconteceram no final do ano passado e início deste ano, nas zonas de Lisboa e Porto”, afirma.

“Como muitos automóveis não estavam cobertos por seguros de tempestades e inundações”, prossegue Verónica Neves, “nós adequámos as nossas coberturas de danos próprios para que os clientes estejam ainda mais protegidos. Esta adequação também foi muito importante na conjuntura económica que atravessamos e que está a obrigar o cliente a fazer escolhas e a ter maior rigor na gestão do orçamento familiar”, conclui.

Também a Allianz tem seguido o caminho de incrementar as vendas, oferecendo coberturas adicionais aos detentores de coberturas de responsabilidade civil obrigatória. José Francisco Neves, membro da comissão executiva da seguradora alemã em Portugal, afirma que a aposta em danos próprios “resultou de uma melhor gestão dos dados que nos permitiu um pricing mais correto e uma melhor gestão da fraude, permitindo uma forma de os clientes passarem a interagir connosco com novas ferramentas que facilitam a avaliação do risco, muitas vezes de forma digital”.

As 16 seguradoras que exploraram o ramo automóvel em 2012 obtiveram 59% das suas receitas da responsabilidade civil obrigatória, 37% de danos próprios e outros facultativos e 4% pela cobertura de passageiros transportados. Esta extensão de seguro exige alguma atenção. Por norma, o condutor tem uma cobertura de baixo valor e, como são os condutores as vítimas mais habituais em acidentes automóveis por circularem sozinhos, podem defrontar-se com limite baixo em caso de danos corporais.

A parte das receitas de danos próprios mais significativas são, pela dimensão da carteira, a da Zurich e da Allianz. Também a UNA obteve, no ano passado, uma parcela dentro das suas receitas, mas em menor dimensão absoluta.

Se as receitas do ano passado – de valor total de 1,96 mil milhões de euros em prémios – foram 59% de seguro de responsabilidade civil obrigatório, o mesmo representou 66% dos custos com sinistros. Danos Próprios recolheu 37% das receitas e 33% dos sinistros. Pessoas Transportadas teve receitas de cerca de 80 milhões de euros e os sinistros apenas gastaram 5 milhões. Uma taxa de sinistralidade de 0,4% que se traduz em 75 milhões de euros de lucro técnico. Para as companhias, o caminho de aumentar as coberturas também é o certo.

A cobertura mais corrente no ramo automóvel é, obviamente, a responsabilidade civil, seguro obrigatório que, desde 1 de junho de 2022, está fixado num valor de 7,75 milhões de euros, dos quais 6,45 milhões para danos corporais e 1,3 milhões para danos materiais, por cada acidente.

Depois, existem coberturas facultativas, normalmente extensivas ao aumento do valor de cobertura da responsabilidade civil. A assistência em viagem, para em caso de acidente ou avaria do carro, garantir o transporte do condutor até ao final da sua viagem, bem como o reboque do carro avariado ou que teve um acidente. Ainda é corrente a Proteção jurídica para, em caso de um processo judicial em virtude de um acidente, cobrir as despesas com advogados e custos com tribunais. A Privação de uso, outra cobertura facultativa, pode garantir que o dono do carro receba uma compensação da seguradora durante o período em que não tem disponível o automóvel devido a um acidente, ou que lhe seja atribuído um veículo de substituição, da mesma tipologia do veículo segurado, durante o período de reparação.

Quanto a Danos Próprios, que – ao contrário do que se diz – pode não cobrir contra todos os riscos, exige atenção aos segurados saber o que realmente está ou não está coberto. É uma designação genérica de opções para cobrir danos no carro segurado, mesmo quando a responsabilidade seja do seu utilizador ou do segurado. A opção aumenta o preço do prémio, mas pode compensar largamente, nos tempos que correm, em que qualquer reparação automóvel atinge valores muito elevados.

Rogério Campos Henriques, presidente da Fidelidade, a maior seguradora portuguesa também no ramo automóvel, adiantou a ideia – durante a 3ª Conferência ECOseguros – que, ao contrário do que se possa pensar, os seguros de danos próprios são mais úteis aos clientes com menores recursos financeiros, porque a perda total de um automóvel, por culpa própria, tem um enorme significado económico, maior do que para um cliente com maiores disponibilidades, caso frequente neste tipo de seguros.

Os casos opcionalmente cobertos são danos da viatura em caso de choque, colisão ou capotamento, quebra de vidros, danos provocados por incêndio, raio ou explosão, furto ou roubo da viatura, fenómenos da natureza, como os causados por chuvas intensas, desabamento de terras ou outros e, finalmente, a proteção contra atos de vandalismo.

Vários fatores que influem em todas as coberturas. Desde o valor de mercado do carro, ao histórico anterior de acidentes. Uma boa história beneficia, assim como a localização habitual do veículo e a franquia, no caso dos danos próprios. Ainda o fracionamento, ao longo da anuidade, pode encarecer o prémio final.

As coberturas opcionais podem ser desagregadas. A estratégia, em tempos de crise, é propor mais segurança aos clientes. Com finanças familiares apertadas a última notícia que se quer ter é um automóvel destruído.

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Relação com mulher de Medina é “estritamente profissional”, diz Alexandra Reis

  • Ana Petronilho
  • 5 Abril 2023

Alexandra Reis, que se cruzou com a mulher do ministro das Finanças na TAP, diz que a relação é "estritamente profissional" e que "não sabe onde mora".

A ex-administradora da TAP garantiu que a sua relação com a mulher do ministro das Finanças é “estritamente profissional”, durante a audição na Comissão de Inquérito à TAP, que decorre esta quarta-feira no Parlamento.

Em resposta ao deputado social-democrata, Paulo Rios de Oliveira, Alexandra Reis – que se cruzou com Stéphanie Sá da Silva na TAP, em cargos diferentes – assegura que a sua relação com a mulher de Medina “era estritamente profissional e muito boa”. A gestora afirma que Stéphanie Sá da Silva é uma “excelente advogada” e que sempre trabalharam “muito bem” juntas. “Mas era uma relação profissional, não sei onde mora”, sublinha.

A ex-CPO, ex-CFCO e ex CCO da TAP, ex-presidente do CA da NAV e ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito, na Assembleia da República, em Lisboa, 05 de abril 2023.ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Alexandra Reis disse ainda, em resposta ao deputado da IL, que não mencionou Stéphanie Sá Silva na lista de pessoas que a pudessem ter indicado para o cargo de secretária de Estado do Tesouro porque “não tinha por hábito” falar com a mulher de Medina sobre “temas do foro da vida privada ou de algo que estivesse minimamente relacionado com a situação profissional do marido” da diretora jurídica da TAP. “Nunca fiz essa associação em momento algum”, frisa.

Sobre encontros com a mulher de Medina fora do ambiente profissional, Alexandra Reis refere quatro situações: dois almoços após reuniões de trabalho enquanto ainda trabalhava na TAP a que se soma, “já em 2022”, um pequeno-almoço e um outro almoço que decorreu como um encontro de “antigas colegas” da “mesma forma que o faço com pessoas com quem já me cruzei, numa lógica de networking, que aconteceu com naturalidade”.

Quando foi convidada em novembro do ano passado para o Governo, como secretária de Estado do Tesouro, pelo ministro das Finanças, Alexandra Reis diz que não falaram “sobre a saída da TAP, nem sobre a indemnização”. A única reunião que tinha tido, anteriormente, com Fernando Medina aconteceu quando ainda era autarca de Lisboa, contou ainda Alexandra Reis, acompanhada por um advogado na audição.

Depois de sair da TAP, Alexandra Reis disse aos deputados que recebeu um telefonema do ex-secretário de Estado, Hugo Mendes, durante o qual lhe foi falado da NAV. Esse telefonema aconteceu a 22 de março, antes da tomada de posse do Governo que tinha sido eleito a 30 de janeiro, refere a ex-administradora da companhia no Parlamento.

“Foi uma conversa muito exploratória, na qual deu nota de que o futuro ministro tinha desafios na NAV que ia tentar resolver. Foi uma conversa muito preliminar, exploratória. Foi a primeira vez que ouvi falar da NAV”, disse Alexandra Reis.

O convite formal para a presidência da NAV, a empresa pública que gere o tráfego aéreo nacional, chegou na semana seguinte à tomada de posse. “Ponderei e decidi aceitar”, tendo tomado posse na NAV com efeitos a 1 de julho, meses depois de ter deixado a companhia.

A ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, uma das protagonistas da polémica indemnização de 500 mil euros é ouvida pessoalmente, esta quarta-feira, pela primeira vez sobre o assunto, durante a audição da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.

Alexandra Reis foi chamada pela comissão de inquérito na qualidade de ex-administradora da TAP, ex-presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal – Navegação Aérea, para onde transitou poucos meses depois de ter saído da companhia aérea, e como ex-secretária de Estado do Tesouro.

O Governo pediu ainda a restituição de grande parte do valor da indemnização (450.110,26 euros), que Alexandra Reis disse devolver “por vontade própria”, apesar de discordar do parecer da Inspeção Geral de Finanças.

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BPI notificado do requisito MREL a cumprir em 2024

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

“A 31 de dezembro de 2022, o BPI excedia já os requisitos MREL finais estabelecidos, tanto em percentagem do RWA, como em percentagem do LRE”, indica o banco.

O BPI foi notificado pelo Banco de Portugal do requisito mínimo de fundos próprios e de passivos elegíveis (MREL), a cumprir em janeiro de 2024, que é de 19,43% do RWA (percentagem dos ativos ponderados pelo risco), comunicou ao mercado.

“[…] O BPI, em base sub-consolidada, deve cumprir a 01 de janeiro de 2024, o montante mínimo de fundos próprios e de passivos elegíveis de 19,43% do RWA, que deverá atingir 22,43%, com acréscimo do atual requisito combinado de reserva de fundos próprios (CBR)”, segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O requisito intermédio aplicável a partir de janeiro de 2022 é de 16,18% do RWA, o que acrescido do CBR atual é de 19,18%.

Já o requisito MREL em percentagem de LRE (medida de exposição total do rácio de alavancagem) é de 5,91%, aplicável também a partir de janeiro de 2022.

A 31 de dezembro de 2022, o BPI excedia já os requisitos MREL finais estabelecidos, tanto em percentagem do RWA, como em percentagem do LRE”, apontou.

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Aumento extra de 1% da função pública será pago em maio

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

Inês Ramires disse que o aumento salarial, com retroativos a janeiro, custará 245 milhões de euros e o subsídio de refeição, que sobe de 5,20 euros para seis euros, terá um custo de 144 milhões.

O aumento salarial intercalar de 1% e a subida do subsídio de refeição para seis euros serão pagos com os salários de maio, com retroativos a janeiro, disse esta quarta-feira a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires. A data foi avançada pela governante, no final de reuniões com as estruturas sindicais da administração pública, na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa.

“[O aumento] agora tem de ser aprovado, tem de passar pelo processo legislativo, portanto o que estamos a trabalhar é para que ele tenha reflexo no processamento salarial de maio”, afirmou Inês Ramires aos jornalistas. De acordo com a secretária de Estado, o Governo decidiu “após ponderação das reivindicações” apresentadas pelas estruturas sindicais, fazer reatroagir os aumentos intercalares a janeiro de 2023, quando inicialmente apontava para que as medidas produzissem efeitos apenas a partir de abril.

“Com esta retroatividade, consolidamos a valorização global da massa salarial global da administração pública, a partir de janeiro, passando de 5,1% para 6,6%, isto é, a massa passa de 1.320 milhões de euros para 1.709 milhões”, referiu. Inês Ramires disse que o aumento salarial de 1% com retroativos a janeiro custará 245 milhões de euros e o subsídio de refeição, que sobe de 5,20 euros para seis euros, terá um custo de 144 milhões de euros.

Questionada sobre se o Governo tem margem para aumentar a sua proposta de 1%, como pedem os sindicatos, a secretária de Estado respondeu que “a margem do Governo é aquela que foi apresentada” nas reuniões. Porém, admitiu voltar à mesa das negociações até ao final do ano “se houver alguma alteração de circunstâncias”, como aconteceu agora, em que a inflação ficou acima do previsto.

Inês Ramires disse ainda estar a trabalhar com o Ministério das Finanças “para que haja uma atualização das tabelas retenção de IRS para não haver perda de liquidez relativamente ao aumento salarial”. “Estamos a trabalhar para que no próximo processamento de salários, ou seja, quando for publicado este diploma, estejam também publicadas as tabelas de retenção atualizadas”, referiu a governante.

Segundo a proposta do Governo, os cerca de 742 mil funcionários públicos terão assim um aumento salarial intercalar de 1% em maio, com retroativos a janeiro, além das subidas atribuídas no início do ano de 52,11 euros para salários até cerca de 2.600 euros ou de 2% para remunerações superiores. A remuneração base da administração pública, que em janeiro aumentou 56,58 euros, para 761,58 euros, passará assim a ser de 769,2 euros, a que corresponde um aumento 9,1% face ao ano anterior.

O subsídio de refeição aumenta de 5,20 euros para seis euros (mais 80 cêntimos) por dia. A secretária de Estado esteve reunida com a Frente Comum, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

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