Endividamento das famílias sofre maior abrandamento mensal desde 2012
Endividamento das famílias ainda registou um crescimento anual em fevereiro, mas está a abrandar a um ritmo cada vez mais elevado.
O endividamento da economia aumentou 7,6 mil milhões de euros em fevereiro de 2023, superando os 800 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP). No entanto, é possível verificar um abrandamento no ritmo de endividamento das empresas e das famílias, sendo que, no caso destas últimas, desde 2012 que não se assistia a uma redução mensal tão grande.
Mais de metade do endividamento — 440,6 mil milhões de euros — diz respeito ao setor privado. Mas este reduziu-se em 1,4 mil milhões de euros em fevereiro. Focando nas famílias, a dívida decresceu 0,2 mil milhões de euros, essencialmente junto do setor financeiro.
Se olharmos para a taxa de variação anual, o endividamento das famílias ainda subiu em fevereiro, em 2,95%, mas este número representa um abrandamento face ao mês anterior. É uma queda de 0,61 pontos percentuais e, segundo a série estatística do Banco de Portugal, é preciso recuar até janeiro de 2012 para encontrar uma quebra maior (de 0,73 pontos percentuais).
Passando para as empresas privadas, o endividamento diminuiu 1,2 mil milhões de euros, traduzindo uma redução do endividamento perante o exterior e o setor financeiro (de 0,6 e 0,5 mil milhões de euros, respetivamente), como explica a instituição liderada por Mário Centeno. Na variação anual, a dívida das empresas cresceu 1,2%, comparativamente com fevereiro de 2022. Menos 0,6 pontos percentuais (pp) do que no mês anterior.
Neste caso, o abrandamento mensal já se tem vindo a verificar nos últimos meses. Mesmo assim, a variação anual não era tão baixa desde junho de 2021.
Esta evolução dá-se numa altura em que o Banco Central Europeu tem procedido a uma trajetória de subida das taxas de juro, que, ao que tudo indica, ainda não chegou ao fim, o que encarece o acesso ao crédito.
Finalmente, o endividamento do setor público aumentou 9 mil milhões de euros, sendo de destacar a emissão de 3,7 mil milhões de euros de obrigações do Tesouro subscrita pela Caixa Geral de Aposentações. De notar também que o “endividamento do setor público cresceu junto dos particulares (2 mil milhões de euros), principalmente pelo investimento das famílias em certificados de aforro, e junto do setor financeiro (1,5 mil milhões de euros)”.
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