Novobanco deixa Pharol. Vende posição de 9,55% por 6,5 milhões à DK

Banco vendeu participação de 9,55% da Pharol a uma empresa da Davidson Kempner, num negócio feito por 6,5 milhões de euros.

O Novobanco deixou de ser acionista da Pharol. O banco vendeu a participação de 9,55% que detinha na empresa aos americanos da Davidson Kempner, num negócio realizado por 6,5 milhões de euros.

A transação foi comunicada ao mercado em dois tempos. Primeiro a Pharol comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a venda feita pelo Novobanco relativamente a um bloco de cerca de 900 milhões de ações – correspondendo a 86 milhões de direitos e 9,55% do capital – à sociedade Burlington Loan Management, com sede na Irlanda. Esta sociedade é gerida pela Davidson Kempner. Logo a seguir, surgiu outro comunicado relativo à aquisição pela Burlington daquela participação por 6,5 milhões de euros.

Com este negócio, a Davidson Kempner passa a ser o segundo maior acionista da Pharol, apenas atrás da operadora brasileira Oi, que detém 10%.

A Pharol, antiga holding da Portugal Telecom (PT), está a explorar novos rumos para a sua atividade. Atualmente, limita-se a gerir a posição de 2,2% na Oi, bem como a tentar recuperar o máximo possível do investimento ruinoso de 897 milhões de euros da PT em dívida da Rioforte, uma sociedade que pertencia ao Grupo Espírito Santo. Registou prejuízos de 2,5 milhões de euros no ano passado.

Este não é o primeiro negócio do Novobanco com a Davidson Kempner, que já comprou várias carteiras de crédito malparado ao banco nos últimos anos.

Foi também a Davidson Kempner que fez o negócio imobiliário do ano passado, ao comprar à banca portuguesa uma carteira de ativos hoteleiros e outros imóveis que estavam parqueados nos fundos de reestruturação ECS, numa transação avaliada em cerca de 800 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 22h55)

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Presidente da Parpublica vai entregar deliberação que demitiu gestores da TAP à comissão de inquérito

O presidente da Parpublica vai entregar à comissão de inquérito à TAP a ata da assembleia geral que decidiu a demissão do CEO e do chairman da companhia. Um documento há muito pedido pelos deputados.

O presidente da Parpública vai entregar ao presidente da comissão de inquérito (CPI) à TAP a deliberação da assembleia geral de dia 12 de abril que destituiu a antiga CEO e o ex-presidente do conselho de administração da TAP. O PSD queria que o documento, de 12 páginas, fosse lido durante a audição de Jaime Andrez.

A audição do presidente da Parpública ficou marcada pela discussão entre os deputados sobre o acesso à ata da assembleia geral com a deliberação que ditou a demissão de Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja. O ministro das Finanças confirmou esta quinta-feira no Parlamento que não existe um parecer jurídico a acompanhar a decisão, mas apenas uma ata. Os deputados da CPI têm vindo a pedir de forma insistente a fundamentação jurídica ao Governo.

Hugo Carneiro, do PSD, perguntou ao presidente da Parpública se tinha a deliberação e que a lesse. Uma vez que o documento tem 12 páginas, foi pedida uma interrupção dos trabalhos para a consulta da deliberação, antes de continuar com a inquirição. Essa possibilidade não reuniu o consenso dos deputados.

Jaime Andrez notou que a cópia da deliberação na sua posse só estava assinada por si e não pela Direção-Geral do Tesouro, detentora de 99% do capital da TAP SGPS. “O documento é assinado pelos dois mas nós representamos apenas 1%”, disse o presidente da Parpública, que a pedido do presidente da mesa da CPI, Seguro Sanchez, clarificou que se tratava de um documento “confidencial”.

Por deliberação de Jorge Sanches, Jaime Andrez irá entregar a sua cópia à mesa da CPI, onde têm assento o presidente e os vice-presidentes. “Ficaremos com o documento. Não é distribuído aos senhores deputados. Em função da análise teremos provavelmente de o voltar a chamar. O mais importante é a comissão ter documento que ainda não tem”, argumentou o presidente da CPI. Sinto-me perfeitamente confortável. Na primeira hora útil farei chegar documento com as duas assinaturas”, respondeu Jaime Andrez.

Questionado pelo PSD, o presidente da Parpública esclareceu que não “existe um parecer jurídico específico” e que recebeu apenas uma minuta assinada pelo ministro das Finanças. A do ministro das Infraestruturas não consta.

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Ciclo de Conferências leva APS a vários pontos do país

  • ECO Seguros
  • 20 Abril 2023

"Os Seguros num Mundo em Transformação” é o tema do Ciclo Conferências APS que visa sensibilizar as comunidadades para a importância dos seguros. As primeiras edições realizam-se em Aveiro e Leiria.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) vai promover um Ciclo de Conferências, a realizar em diferentes locais do país, sob o tema “Os Seguros num Mundo em Transformação”.

Com início no dia 03 de maio, em Aveiro, a iniciativa tem como objetivo sensibilizar a população para a importância do seguro, abordando um conjunto de temáticas relevantes para o setor.

A primeira edição tem como tema “Micromobilidade Segura”. A micromobilidade, sob a ótica do setor segurador, abrange áreas amplas como a necessidade de regulação da micromobilidade partilhada, a segurança dos veículos, os danos corporais associados à micromobilidade ou os benefícios desta para um futuro mais sustentável, sendo estes alguns dos principais temas que a APS pretende que sejam abordados durante o evento.

A conferência contará com personalidades de áreas diversas e visa desenvolver uma reflexão sobre as implicações da micromobilidade na segurança dos utilizadores e do público em geral.

A segunda sessão realiza-se em Leiria, no dia 23 de maio e terá como tema “(Des)Proteção para Riscos da Natureza”. A ocorrência de grandes incêndios no distrito de Leiria revelaram que é necessário continuar a apostar na prevenção estrutural, assente num modelo integrado, que permita o crescente envolvimento dos stakeholders locais.

A conferência visa desenvolver uma reflexão sobre os desafios que as grandes catástrofes naturais – como incêndios, sismos, tempestades e inundações – impactam ao nível dos danos patrimoniais e os riscos que este tipo de fenómenos constitui para o futuro das pessoas e das empresas. Visa ainda promover uma discussão sobre quais serão as melhores opções estratégicas sobre a temática, focando no papel que o setor poderá assumir neste paradigm

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Aliados ponderam proibição quase total às exportações para a Rússia

  • ECO
  • 20 Abril 2023

Grupo das sete economias mais industrializadas do mundo estão a considerar uma proibição quase total das exportações para a Rússia para pressionar Putin a terminar com a guerra na Ucrânia.

Alguns dos países aliados da Ucrânia, incluindo os EUA, estão a considerar avançar para uma proibição quase total das exportações para a Rússia, num renovado esforço para pressionar economicamente o regime de Putin para colocar um ponto final à guerra.

O G7 – grupo das principais economias do mundo – está a discutir a ideia nas vésperas da cimeira de líderes que terá lugar no Japão no próximo mês, avançaram várias fontes próximas do assunto citadas pela agência Bloomberg (conteúdo em inglês). A União Europeia também poderá juntar-se. A proposta ainda está a ser discutida e pode mudar.

Em cima da mesa está a possibilidade de mudar o regime de sanções existentes, passando todas as exportações a estarem proibidas, a menos que estejam isentas dessa proibição. Atualmente, todas as exportações são permitidas, menos aquelas que estão abrangidas pelas medidas restritivas que já foram impostas a Moscovo desde o início da guerra na Ucrânia, há mais de um ano.

Se a medida tiver luz verde, a lista de exclusões teria de ser acordada e muito provavelmente remédios e produtos agrícolas – incluindo alimentos – deveriam continuar a poder ser vendidos à Rússia, revelou uma das fontes.

Ainda assim, há obstáculos sérios para a implementação da medida. Para entrar em vigor na União Europeia, os novos critérios teriam de ser adotados por todos os Estados-membros, o que daria lugar a um intenso debate, também tendo em conta a reação das empresas que ainda vendem mercadorias para a Rússia. Além disso, também há o risco de retaliação de Moscovo.

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Professores e tutela terminam reunião sem acordo e com novas greves à vista

  • Lusa
  • 20 Abril 2023

A reunião entre Ministério da Educação e sindicatos terminou sem acordo e com os professores a ameaçar continuar com greves até aos exames nacionais.

A reunião entre Ministério da Educação e sindicatos terminou sem acordo e com os professores a ameaçar continuar com greves até aos exames nacionais caso a tutela recuse recuperar todo o tempo de serviço congelado.

“O Ministério da Educação não admite recuperar qualquer dia do tempo de serviço. O senhor ministro diz que não está no programa do Governo, mas está no programa dos professores”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional de Professores à saída da reunião com responsáveis do ministério.

A Fenprof faz parte da plataforma de nove estruturas sindicais que voltou a discutir a proposta da tutela para acelerar as progressões na carreira e minimizar as assimetrias provocadas pelo congelamento e que os sindicatos têm alertado que “deixa de fora muitos docentes”.

Mário Nogueira voltou a lembrar que a proposta da tutela deixa de fora os professores que trabalham, por exemplo, nos hospitais ou nas prisões, assim como na Casa Pia ou na Santa Casa da Misericórdia.

Destinada aos professores que trabalharam durante os dois períodos de congelamento da carreira (desde 2005), a proposta da tutela prevê que recuperem o tempo em que ficaram a aguardar vaga no 4.º e no 6.º escalões a partir do ano de descongelamento (2018), que fiquem isentos de vagas de acesso aos 5.º e 7.º, além da redução de um ano na duração do escalão para aqueles que também ficaram à espera de vaga, mas já estão acima do 6.º.

A plataforma decidiu que vai pedir uma reunião extraordinária que não será “para discutir vírgulas” do documento apresentado pelo ministério, mas sim para pressionar a tutela a chegar a acordo quanto à recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias de progressão da carreira que ainda estão por recuperar.

A abertura de um número de vagas igual ao número de professores que pretendem aceder aos 5.º e 7.º escalões é outras das reivindicações dos docentes acrescentou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

Sem acordo, os sindicatos prometem continuar a lutar e ameaçam com novos protestos, além da greve por distritos que está a decorrer desde segunda-feira e vai terminar a 12 de maio em Lisboa.

A possibilidade de realizarem greve aos exames nacionais também está em cima da mesa: “Os professores têm-nos dito isso e nós não afastamos cenários nenhuns, só se houver uma solução para estes problemas”, acrescentou Mário Nogueira, sublinhando que os docentes preferiam que não fosse necessário.

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IL acusa Governo de “festival de incoerência” sobre fundamentos das demissões na TAP

  • Lusa
  • 20 Abril 2023

"Primeiro, o Governo recusou enviar um parecer à comissão de inquérito à TAP, depois, Ana Catarina Mendes assumiu a existência do parecer", assinala Rui Rocha.

O presidente da Iniciativa Liberal acusou esta quinta-feira o Governo de estar a dar um “festival de incoerência” a propósito da existência de um parecer para fundamentar a demissão por justa causa da anterior presidente-executiva da TAP.

A central de comunicação do PS já nem consegue sintonizar os ministros na mesma narrativa”, comentou Rui Rocha, na sua conta na rede social Twitter, depois de indicar que “primeiro, o Governo recusou enviar um parecer à comissão de inquérito à TAP, depois, Ana Catarina Mendes assumiu a existência do parecer” e “agora, Fernando Medina afirma que o dito parecer nunca existiu”.

O líder da IL pergunta “qual dos ministros está a mentir” e “qual é o parecer de António Costa sobre este festival de incoerência e total desrespeito pela Assembleia da República”.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou esta quinta-feira não haver “nenhum parecer adicional” a fundamentar a demissão do chairman e da presidente da comissão executiva (CEO) da TAP além do que resulta do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).

Não há nenhum parecer, a ideia que se criou de que haveria um parecer… não há nenhum parecer adicional àquilo que é a base da justificação da demissão, que é mais do que suficiente para quem a leu, relativamente ao parecer da Inspeção Geral de Finanças”, referiu Fernando Medina, que está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito do Programa de Estabilidade (PE) 2023-2027.

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PSD pede audição de advogado Jorge Bleck na comissão de inquérito à TAP

  • Lusa
  • 20 Abril 2023

PSD ouvir o advogado por causa das “informações sobre a alegada prospeção e ou adjudicação a escritórios de advogados para auxiliar no processo de despedimento" do chairman e CEO da TAP.

O PSD requereu esta quinta-feira a audição do advogado Jorge Bleck na comissão de inquérito à TAP devido ao alegado pedido do Governo para prestação de serviços jurídicos para “dar sequência às conclusões do parecer da IGF relativamente à CEO”.

Segundo informação à agência Lusa, o PSD apresentou sete requerimentos no âmbito da comissão de inquérito à TAP, sendo pedidas “informações sobre alegada prospeção e ou adjudicação a escritórios de advogados para auxiliar no processo de despedimento de Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, informações sobre a tramitação processual do despedimento e sobre se houve recusa por parte do ministro João Galamba em homologar o despacho oriundo da DGTF e Parpública”.

Num dos requerimentos, o PSD pede a audição de Jorge Bleck, advogado e sócio do escritório Vieira de Almeida, “considerando as notícias veiculadas pelo Jornal Económico, refutadas pelo Ministério das Finanças, a propósito de uma alegada solicitação da parte do Governo para aquisição de serviços jurídicos para dar sequência ao parecer da IGF relativamente à CEO”.

Em causa a notícia de 17 de março, cuja ligação surge no documento do PSD, segundo a qual o “Ministério das Finanças contactou a Vieira de Almeida & Associados para prestar serviços jurídicos relacionados com as conclusões do parecer da IGF que foram invocadas pelo Governo para demitir a CEO da TAP, disse ao Jornal Económico o advogado Jorge Bleck, sócio do escritório”.

Esta confirmação por parte do advogado contraria, aparentemente, aquela que tem sido a posição do ministro das Finanças, Fernando Medina, que esta semana procurou desmentir a notícia, avançada pelo JE, de que o Governo pediu o apoio de advogados externos”, referia a mesma notícia.

Na sequência da mesma notícia, o PSD pergunta ao Ministério das Finanças se solicitou “aconselhamento jurídico externo para auxiliar no processo de despedimento por justa causa da CEO da TAP e do presidente do Conselho de Administração da TAP”. “Em caso afirmativo, foi adjudicado o respetivo aconselhamento jurídico? A quem? Qual o caderno de encargos associado?”, pergunta ainda.

O PSD volta à questão do “desconhecimento sobre se existe ou não um parecer jurídico que sustente o despedimento por justa causa” dois ex-presidentes da companhia aérea, referindo que recentes notícias “dão conta da existência de um despacho conjunto da DGTF e da Parpública” que “terá sido homologado pelo Ministro das Finanças, mas não pelo Ministro das Infraestruturas”.

Os sociais-democratas pedem assim a ambas as tutelas os documentos relativos à “tramitação da decisão do despedimento de Christine Widener e Manuel Beja” e se o Governo confirma a existência de um despacho assinado pela DGTF e pela Parpública, relativo ao processo de despedimento”, pedindo que este seja enviado à comissão de inquérito caso exista.

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Privatização da TAP é um “processo muito imberbe”, diz presidente da Parpública

Jaime Andrez deixou ainda a garantia de que Governo não permitiu que David Neeleman retirasse prestações acessórias injetadas com fundos da Airbus.

O presidente da Parpública, Jaime Andrez, afirmou que o processo de reprivatização está ainda numa fase exploratória e imberbe. Garantiu que a entidade que gere as participações do Estado é ouvida na venda do capital.

É um processo muito imberbe, na sua fase ainda exploratória, em que não há indicações expressas que tenhamos conhecimento“, afirmou Jaime Andrez na comissão de inquérito à TAP, questionado pelo deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, sobre o envolvimento no processo.

“A Parpública está sempre envolvida nas intervenções que o Governo faz. Vai entrando [no processo] sem termos neste momento conclusões, decisões suficientes para eu poder concluir em que termos estamos nesse processo”, acrescentou o responsável. Jaime Andrez deixou um retrato muito diferente daquele que foi feito nas audições de antigos gestores da empresa, que afirmaram que tinham um papel meramente “instrumental” nos dossiês da companhia.

Jaime Andrez garantiu que o acordo feito com a Atlantic Gateway em 2016 para a reversão de parte da privatização não desobrigou os acionistas privados de manterem as prestações acessórias na companhia durante 30 anos. “A Atlantic Gateway estava obrigada a manter prestações acessórias durante 30 anos. Não vi nenhum contexto em que houvesse alteração desta cláusula. A regra manteve-se”, asseverou.

Disse também que os 55 milhões de euros pagos pelo Estado a David Neeleman serviram para pagar quer as ações do empresário na TAP quer a sua parte das prestações acessórias de 227 milhões de dólares. Prestações essas que pertencem agora ao Estado.

Questionado pelo deputado Bruno Dias, do PCP, sobre o motivo para o valor dos 55 milhões, Jaime Andrez respondeu que não conhece o contexto em que foram decididos. “As negociações que deram lugar aos 55 milhões… não estou por dentro delas”.

O deputado Bernardo Blanco afirmou que a TAP recebeu nos primeiros meses de 2021 duas propostas de sociedades financeiras, uma delas a Pulsar Development Internacional, para participar no financiamento, que poderiam ter diminuído a necessidade de injeção do Estado. O presidente da Parpública respondeu que a companhia relatou o interesse destes grupos, mas que isso não foi avaliado pela gestora das participações do Estado.

Bruno Aragão, do PS, afirmou que o antigo presidente do conselho de administração da TAP, Manuel Beja, não participou em nenhuma das muitas reuniões entre a companhia aérea e a Parpública, ao contrário do que acontecia com o antecessor, Miguel Frasquilho. Jaime Andrez confirmou que Manuel Beja não esteve presente.

Custo total da reestruturação atinge cerca de 5.000 milhões

O presidente da Parpública contabilizou em 5.000 milhões de euros o custo total da reestruturação da TAP, se aos 3,2 milhões injetado pelo Estado forem acrescentadas as perdas para os acionistas e os cortes de despesa forçados na companhia.

“A esta soma da contribuição própria com o auxílio de Estado global – não só o auxilio da reestruturação, mas também o auxílio da compensação Covid – é que vão somar o custo global da reestruturação, que, no âmbito do plano de reestruturação e da decisão da Comissão Europeia atinge cerca de 5.000 milhões de euros”, disse Jaime Andrez.

O responsável sublinhou ainda que as negociações com Bruxelas sobre o plano de reestruturação da TAP, aprovado em 21 de dezembro de 2021, foram “muito difíceis”, sobretudo os “dois instrumentos muito importantes para a decisão final da Comissão Europeia”, que tinham a ver com a partilha de perdas pelos diversos parceiros da companhia e com o contributo próprio da empresa. Conforme explicou Jaime Andrez, a contribuição própria tem a ver com a redução de custos para ajudar a viabilização da atividade económica e financeira da empresa.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas recua até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias ao longo do qual vai ouvir cerca de 60 personalidades.

 

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“Há alguma razão para deixar de estar preocupado” com o Governo, questiona Cavaco Silva

  • Lusa
  • 20 Abril 2023

"Há alguma razão para deixar de estar preocupado?" com o Governo, disse o antigo Presidente da República.

O antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva considerou esta quinta-feira não existirem razões “para deixar de estar preocupado” com a atuação do Governo. À saída da conferência “Cinco década de democracia: o que mudou?”, que decorreu no Quartel do Carmo, em Lisboa, o ex-chefe de Estado e antigo primeiro-ministro foi questionado se mantém a preocupação manifestada nas últimas semanas sobre o atual Governo socialista.

“Há alguma razão para deixar de estar preocupado?”, respondeu apenas. Em declarações à agência Lusa e à CNN Portugal, Aníbal Cavaco Silva recusou falar sobre outros temas, indicando que marcou presença nesta “conferência académica” para “ouvir dois professores norte-americanos sobre ciência política”.

“Por uma razão muito especial, é que eu conheço parte da obra de Sheri Berman sobre social-democracia. Ela é a investigadora no âmbito da ciência política nos Estados Unidos que mais tem escrito sobre a social-democracia na Europa”, disse. E disse que foi essa a razão que o levou a esta iniciativa da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

“Não farei qualquer comentário. O que merece aqui ser sublinhado é aquilo que a Fundação Francisco Manuel dos Santos decidiu fazer, organizar esta iniciativa e publicar aquele livro com um volume bem espesso sobre o que é essencial na política portuguesa”, afirmou Cavaco Silva.

Nesta conferência, que contou com um debate entre os investigadores Daniel Ziblatt e Sheri Berman sobre as ameaças à democracia, foi apresentado o livro “O Essencial da Política Portuguesa”.

Na semana passada, à margem da apresentação de um livro da autoria do líder parlamentar do PSD e professor universitário Joaquim Miranda Sarmento, Cavaco Silva considerou que a situação política, que classificou há dois meses como “muito perigosa”, se deteriorou desde então “muito mais do que antecipava” sem, no entanto, querer detalhar a que se referia.

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Da inflação aos juros, a aula de Centeno em Vila Real

  • Lusa
  • 20 Abril 2023

Governador do Banco de Portugal esteve no auditório da Escola Secundária de São Pedro onde respondeu a perguntas sobre inflação, juros, mercado de trabalho e imobiliário, IVA zero dos alimentos.

O governador do Banco de Portugal (BdP) falou esta quinta-feira, a alunos de Vila Real, sobre os desafios provocados pela rápida subida das taxas de juro e inflação, destacando que a palavra “crise financeira” não faz parte do dia-a-dia.

O auditório da Escola Secundária de São Pedro encheu-se de alunos de Vila Real e de Ribeira de Pena que lançaram diversas perguntas a Mário Centeno: inflação, juros, mercado de trabalho e imobiliário, IVA zero dos alimentos, criptomoedas, os casos BES e Banif e até sobre o maior desafio enquanto antigo ministro das Finanças.

O governador do BdP deu uma aula de Finanças e Economia e, nas suas respostas aos estudantes, disse que este ciclo de subidas de taxas de juro estava “nas estrelas”. “Nós queríamos que ele acontecesse. As taxas de juro não podiam manter-se em níveis negativos”, afirmou, explicando que isto não era “sustentável” e, que associadas a essas taxas de juro negativas, estão, normalmente, “períodos de deflação, em que os preços não crescem”, e de “baixo crescimento económico”.

Era, por isso, “muito importante sair daquela quase armadilha” que foi “adensada pela covid-19”. “A palavra crise financeira não está hoje, no nosso dia-a-dia, portanto eu acho que o que vivemos é um desafio, um desafio que necessita de tempo para nos adaptarmos a ele e para respondermos”, salientou.

Segundo Mário Centeno, “o maior problema deste ciclo de subida de taxas de juro não é o nível da taxa de juro, mas a rapidez com que as taxas subiram”. “(…) Dada a velocidade com que as taxas de juro subiram, muitos de nós vão se calhar responder que não estavam preparados, mas a economia portuguesa, como um todo, reduziu o seu endividamento, as famílias hoje devem muito menos dinheiro do que deviam em 2009, no auge da crise financeira, as empresas a mesma coisa”, afirmou.

Disse ainda que o rendimento real das famílias “não caiu” em Portugal (2020, 2021 e 2022) e defendeu uma “política orçamental para apoiar os mais vulneráveis” e a “contenção suficiente para permitir que a inflação baixe”. Centeno disse ainda “que a luta contra a inflação deve partir de políticas coordenadas” e que todos “puxem para o mesmo lado”.

E exemplificou: “Se os salários aumentarem um ponto percentual hoje e as margens de lucro aumentarem um ponto percentual hoje, a inflação vai levar mais tempo a cair”.

“O que significa que o Banco Central Europeu (BCE), nas próximas reuniões, vai ter que ir mais longe do que aquilo que, neste momento, o mercado considera, o que significa que (…) a perspetiva de queda da taxa Euribor não se vai materializar e, no médio prazo, aquilo que foi este ponto percentual que nós ganhamos hoje mais de salários ou de margens de lucro para as empresas vai desaparecer”, sustentou.

E, segundo recordou, a taxa Euribor a 12 meses, um dos três indexantes usados nos créditos à habitação, “atingiu o seu valor mais alto” em fevereiro, tendo já começado a descer, embora “muito pouco”. “Os contratos que usam a Euribor a três meses ou a Euribor a seis meses, ainda vão continuar a subir em termos de taxas de juro nos próximos meses, começando a descer a partir de agosto”, referiu.

Questionado sobre uma possível crise no setor imobiliário, Centeno respondeu: “Eu não concordo com a visão de que há uma crise iminente no mercado imobiliário em Portugal por causa do endividamento das famílias, porque as famílias portuguesas prepararam-se para este momento, coisa que não estavam em 2008 e tão pouco estavam em 2012”.

Já sobre o mercado de trabalho, referiu que “os jovens hoje têm o mundo à frente deles” e que possuem instrumentos, como a qualificação, que não existiam há décadas. “Vocês vão ter a sorte que outros não tiveram, porque se prepararam e porque as oportunidades estão aí para vocês. Se elas são em Portugal ou não é uma (…) questão complexa. Cada vez mais essas oportunidades surgem em Portugal”, frisou.

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Portuguesa Newrail ganha concurso dos bares dos comboios da CP

Empresa de Vila Velha de Ródão vai assumir concessão dos bares do Alfa Pendular e do Intercidades nos próximos dias. Terá de pagar os salários em atraso dos trabalhadores da anterior empresa.

A CP escolheu a Newrail para explorar os bares dos comboios da CP. A empresa de restauração de Vila Velha de Ródão vai ficar responsável pelos bares do Intercidades e do Alfa Pendular depois da rescisão do contrato com a Apeadeiro 2020. A Newrail terá de pagar os salários em atraso dos trabalhadores deste serviço.

A Newrail – Restauração e Serviços, Lda é uma empresa fundada em julho de 2018 e tem como objeto “atividades de confeção, preparação, fornecimento e exploração de serviços de restauração nas diferentes vertentes, nomeadamente em eventos, restauração em meios móveis, serviços de refeições prontas a levar para casa, catering e atividades complementares, incluindo acompanhamento de camas em comboio hotel.”

A empresa de Vila Velha de Ródão já tinha concorrido à concessão dos bares em 2021 mas acabou por não ser selecionada.

A CP espera repor o serviço de bar nos comboios “nos próximos dias“, após estar assegurada a transferência dos funcionários para a nova concessionária. Na anterior concessão, a Apeadeiro 2020 vendia comida e bebida na carruagem-bar do Intercidades e do Alfa Pendular. Contactada pelo ECO, fonte oficial da transportadora não presta mais comentários de momento.

O serviço de bar nos comboios de longo curso foi oficialmente suspenso em 1 de março de 2023, depois de a Apeadeiro 2020 ter deixado de pagar salários aos trabalhadores em fevereiro e de ter pedido a insolvência.

Os trabalhadores estão em greve e em vigília desde 1 de março nas estações de Campanhã, no Porto, e de Santa Apolónia, em Lisboa, reclamando que os seus salários e contratos sejam assegurados diretamente pela CP, pelo menos enquanto não haja um novo concessionário.

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Governo “distribuiu todos os acréscimos de receita face ao que tinha previsto”, garante Medina

O ministro das Finanças defendeu que o Governo não utilizou a receita arrecadada para lá do que tinha previsto para acelerar a redução do défice.

Fernando Medina referiu que “o Governo distribuiu integralmente todos os acréscimos de receita que o Estado teve relativamente ao que tinha previsto”.

No decorrer da sua intervenção esta quinta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças marcada para discutir o Programa de Estabilidade 2023-2027, o ministro das Finanças revelou que “tínhamo-nos comprometidos em relação ao IVA e assim o fizemos, e fizemos mais que o IVA: fizemos em relação a todos os acréscimos de receita, mesmo aqueles que resultaram do aumento de receita contributiva.”

Fernando Medina refendeu que o Governo não utilizou o acréscimo da receita face ao que tinha previsto para uma aceleração da redução do défice “porque entendemos que precisamos de cumprir os nossos objetivos do ponto de vista orçamental, mas não precisamos de ir para uma situação que, de todo, não era desnecessária e que pudesse desproteger as famílias.”

Segundo as mais recentes previsões do Governo plasmadas no Programa de Estabilidade 2023-2027, o saldo orçamental expectável para este ano é de um défice de 0,4% do PIB, face a um défice de 0,9% do PIB previsto no OE 2023.

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