Relação com mulher de Medina é “estritamente profissional”, diz Alexandra Reis
Alexandra Reis, que se cruzou com a mulher do ministro das Finanças na TAP, diz que a relação é "estritamente profissional" e que "não sabe onde mora".
A ex-administradora da TAP garantiu que a sua relação com a mulher do ministro das Finanças é “estritamente profissional”, durante a audição na Comissão de Inquérito à TAP, que decorre esta quarta-feira no Parlamento.
Em resposta ao deputado social-democrata, Paulo Rios de Oliveira, Alexandra Reis – que se cruzou com Stéphanie Sá da Silva na TAP, em cargos diferentes – assegura que a sua relação com a mulher de Medina “era estritamente profissional e muito boa”. A gestora afirma que Stéphanie Sá da Silva é uma “excelente advogada” e que sempre trabalharam “muito bem” juntas. “Mas era uma relação profissional, não sei onde mora”, sublinha.
Alexandra Reis disse ainda, em resposta ao deputado da IL, que não mencionou Stéphanie Sá Silva na lista de pessoas que a pudessem ter indicado para o cargo de secretária de Estado do Tesouro porque “não tinha por hábito” falar com a mulher de Medina sobre “temas do foro da vida privada ou de algo que estivesse minimamente relacionado com a situação profissional do marido” da diretora jurídica da TAP. “Nunca fiz essa associação em momento algum”, frisa.
Sobre encontros com a mulher de Medina fora do ambiente profissional, Alexandra Reis refere quatro situações: dois almoços após reuniões de trabalho enquanto ainda trabalhava na TAP a que se soma, “já em 2022”, um pequeno-almoço e um outro almoço que decorreu como um encontro de “antigas colegas” da “mesma forma que o faço com pessoas com quem já me cruzei, numa lógica de networking, que aconteceu com naturalidade”.
Quando foi convidada em novembro do ano passado para o Governo, como secretária de Estado do Tesouro, pelo ministro das Finanças, Alexandra Reis diz que não falaram “sobre a saída da TAP, nem sobre a indemnização”. A única reunião que tinha tido, anteriormente, com Fernando Medina aconteceu quando ainda era autarca de Lisboa, contou ainda Alexandra Reis, acompanhada por um advogado na audição.
Depois de sair da TAP, Alexandra Reis disse aos deputados que recebeu um telefonema do ex-secretário de Estado, Hugo Mendes, durante o qual lhe foi falado da NAV. Esse telefonema aconteceu a 22 de março, antes da tomada de posse do Governo que tinha sido eleito a 30 de janeiro, refere a ex-administradora da companhia no Parlamento.
“Foi uma conversa muito exploratória, na qual deu nota de que o futuro ministro tinha desafios na NAV que ia tentar resolver. Foi uma conversa muito preliminar, exploratória. Foi a primeira vez que ouvi falar da NAV”, disse Alexandra Reis.
O convite formal para a presidência da NAV, a empresa pública que gere o tráfego aéreo nacional, chegou na semana seguinte à tomada de posse. “Ponderei e decidi aceitar”, tendo tomado posse na NAV com efeitos a 1 de julho, meses depois de ter deixado a companhia.
A ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, uma das protagonistas da polémica indemnização de 500 mil euros é ouvida pessoalmente, esta quarta-feira, pela primeira vez sobre o assunto, durante a audição da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.
Alexandra Reis foi chamada pela comissão de inquérito na qualidade de ex-administradora da TAP, ex-presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal – Navegação Aérea, para onde transitou poucos meses depois de ter saído da companhia aérea, e como ex-secretária de Estado do Tesouro.
O Governo pediu ainda a restituição de grande parte do valor da indemnização (450.110,26 euros), que Alexandra Reis disse devolver “por vontade própria”, apesar de discordar do parecer da Inspeção Geral de Finanças.
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