FMI revê em alta previsões para Portugal e coloca PIB a crescer 1% este ano
Apesar de antever agora um crescimento maior para o PIB face ao que tinha previsto em outubro, o FMI agrava as previsões para a taxa de inflação, défice da balança corrente e desemprego.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está ligeiramente mais otimista relativamente ao crescimento do PIB em 2023 do que estava em outubro do ano passado. Segundo o World Economic Outlook (WEO) de abril, divulgado esta terça-feira, o PIB nacional deverá crescer 1% este ano. Em outubro, as previsões dos economistas do Fundo apontavam para um crescimento de 0,7%.
Mesmo assim, o valor mantém-se abaixo das últimas projeções do Banco de Portugal, que apontam para um crescimento do PIB de 1,8% em 2023; e também da previsão de 1,3% feita pelo Governo, expressa no Orçamento do Estado para 2023.
A confirmarem-se as previsões da entidade liderada por Kristalina Georgieva, Portugal crescerá mais que a média dos 20 países da Zona Euro (0,8%). No espaço da moeda única, Portugal será, juntamente com os Países Baixos, a 10.ª economia com a mais elevada taxa de crescimento do PIB. O pelotão é liderado pela Irlanda (5,6%) e carregará nas últimas posições três economias com taxas de crescimento negativas: Estónia (-1,2%), Lituânia (-0,3) e Alemanha (-0,1%).
No entanto, nos restantes indicadores, as previsões do FMI para Portugal são mais sombrias. Segundo o WEO de abril, Portugal deverá ver agravado o défice da sua balança corrente de 0,4% do PIB para 0,8% do PIB; e a taxa de desemprego deverá figurar nos 6,6% este ano, face aos 6,5% que os economistas do FMI estimavam em outubro.
Mas o maior agravamento das previsões para a economia nacional está no nível de preços do consumidor. Apesar de continuar a prever um abrandamento da inflação, o Fundo estima agora uma taxa de inflação média para este ano de 5,7%, face aos 4,7% que antecipava em outubro.
Esta revisão em alta da inflação para 2023 não é exclusiva de Portugal. Para a Zona Euro, o FMI estima agora uma taxa de inflação de 5,3% em 2023, mais 0,6 pontos percentuais face à previsão que tinha em outubro.
O mesmo sucede para a economia mundial. Se já em janeiro deste ano os economistas do Fundo estimavam uma taxa de inflação média de 6,6%, agora preveem que figure nos 7%. No entanto, tal como na Zona Euro, também para a economia mundial os economistas do FMI mantém a tendência de descida da taxa de inflação face a 2022.
“A desinflação é esperada em todos os principais grupos de países, esperando-se que cerca de 76% das economias registem uma inflação mais baixa em 2023 face a 2022”, refere o FMI no WEO de abril.
Bancos centrais “firmes” na subida dos juros
Além disso, os economistas do FMI revelam que, até agora, as expectativas em relação à inflação têm permanecido ancoradas, “com os analistas profissionais a manterem as suas taxas de inflação projetadas para os próximos cinco anos próximo dos seus níveis pré-pandémicos”.
Mas para garantir que este cenário se mantenha, o FMI ressalva para a necessidade de “os principais bancos centrais se manterem firmes nas suas comunicações sobre a necessidade de uma orientação restritiva da política monetária, sinalizando que as taxas de juro se manterão mais elevadas durante mais tempo do que o anteriormente esperado para enfrentar a inflação rígida”.
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