Pharol acredita ser “possível e desejável” vir a investir noutras empresas

Gestão da ex-holding da Portugal Telecom explora opções para o futuro, incluindo voltar a ser uma verdadeira holding financeira, investindo "em atividades diversificadas". Telecomunicações na mira.

A administração da Pharol PHR 0,00% entende que existe um futuro possível para a empresa: voltar a ser uma verdadeira holding financeira, diversificando o negócio. O desafio é a escassez de recursos e o facto de existirem outras prioridades de momento, lê-se no relatório e contas consolidadas divulgado esta semana através da CMVM.

O ano passado voltou a ser de perdas para a Pharol, que é cotada na bolsa de Lisboa, mas foi despromovida à segunda liga da praça portuguesa. Os prejuízos atingiram 2,5 milhões de euros, sem geração de receitas. Além disso, ao longo de 2022, a empresa vendeu ações da Oi, o seu principal ativo, mantendo apenas 2,2% da companhia (posição avaliada em quatro milhões de euros a preços do final do ano), depois de ter iniciado o ano com 5,38% do capital social da operadora brasileira. Cada ação da Pharol vale agora menos do que uma pastilha elástica, apesar de os títulos terem transacionado perto de 30 cêntimos em 2018.

A Pharol, antiga holding da Portugal Telecom (PT), limita-se a gerir a posição na Oi, bem como a tentar recuperar o máximo possível do investimento ruinoso de 897 milhões de euros da PT em dívida da Rioforte, uma sociedade que pertencia ao Grupo Espírito Santo.

No relatório e contas, na parte sobre a estratégia e as perspetivas futuras, a Pharol assume “três claras orientações estratégicas para a sua atividade: otimização do valor dos ativos, redução de contingências e diminuição dos custos da sua operação”.

Dito isto, confirma a hipótese de, no futuro, explorar a hipótese de um portefólio diversificado de negócios: “Apesar de encarar como possível e até desejável o investimento em atividades diversificadas, afinal em linha com a vocação de uma holding financeira, têm constituído travões a desenvolvimentos em novos negócios uma certa exiguidade de recursos e a consciência clara da gestão de que, com elevada probabilidade, as duas primeiras orientações estratégias acima referidas ainda terão um calendário dilatado.”

“De facto, contando com recursos suficientes para executar as tarefas prioritárias durante alguns anos e não podendo contar com receitas nos mais próximos, tem sido considerado imprescindível manter um nível de liquidez aceitável para um horizonte de médio e de longo prazo”, refere o relatório. No final de 2022, a Pharol tinha 20,96 milhões de euros em saldo de caixa e equivalentes e fonte familiarizada com o assunto disse ao ECO que um dos setores para os quais a Pharol poderia diversificar é o das telecomunicações. Não haverá, de momento, nenhuma operação em curso.

O ECO também sabe que a ideia de diversificar para outras áreas de negócio já tinha sido ponderada no ano passado. Entre as opções estaria a venda total ou parcial da posição na Oi ou mesmo da dívida da Rioforte, da qual a Pharol só espera reaver 51,9 milhões de euros.

O assunto tinha sido discutido na assembleia geral de 25 de março de 2022, em que a equipa liderada por Luís Palha da Silva disse aos acionistas que em cima da mesa estavam todas as hipóteses, apurou o ECO na altura junto de fonte familiarizada com o teor da reunião, informação corroborada por uma segunda fonte.

Cotação das ações da Pharol em Lisboa

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